Ministro ouve representantes municipais
Compartilhar problemas educacionais, buscar soluções e construir uma agenda que privilegie o regime de colaboração entre o governo federal e as prefeituras. Esses foram os objetivos do encontro que reuniu 60 representantes de associações municipais com o ministro da Educação, Fernando Haddad. O encontro ocorreu na manhã desta terça-feira, 20, em Brasília.
“É preciso construir uma agenda definida de trabalho, com três ou quatro reuniões, além da marcha dos prefeitos”, propôs o ministro. Para Haddad, é necessário compartilhar problemas e produzir resultados concretos para apoiar as administrações municipais a melhorar a qualidade educacional de suas redes.
De acordo com o ministro, aprender a trabalhar o planejamento a longo prazo na educação assegura a continuidade das ações, mesmo com a mudança de governos. Assim, a agenda de trabalho construída nas áreas federal, estaduais e municipais permite que cada uma delas se comprometa com o cumprimento de metas, independentemente dos dirigentes.
“O secretário de Educação que assumir o cargo no dia 2 de janeiro não pode ter dúvidas do que deve fazer”, afirmou Haddad, em alusão às próximas eleições municipais. Por isso, ele defende uma transição democrática, na qual a prioridade seja a continuidade das ações. “Precisamos saber quais problemas vocês enfrentam para que ao final do ano tenhamos um horizonte de continuidade”, afirmou.
Os prefeitos de todo o país, na opinião do presidente da Frente Nacional de Prefeitos, João Paulo de Lima, estão mais preocupados com a educação em seus municípios. “Isso ficou claro no encontro de ontem, que reuniu mais prefeitos do que a marcha para discutir apenas educação”, disse, em referência ao encontro de comemoração de um ano do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), do qual participaram mais de dois mil prefeitos.
João Paulo ressaltou que os prefeitos querem acompanhar as resoluções do MEC passo a passo e que a interação entre governos é fundamental para evitar descontinuidade. “Na gestão pública, detalhes podem inviabilizar grandes projetos”, disse.
Na visão do ministro, o maior desafio é criar parcerias capazes de fazer com que os governos alinhem ações. “Os reitores precisam se agrupar em torno de prefeitos, governadores, secretários municipais e estaduais”, exemplificou. Para Haddad, a intenção é que todos os municípios, especialmente aqueles com mais dificuldades técnicas, recebam apoio do estado e do governo federal para superar os problemas.
Maria Clara Machado