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  • 16/03/2009 - Inscrições para residência em saúde da família e comunidade

    A Universidade Federal da Paraíba (UFPB) está com inscrições abertas até 26 de março para o processo seletivo para a residência multiprofissional em saúde da família e comunidade para 2009. São oferecidas 25 vagas: educação física (2), enfermagem (4), farmácia (2), fisioterapia (4), nutrição (4), odontologia (4), psicologia (3) e serviço social (2). Podem candidatar-se os alunos graduados que atendam aos pré-requisitos específicos do edital do concurso. A carga horária é de 60 horas semanais, sendo 48 horas distribuídas de segunda a sábado e plantões semanais de 12 horas, podendo ocorrer em qualquer dia da semana. Os aprovados receberão uma bolsa mensal no valor bruto de R$ 1.916,45 (mil, novecentos e dezesseis reais e quarenta e cinco centavos), pelo período de 24 meses, a partir do início das atividades do curso. Mais informações pelo telefone do Núcleo de Estudos em Saúde Coletiva/CCS/UFPB (83) 3216 -7249 , pelo endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou na página eletrônica do Núcleo.


    Capes prorroga inscrições do Pró-Administração

    A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) prorrogou até 31 de março o prazo para inscrições no Programa de Apoio ao Ensino e à Pesquisa Científica e Tecnológica em Administração (Pró-Administração). O programa visa estimular a realização de projetos conjuntos de pesquisa e apoio à capacitação docente, utilizando-se de recursos humanos e de infra-estrutura disponíveis em diferentes instituições de ensino superior e outras instituições que se enquadrem nas regras do edital. O objetivo é possibilitar a produção de pesquisas científicas e tecnológicas e a formação de recursos humanos pós-graduados na área de administração e gestão. Os projetos devem ter duração máxima de quatro anos para o exercício orçamentário e cinco anos para a execução das atividades. Mais informações na página eletrônica da Capes.


    UFPA promove encontro de ensino de química

    A Universidade Federal do Pará (UFPA), por meio do Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento da Educação Matemática e Científica, e a Associação Brasileira de Química – Seção Pará promovem, em Belém, no período de 22 a 24 de abril, o 11º Encontro Paraense de Ensino de Química. A programação do encontro prevê a realização de minicursos, oficinas, palestras, mesas-redondas, exposição de pôsteres, além de momentos culturais. Mais informações na página eletrônica do evento.


    Capes lança edital do Programa Dra. Ruth Cardoso

    A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) está com inscrições abertas até 30 de abril para o Programa Dra. Ruth Cardoso, que oferece apoio à participação de professores e pesquisadores brasileiros das áreas de ciências humanas e sociais nas atividades da Universidade de Columbia, na cidade de Nova York, EUA. O programa é uma parceria da Capes com a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp), a Universidade de Columbia (UC) e a Comissão para o Intercâmbio Educacional entre os Estados Unidos da América e o Brasil (Fulbright). Mais informações na página eletrônica do programa.


    Inscrições abertas para o prêmio Vivaleitura

    Professores, agentes de leitura e outros profissionais que desenvolvem atividades de leitura em escolas, bibliotecas e instituições podem apresentar trabalhos e concorrer ao Prêmio Vivaleitura 2009. As inscrições estão abertas até 24 julho. Na sua quarta edição, o Vivaleitura vai distribuir prêmios de R$ 90 mil, distribuídos entre três categorias. Iniciativa conjunta dos ministérios da Educação e da Cultura, o prêmio tem a coordenação da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e o patrocínio da Fundação Santillana, da Espanha. Democratizar o acesso à leitura, fomentar a leitura e a formação cidadã, valorizar o livro e a leitura e apoiar a criação e a produção literárias são os objetivos do Vivaleitura. As inscrições são gratuitas e poderão ser feitas pela internet ou por carta registrada, com aviso de recebimento para o seguinte endereço: Caixa Postal 71037-7, CEP 03410-970 – São Paulo (SP). Informações também pelo telefone gratuito 0800-7700987 ou na página eletrônica do prêmio.


    Inscrições para reunião da SBPC

    Estão abertas as inscrições para a 61ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que será realizada de 12 a 17 de julho na Universidade Federal do Amazonas (Ufam), em Manaus. Este ano, a reunião tem como tema Amazônia: Ciência e Cultura. As conferências, mesas-redondas, simpósios e minicursos da 61ª Reunião Anual da SBPC serão organizados em torno de 17 núcleos temáticos, contemplando a diversidade da Amazônia. Também constam da 61ª Reunião Anual da SBPC os eventos tradicionais como a ExpoT&C, mostra de projetos de ciência e tecnologia; a SBPC Cultural, com atividades nas expressões e valores artísticos locais e regionais; e a Feira de Livros, espaço para editoras e livrarias. Outras informações e inscrições na página eletrônica da SBPC.


