Criada comissão de implantação da Unipampa
A completa instalação dos dez campi da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), prevista para 2008, deve impulsionar o desenvolvimento da metade sul do Rio Grande do Sul. A região compreende um extenso território, com problemas de desenvolvimento econômico e social, inclusive de acesso à educação superior. A comissão que definirá as políticas institucionais e curriculares da nova universidade foi implantada nesta quinta-feira, 29, em solenidade no Ministério da Educação. São sete educadores, presididos pela professora Maria Beatriz Luce.
Apesar de ainda não estar oficialmente instalada, existem campi da nova universidade funcionando nos municípios de Alegrete, Itaqui, São Borja, São Gabriel, Uruguaiana, Bagé, Jaguarão, Santana do Livramento, Caçapava do Sul e Dom Pedrito. Estes campi estão ligados, até que o projeto de criação seja votado pelo Congresso Nacional, às universidades federais de Pelotas e Santa Maria. Com a instalação dos dez pólos, serão oferecidos 50 cursos para mais de 15 mil alunos.
Economia — A Unipampa foi criada para minimizar o processo de estagnação econômica da região onde está inserida. Antônio Borges, reitor da Universidade Federal de Pelotas, uma das instituições responsáveis pela implantação da Unipampa, acredita que os benefícios para a região já são visíveis, como o impulso na indústria da construção civil e o surgimento de hotéis e restaurantes. “Já se pode ver a geração de emprego e renda e a promoção do desenvolvimento local a partir da educação” afirma o reitor.
A economia da região baseia-se na agropecuária. A instalação dos campi trará novas perspectivas para a população. A localização de cada campus, assim como a definição dos cursos que serão oferecidos serão feitas de acordo com as necessidades regionais. Em Caçapava do Sul, por exemplo, onde o subsolo é rico em calcário, cobre, prata e ouro, será ofertado o curso de geofísica, para impulsionar o pólo industrial de rochas ornamentais e de material de construção. Em Dom Pedrito, ficará o campus de zootecnia, por ser um município baseado na produção rural. Os campi de Jaguarão e Santana do Livramento, que são cidades de fronteira, darão prioridade à integração com os países vizinhos, oferecendo cursos de línguas, relações internacionais e comércio exterior.
Cíntia Caldas