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MEC vai muito além do ProUni em busca de inclusão social no ensino superior

Publicado: Segunda-feira, 29 de novembro de 1999, 22h00 | Última atualização em Quarta-feira, 25 de junho de 2008, 08h53

Foto: Tereza SobreiraO Ministério da Educação tem quase uma dezena de programas de inclusão social para a educação superior. Eles abrem o caminho para estudantes pobres, negros e índios realizarem o sonho de chegar à universidade e se manter nela. O maior deles, o Programa Universidade para Todos (ProUni), recebeu, este ano, 797.840 inscrições e oferecerá 91,1 mil bolsas só no primeiro semestre de 2006.

Emancipar, Prolind, Incluir, Uniafro, Inclusão Digital, Arte e Cultura e Promisaes são outros exemplos bem-sucedidos de programas do MEC para a inclusão social no ensino superior. “Damos tratamento diferenciado a estudantes que antes não tinham acesso à educação superior”, disse o secretário de Educação Superior do MEC, Nelson Maculan. “A política do governo federal traz luz a uma parcela imensa da população que vivia na sombra.”

Em 2005, pela primeira vez na história do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), os estudantes índios puderam fazer a prova, requisito imprescindível para inscrição no ProUni. “Há várias maneiras de trazer os excluídos para o ensino superior, mas a política formal de inclusão tem a sua marca nesse governo”, afirmou Maculan. “São programas típicos, objetivos e bem-sucedidos que visam à inclusão social.”

Apesar das iniciativas do MEC, Maculan entende que o ensino superior no Brasil ainda não se democratizou. “As vagas mais solicitadas raramente são ocupadas pelos negros”, disse. O projeto de reforma do ensino superior, que vai ao Congresso Nacional este ano, estabelece que um terço dos cursos das universidades federais deve ser ministrado à noite, o que já fazem universidades públicas de São Paulo, como USP, Unicamp e Unifesp. Se a medida for aprovada, 170 mil vagas serão criadas.

Contratações — Proposta da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) prevê contratações de professores para universidades com cursos noturnos. “Já fazemos um trabalho nesse sentido. Vamos utilizar a proposta da Andifes”, disse Maculan. Segundo ele, o professor contratado pelas instituições federais deve dar aula também no período da noite. O secretário destaca que a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), da qual foi reitor, oferece 11 cursos noturnos. “A do Paraná também oferece vagas à noite”, salientou.

Além dos programas de inclusão, Maculan considera prioritário o Expandir. O MEC está criando nove universidades federais e implantando ou consolidando 41 campi, com investimentos de R$ 500 milhões até 2007. “Mais da metade dos recursos é aplicada em obras de construção civil”, disse o secretário. O restante destina-se à compra de equipamentos e mobiliário.

Repórter: Súsan Faria

 

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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