    Encontro internacional sobre gênero em Santa Catarina

    Estão abertas as inscrições para ouvinte no Colóquio Internacional Gênero, Feminismos e Ditaduras no Cone Sul. O evento, que será realizado na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) entre os dias 4 e 7 de maio, tem como objetivo formar uma rede de pesquisadores a fim de se recuperar a história recente sobre gênero, feminismos e ditadura no Cone Sul. O colóquio reunirá conferencistas do Brasil, Paraguai, Chile, Uruguai, México, Argentina e Bolívia. Mais informações no endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo. ou na página eletrônica do evento.


    CNPq divulga calendário de bolsas e auxílios para 2009

    O Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq/MCT) divulga o calendário para 2009 de ações de fomento à pesquisa e de apoio à formação de recursos humanos. São 13 modalidades de bolsas e duas de auxílios com datas de inscrição e períodos de julgamentos distribuídos ao longo do ano. Já as bolsas de pós-doutorado no exterior, sanduíche no país e no exterior, estágio sênior e pesquisador visitante têm dois períodos para inscrição. O primeiro se encerra em 28 de maio e o último em 30 de setembro. Para demais bolsas e mais informações consultar calendário ou na página eletrônica do CNPq.

  • Celebrado em 21 de março, o Dia Internacional da Síndrome de Down busca conscientizar a sociedade sobre a importância do respeito e da inclusão. Hoje, a presença nos colégios regulares de alunos com síndrome de Down não só é uma realidade, como o número de crianças atendidas pela educação especial tem aumentado a cada ano. Os desafios persistem, mas, a cada ano, esse apelo ganha mais força nas escolas.

    Em 1998, cerca de 200 mil crianças que necessitavam de educação especial estavam matriculadas nas classes comuns da educação básica. Em 2014, elas já eram quase 700 mil, distribuídas em 80% das mais de 145 mil escolas em todo o país. O número de alunos da educação especial ultrapassou a barreira de um milhão em 2017 e, em 2018, chegou a 1,18 milhões, registrando um crescimento de quase 11% em apenas um ano. A maior parte, pouco mais de 992 mil, estuda em escolas públicas do ensino regular.

    Para a diretora de Educação Especial do MEC, Patrícia Neves Raposo, a celebração internacional é essencial para reafirmar a inclusão social. “Essas datas são importantes para lembrar dessas diversidades que existem na sociedade; diversidades que caracterizam a humanidade. Também para reforçar sobre o respeito que a sociedade precisa ter em relação a essa diversidade, evitando-se, assim, o preconceito e, em muitos casos, a ação mais grave, que é a discriminação de uma pessoa por condição ou característica que ela apresenta”, destaca.

    De acordo com Patrícia, as escolas devem se preparar cada vez mais para atender aos alunos com síndrome de Down e reconhecer as competências e capacidades que eles têm. “É preciso, muitas vezes, flexibilizar as atividades curriculares, para que eles tenham as necessidades atendidas”. A diretora reforçou, ainda, a importância da participação dos pais na educação. “Os pais também precisam entender que a educação e a aprendizagem são direitos da criança. É importante que eles acreditem e participem da educação de seus filhos”, conclui.

    Elza Marques, 63 anos, moradora de Recife (PE), acompanhou a filha Jéssica nos estudos desde pequena e lembra que a maior dificuldade surgiu de onde menos se esperava. “As dificuldades no início sempre existem. Pensei que encontraria isso nos professores, na escola, mas, no nosso caso, foram os outros pais”, lamenta. “Infelizmente, muitas pessoas não entendem sobre direitos iguais e inclusão e acreditam que alunos com síndrome de Down precisam ir para uma escola especial. Nunca deixei ela se envolver demais com as dificuldades e sempre estive ao lado dela”.

    A pernambucana relata que se surpreendeu com o ensino público e mostra seu orgulho com a filha, hoje com 27 anos e prestes a concluir o ensino superior no Centro Universitário Maurício de Nassau (Uninassau). “Ela estudou tanto em colégio público quanto em particular, e a escola pública foi ótima para ela, muito melhor que a privada. Tudo transcorreu bem com a educação dela e hoje estou feliz por Jéssica estar concluindo a faculdade de Fotografia. Todos têm direito à educação, independente da condição”, comemora.

    Rosyneide Soares é mãe de Luna e tem um canal no YouTube onde fala dos desafios e conquistas com a filha (Foto: Arquivo pessoal)

    Rosyneide Batista Soares, 32 anos, é mãe de Luna, de apenas 1 ano e meio. A moradora do Distrito Federal já se prepara para a educação da pequena e participa de grupos de mensagens, a fim de aprender mais com outros pais que também têm filhos com síndrome de Down. Ela, inclusive, abriu um canal no YouTube para transmitir a experiência. “Muitas vezes os pais se reúnem em grupos, pela internet, e acabam se ajudando e se informando”, diz. “Escuto muitos relatos de pessoas que tentam matricular seus filhos em escolas particulares e são barrados. Por outro lado, nunca ouvi dos pais qualquer dificuldade de fazer o mesmo na rede pública de ensino. A inclusão social em escolas públicas está de parabéns.”

