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  • Até 2014, a Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica contará com 20 câmpus em regiões de fronteira. Essas áreas, que compõem cerca de 27% do território brasileiro, reúnem 10 milhões de habitantes, 588 municípios e 11 unidades da federação.

    A partir desta terça-feira, 18, dirigentes de instituições brasileiras, argentinas, paraguaias e uruguaias estarão reunidos em Foz do Iguaçu, Paraná, para debater e organizar metodologias de cooperação para implantação de câmpus dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia nas regiões fronteiriças brasileiras.

    O secretário de educação profissional e tecnológica do Ministério da Educação, Eliezer Pacheco, participa da abertura do evento. Ainda estarão presentes no encontro, que se estende até quinta-feira, 20, representantes dos ministérios da Integração Nacional e das Relações Exteriores. “Esse encontro tem o objetivo de promover a construção de uma estrutura didático-pedagógica para os institutos que trabalham com uma concepção de cultura e identidade na região de fronteira”, explica Rodrigo Torres, assessor internacional da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do MEC. Ele ainda lembra a importância de levar políticas à população de fronteiras, já que nelas o acesso e o alcance do Estado são mais difíceis.

    Em 2009, foram criados os institutos federais de fronteira, com o objetivo de oferecer educação profissional à população e contribuir para a integração do Brasil com outros países da América do Sul. Os cursos são planejados de acordo com as necessidades regionais e a oferta de vagas é compartilhada entre brasileiros e estrangeiros oriundos dos países vizinhos.

    A região de fronteira conta atualmente com dois câmpus. Em Santana do Livramento (RS), o Instituto Federal Sul-Rio-Grandense oferece os cursos técnicos em informática para internet e controle ambiental; no campus de Foz do Iguaçu do Instituto Federal do Paraná, brasileiros, paraguaios e argentinos têm acesso ao curso técnico em aquicultura.

    Danilo Almeida
  • A possibilidade de ampliação do Projeto Escola Intercultural Bilíngue de Fronteira, que hoje reúne 13 escolas brasileiras e outras 13 da Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela, é um dos temas do 3º seminário Escolas de Fronteira. O evento acontece em Porto Alegre, de 8 a 10 deste mês.

    Durante três dias, professores, coordenadores pedagógicos e diretores das 26 escolas, além de representantes dos ministérios da educação dos cinco países e das secretarias de educação dos estados ou províncias, vão avaliar o desempenho do projeto. Segundo Diógenes Aguiar, da diretoria de formação, materiais didáticos e tecnologias da educação da Secretaria de Educação Básica (SEB), existem dois tipos de pedidos de expansão. O Paraguai quer ampliar o número de escolas e outros países manifestaram interesse em incluir estudantes dos anos finais do ensino fundamental.

    Criado em 2005 por um acordo bilateral Brasil-Argentina, o projeto começou com estudantes do primeiro ano do ensino fundamental de municípios vizinhos dos dois países. Em 2009, o Escola de Fronteira foi ampliado de 14 para 26 escolas, com a inclusão do Uruguai, Paraguai e Venezuela. No projeto, estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental têm aula, uma vez por semana, com professores do país vizinho. Os alunos ficam na escola e os professores atravessam a fronteira para dar aula.

    Programa– As atividades do 3º Seminário Escola Bilíngue de Fronteira se compõem de palestras, atividades de avaliação, comunicados e exibição dos documentários Os latino-americanos (Los argentinos, Los paraguayos, Los uruguayos e Los venezoelanos), produzidos por diretores dos respectivos países.

    Eliana Sturza, doutora em lingüística pela Universidade de Campinas (Unicamp) e professora da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), fará a palestra Uma cartografia da fronteira: conhecer a fronteira para o contexto do ensino no projeto; Rosângela Morello, doutora em linguística pela Unicamp, falará sobre As fronteiras: bilinguismo e interculturalidade no processo educativo; e Xoán Carlos Lagares, da Universidade Federal Fluminense (UFF), apresenta Hispanidade, hispanismo, hispanofonia ou panhispanismo: o que há num nome?

