Sociologia
“O resultado material dependia das condições das escolas e das turmas”, lembra Eric, bacharel e licenciado em ciências sociais, com mestrado e doutorado em sociologia. “Em alguns lugares era possível pensar em livros coletivos; em outros, em jornais, fanzines ou murais.”
A realidade hoje é diferente, diz o professor. No Paraná, foi adotado o livro didático público. No próximo ano, o Ministério da Educação vai encaminhar obras por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). “Assim, a elaboração dos livros coletivos pode corresponder a um mecanismo de complementação de conteúdo ausente nos livros escolhidos, mas importante e de interesse dos estudantes”, justifica. Ele cita temas que dizem respeito a histórias regionais, problemas locais e ao entendimento de questões contemporâneas integrantes do cotidiano dos estudantes, como o bullying.
Para Eric, a escolha do conteúdo precisa levar em conta algumas variáveis. “Qual é o conteúdo previsto nas diretrizes curriculares?”, indaga. Qual é de interesse e está relacionado ao cotidiano dos alunos?”
A escolha, observa, não é do professor ou do estudante, de forma isolada. “É feita dentro das opções que o professor considera relevantes e nas quais o estudante demonstra interesse”, salienta. Ele considera fundamental que o professor tenha um cronograma de trabalho bem elaborado, com clareza nas etapas a serem desenvolvidas, e que outros temas ou teorias sejam trabalhados em sala de aula, de maneira transversal, durante a confecção do livro, embora este seja destinado a um conteúdo específico.
Tema — O educador paranaense destaca, ainda, a necessidade de aproximar os estudantes do tema escolhido e das definições sociológicas por meio de estratégias de ensino que permitam ao professor sentir-se mais seguro. “Seja através de aula expositiva, dialogada ou por meio de uma chuva de idéias”, afirma. “Depois, é preciso explicar o projeto do livro: o que vamos fazer? Como vamos fazer? Por que vamos fazer?”
Para a confecção do livro coletivo, os alunos devem trabalhar em grupos. Cada grupo fica responsável por um capítulo, relativo a uma dimensão diferente do conteúdo. Após o levantamento de dados, os estudantes trabalham em sala de aula, orientados pelo professor, a fim de elaborar a primeira versão do capítulo, a ser apresentada aos demais. Todos podem, então, apresentar contribuição ou sugestão.
Depois de montado, o livro é discutido e estudado em sala de aula, como um recurso pedagógico. Pode ser trocado pelos livros produzidos pelos alunos de outras turmas. “O livro deixa de ser algo abstrato e passa a ser produzido por iguais”, analisa Eric. “Os estudantes deixam de ser passivos e começam a se observar como sujeitos.”
Aulas expositivas tradicionais são vistas por Eric como tão importantes quanto o desenvolvimento de experiências. Por isso, devem ocorrer simultaneamente. “Os estudantes precisam apreender as definições dos tipos de dominação de Weber e aplicá-los no entendimento do comportamento político retratado nas reportagens de jornal que falam do cenário brasileiro”, assinala.
É importante também utilizar ao máximo os recursos pedagógicos existentes. “Uma música, um filme, uma fotografia, nunca é apenas o conteúdo expressado; é o resultado do trabalho humano, reflete um contexto histórico e uma estética”, afirma. “Todas as dimensões precisam ser trabalhadas a fim de que o ensino seja, de fato, um momento de enriquecimento pessoal.”
Na Unioeste, Eric dá aulas nos cursos de graduação e de mestrado em ciências sociais. Nas matérias diretamente relacionadas com a prática docente, ele não só busca abordar as diversas possibilidades teóricas e metodológicas das relações de ensino-aprendizagem. Também trabalha com o desenvolvimento de práticas, dinâmicas e recursos adequados para o ensino de sociologia no nível médio.
