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  •  A proposta do concurso é valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar (arte: ACS/MEC)“Você conhece a história da Marta Lagarta?” A pergunta faz parte da primeira lição do dia das crianças da creche municipal Ronald Berger, na área rural do município de Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo. A contadora da historinha é a merendeira Leila Foss, 45 anos, que todos os dias passa de sala em sala com uma rápida historieta para despertar o interesse da meninada para a merenda escolar.

    “Eu entro em sala com uma alface na mão e distribuo pedaços de folhas para eles comerem enquanto falo que a dona Marta Lagarta trocou chiclete, biscoito recheado e picolé pela alface”, conta Leila. O teatro com a hortaliça é uma introdução para o cardápio da merenda do dia: omelete nutritiva assada.

    O prato inventado por Leila, que leva dentre outros ingredientes ervilha em vagem, salsa e cebolinha, lhe rendeu um dos 15 lugares na final do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar. Promovido pelo Ministério da Educação, em parceria com o Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o concurso celebra os 60 anos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

    Nos dias 28 e 29 de janeiro próximos, Leila estará em Brasília para preparar a omelete na etapa final do concurso. A expectativa de Leila é que sua iguaria esteja entre as cinco vencedoras. “Quando entrei no concurso me questionei aonde chegaria com uma omelete. Estou chegando na capital do país!”, impressiona-se.

    Leila trabalha na creche Ronald Berger há 13 anos. Antes, cursou magistério, chegou a lecionar pouco tempo na educação de jovens e adultos e foi auxiliar de sala de aula por três anos, mas a realização profissional veio como merendeira. Diz sentir-se mais à vontade e bem nesta função.

    “Vez ou outra sou pressionada a seguir a carreira de magistério, mas não me deixo abalar. Consigo fazer mais onde estou. Como merendeira me sinto útil. Estou próxima dos alunos para passar dicas de alimentação saudável, além de criar histórias”, afirma.

    Leila Foss cursou magistério e chegou a lecionar na educação de jovens e adultos, mas a realização profissional veio como merendeira (Foto: divulgação)O orgulho de Leila nos últimos dias é ser reconhecida na rua pelos meninos maiores que já passaram pela creche, depois que sua fama de finalista de concurso se espalhou. “Eles me tratam com carinho. Lembram que cuidei deles e agora que sabem do concurso me chamam de a merendeira do ano (risos).”

    A omelete criada por Leila entrou na alimentação escolar da creche em 2014. Segundo ela, o cardápio daquele ano chegou com sugestão de fritada de ovos e ela incrementou com os outros ingredientes até sair a omelete nutritiva.

    A fartura da zona rural de Santa Maria de Jetibá contribui com o incremento da alimentação nas escolas na região. Com isso, a merendeira dispõe de um leque de verduras e legumes para ajudá-la a reinventar o cardápio da merenda escolar.

    Leila revela que o concurso fez as ideias borbulharem. “Estou criando novos cardápios para submeter à aprovação da nutricionista e preparar para a criançada”, diz. Empolgada, a merendeira do município capixaba tem anotado as receitas que vêm à cabeça. “Quem sabe eu não participo de novos concursos”, almeja.

    Conheça a receita da omelete nutritiva assada

    Assessoria de Comunicação Social

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  • Já está na reta final o concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar. As 15 merendeiras selecionadas na etapa regional se reúnem na próxima quarta-feira, 25, em Brasília, para preparar, ao vivo, as receitas que fazem sucesso em suas regiões. O concurso é promovido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao MEC.

    “Além de destacar o trabalho de quem tanto se esforça para garantir uma alimentação adequada às nossas crianças, queremos mostrar o quanto o Brasil é rico em variedades de alimentos que podem ser oferecidos de maneira saudável e criativa nas escolas”, atenta o presidente do FNDE, Silvio Pinheiro. “Acreditamos que as receitas apresentadas poderão inspirar profissionais que trabalham com a merenda nos mais variados lugares do país”.

    Nesta segunda, 23, e na terça, 24, as merendeiras participam do curso de boas práticas da alimentação e preparações, oferecido pelo FNDE, no Senai de Taguatinga, em Brasília. As finalistas terão aulas teóricas e práticas sobre preparação e apresentação de pratos.

    Tradições – De preparações com pupunha e tucupi à lasanha de fubá e ao rocambole de baru, as receitas a serem apresentadas aos jurados na quarta-feira remetem às mais variadas tradições alimentares das regiões brasileiras. Os 15 pratos selecionados se destacaram entre os mais de dois mil inscritos na primeira etapa do concurso.

    Na prova final, que ocorrerá no Senai de Taguatinga, as merendeiras vão se revezar em dois turnos (das 8h às 12h30 e das 14h30 às 18h) para apresentarem suas receitas ao júri. Serão cinco jurados: um estudante da rede pública acima de 12 anos, um nutricionista, um conselheiro de alimentação escolar, um chefe de cozinha reconhecido pela crítica e um representante das entidades parceiras do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

    Serão escolhidas cinco merendeiras, uma de cada região. As vencedoras ganharão, além de uma viagem internacional, um prêmio no valor de R$ 6 mil. A cerimônia de premiação será na quinta-feira, 26, no auditório do Sebrae Nacional, em Brasília, com participação do presidente do FNDE e do Ministro da Educação, Mendonça Filho.

    A lista com as receitas finalistas do concurso pode ser vista aqui.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • A pernambucana Gilda Rosângela Cordeiro foi a vencedora da região Nordeste no Concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, com o Caldo Nordestino Nutritivo (Foto: Mariana Leal/MEC)

    Após alguns meses de expectativa e depois de passarem por quatro fases do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, as merendeiras vencedoras de cada região do país foram anunciadas no último dia 26. A competição, promovida pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação, teve o objetivo de valorizar o papel dos profissionais da merenda na promoção de uma alimentação saudável e adequada nas escolas públicas brasileiras. As receitas vencedoras serão divulgadas na íntegra nas próximas semanas no portal do MEC.

    A merendeira Gilda Rosângela Cordeiro foi a representante do estado de Pernambuco, ganhadora da região Nordeste. Ela trabalha na Escola Estadual Juazeiro, no município de Tacaratu, na região do sertão pernambucano, e escolheu participar da competição com o prato Caldo Nordestino.

