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  • Estudantes, professores e demais interessado poderão acompanhar ao vivo, pela internet, o debate “Direito a aprender ao longo da vida: desafios frente à diversidade“, que ocorrerá nesta quinta-feira, dia 10, entre 19h e 22h30, no Centro de Convenções da Universidade Federal do Pará (UFPA), em Belém.

    As discussões precedem a realização da Conferência Internacional de Educação de Adultos - Confintea VI, que também será em Belém, de e 4 de dezembro.

    Participam dos debates desta quinta especialistas internacionais, da Organização das Nações Unidas para a educação, a ciência e a cultura (Unesco) e do Ministério da Educação, além de membros do Conselho Consultivo da Confintea.

    O Conselho Consultivo é responsável por definir os temas que serão discutidos na conferência, que só ocorre a cada 12 ou 13 anos. O grupo permanece em Belém até sexta-feira, dia 11, para definir detalhes da realização da conferência.

    A Confintea reunirá representantes de governos e entidades não-governamentais de todo o mundo para discutir políticas e promoção da aprendizagem de adultos em âmbito global.

    Maria Clara Machado
  • Começa nesta terça-feira, 1º de dezembro, em Belém, a 6ª Conferência Internacional de Educação de Adultos (Confintea). Para a primeira edição do encontro na América do Sul, são esperadas cerca de 190 delegações, de todos os continentes.


    Os participantes vão discutir a importância da educação de jovens e adultos no desenvolvimento global e detalhar temas como a alfabetização de adultos e as políticas públicas implementadas no mundo para estabelecer os marcos internacionais que balizarão essa modalidade de ensino até 2020.


    O secretário de educação continuada, alfabetização e diversidade do Ministério da Educação, André Lázaro, lembra que a Confintea será realizada em um país do hemisfério sul, região que concentra o maior número de analfabetos entre pessoas jovens e adultas. “O debate internacional permite ampla troca de experiências entre países com realidades bem distintas. Os desafios são imensos”, disse Lázaro. “A Confintea certamente contribuirá para o debate técnico e político nessa área.”


    Segundo Lázaro, o debate fortalecerá a educação de jovens e adultos em todo o mundo, em uma nova perspectiva. “A de que as questões do direito à educação, a educação para a paz e a sustentabilidade ocuparão um espaço relevante.”


    Coordenada pelo Ministério da Educação e pela Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), a Confintea é um evento intergovernamental, realizado a cada período de 11 ou 12 anos, desde 1949. Os encontros anteriores foram realizados na Dinamarca, Canadá, Japão, França e Alemanha. A edição de Belém vai se estender até sexta-feira, 4.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O Brasil recebe, de 25 a 27 de abril próximo, um dos mais importantes fóruns mundiais de discussões sobre a inclusão escolar de jovens e adultos. Trata-se da Conferência Internacional de Educação de Adultos (Confintea Brasil +6) que conta com a participação de movimentos sociais e especialistas, além de gestores e instituições ligados à educação dessa parcela da população na África, América Latina, Ásia e Europa.

    O Ministério da Educação do Brasil é um dos protagonistas da Confintea Brasil +6 e apresentará a política brasileira da educação de jovens e adultos ao longo da vida. “É fundamental que o poder público, nas diferentes esferas e sociedade civil, somem esforços para combater a evasão e trazer para a escola aqueles jovens que hoje estão fora dela”, destaca o ministro Aloizio Mercadante.

    Atualmente, no Brasil, 84,3% dos jovens de 15 a 17 anos estão matriculados na escola. “Nosso desafio é que 100% destes estejam matriculados até o final deste ano”, observa Mercadante. No ano passado, a estimativa de analfabetos no mundo era de 781 milhões de pessoas.

    O ministro destaca que para enfrentar o desafio da inclusão escolar de jovens e adultos é fundamental tornar a escola pública mais atraente ao aluno, permitindo que esse estudante comece a trilhar a sua inserção profissional e social por meio dela. “Por esse motivo precisamos combinar melhor os esforços dos programas Mais Educação, Pronatec e os recursos da educação digital”, avalia.