    A mãe de Luna acha louvável tudo o que já foi feito e conquistado em relação à inclusão social dos portadores de síndrome de Down, tanto na área pública quanto na privada, mas acredita que a luta deve continuar sempre. “É preciso um ajuste contínuo, fazer com que cada vez mais a causa seja vista por todos. Por isso, ter um dia internacional é importante. Tenho um canal no YouTube, o Rosy Ramos, onde falo dos desafios com a minha filha, das conquistas, da minha experiência e tudo aquilo que pode ajudar a outros pais a lidar com a síndrome de Down”, conclui.

    Especialização – A rede pública de ensino atende a todos os alunos especiais, independe da condição, como explica a diretora Patrícia Neves Raposo. “O MEC não identifica ou classifica especificamente uma ou outra síndrome. O que acontece é que todos têm direito à educação. Então, aqueles estudantes que têm demandas educacionais que exigem no seu processo de escolarização serviços e recursos especializados, esses compõem o público apoiado pela educação especial”, explica. Segundo Patrícia, os próprios professores da escola, além de profissionais especializados, vão identificar quais necessidades são essas e organizar a escola de forma a atendê-las. “O sistema de ensino atende essas necessidades por meio de vários programas. Estudantes com deficiência, transtorno do espectro autista e altas habilidade/superdotação são atendidos por programas que visam, por exemplo, acessibilidade arquitetônica, aquisição de tecnologia assistiva, salas de recursos multifuncionais, entre outros”.

    Diversos professores da rede pública são formados para a educação especial, tanto para atuar no atendimento educacional especializado, dirigido a esse público, quanto para auxiliar os professores da classe comum do ensino regular que recebem esses estudantes. “Cada um dos estudantes tem um processo escolar, tem a sua singularidade. Por isso, capacitamos os professores para que eles tenham uma prática apoiada em conhecimento teórico, para que os levem a um atendimento adequado. Assim, eles podem conhecer as potencialidades que esses estudantes têm”, ressalta Patrícia.

    A diretora do MEC afirma que muitos professores se interessam pelo assunto e já fazem especializações para atender melhor aos alunos que necessitam de apoio da educação especial, antes mesmo de haver demanda. Patrícia explica que, se uma escola recebe um aluno com essas necessidades e não tem em seu quadro um docente com a especificação, são indicados professores para se capacitarem. “Cerca de 80% das escolas públicas têm, pelo menos, um aluno atendido pela educação especial. Essas instituições já têm profissionais capacitados na área. As especializações são feitas por meio de uma parceria do MEC com universidades, ou por meio dos estados e municípios, que também podem realizar formação de acordo com a demanda”, garante. “O MEC, por meio dos seus programas e ações, tem apoiado sistemas de ensino para garantir o acesso à participação e aprendizagem de todos os alunos”.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • A professora Mariléa Martins (C) é a responsável pelos projetos pedagógicos da escola, e todos têm a inclusão dos pais de alunos: “A participação da família faz toda a diferença na educação” (foto: Mariana Leal/MEC)Na prática e na teoria, a educadora Mariléa de Souza Martins tem a certeza de que a educação na escola deve ser construída em parceria com a família. Responsável pelos projetos pedagógicos da Escola-Classe 305 Sul, em Brasília, todos com a inclusão da família, a orientadora educacional defendeu, em 2014, na Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, em Portugal, pesquisa de mestrado sobre o diferencial da presença dos pais na escola. “Vivemos numa sociedade capitalista, com as mães e os pais no mercado de trabalho, com cada vez menos tempo de acompanhar os estudos dos filhos, as tarefas de casa e passar um tempo prazeroso com eles”, diz. “E essa participação da família faz toda a diferença na educação.”

    A partir da constatação de que a falta de tempo, nos dias de hoje, afasta os pais do ambiente escolar e compromete o rendimento dos alunos, Mariléa elaborou projetos interativos para aumentar a participação da família na agenda da escola, que atende 320 crianças de 6 a 11 anos de idade. Essa parceria tem resultado em maior motivação com as tarefas escolares e melhores notas. “Mandei uma malinha para a casa dos pais e os coloquei para ler”, conta a orientadora, referindo-se ao projeto Mala Voadora, do Serviço de Orientação Educacional da escola.