    O Caldo Nordestino de Gilda é feito com mandioca, couve e coxão de bode, itens advindos da agricultura familiar e da horta da escola. A merenda é servida para os 259 alunos da escola. “O principal ingrediente do meu prato é amor e carinho pelos estudantes. Amo minha profissão; para mim, é a mais importante do mundo”, destaca Gilda, sem esconder a felicidade por sair vitoriosa na disputa e faturar o prêmio de R$ 6 mil e uma viagem ao Caribe, com tudo pago.

    Confira a receita:

    O caldo nutritivo de Gilda leva carne de bode e mandioca, entre outros ingredientes (Foto: Mariana Leal/MEC)Caldo Nordestino Nutritivo
    Tempo de preparo – 1h30
    Número de porções – 10


    Ingredientes:

    1kg de carne de ovino (bode)
    200g de cebola crua
    150g de tomate vermelho maduro cru
    100g de pimentão verde cru
    30g de alho cru
    10g de pimenta de cheiro
    10g de açafrão
    20g de folha de louro
    20ml de limão tahiti espremido
    20g de sal de cozinha
    20g de semente de cominho
    100g de couve crua
    1kg de mandioca crua ou cará
    3L de água

    Modo de Preparo:

    Cozinhe a mandioca ou o cará com 2 litros de água
    e reserve. Tempere a carne de bode com sal, alho, limão, tempero seco, folhas de louro e o açafrão. Junte o tomate, a cebola, o pimentão, a pimenta de cheiro e refogue por 2 minutos.

    Acrescente 1L de água, o coentro e cozinhe até que a carne fique bem macia. Bata a mandioca ou o cará no liquidificador com a água do cozimento em velocidade máxima por aproximadamente 3 minutos. Misture a macaxeira ou cará batido no liquidificador com a carne de bode cozida; caso seja necessário, acrescente um pouco mais de água.

    Corte a couve em tirinhas bem finas e misture ao caldo. Leve para cozinhar em fogo baixo por dez minutos, mexendo de vez em quando. Desligue o fogo, salpique cheiro verde e sirva.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Diversificado por natureza, o Rede Escola desta sexta, 21, tem atrações que prometem bons momentos para ficar na frente da telinha. O programa vai ao ar às 19h pela TV Escola, emissora vinculada ao MEC.

    A primeira novidade fica por conta da visita que o apresentador Ernesto Xavier fez ao Instituto Benjamin Constant, no Rio de Janeiro, onde, ao lado de estudantes com deficiência visual, acompanhou uma roda de samba das mais animadas. A atividade faz parte de um projeto pedagógico desenvolvido pela professora do ensino básico Mariana dos Reis, que aproveita o samba para ensinar uma matéria obrigatória nos currículos escolares: o ensino da história e da cultura afro-brasileiras. 

    Outro tema de destaque é o Programa Jovem de Expressão, desenvolvido em Brasília desde 2007 e voltado à promoção de atividades relacionadas a saúde, cultura e educação para jovens de baixa escolaridade. São ações que vêm transformando a vida de pessoas incluídas nas estatísticas elaboradas pelo Atlas da Violência, divulgado pelo Instituto de Pesquisa Econômica e Aplicada (Ipea) e pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, sobre vítimas de mortes violentas no país.

    Na coluna Caminhos da Educação, o jornalista Antônio Gois traça um paralelo do desempenho escolar entre jovens brancos e negros. Já o ensino técnico é destaque na reportagem sobre a 42ª Reunião Anual dos Dirigentes das Instituições Federais de Educação Profissional Tecnológica (Reditec). O evento, que aconteceu em Búzios (RJ), reuniu líderes de diversas instituições brasileiras e internacionais para debater os desafios do ensino técnico, modalidade que está atraindo cada vez mais estudantes no país.

    Reality show Rede Escola apresenta ainda uma prévia do Super Merendeiras, primeiro reality show da TV Escola. As estrelas são dez profissionais de extrema importância na educação infantil: as merendeiras. Representantes das várias regiões do Brasil, elas mostram as receitas que têm feito sucesso nas escolas, a partir das indicações nutricionais do Programa Nacional de Alimentação Infantil (Pnae). Quem fala sobre essa atração, que tem estreia marcada para o próximo dia 28, é Silvio Pinheiro, presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação.

    Ainda na edição desta sexta, Rede Escola aborda a ampliação dos Percursos Educativos, portal que, desenvolvido pela TV Escola, trabalha conteúdos de biologia, matemática e língua portuguesa direcionados a quem vai prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Especialistas comentam questões que fizeram parte das provas de todas as edições do exame. O programa mostra como acessar e utilizar o portal, que contempla os interesses não apenas dos candidatos ao Enem, mas, de maneira geral, de todos os estudantes.

    Rede Escola é exibido todas as sextas, às 19h, com reapresentações no sábado, às 16h; no domingo, às 12h; e na segunda-feira, às 12h30. O programa também pode ser assistido nos endereços da TV Escola no Twitter, no Instagram, no Youtube e no Facebook.

    Clique aqui para assistir aos programas anteriores ou trocar informações e sugestões.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • A proposta do concurso é valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar (arte: ACS/MEC)“É a coisa que eu mais gosto na minha vida”, diz Maria da Conceição Ferreira do Carmo, sobre o trabalho de merendeira na Escola Municipal de Ensino Infantil e Fundamental Do Evangelho, em Vitória do Xingu (PA). Há quatro anos, ela cozinha para 360 alunos do município, na zona rural no sul do estado paraense e em 2015 ganhou um reconhecimento diferente.

    Autora da receita de farofa nutritiva, classificada entre as 15 finalistas do Concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, além de ver o prato fazer sucesso entre alunos e jurados, ela sentiu o gostinho de a iguaria ser transformada em tema de estudo na sala de aula. O Projeto Interdisciplinar Farofa Nutritiva, como foi chamado, envolveu os alunos do terceiro ao quinto ano entre novembro e dezembro de 2015.

    Em todas as matérias do ensino fundamental, a farofa foi trabalhada pelos professores e alunos. Na disciplina de português, por exemplo, o gênero receita foi estudado com mais atenção. Já em matemática, a quantidade dos ingredientes, a proporção e a transformação das medidas foram incorporadas ao conteúdo normal.

    A origem dos alimentos utilizados no prato foi discutida na matéria de geografia, por meio de visita dos estudantes à casa de farinha da aldeia Pakisamba. Lá, eles puderam conhecer a produção do principal produto da receita, comprado da cooperativa indígena pelo Programa de Aquisição de Alimentos do Governo Federal.