    As discussões brasileiras sobre o programa de educação de jovens e adultos (EJA) trilham esse caminho. Durante a Confintea Brasil +6, o secretário de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC, Paulo Gabriel Nacif, falará sobre a revisão da EJA em relação com o mundo do trabalho.

    Segundo Paulo Gabriel, a perspectiva é que 25% das vagas oferecidas na EJA tenham vínculo direto com a educação profissional. “Esse é nosso foco e o grande estímulo para que as pessoas voltem à sala de aula”, defende.

    A relação entre a EJA e a educação profissional está prevista na meta 10 do Plano Nacional de Educação (PNE): oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, nos ensinos fundamental e médio, na forma integrada à educação profissional.

    A implementação da EJA no Brasil é realizada por estados e municípios. Ao governo federal cabe estabelecer as grandes diretrizes. A consulta pública construção da Base Nacional Comum Curricular (BNC) tem sido um dos caminhos que o MEC tem trilhado para essa construção conjunta.

    Protagonismo – Pátria do educador Paulo Freire, referência mundial em educação, principalmente na alfabetização de adultos, o Brasil foi o primeiro país do hemisfério sul a sediar uma Confintea. Junto aos fóruns estaduais de educação de jovens e adultos, mobilizou milhares de pessoas em encontros estaduais, regionais e nacional para discutir o tema no país, na busca de uma educação mais inclusiva e equitativa.

    Mais informações na página da Confintea na internet.

    Assessoria de Comunicação Social

    Ouça:

  • (Foto: UNESCO/Björn Otte)Belém – O Marco de ação de Belém, documento que sintetiza as discussões dos quatro dias da 6ª Conferência Internacional de Jovens e Adultos (Confintea), foi apresentado nesta sexta-feira, dia 4, na capital paraense. O texto reflete consenso entre os participantes, mas sua redação exigiu muitas horas de discussão.

    O ministro da Educação, Fernando Haddad, observou que, apesar das diferenças entre as 156 delegações de países membros que participaram da conferência, o texto procura refletir a vontade coletiva.

    “Foi difícil chegar ao consenso. Mas todos os participantes consideram o texto representativo do que podemos avançar como colegiado num passo a mais na educação de qualidade para jovens e adultos”, afirmou o ministro, durante a cerimônia de encerramento.

    No documento, os países reconhecem a importância de reforçar políticas públicas de educação de jovens e adultos, a necessidade de se aumentar o financiamento da área e de estreitar as parcerias entre governos e sociedade civil para melhorar a qualidade da educação destinada a esse público.

    A fim de melhorar as políticas educacionais para esta faixa etária, o ministro sugeriu que a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) trabalhe para divulgar experiências exitosas. “A Unesco deve disseminar boas práticas para que as metas de Dacar sejam alcançadas por todos”, disse.

    Quanto ao financiamento da educação, o ministro ainda defendeu a criação de fundos internacionais de combate ao analfabetismo. “O Brasil tem reiterado em vários encontros a troca de dívidas por medidas de educação. O atingimento de metas internacionais de educação deveria ser considerado por países credores”, afirmou.

    América Latina – A América Latina foi a região que apresentou mais avanços significativos na formulação e implantação de políticas de educação de jovens e adultos, de acordo com dados do primeiro relatório global sobre aprendizado e educação de adultos, apresentado na conferência.

    De acordo com o secretário de educação continuada, alfabetização e diversidade do MEC, André Lázaro, todos os países da América Latina incorporaram a agenda da educação de jovens e adultos em suas políticas públicas.

    “Equador, Bolívia e Venezuela estão enfrentando fortemente o analfabetismo, O Uruguai reconheceu até mesmo a educação não formal e o México tem fortes programas de educação de jovens e adultos”, exemplificou.

    Já o representante da Unesco no Brasil, Vincent Defourny, disse que o Brasil foi o país que teve maior destaque na formulação de políticas para esta faixa etária. “O Brasil deu passos muito importantes ao ser o país que mais institucionalizou políticas no setor”, disse.