    Ionice Lorenzoni
  • Às terças e quintas-feiras, cerca de 80 estudantes do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental da escola estadual Dr. Theodureto Carlos de Faria Souto, situada em Dionísio Cerqueira (SC), têm aulas em espanhol com professores argentinos. Ao mesmo tempo, 150 alunos da Escuela 604 em Bernardo de Irigoyen, na província de Misiones, Argentina, são ensinados em português por docentes brasileiros. Mas a troca de experiências vai muito além da língua. Inseridas no Programa Escolas Interculturais de Fronteira (Peif), as escolas têm enfoque no conhecimento cultural mútuo.

    “A língua é um detalhe, mas a base é a interculturalidade; trabalhamos os costumes dos dois países, a fauna, a flora, o turismo, a alimentação”, explica Mauro Prado, diretor da escola catarinense. O principal benefício, segundo ele, é a aproximação entre os dois países, por meio da educação. “A fronteira é tão perto, mas o conhecimento da realidade de cada um acaba sendo tão distante, e é aí que entram as vantagens do programa”, diz.

    O planejamento das atividades é feito de maneira conjunta entre os professores das duas escolas, com apoio pedagógico da Universidade Federal da Fronteira Sul (UFFS) e do Instituto Misiones, da Argentina. Desde 2012, a UFFS oferece formação continuada a professores brasileiros, argentinos e paraguaios no âmbito do programa Escolas Interculturais de Fronteira. Os cursos e palestras abordam temas como diversidade étnica, pluralismo cultural, história, costumes, tradições, memória, identidade e pertencimento.

    “A universidade encontra-se em um cenário privilegiado quando o assunto é fronteira, por estarmos localizados nos três estados do sul”, afirma o professor Élsio Corá, diretor de políticas de graduação da UFFS e coordenador institucional do Peif. São atendidos professores das cidades-gêmeas de Porto Xavier (RS) e San Javier (Argentina); Santo Antônio do Sudoeste (PR) e San Antonio (Argentina); Capanema (PR) e Andresito (Argentina); Dionísio Cerqueira (SC) e Bernardo de Irigoyen (Argentina).

    Formação– Teve início neste mês um curso de formação continuada em iniciação científica pela UFFS. De acordo com Corá, que coordena o projeto, cerca de 2,9 mil professores brasileiros, argentinos e paraguaios se inscreveram para as 1,5 mil vagas. “Por meio da linguagem científica e da internalização de uma cultura científica será possível contribuir para uma linguagem ‘comum’ na fronteira”, ressalta.

    Segundo Ítalo Dutra, diretor de currículos e educação integral da Secretaria de Educação Básica do MEC, o Peif saiu da ideia de escola bilíngue e passou a ser intercultural. “Essa é a premissa da educação integral: o currículo foi repensado, a escola toda envolvida, por diversos meios de interação”, destaca.

    Na visão do diretor, o programa é indutor da discussão sobre integração na fronteira a partir da educação. “Antes, era principalmente baseado no formato ‘cruze’, em que o professor ou estudante atravessa a fronteira, mas que se restringia a apenas um grupo; agora, a escola toda participa, aproveitando as tecnologias da informação para fazer o intercâmbio”, explica. Para Dutra, as múltiplas formas de interação, a discussão da educação integral e da interculturalidade, o intercâmbio, e a formação de professores são os principais destaques do programa.

    Atualmente os países envolvidos no programa Escolas Interculturais de Fronteira são: Brasil, Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai, Venezuela e Guiana. Para este ano, o objetivo é agregar mais países fronteiriços, como Colômbia, Peru e Guiana Francesa.

    No ano passado, 170 escolas brasileiras solicitaram a adesão por meio do programa Mais Educação. As escolas estrangeiras totalizam 41.

    Em 2014, foram ofertadas 2.110 vagas em cursos de formação continuada voltadas para professores das escolas participantes. Os cursos são ofertados pelas 12 universidades federais parceiras do programa: do Pampa (Unipampa), de Santa Maria (UFSM), do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Pelotas (Ufpel), de Mato Grosso do Sul (UFMS), da Integração Latino-Americana (Unila), da Grande Dourados (UFGD), do Rio Grande (Furg), de Roraima (UFRR), da Fronteira Sul (UFFS), do Amazonas (Ufam) e do Acre (Ufac).