    Em história, conhecer a realidade das quatro aldeias indígenas da região que fornecem a farinha ampliou a visão dos alunos sobre a receita. O valor nutricional dos ingredientes foi trabalhado, ainda, em ciências. E na disciplina de artes quem deu aula foi a merendeira Maria da Conceição, que colocou os alunos para pôr a mão na massa e se deliciar com a farofa, que chegou à final do concurso promovido pelo Ministério da Educação e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

    A competição busca conhecer e valorizar os pratos servidos diariamente a milhões de brasileiros, nas escolas públicas do país, além de reconhecer o trabalho de merendeiros e merendeiras. Quando surgiu a oportunidade de participar do concurso, Maria da Conceição resolveu criar o prato especialmente para inscrevê-lo na disputa.  

    “Grão de bico, soja, cenoura, beterraba, cebolinha, pimentinha de cheiro e a farinha de puba, típica da região”, são alguns ingredientes da receita citados por Maria da Conceição, esclarecendo que outros tipos de farinha do país também podem ser usados. O importante, diz a merendeira, é a farofa ser cheia de alimentos saudáveis.

    Aprendizado – Na Escola Do Evangelho, tudo o que vai para o prato das crianças é acompanhado de perto pela equipe de nutricionistas do município, que visita a escola semanalmente. Os profissionais dão orientações às merendeiras e montam, junto com elas, o melhor cardápio servido aos alunos, da pré-escola à Educação de Jovens e Adultos (EJA), nos três turnos.  

    A merendeira Maria da Conceição viu sua iguaria ser tema de estudo e ainda deu uma aula prática para os alunos (Foto: divulgação)Mas nem sempre foi fácil. No começo, havia muita resistência dos alunos com o cardápio proposto e era constante o desperdício de alimentos. Foi preciso, então, chamar a família para a escola e promover a importância de uma reeducação alimentar também em casa.

    Nesse processo, o projeto Horta Escolar, mantido pelo programa Mais Educação, do Governo Federal, foi um importante incentivo na alimentação dos estudantes. Alguns ingredientes das receitas preparadas na cozinha da escola são cultivados pelos próprios alunos. Uma maneira de, desde cedo, despertar o interesse das crianças pelos alimentos. Plantando e colhendo legumes e hortaliças, fica mais difícil recusá-los na hora de comer.

    As frutas são compradas dos agricultores da região e têm até um dia especial no cardápio. É a sexta-feira, o Dia da Fruta, em que além de serem usadas nos sucos, são servidas como sobremesa. E se tem uma fruta que não pode faltar é o açaí. Seja qual for o dia, servido com farinha de mandioca, ele é sucesso garantido entre os alunos. “Os meninos adoram”, conta a merendeira, orgulhosa.

    Confira a receita da farofa nutritiva

    Assessoria de Comunicação Social

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  • Em Brasília, as 15 merendeiras finalistas do concurso participaram de um curso de boas práticas e de oficinas de nutrição (Foto: Isabelle Araújo/MEC) A emoção tornou-se um ingrediente a mais na final do concurso que premiou as melhores receitas da alimentação escolar. As quinze merendeiras de escolas públicas de todo o país que participaram da última prova de fogo da competição estiveram no Ministério da Educação, em Brasília, nesta quinta-feira, 28, para a entrega do prêmio às cinco autoras das receitas vencedoras.

    O secretário-executivo, Luiz Cláudio Costa, representou o ministro Aloizio Mercadante na cerimônia, e destacou que considerava todas as 15 participantes vencedoras, independente do resultado. Ele observou que o concurso, que celebra os 60 anos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), foi um dos mais significativos momentos do ministério nos últimos anos.

    “Todos nós somos educadores, só que as atitudes e dedicação que as merendeiras e os merendeiros têm com os estudantes os marcam para a vida inteira. Os alunos podem em algum momento esquecer as lições de sala de aula, mas as lições da vida e de bons hábitos alimentares ficam para sempre”, destacou o secretário.

    Representando as 2.433 pessoas que se inscreveram no concurso, a merendeira Leila Foss, de Santa Maria de Jetibá (ES), destacou que esses profissionais que cuidam da alimentação escolar fazem parte de um bem maior, a cidadania, que inclui uma alimentação de qualidade. “Trabalhamos para garantir a todos os alunos do país o direito a uma alimentação saudável”, afirmou.

    O secretário-executivo do MEC, Luiz Cláudio Costa, entrega o prêmio à vencedora da região Sul, Maria de Lurdes Fidelis (Foto: João Neto/MEC)Três merendeiras de cada região do país chegaram a Brasília no domingo, 24 de janeiro, para a etapa final que elas denominaram de “prova de fogo”, realizada ontem. Durante a estadia na capital federal, participaram de um curso de boas práticas, onde puderam ampliar o conhecimento sobre higiene, manipulação e controle de qualidade de alimentos.

    Temperos– O grupo também realizou oficinas de nutrição. As merendeiras aproveitaram para compartilhar entre elas a diversidade de temperos a ser utilizados no preparo da merenda. “Nunca imaginei que fosse possível usar pimenta no pudim”, observou a vencedora da região Centro-Oeste, Osmarina Pereira, 40 anos, que trabalha na escola estadual vereador Antônio Laurindo, em Iporá (GO). Osmarina copiou a ideia da colega baiana Dejanira de Souza, vencedora da região Nordeste com o prato abará de carne moída com aipim.

    Para a seleção final, elas apresentaram suas iguarias para um júri composto por um aluno da rede pública, um presidente de Conselho de Alimentação Escolar, uma chefe de cozinha e uma nutricionista. Também fez parte do grupo de jurados um representante da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), entidade apoiadora da competição, juntamente com o Centro de Excelência contra a Fome do Programa Mundial de Alimentos, o Banco do Brasil e o Senai.

    Concurso– O concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar buscou valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente da escola, além de conscientizar toda a comunidade escolar sobre o tema.

    Os autores da iguaria mais saborosa e melhor elaborada de cada região do Brasil ganharão uma viagem internacional, com direito a acompanhante, além de um prêmio de R$ 5 mil.

    A primeira fase do concurso contou com 2.433 receitas inscritas. Desse total, 1.403 passaram pela fase eliminatória e foram submetidas, na etapa estadual, aos votos de presidentes de conselhos de alimentação escolar e nutricionistas cadastrados no Pnae. As votações apontaram as 123 receitas que seguiram para a fase regional e serão reunidas em um livro.