    Todas as semanas, uma família leva a malinha, que contém três livros, CD com músicas clássicas de Mozart e um jogo de cubos, com personagens desenhados. O material exige criatividade por parte da família para inventar uma história. Há ainda uma pasta com receita de bolo, que deve ser feito por pais e filhos, e dicas de alimentação saudável. A família tem o fim de semana para usar o material e realizar as atividades propostas, que devem ser fotografadas e descritas num caderninho de controle.

    O projeto agradou a Maria Joana Ribeiro Ferreira e a Ismael Ferreira Domingos, pais de Giovanna Sofia, 8 anos, do terceiro ano. “Vivemos com pressa, e o tempo é sempre curto; se não tiver um direcionamento da escola, acabamos deixando as tarefas para o filho fazer sozinho”, diz Maria Joana. “A gente não costumava sentar para ler histórias e brincar com a Giovanna ou a Rafaella, nossa caçula de 3 anos, e a malinha nos despertou para acompanhar mais de perto as tarefas da escola.”

    Esmeralda Moreira Fernandes, mãe de Davi, 7 anos, aluno do segundo ano, espera a vez para levar a malinha para casa. Apesar de ser o primeiro ano do filho na escola, ela se considera uma parceira dos professores no processo educativo. “Temos liberdade para conversar, e graças a essa aproximação percebi que o Davi tem talento artístico para a música e os desenhos”, conta a mãe, que o matriculou em aulas de bateria. “Ele produz textos a partir dos desenhos que faz e já compõe músicas.”

    O cultivo da horta, outra opção da escola para promover a aproximação com os pais, tem a participação de Marlene, mãe de Gustavo, aluno do terceiro ano: “Esse compromisso é importante para acompanhar as atividades da escola e interagir com os professores” (foto: Mariana Leal/MEC)Horta — Além da Mala Voadora, a escola usa a horta para promover a aproximação entre a família e a escola e educar a todos sobre a importância de uma alimentação orgânica e saudável. “É a mãozinha de todos na terra, das crianças, do professor da disciplina e dos pais”, comenta Mariléa. O espaço do cultivo não é muito grande, mas os canteiros exibem ao longo do ano letivo tomatinhos, couve, alface e ervas. Marlene Estrela, mãe de Gustavo Ramos, 8 anos, terceiro ano, participa do projeto. “Já vim aos sábados adubar e trazer mais sementes para plantar”, conta a mãe, que participa das reuniões mensais do ciclo de pais da escola. “Nem sempre dá para vir, mas esse compromisso é importante para acompanhar as atividades da escola e interagir com os professores, que estão abertos a nos ouvir”, explica.

    Banny Gomes, mãe de Davi Guilherme, 10 anos, aluno do quinto ano, é parceira da escola na educação dos filhos há oito anos. “As minhas duas filhas mais velhas já estudaram aqui, e sempre houve essa relação de amizade e parceria entre pais e professores, que vai muito além dos dias festivos”, comenta. “Essa aproximação traz um ambiente de segurança, de acolhimento. A criança fica à vontade para aprender porque sente que a escola é uma extensão de casa.”

    Rovênia Amorim

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  • Professora há 30 anos, Mariza Teresa Chiari Dantas acredita que a escola e a comunidade estão diretamente ligadas e que uma educação de qualidade depende da interação entre escola e família. “Não há como pensar em educação sem o envolvimento da família nesse processo”, destaca Mariza, vice-diretora da Escola Estadual Archimedes Aristeu Mendes de Carvalho, no município paulista de São Carlos. “Educar é sem dúvida um papel que recai sobre a família e a escola. Por isso, quanto mais estreita for essa relação, melhor será o resultado.”

    Pedagoga, com especialização em gestão educacional, Mariza coordena na instituição, desde 2012, o programa Escola da Família. Criado pela Secretaria da Educação do Estado de São Paulo em 2003, o programa tem o propósito de possibilitar o desenvolvimento de uma cultura de paz, despertar potencialidades e ampliar os horizontes culturais dos participantes por meio de atividades que contribuam para a inclusão social. Assim, espaços da escola são usados para receber toda a comunidade em atividades de lazer, cultura, saúde, esporte e qualificação profissional.

    Segundo Mariza, a unidade de ensino organiza as atividades nos eixos esporte, cultura, saúde e trabalho. “Nesses eixos, incluímos ética e cidadania como base para a melhoria da qualidade de vida”, diz.

    De acordo com a professora, o programa Escola da Família tem assegurado benefícios ao relacionamento entre instituição e comunidade. “A participação em reuniões com professores aumentou, assim como no dia a dia da escola”, revela. Além disso, os pais sabem que podem contar com a escola como um espaço seguro de lazer e cultura, nos fins de semana, para os filhos. “A comunidade torna-se participativa, e a escola passa a ser um local agradável de conviver”, avalia.

