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  • Para a professora Priscila Rufinoni, mudanças nos programas educacionais abriram espaço para as mulheres (Foto: João Neto/MEC)A força da mulher está presente nas universidades brasileiras. Segundo dados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), o número de mulheres que ingressam no ensino superior supera o de homens. O percentual médio de ingresso de alunas até 2013 foi de 55% do total em cursos de graduação presenciais. Se o recorte for feito para os concluintes, o índice sobe para 60%.

    No último ano do decênio, do total aproximado de 6 milhões de matrículas, 3,4 milhões foram de mulheres, contra 2,7 milhões do sexo oposto. Na conclusão dos estudos, 491 mil alunas formaram-se, enquanto 338 mil homens terminaram seus cursos em 2013.

    Essa forte presença feminina está mais atrelada aos cursos de humanas. No ano de 2011, por exemplo, 64% dos bolsistas do CNPq na área de ciências exatas e da terra eram homens; em engenharia e computação, 66%.

    Porém, de acordo com a professora de filosofia Priscila Rufinoni, da Universidade de Brasília (UnB), as mulheres começaram a ocupar cursos em que não estavam tão presentes. “Este curso (filosofia) sempre foi mais masculino, a começar por seu corpo docente, de maioria esmagadora: 37 homens e 5 mulheres, e assim também entre o alunado”. Segundo ela, apesar de a filosofia ser da área de ciências humanas, ela oferece interface com as ciências exatas, onde a maioria masculina prevalece. Mas Priscila acredita que esse quadro tende a se alterar. “Aumentou o número de alunas no curso. Hoje, vejo mais meninas nas salas”, afirma a professora.

    Há sete anos na UnB, ela diz que uma entre as causas do maior ingresso feminino são as mudanças nos programas educacionais brasileiros, com expansão do acesso ao ensino superior. “O Reuni mudou muito a perspectiva, reestruturou a educação. A filosofia virou disciplina do ensino médio, isso aumentou sua visibilidade e o interesse das mulheres”, avalia.

    Ana Salomão

  • Combater a violência contra a mulher também é questão de educação. Por isso, algumas universidades têm trabalhado para conscientizar homens e acolher mulheres vítimas de violência motivadas por questão de gênero, especialmente, no Dia Internacional da Mulher, comemorado nesta quarta-feira, 8. A data marca a luta por direitos iguais.

    Dentro dessa perspectiva, a Universidade Estadual do Ceará (Uece) inaugura o Núcleo de Acolhimento Humanizado às Mulheres Vítimas de Violência (NAH). O centro vai atuar como um ponto de apoio jurídico e psicológico para mulheres que tenham sofrido algum tipo de violência dentro da instituição. Lá, elas receberão atendimento e serão orientadas sobre quais providências devem tomar e quais locais devem procurar.

    O vice-reitor da Uece, professor Hidelbrando dos Santos Soares, explicou que o núcleo é resultado da identificação de diversas denúncias de violência praticadas contra mulheres nos espaços da universidade, que vão de furto e roubo a assédio sexual, moral e psicológico. Segundo o vice-reitor, a intenção é colocar em debate a questão da violência contra a mulher dentro dos campi.

    “É uma busca em colocar a questão da violência contra a mulher como uma coluna vertebral da ação da universidade em relação às relações interpessoais. Esse é o grande trabalho do núcleo. É a semente de um projeto de uma universidade menos machista e mais antenada com o mundo de amanhã”, destaca o vice-reitor. A Universidade Estadual do Ceará tem atualmente cerca de 23 mil estudantes, 1.100 professores e 800 servidores, e está presente em pelo menos cinco cidades cearenses.

    Outra instituição que atua no combate à violência de gênero é a Universidade Federal de Pernambuco (UFPE). Durante a recepção dos calouros para o primeiro semestre letivo, na segunda-feira, 6, teve início uma campanha de conscientização dos estudantes. São cartazes e peças publicitárias para veiculação na internet, rádio e TV universitária com o tema “A diversidade nos fortalece. A tolerância nos une”. A campanha segue os preceitos do protocolo de atendimento a mulheres vítimas de violência na universidade, que tem como objetivo garantir a segurança e a qualidade no atendimento das estudantes da instituição.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Institutos federais já oferecem educação escolar e profissional para 10 mil mulheres. Em 2012, serão abertas mais 20 mil vagas. (Foto: divulgação do programa Mulheres Mil)Mais de 10 mil brasileiras já são atendidas pelo programa Mulheres Mil. O diferencial do programa é trabalhar a questão de gênero, aliada à profissionalização e à elevação de escolaridade. Presente em todo o país, o Mulheres Mil é uma política pública já executada em 112 campus de institutos federais de educação, ciência e tecnologia.