    Em seguida, os presidentes dos conselhos de alimentação escolar e os nutricionistas cadastrados no FNDE escolheram as três melhores receitas de cada região, utilizando os mesmos critérios da etapa anterior: criatividade, valorização de hábitos locais e a viabilidade de inclusão no Pnae, com replicação no contexto da alimentação escolar.

    A proposta do concurso é valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar (arte: ACS/MEC)

    CONFIRA AS VENCEDORAS

    Centro-Oeste
    Merendeira: Osmarina Pereira Assini
    Receita: Torta Saborosa de batata doce com peixe
    Município: Iporã (GO)
    Escola: Escola Estadual Vereador Antônio Laurindo

    Nordeste
    Merendeira: Dejanira de Souza
    Receita: Abará de carne moída com aipim
    Município: Salvador (BA)
    Escola: Escola Municipal Nossa Senhora Das Candeias

    Norte
    Merendeira: Maria Arlete da Silva
    Receita: Arroz de cuxá com charque
    Município: Parauapebas (PA)
    Escola: Escola Municipal de Ensino Fundamental Novo Horizonte

    Sudeste
    Merendeira: Anilda Berger
    Receita: Bolo salgado de arroz da Anilda
    Município: Santa Maria de Jetibá (ES)
    Escola: Escola Municipal Unidocente de Ensino Fundamental Baixo Rio Pantoja

    Sul
    Merendeira: Maria de Lurdes Fidelis
    Receita: Torta de arroz nutritiva
    Município: Matelândia (PR)
    Escola: Escola Municipal Dom Pedro II – Educação Infantil e Ensino Fundamental

    Confira as 15 receitas finalistas do concurso

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    Assessoria de Comunicação Social

    Ouça:

     

     

  • Merendeiras representantes das cinco regiões brasileiras conheceram a experiência de escolas da República Dominicana (Foto: FNDE/Divulgação)

    As cinco merendeiras vencedoras da segunda edição do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar tiveram, na última semana, a oportunidade de trocar experiências com profissionais da República Dominicana e conhecer de perto a realidade das escolas do país. Acompanhadas por representantes do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao MEC, elas visitaram escolas, estiveram em plantações que produzem alimentos oferecidos aos estudantes, trocaram receitas e aprenderam sobre a cultura local.

    A viagem foi um dos prêmios da segunda edição do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, promovido pelo FNDE. Em visita à escola sustentável El Bosque, em Monte Plata, as merendeiras representantes de escolas públicas das cinco regiões brasileiras, aprenderam sobre o sistema de segurança alimentar e nutricional dos estudantes locais, que é desenvolvido na província pelo Instituto Nacional do Bem-Estar dos Estudantes (Inabie).

    “Essa experiência abriu meus olhos, me fez enxergar a importância de uma merendeira para os alunos, ver que não sou apenas uma merendeira e sim uma educadora alimentar”, disse entusiasmada a representante do Nordeste, Gilda Rosângela de Souza, que prepara refeições diariamente para meninos e meninas da Escola Juazeiro, na cidade de Tacaratu, em Pernambuco. “O concurso mudou muito minha vida, pois fez tornar público um sentimento que eu guardava dentro de mim, o amor pelo que faço.”

    A criadora do famoso Caldo Nordestino, que tem como principal ingrediente a carne de bode, não escondeu a alegria por vivenciar sua primeira viagem internacional e ainda por cima mostrando um pouco do seu trabalho. “Sou muito grata por tudo! Tenho muito orgulho de ser merendeira e hoje posso dizer que sou muito mais feliz!", afirmou.

    Após os cinco dias de visitações e passeios, Gilda e as merendeiras Daniela Fernanda Felizardo (Sul), Luciana Aparecida Pinheiro (Sudeste), Debora de Souza Leal Ribeiro (Centro-Oeste) e Maria Claudia Ferreira dos Santos (Norte) foram homenageadas pelo governo de Santo Domingo, em cerimônia no escritório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura.

    Concurso – A segunda edição do concurso, realizada no segundo semestre de 2017, recebeu mais de duas mil inscrições. Os principais objetivos da inciativa são valorizar o papel de merendeiras e merendeiros que trabalham diariamente em prol da alimentação de qualidade nas escolas públicas do Brasil, promover a alimentação saudável e mobilizar a comunidade escolar para a temática da educação alimentar e nutricional.

    De acordo com o presidente do FNDE, Silvio Pinheiro, mais que mostrar o papel das profissionais, o foco do concurso é valorizar o que o Brasil tem de melhor no que se refere à alimentação escolar. “As merendeiras conseguem traduzir as regras e leis que o Governo Federal estabelece, em refeições muito saborosas. O papel da merendeira é, sem dúvida, essencial para o sucesso das políticas públicas de educação”, disse.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações do FNDE  

  • O Concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar provocou uma intensa mobilização nas cozinhas escolares de diversos municípios brasileiros, algo que deve se repetir ao longo dos próximos meses. Nesta terça-feira, 11, o Ministério da Educação e o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) lançaram a próxima edição do concurso, com edital ainda a ser divulgado, que vai selecionar e premiar receitas preparadas por merendeiras e merendeiros de todo o país, como forma de valorizar esses profissionais e promover a formação de hábitos alimentares saudáveis nas escolas.

    Durante o evento de lançamento, que contou com as dez melhores colocadas nas edições anteriores do concurso, o secretário-executivo do MEC, Henrique Sartori, destacou a importância dessas profissionais. “Vocês (merendeiras) têm uma missão das mais lindas do mundo. Muitas das vezes é a única oportunidade de uma alimentação rica e que cuide do desenvolvimento das crianças. E é isso o que faz com a nossa missão aqui seja bonita e importante. Fico emocionado de ver que tem pessoas que representam a boa política pública, este Brasil que muitos desconhecem. E isto é o que faz com que a missão do nosso ministério seja das mais importantes do país.” 

    O diretor de Ações Educacionais do FNDE, José Fernando Uchoa, também falou sobre o papel dos profissionais que cuidam da merenda escolar. “Neste momento as merendeiras do Brasil estão produzindo alimentação para mais de 40 milhões de crianças e jovens em nosso país. São mais de 40 milhões de refeições por dia e para muitas dessas crianças, talvez, a única refeição do dia.”

    Ao final foi lançado o livro Melhores Receitas da Alimentação Escolar, que contém as receitas finalistas e semifinalistas de todas as regiões brasileiras participantes da edição anterior do concurso.