    Maria Clara Machado
  • O conceito de educação de jovens e adultos como forma de acesso à cidadania, e não apenas como sistema de alfabetização, foi defendido por vários especialistas durante audiência pública sobre o tema, realizada no Senado, promovida pela Comissão de Educação, Cultura e Esporte. O objetivo do evento, ocorrido nesta quarta-feira, 7, foi debater o Marco de Ação de Belém, documento final da 6ª Conferência Internacional de Educação de Adultos (Confintea), realizada em dezembro do ano passado, na capital paraense.

    O documento estabelece as diretrizes internacionais que balizarão a educação de adultos até 2020 e expõe problemas e desafios a serem enfrentados. Define que a educação e a aprendizagem de adultos desempenham um papel crítico para o enfrentamento dos desafios culturais, sociais e políticos do mundo contemporâneo e aponta a necessidade de se colocar a educação de adultos em um contexto mais amplo do desenvolvimento sustentável.

    O texto também reconhece que as condições necessárias para que jovens e adultos estejam prontos a exercer os seus direitos à educação são as políticas efetivas de governança, financiamento, participação, inclusão, equidade e qualidade.

    “Países europeus e Estados Unidos defendem a educação ao longo da vida”, lembrou o secretário de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade do MEC, André Lázaro. “Enquanto isso, alguns países da América Latina e África ainda enxerguem a educação de jovens e adultos como um sistema de alfabetização, ou suplemento da escolaridade não cursada na idade própria.”

    Ele observou que o Brasil vem buscando assegurar a oferta de educação de jovens e adultos como política pública de estado. Para isso, prosseguiu, procura elevar sua qualidade por meio de ações como a inclusão dessa modalidade de ensino no Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb) e nos programas de transporte e alimentação escolar; e da produção e distribuição de material didático e literatura específicos; além de ações de fomento à leitura e formação de alfabetizadores e professores.

    Também participaram do debate o consultor da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Neroaldo Pontes de Azeredo; a presidente da Comissão de Educação do Senado, Fátima Cleide (PT-RO); a senadora Marisa Serrano (PSDB-MS), e o vice-coordenador do programa de pós-graduação em educação da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Leôncio José Gomes Soares. 

    Juliana Meneses

    Acesse o Marco de Ação de Belém.
  • Mediada pela princesa Laurentien, da Holanda, a oficina reuniu em Belém representantes de todos os continentes para debater o incentivo à leitura para jovens e adultos (Foto: Divulgação/Confintea)Belém — Despertar o hábito de ler em pessoas que só conheceram as primeiras palavras escritas na juventude ou na vida adulta foi assunto de debate na quarta-feira, 2, na 6ª Conferência Internacional de Educação de Jovens e Adultos (Confintea), em Belém. Reunidos na oficina Cultura da Leitura e Ambiente de Leitura para Jovens e Adultos, mediada pela princesa Laurentien, da Holanda, expositores e participantes dos cinco continentes expuseram problemas e experiências bem-sucedidas em seus países.


    Da organização indiana Planet Read, cujo lema é Leitura para um Bilhão, Brij Khothari relatou que muitos indianos estão reforçando as habilidades de leitura por meio da televisão. “Constatamos que 700 milhões de pessoas tinham acesso à tevê e assistiam às produções nacionais de cinema”, afirmou. Muito populares no país, os filmes indianos frequentemente trazem música e dança em dialetos locais — são 22 no país. Para atrelar a leitura a um hábito de vida de muitos indianos, a organização resolveu colocar legendas nos filmes. “Assim, a pessoa pode fazer o que gosta e, ao mesmo tempo, ler o que o ator está falando ou cantando.”


    A maioria dos participantes concordou que o hábito de leitura precisa estar ligado a áreas de interesse do leitor. A canadense Ellen Szita, da organização não governamental Lifelong Learning for Women, revelou que o neto só aprendeu a ler depois de o professor apresentar a ele textos sobre hóquei, o esporte preferido do garoto.


    De acordo com Brij, em países como a Índia, com grande população e crescente interesse por mídias como a tevê e a internet, não se pode desprezar o alcance dos meios digitais e o apelo que têm com o público jovem e adulto. “É nisso que as pessoas estão interessadas”, destacou. Na Índia, atestou Brij, as legendas na televisão ajudaram cerca de 200 milhões de pessoas a ler melhor.