    Letícia Tancredi

  • A vida na fronteira entre Brasil e Uruguai e a educação profissional para quem vive nessa região serão temas do 2º Fórum Binacional de Educação Técnica de Fronteira. O evento está previsto para o dia 30 próximo, no auditório da Universidade Federal do Pampa (Unipampa), em Santana do Livramento (RS). O fórum é de responsabilidade de uma equipe de professores do câmpus Santana do Livramento do Instituto Federal Sul-Rio-Grandense e da Universidad del Trabajo del Uruguay (UTU).

    Essas duas instituições são responsáveis pelos cursos técnicos binacionais em informática e controle ambiental, oferecidos nos câmpus de Santana do Livramento e de Rivera (Uruguai). Eles integram o projeto Escolas Técnicas de Fronteira, iniciativa que prevê trabalho conjunto de Brasil e Uruguai na educação profissional. Segundo Alcione Jacques Maschio, professora de espanhol do campus de Santana do Livramento, o Fórum Binacional de Educação Técnica de Fronteira é mais um aspecto dessa parceria.

    Durante o fórum, uma aluna uruguaia que estuda no Brasil e uma brasileira que estuda no Uruguai falarão sobre a experiência de estar em sala de aula cursando, por exemplo, a disciplina comunicação e expressão. Representantes dos consulados do Brasil em Rivera e do Uruguai em Santana do Livramento foram convidados para falar sobre o futuro profissional dos estudantes desses cursos — após a conclusão, eles recebem certificado com validade nos dois países.

    Os cursos técnicos binacionais também serão temas de especialistas: Fábio Régio Bento, da Unipampa, falará sobre significado e valor da fronteira, com foco na realidade social. Eliana Sturza, pesquisadora da Universidade de Santa Maria, falará sobre línguas de fronteira: condições históricas, identidade e educação.

    A professora Alcione diz que há contínua troca de experiências entre os professores que ministram cursos binacionais no Brasil e no Uruguai: “Nossa meta é fazer com que os alunos possam vivenciar a riqueza cultural deste encontro”. O projeto Escolas Técnicas de Fronteira é uma iniciativa da Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec) do MEC, em parceria com o Instituto Federal Sul-Rio-Grandense e o Consejo de Educación Técnico Profesional da Universidad del Trabajo del Uruguay.  

    Assessoria de Imprensa da Setec
  • O Ministério da Educação instituiu o programa Escolas Interculturais de Fronteira, com o objetivo de promover a integração regional por meio da educação intercultural e bilíngue nas áreas fronteiriças. É o que determina a portaria nº 798, de 19 de junho, publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira, 20.

    O Programa Escolas Interculturais de Fronteira alcançará instituições de 33 cidades em áreas de fronteira, nos estados do Acre, Amazonas, Amapá, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rondônia, Roraima, Rio Grande do Sul e Santa Catarina. De acordo com a diretora de currículos e educação integral da Secretaria de Educação Básica do MEC, Jaqueline Moll, as trocas culturais e linguísticas são intensas nessas regiões.

    “O programa Escolas Interculturais de Fronteira busca qualificar, adensar e induzir uma ação de cooperação entres as escolas públicas brasileiras e as que estão nos outros países”, explicou a diretora.

    De acordo com a portaria, as escolas interculturais de fronteira devem fomentar os princípios da interculturalidade, que reconhece as fronteiras como local de diversidade cultural e promoção da cultura da paz, o conhecimento mútuo e a convivência dos cidadãos dos países fronteiriços.

    O bilinguismo, que incentiva o ensino de português e espanhol nessas escolas, é uma das ferramentas para a integração. Cada região de fronteira possui características históricas e culturais particulares, sendo o currículo desenvolvido e adequado à realidade de cada local.

    As escolas beneficiadas pelo programa passarão a fazer parte do programa Mais Educação, que têm jornada diária de sete horas. Contarão com ações da Secretaria de Educação Básica e da Assessoria Internacional do Gabinete do Ministro do MEC e das secretarias estaduais e municipais de educação das regiões de fronteira; do Conselho Nacional de Educação (CNE) e dos conselhos estaduais e municipais de educação das áreas de fronteira; das instituições de ensino superior que participam da Rede Nacional de Formação Continuada dos Profissionais do Magistério da Educação Básica Pública.