Fátima Schenini
Saiba mais no Jornal do Professor
Professor apoia as aulas na construção coletiva de livros
“O resultado material dependia das condições das escolas e das turmas”, lembra Eric, bacharel e licenciado em ciências sociais, com mestrado e doutorado em sociologia. “Em alguns lugares era possível pensar em livros coletivos; em outros, em jornais, fanzines ou murais.”
A realidade hoje é diferente, diz o professor. No Paraná, foi adotado o livro didático público. No próximo ano, o Ministério da Educação vai encaminhar obras por meio do Programa Nacional do Livro Didático (PNLD). “Assim, a elaboração dos livros coletivos pode corresponder a um mecanismo de complementação de conteúdo ausente nos livros escolhidos, mas importante e de interesse dos estudantes”, justifica. Ele cita temas que dizem respeito a histórias regionais, problemas locais e ao entendimento de questões contemporâneas integrantes do cotidiano dos estudantes, como o bullying.
Para Eric, a escolha do conteúdo precisa levar em conta algumas variáveis. “Qual é o conteúdo previsto nas diretrizes curriculares?”, indaga. Qual é de interesse e está relacionado ao cotidiano dos alunos?”
A escolha, observa, não é do professor ou do estudante, de forma isolada. “É feita dentro das opções que o professor considera relevantes e nas quais o estudante demonstra interesse”, salienta. Ele considera fundamental que o professor tenha um cronograma de trabalho bem elaborado, com clareza nas etapas a serem desenvolvidas, e que outros temas ou teorias sejam trabalhados em sala de aula, de maneira transversal, durante a confecção do livro, embora este seja destinado a um conteúdo específico.
Tema — O educador paranaense destaca, ainda, a necessidade de aproximar os estudantes do tema escolhido e das definições sociológicas por meio de estratégias de ensino que permitam ao professor sentir-se mais seguro. “Seja através de aula expositiva, dialogada ou por meio de uma chuva de idéias”, afirma. “Depois, é preciso explicar o projeto do livro: o que vamos fazer? Como vamos fazer? Por que vamos fazer?”
Para a confecção do livro coletivo, os alunos devem trabalhar em grupos. Cada grupo fica responsável por um capítulo, relativo a uma dimensão diferente do conteúdo. Após o levantamento de dados, os estudantes trabalham em sala de aula, orientados pelo professor, a fim de elaborar a primeira versão do capítulo, a ser apresentada aos demais. Todos podem, então, apresentar contribuição ou sugestão.
Depois de montado, o livro é discutido e estudado em sala de aula, como um recurso pedagógico. Pode ser trocado pelos livros produzidos pelos alunos de outras turmas. “O livro deixa de ser algo abstrato e passa a ser produzido por iguais”, analisa Eric. “Os estudantes deixam de ser passivos e começam a se observar como sujeitos.”
Aulas expositivas tradicionais são vistas por Eric como tão importantes quanto o desenvolvimento de experiências. Por isso, devem ocorrer simultaneamente. “Os estudantes precisam apreender as definições dos tipos de dominação de Weber e aplicá-los no entendimento do comportamento político retratado nas reportagens de jornal que falam do cenário brasileiro”, assinala.
É importante também utilizar ao máximo os recursos pedagógicos existentes. “Uma música, um filme, uma fotografia, nunca é apenas o conteúdo expressado; é o resultado do trabalho humano, reflete um contexto histórico e uma estética”, afirma. “Todas as dimensões precisam ser trabalhadas a fim de que o ensino seja, de fato, um momento de enriquecimento pessoal.”
Na Unioeste, Eric dá aulas nos cursos de graduação e de mestrado em ciências sociais. Nas matérias diretamente relacionadas com a prática docente, ele não só busca abordar as diversas possibilidades teóricas e metodológicas das relações de ensino-aprendizagem. Também trabalha com o desenvolvimento de práticas, dinâmicas e recursos adequados para o ensino de sociologia no nível médio.
Fátima Schenini
Saiba mais no Jornal do Professor