    Curso — Uma das atividades desenvolvidas pelo programa é o curso Escola de Pais, que tem como proposta de trabalho a vivência das famílias, com a reflexão sobre seu papel no atendimento à criança e ao adolescente. “Os temas desenvolvidos abrangem assuntos do dia a dia que muitas vezes, enquanto pais, não sabemos como tratá-los com nossos filhos”, ressalta Mariza. Assuntos como cuidados essenciais com a criança, como educar os filhos, sentimentos e comportamentos infantis — medo, ciúme, mentira —, adolescência, sexualidade humana e manifestação do amor são tratados em conversas, apresentações de vídeos, músicas e outras dinâmicas de grupo.

    “O curso é destinado, em primeiro lugar, àqueles pais que se interessam, mas procuramos incentivar os que apresentam algum tipo de dificuldade de relacionamento em relação aos filhos”, diz Mariza. Os dias e horários dos cursos são estabelecidos em comum acordo com os participantes.

    De acordo com a coordenadora regional do programa, Mara Silvio Olívio, o curso Escola de Pais nasceu na França. “O ambiente familiar deve ser um lugar saudável, com afetividade, respeito, segurança, mas impondo limites e sabendo dizer não quando necessário”, enfatiza.

    Fátima Schenini

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  • Maria da Glória cuida do ambiente para o filho estudar: “A gente dá apoio, incentiva porque é o futuro dele que está em jogo (foto: reprodução/TV MEC)Para conciliar estudo e trabalho, o brasiliense Lucas Martins, 17 anos, encontra em casa o apoio necessário na preparação para o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). A mãe de Lucas, Maria da Glória Martins, cuida das refeições e do ambiente para o filho estudar.

    Além das aulas, Lucas faz estágio como menor aprendiz. “Estudo de manhã e trabalho à tarde. Se não fosse o apoio da minha mãe, ficaria perdido, sem ter ideia de por onde começar”, disse o estudante.

    De acordo com Maria da Glória, o filho aproveita todos os intervalos para estudar. “Quando ele chega em casa, tem comida pronta, quentinha. Depois do almoço, ele estuda até a hora de ir para o trabalho”, afirmou. “A gente faz qualquer coisa, está do lado dele, dando apoio, incentivando porque é o futuro dele que está em jogo.”

    Para o professor Rafael Batista, a família deve participar da preparação dos estudantes. “É importantíssimo que a família esteja com o candidato, que dê confiança”, disse. “O candidato não pode se sentir pressionado, cobrado demais porque já existe um peso muito grande nessa trajetória.”

    Batista explica que a família ajuda ao oferecer a estrutura para o jovem estudar. “É importante que a família consiga sempre garantir um espaço adequado para o estudante, com silêncio, lugar para os livros”, destacou. “No dia da prova, a família precisa estar junto e fazer a rotina da casa se adequar à das provas.”

    A rotina de Lucas nos dias do Enem já foi planejada pela família, desde o transporte até a hidratação. “No dia do Enem, o pai dele vai levá-lo, uma hora antes; ele vai levar lanche, água e suco”, disse Maria da Glória.

    Provas — Os participantes do Enem farão quatro provas objetivas, cada uma com 45 questões de múltipla escolha e uma prova de redação. No sábado, 24 de outubro, serão realizadas as provas de ciências humanas e suas tecnologias e de ciências da natureza e suas tecnologias, com duração de 4 horas e 30 minutos, contadas a partir da autorização do aplicador. No domingo, 25, será a vez de linguagens, códigos e suas tecnologias, redação e matemática e suas tecnologias, com duração de 5 horas e 30 minutos.

    Considerado, sempre, o horário oficial de Brasília, a aplicação das provas começará às 13h30. Os candidatos terão acesso aos locais a partir das 12h. Os portões serão fechados às 13h, em todas as unidades da Federação. Os candidatos devem verificar as diferenças resultantes do horário de verão, que então estará em vigor. Ou seja, dos horários locais em relação ao da capital federal.

    Este ano, o cartão de confirmação do Enem terá formato digital. Com isso, os participantes devem buscar o acesso ao sistema de inscrição do exame pela internet — nas edições anteriores, o comprovante era enviado pelos Correios.

    Acesso — O Exame Nacional do Ensino Médio é um mecanismo de democratização do acesso às políticas públicas de educação. Com a nota obtida no Enem, o estudante pode tentar vaga na educação superior por meio do Programa Universidade para Todos (ProUni), que permite a estudantes brasileiros de baixa renda obter bolsas de estudos integrais e parciais (50% da mensalidade) em instituições particulares de educação superior. O resultado também é requisito para receber o benefício do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies), participar do programa Ciência sem Fronteiras e ingressar em vagas gratuitas dos cursos técnicos oferecidos pelo Sistema de Seleção Unificada da Educação Profissional e Tecnológica (Sisutec). Estudantes maiores de 18 anos podem também obter a certificação do ensino médio por meio do Enem.

