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Educação infantil

Crianças descobrem valores culturais em cultivo de fruto importante na tradição gaúcha

  • Quarta-feira, 23 de dezembro de 2015, 18h59

O plantio das sementes foi uma das etapas do projeto da escola gaúcha, que aliou ciência e meio ambiente, cultura regional e produção artística (foto: arquivo da professora Adriane Bilhalva)Pelo nome e formato diferentes, o fruto se impôs como algo curioso para as 35 crianças da turma de educação infantil. Embora seja comum no Rio Grande do Sul e usado na fabricação da cuia do chimarrão, o porongo era totalmente desconhecido do universo dos alunos, de 4 e 5 anos, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Arlindo Bonifácio Pires, no município de Chuvisca (menos de cinco mil habitantes), a 150 quilômetros de Porto Alegre.

Durante cinco meses, a professora Adriane Tavares Bilhalva apresentou o fruto às crianças da pré-escola e desenvolveu projeto pedagógico que aliou ciência e meio ambiente, cultura regional e produção artística. A dinâmica do projeto proporcionou conhecimento e exigiu o exercício da criatividade, mas acabou por envolver a comunidade, que recebeu sementes e ajudou as crianças no plantio. Por consequência, as famílias foram incentivadas a usar o fruto para criar trabalhos artísticos.

O projeto Porongo: do Cultivo à Arte na Educação Infantil figura entre as práticas pedagógicas bem-sucedidas premiadas pelo Ministério da Educação na edição de 2015 do Prêmio Professores do Brasil. Na escola desde 2005, a professora premiada conta que optou por trabalhar com projetos pedagógicos nos últimos quatro anos por entender ser uma prática mais adequada à integração de diferentes conteúdos e à aprendizagem.

O primeiro passo do projeto foi a apresentação do fruto às crianças, com explicações sobre a origem e a história. Embora o enfoque da professora tenha sido o regional, o porongo é conhecido em outras regiões do Brasil como cabaça e usado como recipiente para servir água, por apresentar um gargalo alongado, ou como cuia, ao ser dividido ao meio. No Rio Grande do Sul, cuia é o nome do recipiente usado para o preparo do tradicional chimarrão.

Na sala de aula, as crianças aprenderam a retirar as sementes do fruto, originário da África, e a plantá-las em potes de iogurte, cheios de terra, para observar o desenvolvimento da muda. Nos trabalhos de artes, fizeram pinturas e montaram bonecos ou enfeites.

Premiação — A professora ficou emocionada ao saber que o projeto havia sido premiado. “Tive a oportunidade de fazer uma viagem de avião e participar de uma troca de experiências muito importante para minha realização pessoal e valorização profissional”, diz. “A premiação representa muito, uma grande conquista, e indica que estou no caminho certo, mas o segredo para o trabalho bem feito é o amor, o carinho que recebo diariamente das crianças.”

A escola da professora Adriane atende 280 alunos de educação infantil e pré-escola e do ensino fundamental. Além do trabalho com as crianças em sala de aula, o cultivo do porongo nas propriedades teve o objetivo de incentivar as famílias a desenvolver o artesanato regional. A professora colaborava com sugestões de peças e ideias, tanto para as crianças quanto para os pais.

“O mundo é repleto de símbolos e significados que possibilitam grandes descobertas nessa fase da infância, e a arte permite o desenvolvimento do senso crítico, da sensibilidade e da criatividade”, diz a professora. Ela explica que o cultivo do porongo permitiu o resgaste da cultura regional na comunidade escolar e despertou nas crianças a responsabilidade em relação ao meio ambiente.

Edição — A nona edição do Prêmio Professores do Brasil selecionou, este ano, 30 experiências pedagógicas desenvolvidas por professores das cinco regiões brasileiras. Os trabalhos foram destacados entre 11.812 inscritos, nas categorias creche; pré-escola; ciclo de alfabetização: primeiro, segundo e terceiro anos – anos iniciais do ensino fundamental; quarto e quinto anos – anos iniciais do ensino fundamental; sexto ao nono ano – anos finais do ensino fundamental; ensino médio. Cada um dos 30 professores recebeu prêmio de R$ 7 mil. Cada categoria teve um professor destacado para receber prêmio extra, no valor de R$ 5 mil.

A partir de 2015, o Prêmio Professores do Brasil passou a integrar a iniciativa Educadores do Brasil, ao lado do Prêmio Gestão Escolar, do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed). Assim, a entrega dos prêmios a professores e diretores de escolas foi realizada pela primeira vez, este ano, em conjunto.

O Prêmio Gestão Escolar selecionou 22 escolas como destaques estaduais, com premiação de R$ 6 mil para cada uma. As cinco escolas indicadas como destaque regional receberam R$ 10 mil. O Colégio Estadual Professora Maria das Graças Menezes Moura, de Itabi, Sergipe, foi escolhido como escola referência Brasil, com premiação de R$ 30 mil.

Os resultados dos prêmios estão na página da iniciativa Educadores do Brasil na internet.

Rovênia Amorim

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