    Continuidade — Na Nicarágua, a continuidade nos estudos em escolas públicas reforçou a capacidade de ler de jovens e adultos. Segundo Odilí Rios, especialista da Organização dos Estados Americanos (OEA), de 500 mil pessoas recém-alfabetizadas, 38% demonstraram saber ler apenas informações muito básicas, como letreiros de lojas e ônibus. “Descobrimos que aquelas que liam com fluidez continuaram a estudar depois da alfabetização”, disse. Na opinião de Odilí, está claro que o processo de leitura é gradual. “A pessoa vai reforçando o conhecimento ao longo da vida, se estiver exposta a ambientes estimulantes.”


    A fim de estimular a leitura pelo tradicional uso dos livros didáticos e de literatura, a princesa Laurentien destacou que os livros destinados a leitores em formação nessa faixa etária não podem ser os mesmos das crianças. “Devemos levar em consideração o modo de pensar do adulto”, avaliou.


    Nesse caso, o Brasil está avançando, de acordo com a coordenadora-geral de formação e leitura da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do Ministério da Educação, Carmem Gato. “Já estamos na terceira edição do Prêmio Literatura para Todos, que premia autores de livros específicos para esse público”, afirmou.

    Maria Clara Machado

  • A índia ticuna Djuena Tikuna cantou o Hino Nacional na abertura da conferência (foto: Isabelle Araújo/MEC)

    Unir a dimensão técnico-profissional à educação oferecida na vida adulta e pensar a formação de professores com uma pedagogia específica para essa modalidade de ensino. Estas são algumas das novas ações do Ministério da Educação para a educação de jovens e adultos. As iniciativas foram anunciadas pelo ministro Aloizio Mercadante na abertura da Conferência Internacional de Educação de Adultos, a Confintea Brasil +6, aberta nesta segunda-feira, 25. O evento segue até quarta-feira, 27, em Brasília.

    Seis anos após sediar a primeira edição da conferência no hemisfério sul, o Brasil volta a reunir sociedade civil, organismos internacionais e especialistas no tema para avaliar e discutir os avanços na área. “Queremos trabalhar a ideia Pronatec-EJA e não mais separar essas duas dimensões”, disse Mercadante. “A formação técnico-profissional, a qualificação profissional, motiva esses trabalhadores a voltar à escola, a voltar a estudar, e eles podem concluir os anos iniciais, os anos finais, o ensino médio com uma formação.”

    Segundo o ministro, os institutos federais de educação, ciência e tecnologia estão trabalhando nessa direção, com o Sistema S, para criar novas matrículas para jovens e adultos no Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Um grupo de trabalho já foi formado no MEC, para planejar a formação de mais professores com atuação na educação de jovens e adultos. Segundo Mercadante, é importante trabalhar uma pedagogia específica dentro dos cursos de licenciatura para que os professores respondam melhor à realidade dos alunos que chegam à escola em etapa posterior à regular.

    Durante a abertura do fórum, representantes de organismos internacionais, como o gerente do Instituto para a Aprendizagem ao Longo da Vida da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), Werner Mauch, e a secretária-geral do Conselho Internacional de Educação de Adultos (Icae), Katarina Popovic, elogiaram o comprometimento do governo brasileiro com a inclusão de jovens e adultos na escola. Para Katarina, a educação dos adultos nunca foi tão necessária e tão pouco valorizada no mundo, mas o Brasil tem “levado muito a sério” a responsabilidade sobre a educação voltada para a esse público.

    Mercadante ressaltou as políticas públicas que o país implementou desde a Confintea realizada em Belém, em dezembro de 2009. O ministro lembrou as conferências nacionais de educação ocorridas em duas edições e a criação do Plano Nacional de Educação (PNE), com metas específicas para a educação de jovens e adultos.

    Medalha — Promovida pelo Ministério da Educação, com o apoio da Unesco e a da Organização dos Estados Ibero-Americanos para Educação, Ciência e Cultura (OEI), o evento foi palco, ainda, da entrega da Medalha Paulo Freire. Concedida pela Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC desde 2005, a comenda, de valor cultural, reconhece experiências bem-sucedidas na educação de jovens e adultos no Brasil.

