Em Vitória, atividades extraclasse fazem a diferença
Vitória — Na escola municipal Eber Louzada Zippinotti, em Vitória, os alunos têm a oportunidade de participar de atividades fora do período regular de aulas. Dança, esporte e línguas estrangeiras atraem as crianças. Tanto que elas permanecem na escola no turno oposto. Festas e passeios criam um elo entre alunos e escola, além do ensino formal, como acredita a diretora Maria do Carmo Silvano.
Entre as atividades do contraturno estão as aulas de línguas estrangeiras para os alunos da quinta à oitava série. O inglês é obrigatório desde 1996. O francês e o italiano são opcionais e ministrados por professores voluntários. Na área de esportes, a escola oferece o projeto de xadrez, implantado há três anos. Para os estudantes que preferem mais movimento, as aulas de dança contemporânea são as ideais.
As crianças que ficam além do horário, tanto para as atividades extras quanto para as aulas de reforço, também realizadas no contraturno, podem fazer refeições na escola. É o caso dos amigos João Vitor Rodrigues, oito anos, Fernanda de Melo, nove, e Martha Rosa, dez. Todas as quinta-feiras, depois das aulas do período matutino, sentam-se juntos à mesa do refeitório para almoçar antes da maratona de aulas de reforço.
Os 36 professores da primeira à oitava série empenham-se em elaborar atividades especiais, mesmo fora do expediente. Maria do Carmo conta que as professoras da primeira série promoveram uma noite do pijama, na qual os alunos acamparam e dormiram na escola. Na manhã do dia seguinte, tomaram café da manhã, brincaram, fizeram pinturas de rosto e tomaram banho de mangueira. “Os pais receberam um bilhete e assinaram a autorização. Foi uma diversão só”, comemora a diretora.
As professoras da quarta série também já organizaram festas fora do expediente. Enfeitaram a escola com balões, alugaram um pula-pula, uma cama elástica, carrinho de pipoca e algodão-doce. “Não era uma ocasião especial. Elas simplesmente gostam de agradar os alunos e mantê-los envolvidos com a escola”, diz Maria do Carmo. “Nós, professores, somos muito parceiros, interagimos bastante e trocamos várias idéias em benefício das crianças”, afirma a professora de artes Magna Ferreira.
União — A diretora acredita que essas atividades mantêm a comunidade escolar unida. “Mesmo o aluno que não gosta de estudar gosta muito da escola. As atividades extras são nossos trunfos, principalmente para os alunos mais indisciplinados”, afirma.
As atividades ultrapassam os muros da escola. Os professores usam, também, diversos espaços da cidade para dar aulas. Um deles é o da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes), que tem um planetário e um auditório com programação de cinema. Os professores e, muitas vezes, a guarda municipal acompanham o grupo de estudantes na visitação. A sessão de cinema custa R$ 2 por aluno.
Os pontos turísticos de Vitória também fazem parte do roteiro de aulas fora da escola. Este ano, por meio do projeto Visitar, da prefeitura, monitores acompanham as visitas aos pontos turísticos da cidade e contam a história da capital capixaba.
A Secretaria de Educação do município oferece um ônibus para atender os passeios das escolas da rede, de acordo com o calendário de cada uma. Quando um só ônibus não é suficiente para todos os alunos, a diretora aluga outro. A maioria dos custos das atividades extras é paga com o dinheiro arrecadado pela cantina da escola.
Ampliar as possibilidades de permanência do educando sob responsabilidade da escola para além da jornada regular é uma das diretrizes do Compromisso Todos pela Educação, que compõe o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Na escola municipal Eber Louzada Zippinotti essa diretriz já é uma realidade.
Letícia Tancredi