Xadrez é usado como recurso pedagógico
Aliar arte, raciocínio e consciência ambiental por meio do jogo de xadrez é a proposta de trabalho exposto pelos alunos do Centro Federal de Educação Tecnológica (Cefet) da Paraíba na segunda edição da Feira Nacional de Ciências da Educação Básica (Fenaceb), evento paralelo à 1ª Conferência Nacional da Educação Básica, que será encerrada nesta quinta-feira, 17, no Centro de Convenções Ulysses Guimarães, em Brasília.
De acordo com a professora de arte e reciclagem do Cefet-PB, Lenilde Cordeiro Gonçalves, o objetivo do trabalho é vincular a educação ambiental com a temática do lixo a partir da confecção de peças de xadrez produzidas com papel machê. Para Lenilde, ao criar peças por meio de uma técnica de reciclagem como a do papel machê, o aluno passa a ter uma postura mais crítica com questões ligadas ao meio ambiente. “Além de estimulá-los a freqüentar as aulas de xadrez oferecidas pela escola, ajudamos a despertar nos estudantes a responsabilidade ambiental.”
A meta do Cefet para este ano é difundir o projeto entre os professores das escolas da rede pública da região da grande João Pessoa, formada pelos municípios de Bayeux, Conde, Santa Rita e Cabedelo.
O projeto surgiu em 2007, durante as aulas de xadrez. “Tínhamos de apresentar um trabalho que aliasse arte e xadrez para a feira de ciências do Cefet”, diz Gabriella de Oliveira Chagas, estudante do curso técnico integrado de eletrotécnica do Cefet-PB. Para ela, a criação de peças de xadrez com papel machê não surgiu por acaso. “Escolhemos a política dos três erres: reduzir, reutilizar e reciclar.”
De acordo com a estudante, uma das principais ações utilizadas por empresas e órgãos governamentais em seus programas de gerenciamento de resíduos é a adoção dos três erres. “Ajudamos a preservar a natureza reduzindo, reutilizando e reciclando materiais que seriam jogados no lixo”, explica.
Extensão — O trabalho exposto na Fenaceb foi criado a partir de um projeto de extensão, composto de desafios cognitivos e sociais, desenvolvido pelo Cefet-PB em escolas, praças públicas e comunidades carentes de João Pessoa. Para o coordenador do projeto, Walmeran Trindade Júnior, o ensino do xadrez transcende o próprio jogo. “O xadrez passa a ser um suporte pedagógico para colaborar na formação pessoal, social e acadêmica dos alunos”, garante.
A Fenaceb reúne 170 trabalhos de estudantes e professores das escolas públicas de ensino fundamental e médio de todo o país. Entre as instituições federais de educação profissional e tecnológica que participam da feira estão os Cefets de Campos (RJ), de Química de Nilópolis (RJ), de Bento Gonçalves (RS), do Maranhão, de São Vicente do Sul (RS) e a Universidade Tecnológica Federal do Paraná.
Marco Aurélio Fraga