    Assessoria de Comunicação Social

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  • Na escola mineira, a presença dos pais, sempre bem-vinda, inclui atividades como depoimentos, narração de histórias e participação em competições esportivas e em oficinas de culinária e de artesanato (arte: ACS/MEC)A Escola Estadual Professor Joaquim Pimenta de Araújo, no município mineiro de Água Boa, a 380 quilômetros de Belo Horizonte, procura manter comunicação constante com as famílias dos alunos. Para isso, promove reuniões e desenvolve projetos que contribuem para o fortalecimento de suas iniciativas. A escola atende aproximadamente 400 alunos do ensino fundamental.

    Além de convidadas a participar de eventos pontuais, como festas e datas comemorativas, as famílias são chamadas a colaborar em ações desenvolvidas ao longo do ano letivo. Assim, os pais vão à escola para dar depoimentos, contar histórias, participar de competições esportivas e até mesmo desenvolver, com os professores, oficinas de culinária e de artesanato.

    “O principal benefício de uma maior participação das famílias é o aumento da confiança mútua”, diz Elenita Alves Xavier Barreiros, diretora da instituição. “A família sente segurança quanto ao trabalho da escola, e a escola sente-se apoiada e confiante no desempenho de suas funções”, destaca. Para ela, a relação de credibilidade reforça os laços que vão além dos muros da escola e acaba por beneficiar toda a sociedade. “É importante que os pais percebam que a presença é sempre bem-vinda”, assegura Elenita. Há 24 anos no magistério e há dez na direção, ela tem licenciatura plena e pós-graduação em matemática.

    Para Andréia Christina Alves Barroso Leite, vice-diretora, a participação das famílias proporciona mais credibilidade à escola. “O aluno passa a ter mais confiança, e a família é respeitada em seus direitos”, analisa. De acordo com Andréia, embora ainda exista uma parcela que sempre está ocupada demais para participar ativamente dos trabalhos propostos, as famílias costumam atender bem aos convites. “Quando se trata de educação, é fundamental plantar a semente e regá-la constantemente, confiando sempre que colheremos bons frutos”, enfatiza Andréia. Há 15 anos no magistério, ela tem graduação no curso normal superior.

    Diálogo — “Procuro envolver os pais nos projetos da escola e até mesmo nas atividades diárias que realizo na sala de aula”, explica Márcia Rodrigues de Paula Moraes, professora de turma de terceiro ano do ensino fundamental. “Nas reuniões com os pais, discutimos os projetos, como o de recital de poesia, por exemplo”, diz. Márcia também mantém contato pelo celular e pelo whatsapp. “Se alunos faltam, ligo pessoalmente para saber o porquê e sempre que necessário”, revela. “Nosso diálogo é permanente.”

    Há 15 anos no magistério, a professora acredita que a participação efetiva da família na escola torna o processo ensino-aprendizagem mais dinâmico e prazeroso para o aluno. Além disso, enfatiza, contribui para elevar a autoestima dos alunos e melhorar a disciplina. Márcia tem graduação em curso normal superior e pós-graduação em docência superior.

    Fátima Schenini

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    Em Brasília, pais aprendem a participar da rotina dos filhos

  • Aproximar da escola as famílias dos alunos nem sempre é fácil, mas o estreitamento dessa relação apresenta resultados importantes na redução dos índices de reprovação, da distorção idade-série e do abandono escolar. Além de aumentar a motivação dos filhos para os estudos, o envolvimento de pais, mães e responsáveis com os projetos pedagógicos, a fiscalização de recursos destinados a programas e o acompanhamento da agenda escolar contribuem para a qualidade da educação.

    O Complexo Educacional Professor Hamilton Werneck, em Governador Nunes Freire, Maranhão, decidiu chamar as famílias para participar do cotidiano da escola. A escola criou a Coordenação da Família, que fez visitas às casas de estudantes com cinco ou mais faltas consecutivas, e realizou reuniões bimestrais antes das avaliações para que os pais e responsáveis pudessem acompanhar o período de provas.

    O resultado de uma relação mais próxima entre família e escola tem sido a melhoria dos índices da instituição de ensino. Desde 2014, o complexo educacional desenvolve o projeto Família Presente, Escola Contente. Com ele, conseguiu reduzir de 32% para 8% os índices de reprovação.

    Para a gestora escolar Elizangela Oliveira, levar a família para dentro da escola mudou esse panorama. “Apresentamos os dados, desde o índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) até os dados internos, e solicitamos a parceria, pois juntos conseguiríamos reverter o quadro”, disse.

    Entre as ações do projeto, o complexo educacional entregou prêmios e certificados às dez famílias que mais estiveram presentes nas atividades da escola, chamadas de Famílias Nota 10.