    As 10 merendeiras vencedoras das mais recentes edições do concurso Melhores Receitas estiveram em Brasília para o lançamento da próxima (Foto: Mariana Leal/MEC)

    As políticas de segurança alimentar e nutricional vinculadas à Educação se realizam dentro do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). O PNAE tem mais de seis décadas de existência e é considerado um dos maiores, mais abrangentes e duradouros programas de alimentação escolar do mundo. Por meio dele são servidas mais de 10 bilhões de refeições por ano, com acompanhamento de mais de 8 mil nutricionistas. Os recursos federais, de caráter suplementar ao aporte obrigatório feito por estados e municípios, somam em 2018 quase R$ 4,1 bilhões – e representam, em muitos casos, a principal fonte para aquisição de alimentos destinados às escolas.

    Super Merendeiras – As dez merendeiras presentes no lançamento do Concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar participaram do reality show Super Merendeiras, cuja final será exibida pela TV Escola em 21 de dezembro. Entre as participantes estava a merendeira Osmarina Pereira, de Iporá, no interior de Goiás. “Para nós é muito gratificante estar aqui participando dessa comemoração e espero que nos próximos anos a gente esteja aqui também, porque é muito bom. A gente ama o que faz, e fazemos com muito orgulho e paixão. Eu acho que cada uma vai levar um pouquinho de cada dia que estivemos naquele reality show”.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Os 62 anos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae) foram comemorados nesta terça-feira, 11, em solenidade no auditório do MEC, com o lançamento do segundo concurso anual de melhores receitas, envolvendo merendeiras de todo o país. Além do ministro da Educação, Mendonça Filho, estavam presentes o presidente do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação, Silvio Pinheiro,e representantes de organismos estrangeiros.

    Mendonça Filho destacou a prioridade que o governo federal tem dado a iniciativas que contribuem para um ensino público de melhor qualidade no Brasil. Uma delas foi a decisão, neste ano, de aumentar em 20% os valores dos repasses da União para a merenda escolar aos estados e municípios, após anos de defasagem.

    “É um programa compartilhado que teve reduzida a importância da participação federal no orçamento necessário à sua viabilização”, apontou. “Retomando esse reajuste, mostramos claramente a nossa postura de prestigiar e reconhecer algo que vem dando certo e que contribui de forma efetiva para a educação.”

    Graças ao Pnae, são servidas 50 milhões de refeições por dia para 41 milhões de estudantes. O trabalho conta com a atuação de 6 mil nutricionistas. Para 2017, estão sendo investidos recursos de R$ 4 bilhões.

    O ministro Mendonça Filho destacou a decisão do governo de aumentar os valores dos repasses para a merenda escolar. (Foto: Rafael Carvalho/MEC)

    Repercussão – Silvio Pinheiro, presidente do FNDE, autarquia vinculada ao MEC responsável pela distribuição dos recursos do Pnae, salientou que o programa tem ultrapassado fronteiras e, por isso, também vem chamando a atenção de outros países, muitos na América Latina, como Costa Rica e México. “Todos os meses temos servidores que viajam para fora, a fim de mostrar o nosso trabalho”, explicou.

    O fato de ser um programa que atravessa inúmeros governos foi igualmente lembrado por Gustavo Chianca, assistente da Organização das Nações Unidas para a Alimentação e Agricultura (FAO). “O Brasil, hoje, está ‘bem na foto’”, destacou. “Por meio de uma pesquisa feita recentemente, a FAO anunciou que saiu do mapa da fome. Menos de 5% da população brasileira se enquadrava na faixa de insegurança alimentar. Um dos fatores para esse resultado é a alimentação escolar, referência internacional.”

    Benefícios – Daniel Balaban, diretor do Centro de Excelência contra a Fome da ONU, enumerou alguns reflexos positivos comprovados do programa: redução do abandono escolar, maior aprendizado (quando o estudante está bem-alimentado) e desenvolvimento econômico local – pois 30% dos produtos comprados são da agricultura familiar. Segundo Balaban, em algumas nações de origem muçulmana, o programa tem contribuído também para a igualdade de gênero. “Aumentam as matrículas de meninas pelos pais, porque elas passam a ter o que comer fora de casa”, situou.

    Mas saciar a fome não é a única preocupação. Pelo menos por parte das merendeiras, a comida precisa ser saborosa. É onde fica em evidência o papel desta importante categoria, representada na cerimônia do MEC por Maria de Lourdes Fidelis, de Matelândia (PR). Ganhadora da primeira edição do Concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar com o prato vencedor Torta nutritiva de arroz, ela revela um dos segredos do sucesso de suas colegas: “A gente não precisa de temperos industrializados. Importante é amor, carinho e dedicação”.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O prazo de inscrição na segunda edição do Concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar foi prorrogado para 12 de julho. Serão selecionadas as cinco melhores receitas servidas nas escolas públicas de educação básica de todo o país – uma por região. Promovida pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao MEC, a competição tem como objetivo valorizar o papel das merendeiras e merendeiros na promoção de uma alimentação saudável e adequada no ambiente escolar. 

     “Uma alimentação equilibrada contribui para o desenvolvimento e para o bom aprendizado de todos”, afirma o presidente do FNDE, Silvio Pinheiro. Ele destaca as merendeiras como essenciais para o sucesso do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), que oferece 50 milhões de refeições diárias aos estudantes das escolas públicas brasileiras.

    Os interessados em participar devem, inicialmente, inserir CPF e o código Inep da escola onde atuam. Em seguida, basta preencher dados adicionais e informações sobre a receita inscrita, como ingredientes, medidas e modo de preparo. É preciso também inserir uma atividade de educação alimentar e nutricional desenvolvida na escola e relacionada à receita cadastrada.

    Um critério valorizado no concurso será o de receitas que utilizem alimentos saudáveis e equilibrados  (Foto: Mariana Leal)

    Etapas – O concurso terá quatro fases. A primeira etapa será eliminatória. Só podem participar redes de ensino que alcancem uma pontuação mínima em relação a critérios relevantes da execução do Pnae, como adquirir produtos da agricultura familiar e possuir nutricionista responsável técnico cadastrado no FNDE, entre outros aspectos. Quem não alcançar a pontuação indicada no edital não poderá participar do concurso.