    O MEC participará como articulador junto aos ministérios da educação dos países envolvidos, promovendo cooperação técnica entre as entidades e garantindo recursos financeiros às instituições formadoras e às escolas, para atingir os objetivos do programa.

    Assessoria de Comunicação Social

    Ouça a diretora de currículos e educação integral da Secretaria de Educação Básica do MEC, Jaqueline Moll
  • Nas escolas interculturais de fronteira, gestores, professores e estudantes desenvolvem estudos, pesquisas e atividades que envolvam as línguas comuns, história, geografia, cultura, esportes e datas cívicas (foto: unila.edu.br)O programa Escolas Interculturais de Fronteira, hoje desenvolvido em 17 unidades de ensino brasileiras e em 15 da Argentina, Bolívia, Paraguai, Uruguai e Venezuela, será ampliado, em 2014, no número de escolas, municípios, países, línguas e universidades públicas. A expansão agregará escolas de municípios do Brasil que fazem fronteira com Colômbia, Peru, Guiana e Guiana Francesa.

     

    Com o ingresso dessas quatro nações no programa, aos idiomas português, espanhol e guarani, praticados por professores e estudantes desde 2005, serão acrescidos o inglês e o francês. O objetivo da medida é promover e ampliar a integração regional pela educação intercultural de crianças e jovens residentes em cidades gêmeas ou de fronteira. Cidades gêmeas são aquelas com sedes administrativas próximas, cortadas por uma avenida ou rua, com divisa seca. Um exemplo é Chuí, no Brasil, com a vizinha Chuy, no Uruguai. É considerado município na faixa de fronteira aquele que tem a sede situada a até 150 quilômetros da divisa com outro país.

     

    Dados da Coordenação-Geral do Ensino Fundamental da Secretaria de Educação Básica (SEB) do MEC, relativos a este ano, mostram que o lado brasileiro participa do programa com 11 municípios, 17 escolas, 7,5 mil estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental, 250 professores e dez universidades federais. Das 17 escolas brasileiras, 14 adotam o regime de educação integral.

     

    Para 2014, a expansão deve dar prioridade a escolas que aderiram aos programas Mais Educação e Ensino Médio Inovador. A previsão é alcançar 36 municípios, 108 escolas e 2,1 mil professores, além de trabalhar com 14 universidades públicas. O número de estudantes ainda não está definido.


    Formação — Hoje, a responsabilidade das universidades federais, segundo Paulo Alves da Silva, assessor técnico da SEB, é promover a formação continuada dos professores e gestores das escolas participantes, custeada com recursos da Lei Orçamentária Anual (LOA) e com bolsas de pesquisa. A proposta para 2014 é ampliar a atuação das universidades. Elas devem fazer o acompanhamento pedagógico das escolas, elaborar e desenvolver o projeto político-pedagógico intercultural das unidades.

     

    Os países parceiros do programa em 2013 são Argentina, com seis cidades e sete escolas; Uruguai, três cidades e quatro escolas; Bolívia, uma cidade e uma escola; Paraguai, uma cidade e uma escola, e Venezuela, uma cidade e duas escolas. Com o aumento no número de municípios brasileiros em 2014, deve crescer também o número de cidades de países que já estão no programa e das quatro nações que ingressarão no próximo ano.


    Aulas — No programa Escolas Interculturais de Fronteira, unidade de ensino, gestores, professores e estudantes desenvolvem estudos, pesquisas e atividades que envolvam as línguas comuns na fronteira, história, geografia, cultura, esportes e datas cívicas. De acordo com Paulo Silva, o intercâmbio é feito no formato “cruze” — o professor atravessa a fronteira uma ou duas vezes por semana para trabalhar com os estudantes do outro país.