    Entre as 65 concorrentes deste ano, cinco receberam menção honrosa e outras cinco foram premiadas com a medalha. Bahia, Paraná, São Paulo, Minas Gerais e Santa Catarina são os estados que tiveram instituições agraciadas.

    Assessoria de Comunicação Social

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  • Belém — Kadijatou Baldeh viajou 14 horas de avião, de Gâmbia, para chegar ao Brasil. Das Filipinas, Ramom Bacani demorou 30 horas para alcançar Belém. Em comum, além das longas horas de avião, os dois guardam o desejo de discutir um desafio mundial: a educação de jovens e adultos. São cerca de 1,5 mil participantes, entre representantes de governos, de organizações não governamentais e da sociedade civil de todo o mundo, reunidos em Belém para a 6ª Conferência Internacional de Educação de Jovens e Adultos (Confintea), aberta nesta terça-feira, 1º, na capital paraense.


    "Há 770 milhões de pessoas analfabetas no mundo", lembrou o secretário geral da Organização das Nações Unidas (ONU), o sul-coreano Ban Ki-moon, em mensagem enviada à abertura da conferência. "Na África, 50% da população é analfabeta", informou o malinês Alpha Konaré, fundador do Movimento pelos Estados Unidos da África, na solenidade de abertura.


    De acordo com Ban Ki-moon, a educação é fundamental para que as pessoas conheçam seus direitos, saibam reivindicá-los e contribuam para um mundo mais justo e economicamente mais forte. A búlgara Irina Bokova, diretora-geral da Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco), concorda. “A educação é transformadora em todos os estágios. Transforma pessoas em cidadãos ativos e tem impacto no crescimento da economia”, afirmou. “Ainda preciso lembrar que a educação é um direito de todos?”, indagou, em alusão à Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948.


    Desafio — Na opinião do ministro da Educação, Fernando Haddad, o desafio é aliar o desenvolvimento humano ao desenvolvimento econômico. “Porque não é possível ter desenvolvimento sustentável sem pessoas que façam isso”, disse.


    De acordo com Haddad, para alcançar metas internacionais de educação de jovens e adultos, todos os países devem trabalhar juntos. “Este é um desafio incontornável. Se cada país buscar isoladamente o cumprimento da meta global, talvez ela não seja cumprida”, afirmou. “Defendemos que sejam perseguidas (as metas) cooperativamente. Por isso, organismos internacionais como a Unesco têm uma função muito importante a cumprir.”


    Metas — De acordo com a meta estabelecida pela Conferência Mundial de Educação de Dacar, em 2000, os países comprometidos devem melhorar a taxa de alfabetização em 50% até 2015. O Brasil deve alcançar 6,7% de taxa de analfabetismo — atualmente, é de 10%. Para Alpha Konaré, além de cooperação, é preciso aumentar o financiamento de políticas educacionais. “Sem isso, estaremos discutindo os mesmos problemas daqui a 50 anos”, provocou.


    Kadijahtou, da organização não governamental Actionaid, espera que os compromissos assumidos em Belém sejam efetivamente cumpridos. “Não queremos só discursos”, enfatizou. O filipino Ramom, membro do Ministério da Educação daquele país, sugeriu que as ações a serem discutidas na Confintea sejam assumidas também pela sociedade. “A estratégia para educar um grupo tão grande de pessoas precisa envolver todos. Só o governo não tem recursos nem gente para isso”, propôs. Também para a secretária-geral da Unesco, é fundamental que o desafio seja assumido por todos. “É uma questão de liberdade humana.”


    A 6ª Confintea é resultado de parceria entre a Unesco, o Ministério da Educação e o governo do Pará. Serão quatro dias de discussões até sexta-feira, 4, para balizar as ações dos países participantes quanto à educação de jovens e adultos.

    Maria Clara Machado

  • Belém — Desde o início da 6ª Conferência Internacional de Educação de Jovens e Adultos (Confintea) na terça-feira, dia 1º, as discussões em painéis, mesas-redondas e oficinas reforçam a necessidade de se passar do debate a ações práticas. A preocupação foi enfatizada nas intervenções finais da conferência, nesta sexta-feira, 4.