    Depois, vem a etapa estadual, onde serão selecionadas as cinco melhores receitas de cada unidade da federação, num total de 135. Na fase seguinte, a disputa regional, cada região escolherá três receitas que concorrerão na fase final, no fim de outubro. A seleção das melhores receitas, nas etapas estadual e regional, ficará a cargo de nutricionistas cadastrados e presidentes de conselhos de alimentação escolar. Os votos devem ser formulados na página eletrônica do concurso e precisam seguir quatro critérios básicos: criatividade; valorização de hábitos locais; inclusão de alimentos saudáveis e a possibilidade de replicação da receita no contexto da alimentação escolar.

    Na etapa nacional, as 15 receitas finalistas serão preparadas e degustadas por um júri composto por um estudante da rede pública acima de 12 anos, um nutricionista, um conselheiro de alimentação escolar, um chefe de cozinha reconhecido pela crítica e um representante das entidades parceiras do Pnae. A bancada julgadora vai apontar, então, as cinco receitas vencedoras do concurso, uma por região. Os campeões receberão um prêmio de R$ 4.800 e uma viagem internacional.

    Interessados em participar devem acessar a página do concurso.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações do FNDE

     


  • Promover a alimentação saudável com entretenimento e valorização de quem é diretamente responsável por preparar as refeições de 45 milhões de estudantes em todo o país. É o que está previsto no programa Super Merendeiras, um reality show que vai ar na TV Escola a partir do segundo semestre deste ano e que contará com a participação de 10 merendeiras de todas as regiões do país. Elas vão concorrer entre si utilizando o que fazem de melhor: deliciosas receitas.

    A série terá 13 episódios de 26 minutos cada e as escolhidas para participar foram as vencedoras das duas edições do Concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, promovido pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia vinculada ao Ministério da Educação. FNDE e TV Escola assinaram um termo de cooperação técnica para realizar o programa.

    Duas delas vão para a grande final e uma será a grande vencedora. As receitas serão avaliadas por três jurados especialistas em alimentação e educação. Mas todas as participantes já são vencedoras, pois disputaram com cinco mil inscritas nas duas edições do Concurso Melhores Receitas.

    As merendeiras desempenham papel fundamental no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), ao colocar em prática os critérios estabelecidos para uma alimentação saudável, manipulando diretamente os alimentos e mantendo uma relação expressa com os estudantes. Por isso, a valorização dessas profissionais é fundamental para o sucesso do programa, que é o mais antigo do MEC, com início em 1942.

    “Isso para nós já é uma vitória”, conta a merendeira Maria de Lourdes, de Matelândia (PR). “Estar aqui, ser valorizada no dia a dia do trabalho, onde a gente está preparando alimentação para essas crianças, que muitas não têm em casa...” Ela adianta com qual prato pretende concorrer no programa: “Comentaram que minha receita foi muito boa. Eu penso em levá-la de novo, que é almondega de proteína de soja recheada com creme de milho verde, cenoura e abobrinha”, revela.

    As merendeiras vencedoras do Concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar participarão de programa na TV Escola (Foto: André Nery/MEC)

    O Super Merendeiras também pretende dar visibilidade às ações do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), promover a capacitação da mão de obra especializada, implementar as atividades do Plano Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional e as ações estratégicas para o enfrentamento das doenças e de prevenção e controle da obesidade, além de ressaltar a importância de uma alimentação saudável e acessível.

    “Esse programa é muito importante para valorizar as merendeiras, o trabalho que elas fazem, a importância da merenda escolar para melhorar o dia a dia das crianças”, comenta a secretária-executiva do MEC, Maria Helena Guimarães de Castro. “E é muito importante para as crianças e para outras merendeiras do Brasil, porque essas supermerendeiras vão multiplicar boas ideias, boas receitas para o Brasil inteiro.” Ela lembra também que essas profissionais têm consciência dos produtos a serem utilizados no preparo das refeições e da adequação da alimentação para cada faixa etária.

    Público – O programa será voltado a alunos, professores, gestores, pais, profissionais da área de nutrição e formadores de opinião. Serão feitas gravações nas cidades de cada candidata para apresentar cada competidora. Já as provas serão realizadas no Rio de Janeiro, onde elas permanecerão durante 20 dias.

    O diretor geral da TV Escola, Fernando Veloso, comenta: “O programa conta com um formato consolidado no mundo inteiro, já existente em diversos países. O que consideramos o diferencial é esse caráter público e didático que nós daremos ao programa”, disse.

    O Pnae é responsável por servir mais de 50 milhões de refeições todos os dias para 45 milhões de estudantes de 160 mil escolas de todo o país. Por isso, o chefe de gabinete do FNDE, Rogério Fernando Lot, destaca a importância do Pnae para o respeito às tradições. “Defender o regionalismo é muito importante para as crianças porque elas vão encontrar na escola o alimento a que elas acostumadas. As merendeiras valorizam isso em suas receitas e para nós é importante porque reforça a diversidade do Brasil”, afirmou.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Finalista - Anilda BergerCriatividade e improviso foram os ingredientes que deram origem à receita do bolo salgado de arroz da merendeira Anilda Berger. Moradora na zona rural do município de Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo, Anilda, 51 anos, está entre os 15 finalistas do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar. Promovido pelo Ministério da Educação em parceria com o Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE) o concurso celebra os 60 anos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

    Descendente dos pomeranos – povo alemão originário da Pomerânia, que chegou ao Brasil no século 19 – Anilda nasceu e cresceu na roça. A única vez que saiu da fazenda onde mora foi há dez anos, para ir ao estado vizinho, Minas Gerais, vender alho com o marido e o tio na Central Estadual de Abastecimento (Ceasa) de Belo Horizonte.

    “Alugamos um caminhão e fomos. Na estrada fui vendo a paisagem diferente. Nunca tinha ido tão longe”, relembra a merendeira, que agora está na expectativa de realizar um sonho: viajar para mais longe ainda e “de avião”. Anilda vai preparar para as “autoridades de Brasília” a receita de sucesso entre os alunos da escola rural municipal Emuef Baixo Rio Pantoja, que fica a oito quilômetros da fazenda onde ela mora.

    Para ir e voltar todos os dias da escola onde trabalha, Anilda pilota uma “motinha”, comprada há dez anos com o salário de merendeira. Rotina completamente diferente da vida no campo onde plantava e colhia junto com a família. Ela conta que no início não pilotava bem e tinha medo das subidas e descidas da região serrana.

    “Até pensei em sair do emprego quando chegaram as chuvas. Persisti porque pouco antes de começar como merendeira eu tive filhos gêmeos. Não dava pra arriscar viver só da colheita”, conta. Hoje lembra orgulhosa que, antes da motocicleta, o primeiro salário foi para comprar uma máquina de lavar as roupas dos bebês.

