Portal do Governo Brasileiro
Ir direto para menu de acessibilidade.
Página inicial > Todas as notícias > Educação indígena fortalece valores étnicos
Início do conteúdo da página
Educação indígena

Educação indígena fortalece valores étnicos

  • Terça-feira, 24 de outubro de 2006, 11h27

O primeiro contemplado no concurso de educação escolar indígena foi Giovani José da Silva, em 2001. Ele é o único vencedor não-índio entre os quatro premiados. Quando venceu, Silva lecionava na Escola Municipal Indígena Ejiwajegi, na aldeia Bodoquena dos índios cadiuéus, em Porto Murtinho (Mato Grosso do Sul).

“A vitória chamou a atenção de todo o País para a educação indígena, um tema pouco conhecido”, disse o professor. Segundo ele, os alunos achavam que estudar história se resumia a decorar nomes e datas. A aldeia era descrente quanto à eficácia da escola.

Para mudar a situação, ele propôs aos estudantes que pesquisassem com os mais velhos o antigo modo de vida de seu povo. Depois, as crianças confrontaram o material obtido com fontes históricas oficiais e fizeram um registro do trabalho em português e no idioma nativo.

A pedido dos pais de alunos, a experiência foi utilizada pela prefeitura para desenvolver um curso de magistério para professores indígenas. Os primeiros 20 educadores concluíram a formação em 2004. Segundo Silva, boa parte deles hoje cursa licenciatura.

Em 2003, foi a vez de Josimar Tapirapé, da Escola Indígena Estadual Tapi’itawa, de Confresa (Mato Grosso), ser reconhecido. Na comunidade, que só falava português, ele resgatou a língua nativa. Os alunos registraram as palavras de seu idioma em cartazes e as ilustraram. Também criaram vocábulos em tapirapé para os objetos não-indígenas. O resultado foi apresentado à comunidade e teve grande aceitação. As figuras facilitaram a compreensão daqueles que não sabiam ler.

“A comunidade, principalmente a mais jovem, que só falava português, passou a reutilizar o idioma nativo. Muitos não o utilizavam por falta de interesse”, explicou Josimar. O professor recebeu várias cartas de colegas de outros estados interessados na iniciativa e recebeu convites para participar de eventos sobre educação.
Livro — Em 2005, a professora Andréa Cristina Almeida, da Escola Municipal Pluridocente Indígena Pau-Brasil, na zona rural de Aracruz (Espírito Santo), foi premiada. Os estudantes, que não preservavam a cultura nativa, investigaram a história da comunidade com base em depoimentos dos moradores mais velhos. Depois, a pesquisa foi registrada em um livro.

“O trabalho, que envolveu toda a aldeia, foi longo e trabalhoso, mas em nenhum momento os alunos desanimaram. Os pais perceberam a importância da educação indígena na comunidade”, contou Andréa.

Juliana Meneses

 

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
X
Fim do conteúdo da página