     

    Estão no programa as universidades federais do Pampa (Unipampa), de Santa Maria (UFSM), do Rio Grande do Sul (UFRGS), de Pelotas (UFPel), de Mato Grosso do Sul (UFMS), da Integração Latino-Americana (Unila), da Grande Dourados (UFGD), do Rio Grande (Furg), de Roraima (UFRR) e da Fronteira Sul (UFFS). Em 2014, ingressarão as do Acre (Ufac), do Amazonas (Ufam), do Paraná (UFPR) e de Rondônia (Unir).


    Origem — O programa Escolas Interculturais de Fronteira, que tem origem em declaração conjunta firmada em Buenos Aires, em junho de 2004, entre os ministérios da Educação, Ciência e Tecnologia da Argentina e da Educação do Brasil, previa a troca de experiências entre estudante e professores de escolas públicas brasileiras e argentinas. O intercâmbio das escolas começou em 2005. Em 2009, o programa foi ampliado com a inclusão de Uruguai, Paraguai, Venezuela e, posteriormente, Bolívia.


    Ionice Lorenzoni

  • Escolas de Fronteira dão a crianças de áreas fronteiriças o acesso à educação bilíngue. (Foto: Wanderley Pessoa)Mais quatro escolas de ensino fundamental, sendo duas do Brasil e duas do Paraguai, ingressam este ano no programa Escolas Interculturais Bilíngues de Fronteira. O programa, que começou a ser executado em 2005, com escolas brasileiras e argentinas, e em 2007 foi incorporado ao Setor Educacional do Mercosul, reúne hoje também escolas do Uruguai, Paraguai e Venezuela.

    O ingresso das escolas brasileiras – Pedro Afonso Pereira Goldoni e Professora Geni Marques Magalhães, ambas de Ponta Porá (MS) – e das escolas paraguaias – Capitan Pedro Juan Caballero e San Afonso, da cidade de Pedro Juan Caballero – está previsto para agosto próximo. Cada escola entra na experiência com três turmas do primeiro ao terceiro ano do ensino fundamental.

    Um diagnóstico sociolinguístico vai preceder a entrada das escolas no programa. O diagnóstico auxilia os ministérios da educação dos países envolvidos na ação a conhecer as condições de uso das línguas portuguesa, espanhola e guarani na linha da fronteira, por alunos, pais, educadores e as comunidades do entorno.

    Dados do Instituto de Investigação e Desenvolvimento em Política Linguística (Ipol), que coordena o programa no lado do Brasil, mostram que o Escolas de Fronteira reúne cinco países – Brasil, Argentina, Uruguai, Paraguai e Venezuela. No conjunto, são 24 escolas de 20 cidades. Participam das atividades 60 professores e cerca de 4 mil alunos de 111 turmas do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, conforme tabela.

    Rosângela Morello, do Ipol, informa que os educadores que atuam no programa recebem assessoria pedagógica para elaborar projetos de ensino-aprendizagem; participam de encontros bilaterais duas vezes por ano para tratar de temas da prática do intercâmbio; e de seminários anuais com palestras e oficinas, e para troca de experiências e exposição de trabalhos.

    O desafio do programa, segundo o Ipol, é a criação de um modelo de ensino comum, com gestão compartilhada, tendo por foco o bilinguismo e a interculturalidade. “Estas características colocam o docente numa relação direta com o outro, a outra escola, fazendo com que ele tenha que reconsiderar suas práticas para aprender um pouco daquilo que o outro ensina”, explica Morello.

    Para executar modelos de ensino comuns entre as escolas parceiras da experiência, e para que um país não imponha seu modelo, no Escolas de Fronteira a participação dos alunos é relevante. Por exemplo, o professor pede que os estudantes sugiram algum problema da comunidade e, juntos elaboram um mapa das atividades a serem desenvolvidas. Essa perspectiva de trabalho é sentida pelo docente como uma grande mudança, segundo o Ipol, uma vez que o educador está habituado a pautar sua aula em um plano previamente definido e válido para todas as turmas.

    Programa– No Escolas de Fronteira, estudantes dos anos iniciais do ensino fundamental têm aula, uma vez por semana, com professores do país vizinho. Os alunos ficam na escola e os professores atravessam a fronteira para dar aula. O intercâmbio de escolas dos cinco países tem os objetivos de estreitar laços educacionais e culturais e desenvolver uma consciência favorável à integração regional.

    Ionice Lorenzoni
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