    “Os resultados da 5ª Confintea são decepcionantes porque não passamos efetivamente à ação”, disse o presidente do Conselho Internacional de Educação de Adultos, o canadense Paul Bélanger. Ele foi o secretário-geral da conferência anterior, realizada em 1997, em Hamburgo, Alemanha. Para Bélanger, a situação mudou. “Porque neste momento vemos a educação como um instrumento de superação de crises”, disse.


    Segundo Bélanger, a educação de jovens e adultos é fundamental para que as pessoas tenham capacidade de exprimir demandas e de agir criticamente. “A educação, além de formar, precisa oferecer aos adultos o desenvolvimento de competências”, afirmou. Ele entende que adultos bem formados podem contribuir, por exemplo, para diminuir a incidência de doenças no mundo, cuidar do meio ambiente e superar crises, como a alimentar e a econômica. “Como mudar a maneira de produzir alimentos sem a participação das pessoas? Controlar a Aids sem gente informada? Ou superar a crise financeira sem investir na formação de pessoas capazes de lidar com novas situações de trabalho?”


    Para passar da retórica à ação, Bélanger defendeu a integração da educação a outras áreas, como a saúde e a economia, e a mobilização de governos, setores privados e sociedade civil. Ele sugeriu ainda a destinação de percentuais do produto interno bruto de cada país a políticas educacionais e a programas, com medidas práticas e prazos a serem cumpridos.


    Entre as nações que mais avançaram na educação de jovens e adultos desde a conferência de Hamburgo, Bélanger destacou o Brasil. O país, segundo ele, realizou diversos debates com a sociedade civil sobre o tema e construiu políticas baseadas em demandas comuns de governos e população.

    Maria Clara Machado

  • Belém, 2/12/2009 — Os neoleitores — jovens com 15 anos ou mais e adultos que começam a se aventurar pelo mundo da literatura — podem participar de encontro com os autores das obras vencedoras do 3º Concurso Literatura para Todos. Os escritores conversarão com os leitores nesta quinta-feira, 3, às 17h, no estande do Ministério da Educação no Centro de Convenções e Feiras da Amazônia, em Belém.

    O encontro faz parte das atividades da 6ª Conferência Internacional de Educação de Jovens e Adultos (Confintea), que ocorre na capital paraense até sexta-feira, 4. O concurso Literatura para Todos premia obras específicas para estudantes com 15 anos ou mais matriculados em turmas de educação de jovens e adultos de escolas públicas ou que participem do programa Brasil Alfabetizado.

    Das 600 obras inscritas nesta edição, dez foram selecionadas — nove de autores brasileiros e uma de escritor africano de língua portuguesa. Haverá premiação de R$ 10 mil para nove autores. O décimo ganhará menção honrosa. Todos os livros selecionados integrarão a coleção Literatura para Todos e serão publicados com tiragem de 300 mil exemplares. A coleção será enviada a escolas públicas que ofereçam educação de jovens e adultos, a núcleos dessa modalidade de ensino das instituições de educação superior, a unidades prisionais, a turmas do programa Brasil Alfabetizado e a países de língua portuguesa.

    A cerimônia de premiação ocorrerá no encerramento da Confintea, na sexta-feira, 4.

    Premiados — No gênero poesia, foram premiados Maria Amélia de Amaral e Elói, com a obra Poesia Torta; Alexandre Jorge Marinho Ribeiro, com Poemas de Pouco Empenho; Adriano Bitarães Netto, com Poesia da Indagação, e José Luís Tavares (de Cabo Verde, África), com À Bolina ao Redor do Natal.

    No gênero prosa, o prêmio ficou com Mayrant Gallo, autor de Moinhos, e Carlos Augusto de Almeida, de Tempo de Chuva.

    Em tradição oral, o vencedor foi Marco Aurélio Pinotti Catalão, com No Cravo e na Ferradura. Na dramaturgia, Carlos Correia Santos, com Não Conte com o Número Um no Reino de Numespólis. No gênero perfil biográfico, Alaor Ignácio dos Santos Júnior, com Cascatinha e Inhana: a História e os Trinados dos Sabiás do Sertão.

    Foi selecionada com menção honrosa a obra O Papagaio de Van Gogh (prosa), de Antonio de Pádua Barreto Carvalho.

    Maria Clara Machado

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