MST apóia aprovação do Fundeb ainda este ano
O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) vai se esforçar para que o Fundo da Educação Básica (Fundeb) seja aprovado ainda este ano. A afirmação foi feita nesta segunda-feira, 12, pelo diretor nacional do MST, João Pedro Stédile, na abertura do Seminário Nacional de Educação Básica nas Áreas de Reforma Agrária, em Luziânia (GO). “Lutamos contra todas as instâncias para democratizar a educação e vamos brigar pelo Fundeb, que é fundamental para democratizar o ensino”, disse.
Para o ministro da Educação, Fernando Haddad, o Fundeb vai promover uma revolução na educação do país nos próximos dez anos. “Se conseguirmos aprovar o Fundeb este ano, temos absoluta segurança que o quadro educacional brasileiro vai se transformar radicalmente em médio prazo”, afirmou. O novo fundo vai financiar toda a educação básica, em substituição ao Fundef, que atende só o ensino fundamental.
Na abertura do evento, Stédile declarou que a proposta do movimento está ligada à democratização do conhecimento. “Para ser militante do MST é preciso estudar”, disse. Haddad elogiou a iniciativa do MST de aliar a libertação proposta pelo movimento com a educação. Segundo ele, o cerceamento do conhecimento “impede a pessoa de se desenvolver”.
O presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), Rolf Hackbart, reforçou a importância da educação ao enumerar as necessidades dos trabalhadores rurais. “O acesso à terra, ao crédito e ao conhecimento são fundamentais para essas pessoas.” O seminário, que termina no dia 16, vai fazer um balanço da educação básica nas áreas de reforma agrária e definir políticas para a continuidade do trabalho do MST.
Pesquisa – Consciente da importância do ensino, o Instituto Nacional de Pesquisas Educacionais (Inep/MEC) fez em 2004 a Pesquisa Nacional da Educação na Reforma Agrária. A idéia é usar os dados para orientar as políticas educacionais e sociais do setor. Os resultados mostraram a 987.890 estudantes em assentamentos, matriculados em 8.679 escolas de 1.651 municípios. Em 5.595 assentamentos cadastrados pelo Incra, a pesquisa coletou, por amostragem, informações de 10,2 mil famílias.
O nível de ensino fundamental nas séries iniciais (primeira à quarta) é o mais oferecido pelas escolas. O atendimento de alunos é equivalente ao da média nacional (95,7%). Só 4,3% das unidades têm ensino médio, 3,5% têm creche e 30%, pré-escola. A educação de jovens e adultos é oferecida por 0,7% das escolas. A superior, por 0,1%.
Repórter: Flavia Nery