    A merendeira Anilda Berger, nascida e criada na roça, subirá pela primeira vez num avião para mostrar em Brasília sua receita de sucesso (Foto: divulgação)Anilda trabalha há 21 anos como merendeira, mas lembra que a adaptação no emprego foi difícil, porque na roça a alimentação era com o que tinha e da forma que desse para preparar. “Cozinhava em casa sem orientação”, explica. Como merendeira, passou a seguir cardápio com as recomendações da nutricionista. “Era comida pra muita gente. Tive de fazer cursos e participar de treinamentos, além de ter horário para trabalhar. Era tudo novo pra mim.”

    Apesar da novidade, a receita que Anilda inscreveu no concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar é inspirada na necessidade pela qual passava em casa, quando misturava ao arroz o que tinha de legumes da plantação para fazer render a refeição do dia. Na escola, o bolo salgado de arroz foi criado há dois anos. “O cardápio da primeira semana de aula não chegou a tempo e improvisei com o que tinha”, conta. Anilda misturou ao arroz frango, leite e farinha de trigo. Juntou ainda tomate, cenoura e temperou com cebola, sal e cebolinha.

    De acordo com a merendeira, os estudantes começaram a pedir para repetir o cardápio nos outros dias. “A nutricionista da Secretaria Municipal (de Educação) veio conhecer o bolo salgado de arroz, provou, aprovou e o prato passou a fazer parte do cardápio da escola.”

    Anilda só teve oportunidade de estudar até a quarta série do ensino fundamental e se emociona ao comparar as condições de ensino para os meninos da roça hoje com os seus tempos de escola. “Agora os alunos chegam na escola têm merenda, fruta, lápis e caderno. Na minha época não tinha merenda. Levava de casa um pão e um ovo cozido para ter o que comer. Mudou muito. Para melhor”, afirma.

    Concurso – O concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar busca valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar, além de conscientizar toda a comunidade escolar sobre o tema.
    Na etapa final, prevista para os dias 28 e 29 de janeiro próximos, um júri selecionado deve apontar a iguaria mais saborosa e melhor elaborada de cada região do Brasil. As cinco vencedoras ganharão uma viagem internacional e um prêmio de R$ 5 mil.

    A primeira fase do concurso contou com a participação de merendeiras de todo o país. Foram inscritas 2.433 receitas. Desse total, 1.403 passaram pela fase eliminatória e foram submetidas, na etapa estadual, aos votos de presidentes de conselhos de alimentação escolar e nutricionistas cadastrados no Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). As votações apontaram as 123 receitas que seguiram para a fase regional.

    Para participar da etapa regional, as merendeiras e merendeiros selecionados descreveram, na página eletrônica do concurso, uma atividade de educação alimentar e nutricional relacionada à sua receita. Em seguida, os presidentes dos conselhos de alimentação escolar e os nutricionistas cadastrados no Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) escolheram as três melhores receitas de cada região.

    Foram utilizados os mesmos critérios da etapa anterior: criatividade, valorização de hábitos locais e a viabilidade de inclusão no Pnae – possibilidade de replicação no contexto da alimentação escolar. Agora, essas 15 receitas disputam a fase final do concurso. O bolo salgado de arroz da Anilda é uma dessas.

    Conheça a receita do bolo salgado de arroz

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    Assessoria de Comunicação Social

  • A proposta do concurso é valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar (arte: ACS/MEC)Reaproveitar alimentos é palavra de ordem para a merendeira Gerlinda Boening, 48 anos, que trabalha na escola pública municipal da zona rural de Santa Maria de Jetibá, no Espírito Santo. O combate ao desperdício e a busca por uma alimentação sustentável levaram Gerlinda a uma criação de sucesso, o frango ao molho com casca de abóbora.

    A receita sustentável tornou-se uma das 15 finalistas do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar. Promovido pelo Ministério da Educação, em parceria com o Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE), o concurso celebra os 60 anos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

    O segredo do prato está na simplicidade e sutileza da elaboração. Além de aproveitar a casca da abóbora, o modo de preparo orienta cozinhar os alimentos com pouca água para evitar o desperdício de nutrientes. Até a água do cozimento é reaproveitada.

    As dicas são frutos de anos de experiência de Gerlinda, que trabalha como merendeira há 29 anos. Ela começou a trabalhar em escola quando tinha apenas 18 anos. “Foi meu primeiro emprego. Cinco anos como contrato e depois passei em um concurso municipal. E não penso em me aposentar”, ressalta.

    A “merendeira sustentável”, como se define, começou cedo na arte culinária, na roça. “Tinha meus 12 anos quando aprendi, em casa, a fazer milagre com o que tinha”, conta. A experiência foi adquirida com a mãe e ajudou na profissão. “Vinte anos atrás não era fácil. Trabalhava sozinha para atender 150 alunos e não tinha geladeira na escola”, relembra.Trabalhar numa escola é motivo de orgulho para a merendeira Gerlinda Boening, que concluiu o ensino fundamental aos 30 anos (Foto: divulgação)

    Gerlinda foi uma das primeiras merendeiras de Santa Maria de Jetibá. Para ir de casa para a escola na zona rural andou a pé e enfrentou chuva até comprar uma moto. Chegou a levar algumas quedas nas estradas de chão, mas sempre estava preparada para os imprevistos do percurso. “Mantinha uma peça de roupa limpa no trabalho e quando chegava enlameada, eu trocava.”

    Trabalhar numa escola é motivo de orgulho para Gerlinda. De acordo com a merendeira, foi isso que a levou a concluir o ensino fundamental aos 30 anos de idade. “Eu tinha só até a quarta série e as professoras me ajudaram na aprendizagem”, conta.

    O gosto pelo reaproveitamento de alimentos aumentou com os estudos. “Aprendi que cascas e talos têm muitos nutrientes.” A merendeira também e a inventora do pão nutritivo adotado pela escola, que aproveita talos de verduras e legumes. A inovação não se limita aos pratos.

    Na hora da merenda, o refeitório é transformado em um ambiente de restaurante estilo self-service. “Os alunos escolhem o que querem comer e com quem sentar em mesas com quatro lugares que estão sempre com um arranjo em cima”, destaca.