    Para a professora Mariza Teresa Dantas, a escola e a comunidade estão diretamente ligadas, e uma educação de qualidade depende da interação entre instituição de ensino e família. “Não há como pensar em educação sem o envolvimento da família nesse processo”, disse Mariza, vice-diretora da Escola Estadual Archimedes Aristeu Mendes de Carvalho, no município paulista de São Carlos. “Educar é sem dúvida um papel que recai sobre a família e a escola”, afirmou. “Por isso, quanto mais estreita for essa relação, melhor será o resultado.”

    Estreitar a relação entre família e escola é uma das estratégias do Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2014, para aumentar a qualidade da educação. A meta 19 do PNE, que trata da gestão democrática nas escolas públicas, estabelece que a rede de educação básica constitua ou fortaleça, no prazo de dois anos, as associações de pais e os grêmios estudantis.

    Assessoria de Comunicação Social

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  • Aos poucos, com exemplos bem-sucedidos em todas as regiões do Brasil, fica provado que a participação da família no cotidiano escolar faz a diferença. Além de aumentar a motivação dos filhos para os estudos, o envolvimento de pais e mães com os projetos pedagógicos, a fiscalização de recursos destinados a programas e o acompanhamento da agenda escolar contribuem para a qualidade da educação.

    O estreitamento das relações entre as escolas e as famílias teve início no Brasil na década de 1990, e o reconhecimento da importância desse processo está referendado no Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado em 2014. Para ampliar a gestão democrática nas escolas públicas, a meta 19 do PNE prevê prazo de dois anos para que toda a rede de educação básica constitua ou fortaleça grêmios estudantis e associações de pais. Segundo estimativa da Confederação Nacional das Associações de Pais e Alunos (Confenapa), quase 50% dos munícipios brasileiros já estruturaram as associações de pais e alunos (Aspa).

    Em Rio Branco, Acre, o professor e advogado Francisco Generozzo busca ampliar a participação das famílias nas escolas municipais desde 2008. Hoje, ele atua com o Conselho de Alimentação Escolar (CAE) na fiscalização dos recursos enviados pelo governo federal para a compra da merenda das 110 escolas municipais.  “É uma forma de contribuir com o coletivo”, explica Generozzo. Como membro do conselho escolar do município, ele integra a comitiva de pais que visita anualmente uma cidade do estado para trocar experiências com gestores educacionais.

    A ideia básica desse trabalho de peregrinação é convencer os gestores educacionais a construir uma parceria com a família em torno do processo educativo. Segundo o professor, as escolas precisam estar abertas de forma democrática aos pais para receber sugestões em torno do processo educativo, não apenas para que ouçam reclamações dos alunos.

    Conforme Generozzo, a construção dessa parceria é um processo gradativo, de articulação e convencimento, mas que deve começar por ações simples, a exemplo de uma parceria com os comerciantes próximos para a manutenção da escola. “Sempre tem uma torneira quebrada para trocar”, diz ele. “As famílias precisam assumir a escola como extensão de casa. Escola é um lugar para levar e buscar conhecimento. Todos podem contribuir de alguma forma e sugerir mudanças.”

    Protagonismo — A participação da família, porém, ainda tem sido muito tímida, tanto no ambiente escolar quanto nos espaços representativos da política educacional nacional, na avaliação do advogado Luís Cláudio Megiorin, presidente da Associação de Pais e Alunos das Instituições de Ensino do Distrito Federal (Aspa-DF). Segundo ele, dos três mil delegados de todo o Brasil que participaram da segunda edição da Conferência Nacional de Educação (Conae), que avaliou e discutiu as metas aprovadas no PNE, apenas 226 eram pais. “E boa parte desses pais era formada por professores”, disse. “Nós, pais, não podemos ser tutelados pelos professores; precisamos assumir a nossa responsabilidade e ter uma postura mais protagonista frente à educação”, afirma.

    Pai de um menino de 10 anos e de uma adolescente de 13, Megiorin diz que em casa atua como um juiz em relação às tarefas da escola. Ou seja, estabelece regras, que devem ser cumpridas. “A primeira lição que temos de dar aos filhos deve ser com relação a respeitar os professores, e as reuniões de pais na escola são obrigatórias”, salienta. “Se não tem tempo naquele dia, devem ir depois e se informar. Sempre há espaço para a família estar presente na escola.”

    Pesquisas — Presidente da Confenapa e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA), Pedro Trindade Barretto comenta que a importância da participação de pais e mães de alunos na escola está constatada em pesquisas científicas. “Estudos demonstram que quanto mais a família interage com a escola, e é por ela incentivada a participar, mais efetiva é a aprendizagem e maiores são a qualidade das habilidades adquiridas e a assimilação dos valores praticados pela comunidade na qual se insere a escola”, afirma.

