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Rede municipal catarinense inicia ensino de Libras para estudantes

  • Segunda-feira, 08 de abril de 2019, 11h18
  • Última atualização em Segunda-feira, 08 de abril de 2019, 16h57

Projeto para ensinar a Língua Brasileira de Sinais (Libras) começou em fevereiro contempla cerca de 730 alunos das turmas do segundo ao quinto ano do ensino fundamental de Indaial (SC). (Foto: Acervo Escolar/Indaial)Alunos de duas escolas municipais de Indaial, em Santa Catarina, começaram a aprender a Língua Brasileira de Sinais (Libras) neste ano letivo. O projeto teve início em fevereiro e já contempla cerca de 730 alunos das turmas do segundo ao quinto ano do ensino fundamental do Colégio Municipal de Indaial, no bairro Carijós, e da Escola Básica Municipal Professora Maria da Graça dos Santos Salai, em Tapajós. Segundo o secretário de educação do município, Jairo Gebien, o objetivo do projeto é proporcionar aos alunos uma educação escolar mais inclusiva e um conhecimento maior sobre a cultura do surdo. “A gente vem debatendo e trabalhando muito intensamente aqui na cidade de Indaial uma política de educação especial e sempre pensamos com bastante carinho na inclusão dos nossos alunos”, afirma.

Gebien também avalia a possibilidade de ampliar gradativamente a iniciativa em toda a rede pública municipal nos próximos anos. De acordo com o secretário, o custo para a implantação do projeto é mínimo diante do benefício que pode proporcionar na vida de todos os que fazem parte da comunidade escolar. “O investimento é o de um profissional de 40 horas dentro de um quadro funcional da Secretaria de Educação. Então, o projeto não tem um investimento tão alto”, garante. “Mas a gente tem outras ações também muito pontuais e muito precisas referentes à educação especial no município, como uma equipe formada por profissionais da psicopedagogia, da fonoaudiologia, e da psicologia que também acompanham esse trabalho nas nossas escolas”.

A professora de Libras Fernanda Schroeder Cubiak foi contratada pela Secretaria de Educação de Indaial para ensinar a língua aos alunos. A docente desenvolve atividades semanais com as turmas, envolvendo dinâmicas e jogos que auxiliam no conhecimento da linguagem de sinais. “No início foi uma grande surpresa para eles. Os alunos demonstraram muito interesse e curiosidade pela aula e me receberam muito bem”, avaliou a professora, que atende 32 turmas nas duas escolas contempladas pelo projeto.

Fernanda Cubiak explica, ainda, que procura gerir aulas práticas aplicadas através do alfabeto manual, buscando sempre utilizar músicas e brincadeiras com as crianças para facilitar o aprendizado. “Não é difícil aprender Libras, mas tem que praticar, como qualquer outra língua. Se você aprende inglês na escola e não pratica, acaba esquecendo. Por isso, é importante praticar, ter alguém para conversar, dialogar”, justifica. “Aí não dá para esquecer.”

A estudante Lianara Vitória, de 10 anos, é aluna do quinto ano da Escola Básica Municipal Professora Maria da Graça dos Santos Salai. Ela conta que, em apenas um mês de aula, aprendeu o alfabeto manual e os cumprimentos, e que agora já está aprendendo os números. “Eu estou achando muito importante. Não é tão difícil aprender. Eu tenho uma prima que é deficiente auditiva e agora já conseguimos conversar em Libras”, celebra.

Para a diretora da escola, Carmelita Maria Moser de Oliveira, o ensino de Libras nas escolas representa mais do que inclusão social. “Ao aprenderem a língua de sinais, as crianças aprendem a se comunicar com deficientes auditivos no dia a dia e sensibilizam-se quanto ao respeito às diferenças”.

Libras é a língua oficial reconhecida legalmente como meio de comunicação e expressão, usada pela maioria dos surdos dos centros urbanos do Brasil. Segundo censo realizado em 2010 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 9,7 milhões de brasileiros possuem deficiência auditiva, o que representa 4,6% da população brasileira. Deste total, 2,1 milhões são surdos e 7,5 milhões apresentam alguma dificuldade para ouvir.

Projeto Libras nas Cidades – Em fevereiro de 2019, o Ministério da Educação, por intermédio da Secretaria de Modalidades Especializadas da Educação (Semesp), lançou em Sumaré (SP), o projeto-piloto de ‘Libras nas Cidades’, com o objetivo de ampliar a formação dos tradutores de libras e a qualificação dos servidores públicos municipais, para que possam atender a população de surdos/deficientes auditivos da cidade. A expectativa da pasta é que o projeto-piloto seja expandido para o todo Brasil nos próximos meses.

Saiba mais sobre o projeto Libras nas Cidades

Assessoria de Comunicação Social

 

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