    A meta do programa, que hoje integra o Brasil Sem Miséria, do governo federal, é promover, até 2014, a emancipação social, econômica e educacional de 100 mil brasileiras.

    Entre as beneficiárias do programa, estão mulheres como Maria Selma da Silva, 43 anos, que participou do projeto-piloto, entre 2008 e 2010, em Fortaleza, pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará. “Participar do programa foi um diferencial em minha vida. Essa mulher que sou hoje nem sequer falava e agora tenho autoestima”. Para ela, quem participa do Mulheres Mil ganha pelo resto da vida. “A gente aprende e passa a valorizar o que aprendeu”, afirma.

    Maria Selma, que fez o curso de camareira, conta que estava há 15 anos sem trabalhar e pouco tempo após terminar a capacitação profissional conseguiu emprego em um hotel. Hoje, já no final do ciclo da educação de jovens e adultos, planeja seguir em frente. “Pretendo fazer o Enem e entrar em uma faculdade”, anima-se.

    Para este ano, o Ministério da Educação prevê a abertura de pelo menos 20 mil novas vagas para atender brasileiras em situação de vulnerabilidade social. A próxima chamada pública está prevista para este mês e deve contemplar 100 unidades de institutos federais. Com isso, serão mais de 200 núcleos do programa em todo o Brasil, média de, aproximadamente, um para cada dois campus de institutos federais.

    Homenagem- Nesta quinta-feira, 8, as instituições da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica promovem uma série de atividades em comemoração ao Dia Internacional da Mulher. As ações, em sua maioria ligadas ao programa Mulheres Mil, incluem aulas inaugurais, palestras para conscientização sobre saúde, debates a respeito do papel da mulher na sociedade, além de atividades culturais, oficinas e cursos.

    Danilo Almeida
  • Márcia Abrahão, reitora da Universidade de Brasília (UnB), acredita que a comunidade universitária já não faz tanta distinção entre homens e mulheres como ocorria no passado (Foto: ACS/MEC)Quando concluiu a graduação em geologia, na década de 80, a atual reitora da Universidade de Brasília (UnB), Márcia Abrahão, era uma das duas únicas mulheres de sua turma, à época, espaço representado pela maioria masculina. Ao assumir o cargo na UnB em novembro passado, tornou-se a primeira mulher à frente da reitoria da universidade, que tem 55 anos de história na capital brasileira.

    Márcia ressalta que existe hoje uma grande quantidade de mulheres na universidade, dentre professoras, funcionárias e estudantes. “Chegar ao cargo de reitora significa uma grande expressão da competência”, avalia. A reitora acredita que a comunidade universitária já não faz tanta distinção entre homens e mulheres como ocorria no passado. Atualmente, o Brasil tem 63 universidades federais e em um terço delas o cargo máximo é exercido por mulheres.

    Para Maria José de Sena, reitora da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), a competência da mulher e a competência do homem se equivalem, somam e agregam (Foto: ACS/MEC)Conquistas - Com mais de um século de existência, a Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) também comemora a primeira mulher no cargo mais alto da instituição, Maria José de Sena. Para ela, a competência da mulher e a competência do homem se equivalem, somam e agregam.

    “As conquistas são positivas. A mulher está conquistando seus espaços porque está se posicionando; está tomando postura de liderança: tenho competência, estou aqui porque sei como fazer e preciso ser respeitada como profissional e como mulher”, salienta a reitora pernambucana. Em sua visão, “é preciso coragem para continuar lutando e se posicionando em prol de assegurar os direitos da mulher na sociedade”.

    Maria José lembra que a UFRPE tem várias ações de acolhimento à mulher. Dentre as iniciativas, destaca a oferta de auxílio-creche para as alunas que têm filhos pequenos, como forma de garantir a permanência na educação superior sem que a maternidade seja um impedimento.

    “É preciso respeitar também outras identidades e combater qualquer tipo de discriminação”, afirma a reitora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Wanda Hoffmann (Foto: Divulgação/UFSCar)Respeito - Engenheira metalúrgica de formação, a reitora da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar), Wanda Hoffmann, também é a primeira mulher a assumir a instituição de ensino paulista, desde que foi criada, há 47 anos. Para a reitora, as mulheres têm despontado e se capacitado cada vez mais, tanto nas áreas de educação, saúde, militar, quanto no comércio e na indústria. Wanda acredita ainda que as diferenças vão além do aspecto de gênero feminino ou masculino. “É preciso respeitar também outras identidades e combater qualquer tipo de discriminação”, frisa a reitora da UFSCar.

    Assessoria de Comunicação Social

     

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