    De forma inversa, diz Barretto, onde falta integração de pais e mães de alunos com a escola, a qualidade do ensino não evolui, os problemas seculares se reproduzem e se ampliam com a onda de violência que invade o espaço interno das escolas. Nesse sentido, Barretto esclarece que, embora a aproximação de pais tenha conquistado espaço no PNE, a nova legislação não obriga as escolas a abrir as portas, nem os pais a se tornarem pró-ativos. Por isso, uma das missões das associações de pais em todo o país tem sido contribuir para a conscientização das famílias acerca da importância de acompanhar a educação dos filhos em casa e na escola.

    Rovênia Amorim

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  • A escola gaúcha estimula a participação dos pais por acreditar que eles podem contribuir para melhorar o diálogo entre professores e alunos e levar a um melhor desempenho no ensino-aprendizagem (foto: boqnews.com)No município de Feliz, na região metropolitana de Porto Alegre, a Escola Municipal de Ensino Fundamental Alfredo Spier abre oportunidades para que pais e responsáveis pelos estudantes tenham participação efetiva nas atividades. “Procuramos manter a família sempre muito próxima; chamamos para conversar, participar de reuniões, de eventos e mostras escolares”, ressalta o professor Moisés Schmitz, diretor da escola. “A ideia é que não se faça vistas grossas a comportamentos indesejáveis ou a rendimentos escolares insuficientes, mas que se possa acompanhar de perto o que os alunos estão fazendo, enaltecendo o que está bom e dizendo o que pode ser melhorado.”

    Há 25 anos no magistério, Marli Rauber Paqueira procura estimular a participação dos pais, por acreditar que isso contribui para melhorar o diálogo entre professores e alunos, além de levar a um melhor desempenho no ensino-aprendizagem. De acordo com a professora, a proximidade com as famílias ajuda a equipe dirigente da instituição de ensino na resolução de conflitos e na busca de parcerias para a realização de melhorias.

    Professora em uma turma do terceiro ano do ensino fundamental, Marli acredita que as famílias com participação mais ativa na escola compreendem a importância do ensino para os filhos. “De certa forma, elas passam tranquilidade ao professor, pois demonstram parceria se algo precisa ser resolvido com o aluno”, destaca. Para ela, é muito importante saber como convidar os pais a participar das atividades. “É preciso usar uma linguagem capaz de cativar, pois a sociedade em que vivemos é cheia de cobranças, e isso deixa as famílias muito desmotivadas”, avalia.

    Oficinas — A escola Alfredo Spier oferece diversas oficinas aos 215 alunos, em turmas da educação infantil ao nono ano do ensino fundamental. Cooperativa, rádio, jornal, esporte, dança e reforço escolar são alguns dos temas incluídos. “Na oficina de horta escolar, ocorre a participação direta de pais para a preparação do solo, planejamento na escolha das culturas e transporte de adubo orgânico”, explica o diretor. “Na oficina de banda de latas, as famílias participam com coleta de material para confecção dos instrumentos, bem como nas apresentações ao público.”

    “Em todas, há a participação da família”, enfatiza Schmitz. Ele acredita que a parceria família-escola é a chave do sucesso. “Dessa forma, a família tem melhores condições de identificar o progresso do filho, o que se reflete positivamente na aprendizagem do aluno”, diz o diretor. Há 15 anos no magistério, ele tem licenciatura em educação física e pós-graduação em atividade física e saúde.

    Fátima Schenini

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  • Mais jovem de cinco irmãos, Bruno Vieira aprendeu a ler e a fazer contas com o pai, antes de ir para a escola. Com esses ensinamentos, pôde fazer o pré-escolar em um ano — seriam três — e ingressar no ensino fundamental. Os pais de Bruno não completaram o ensino médio. Ele é o primeiro integrante da família a chegar à educação superior depois de cursar a educação básica em escolas públicas.

    Em uma autoavaliação, Bruno diz que foi bom aluno até a oitava série do ensino fundamental, mas admite ter perdido o interesse pelos estudos no ensino médio. “Não via sentido”, alega.

    Poliana, então sua namorada, o ajudou a mudar o curso da história. Em 2004, ela sugeriu a Bruno que fizesse o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Ele estudou e foi bem nas provas, embora sem saber exatamente como o Enem poderia ser útil, uma vez que ninguém na família tinha estudado além do ensino médio. O pai, hoje com 69 anos, foi motorista de caminhão e operador em uma fábrica de papelão. É aposentado, mas trabalha como catador de garrafas para complementar o orçamento da família. A mãe, 57 anos, cuida da casa e de netos.

    Apesar das dúvidas, a insistência de Poliana e as boas notas no Enem abriram as portas da universidade para Bruno. O ProUni, implantado no primeiro semestre de 2005, concretizou o sonho.

    Ionice Lorenzoni

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