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Educação profissional e tecnológica

Escola agrotécnica abre perspectivas

  • Quarta-feira, 22 de outubro de 2008, 15h48

“Faz um cafezinho?” é o pedido que Paula Dulgheroff, 23 anos, mais ouviu nesta semana. A aluna do curso superior de tecnologia em alimentos da Escola Agrotécnica Federal (EAF) de Uberlândia está em Brasília para participar do estande do Ministério da Educação na Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, que vai até dia 26. Lá, Paula oferece um mini-curso de barista, que é o profissional especializado em cafés de alta qualidade.

Como fazer a xícara perfeita de café espresso (redigido com “s”, como em italiano) é o que os participantes do curso pretendem aprender. Segundo Paula, esse é o nome correto do tipo de café, que significa tirado sob pressão. Ela ensina também as propriedades dos grãos, a temperatura da água, o funcionamento da máquina hidráulica. “Para chegar à xícara perfeita, é necessária uma extração completa de todas as características do grão. O profissional tem que conhecer toda a vida do café”, indica Paula.

No mini-curso, os participantes têm aprendido sobre a história do café no Brasil, o surgimento da profissão de barista, as características dos tipos de café, coquetelaria e dicas sobre filtro, açúcar e garrafa térmica. Há, ainda, uma aula prática na máquina de café. O pó de café utilizado nas aulas foi produzido em outra escola agrotécnica, a de Machado (MG). No fim do mini-curso de barista, os participantes receberão um certificado.

Iraciara Patriolino trabalha como copeira na Escola Técnica Federal de Brasília e se inscreveu no curso para aperfeiçoar seus conhecimentos. Logo nas aulas teóricas, ela percebeu que poderia mudar seu modo de fazer café. “A gente acha que está fazendo certo no dia-a-dia, mas muitas vezes não está”, afirma, citando como exemplo o fato de deixar o café na garrafa térmica por mais de 20 minutos. De acordo com a instrutora Paula, 20 minutos é o tempo máximo que o café pode ficar na garrafa; a partir disso, perde a qualidade. A dica é fazer em quantidade menor. “Agora vou aplicar as novas técnicas no meu serviço”, diz Iraciara.

Segundo Paula, a procura pelo barista no mercado de trabalho é grande. Os profissionais do café podem trabalhar em restaurantes, cafeterias, eventos, degustações e há muitos que participam, inclusive, de campeonatos. Hoje, o Brasil é o maior produtor e exportador de café do mundo e o segundo maior consumidor. São 14 estados produtores no país; Minas Gerais fica em primeiro lugar, responsável por 50% da produção, seguido por Espírito Santo, São Paulo, Paraná, Mato Grosso e Rondônia. As informações são do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Paula, que se forma no final do ano, começou a trabalhar como barista quando seu cunhado abriu uma empresa de máquinas de café espresso. Ela fez um curso em São Paulo, para ensinar aos clientes como usá-las. Desde cedo, Paula queria fazer um curso superior na área de alimentos, que não havia em universidades da região. Com a implementação do curso de tecnologia em alimentos na EAF, em 2005, ela pôde realizar seu desejo, sem precisar sair da cidade.

Agora, Paula pretende se especializar ainda mais na área. Atualmente, ela trabalha como barista em eventos e dá aulas no centro de treinamento da empresa do cunhado e no Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) de sua cidade.

O curso de tecnologia em alimentos é o único da EAF de Uberlândia em nível superior. O primeiro processo seletivo ocorreu em fevereiro de 2005. São oferecidas, anualmente, 50 vagas de ingresso no curso. A carga horária total é de 2.870 horas.

Letícia Tancredi

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