Jovens aderem a movimentos para promover conscientização
É o caso do baiano Ian Aguzzoli, 23 anos, que começou como beneficiário de um projeto de arte e educação em Salvador aos 13 anos e, hoje, faz parte da equipe técnica da coordenação de educação ambiental da Secretaria de Educação da Bahia. “Quando eu tinha uns 15 anos, tomei conhecimento das conferências infantojuvenis de meio ambiente e dos coletivos jovens e resolvi fazer parte”, conta. A partir daí, com o fortalecimento do movimento em seu estado, ele e outros jovens foram convidados para trabalhar com gestão.
Para Ian, o controle social das políticas públicas de meio ambiente e de educação ambiental é da maior importância. Em sua opinião, a participação ativa dos cidadãos deve começar desde cedo, como por exemplo, junto às Comissões de Meio Ambiente e Qualidade de Vida na Escola (Com-Vida). Assim, segundo Ian, os estudantes desenvolvem visão crítica e transformadora em relação ao lugar onde vivem.
Daniel Alves, 19 anos, é aluno do terceiro ano do ensino médio de uma das escolas públicas em que Ian atua, na Vila de Abrantes, em Camaçari (BA). O rapaz também participa do encontro de juventude no Rio de Janeiro e conta que, por meio do Com-Vida de sua escola, ele e outros colegas têm transformado a realidade de sua comunidade nas questões socioambientais.
Nas proximidades da escola estão as Dunas de Abrantes, que fazem parte de uma Área de Proteção Ambiental (APA) e, no entanto, têm sofrido o impacto de construções desordenadas em seu entorno. Daniel e os colegas começaram a fazer um trabalho de conscientização com a comunidade, como palestras e oficinas, no sentido de proteger o patrimônio ambiental.
“Acredito que a comunidade tem sido impactada com essas e outras ações promovidas pelo Com-Vida”, diz Daniel. “Também incentivamos a coleta seletiva de lixo, o reaproveitamento de óleo de cozinha usado para fazer sabão, a colocação de minhocário para decompor restos de frutas e fazer adubo e a construção de brinquedos com garrafas pet.”
O estudante e seus colegas estão trabalhando, agora, com educomunicação. Montaram um blog e compartilham ações socioambientais com outros grupos. “Vou sair da escola, mas quero continuar conscientizando outras pessoas a favor do meio ambiente e mostrar que não precisamos ficar só nas palavras, mas podemos agir para impactar nossa escola, nosso bairro e nosso estado”, destaca.
O Encontro de Juventude e Educação para a Sustentabilidade Socioambiental, uma das participações do Ministério da Educação na Conferência Rio+20, terminou nesta sexta-feira, 15. Desde quarta-feira, 13, cerca de 400 jovens debateram o papel da juventude na construção de espaços educadores sustentáveis e a agenda da juventude para um projeto de desenvolvimento sustentável, por meio de grupos de trabalho, painéis e apresentação de propostas em plenário.
Letícia Tancredi