Educador Paulo Freire é tema de discussão no Fórum Social Mundial
Nairóbi (Quênia) — A história de vida do educador Paulo Freire foi tema de discussão no Fórum Social Mundial, no último domingo, 21, em Nairóbi, Quênia. Na mesa-redonda Paulo Freire na Visão do Instituto Paulo Freire, cerca de cem pessoas debateram o assunto com o auxílio de tradutores voluntários de inglês, espanhol e francês. “Esse encontro representa um verdadeiro círculo de cultura”, disse Moacir Gadotti, presidente do instituto.
Na avaliação de um professor de Sevilha, na Espanha, a história de vida do educador brasileiro é um exemplo em todo o mundo. “Estou aqui porque um dia uma pessoa me contou que nós precisávamos ler Paulo Freire. Desde então, trabalhamos Paulo Freire com toda a sociedade na Espanha, um país sem analfabetismo”, declarou.
Para um jovem queniano, a dimensão da educação freiriana ultrapassa, há muito tempo, as fronteiras intelectuais do Brasil. “O meu exemplar do livro Pedagogia do Oprimido é um dos que não empresto a ninguém”, disse.
A coordenadora de educação ambiental da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Rachel Trajber, acredita que uma educação popular que reconhece a diversidade pode eliminar o diferente e o desigual. “Para eliminarmos as desigualdades estruturais presentes nas sociedades contemporâneas, não basta reduzir a pobreza. É preciso valorizar as diferenças como uma grande riqueza”, avalia.
Paulo Freire — Nascido em 1921, em Recife, Paulo Freire desenvolveu um método de alfabetização que criticava o sistema tradicional de repetição de palavras para a aprendizagem. Ele morreu em 1997, depois de receber reconhecimento internacional pelo seu trabalho.
Ary Franco