    Gerlinda soube que era finalista no concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar por meio do celular. “Recebi uma mensagem da organização do concurso.” Para a merendeira, ser uma das 15 finalistas é uma verdadeira vitória. “Estou muito feliz e emocionada. Esse reconhecimento em quase 30 anos de serviço já valeu como prêmio”, conclui.

    Conheça a receita do frango ao molho com casca de abóbora

    Assessoria de Comunicação Social

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  • Tem novidades na programação da TV Escola no mês de setembro. A mais importante delas é a estreia do primeiro reality show da emissora, o Super Merendeiras, uma parceria com o MEC e o Fundo Nacional de Desenvolvimento Escolar (FNDE). A partir de 28 de setembro, às 21h, dez merendeiras premiadas em concursos anteriores do FNDE disputarão, em 13 episódios, o título de Super Merendeiras.

    Apresentado pelo ator Eri Johnson, o reality show vai acompanhar uma competição entre merendeiras de escolas municipais e estaduais de várias regiões do Brasil. A atração, exibida semanalmente, promoverá desafios com aquilo que elas fazem de melhor: produzir receitas criativas, saborosas e saudáveis, tudo isso com muita emoção. As provas propostas no programa serão todas com base nos eixos centrais da alimentação escolar, que são o crescimento e o desenvolvimento biopsicossocial, a aprendizagem, o rendimento escolar e a formação de hábitos saudáveis dos alunos, por meio de ações de educação alimentar e nutricional, e da oferta de refeições que cubram as suas necessidades nutricionais durante o período em que permanecem na escola.

    Para a disputa, foram escolhidas as dez melhores merendeiras, entre cinco mil inscritas, de estados como Goiás, Mato Grosso, Bahia, Pernambuco, Minas Gerais, Pará, Espírito Santo e Rio Grande do Sul. O grupo selecionado pelo programa reúne cinco merendeiras vencedoras do concurso Melhores Receitas da Alimentação Escolar, promovido pelo FNDE em 2015, e mais cinco vencedoras do mesmo concurso de 2016.

    A coordenadora-geral do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae), Karine Santos, explica que o programa faz parte da estratégia de valorização dessas profissionais. “É consenso que as merendeiras desempenham um papel estruturante dentro da boa execução do Pnae em cada um dos estados e municípios brasileiros”, afirma. “Portanto, essa iniciativa busca valorizá-las e colocar em evidência a dedicação que acontece dentro das cozinhas das escolas do país, que nos leva a servir cerca de 50 milhões de refeições diariamente. É preciso que todos conheçam quem são essas elas e se encantem, da mesma forma que somos encantados.”

    O teaser do Super Merendeiras foi publicado no canal do FNDE no youtube.

    Outras estreias – Setembro também marca o início na TV Escola da exibição da sexta temporada de Deu a Louca na História, série produzida pela BBC e que relembra fatos históricos com muito humor. A divertida série estreia na segunda, 3 de setembro. Exibida às 11h e 16h, com reapresentações às sextas, nos mesmos horários, a sexta temporada de Deu a Louca na História explora em cada episódio a história de um governante e seus equívocos juntos aos eventos históricos mais importantes do período. São representações de acontecimentos da história, entrevistas, musicais e muita loucura trazendo com bom humor os segredos mais cômicos da vida de grandes líderes como Napoleão Bonaparte e Winston Churchill. A temporada teve lançamento exclusivo no site da TV Escola e agora vai para a programação linear.

    Com estreia em 4 de setembro, às 10h e 15h, o desenho Will é mais uma novidade nas manhãs dedicadas às crianças na TV Escola. A animação mostra a rotina de Will, um menino cadeirante de 9 anos que não encontra obstáculos para suas aventuras radicais. Em cada episódio, ele enfrenta diversas situações relacionadas à vida na cadeira de rodas com muito humor e sempre com muito alto astral, e será exibido todas as terças e quintas.

    As novidades na programação incluem a estreia de Missão Ciência, uma cessão de direitos da Señal Colombia. Os curtas documentam expedições de pesquisadores que viajam por lugares remotos do Chile e da Colômbia para conhecer pesquisas inovadoras.  São lugares inexplorados e que revelam como as experiências dos cientistas podem mostrar os registros da biodiversidade latina. O programa começa na terça, 4 de setembro, às 11h e com reapresentação às 16h. Os documentários serão exibidos em reprise nas quintas, às 19h, sextas, às 22h, sábados, às 18h, e domingos, às 16h e 21h.

    Assista o teaser do reality show Super Merendeiras.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • A proposta do concurso é valorizar o papel das merendeiras e incentivar a prática de hábitos alimentares saudáveis no ambiente escolar (arte: ACS/MEC)O sonho da merendeira Maria de Lurdes Fidelis, 51 anos, é se formar em gastronomia. A vontade aumentou depois que soube de sua classificação na final do Melhores Receitas da Alimentação Escolar. Trata-se de concurso promovido pelo Ministério da Educação, em parceria com o Fundo de Desenvolvimento da Educação (FNDE), que celebra os 60 anos do Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae). A premiação gastronômica vai reunir em Brasília, nos dias 28 e 29 próximos, 15 finalistas de todas as regiões do país. A paranaense Maria de Lurdes é uma delas, com a torta de arroz nutritiva.

    A vocação culinária começou cedo. Era apenas uma menina de oito anos de idade em Matelândia (PR) quando pegou nas panelas de verdade pela primeira vez. “Minha mãe tinha acabado de ganhar neném e precisava repousar. Meu pai preparava a comida cedo, antes de sair pra trabalhar. Eu tinha de esquentar na hora do almoço. Como ainda era muito pequena, meu pai fez um banquinho para eu subir, não me queimar nem deixar a comida queimar”, lembra Maria de Lurdes.

    A carreira na cozinha começou anos depois, já adulta, em um frigorífico onde trabalhou pesado por dois anos. “Cheguei a cortar 700 bifes em um almoço. Um para cada funcionário”, recorda. A vida mudou quando foi convidada para trabalhar como merendeira na Escola Municipal Dom Pedro II. O que era apenas para cobrir férias de um mês se tornou profissão efetiva, após passar em um concurso há três anos. “Foi tenso porque eram quatro vagas e a minha classificação foi quinto lugar. Tive de esperar e acabei sendo chamada”, afirma.

    A torta de arroz nutritiva criada por Maria de Lurdes para o concurso do MEC tem consistência suculenta e dá a impressão de que leva queijo. Mas, o preparo gasta menos de uma hora e tem uma diversidade de ingredientes: ovos, leite, trigo e arroz, além de cebola e tomate picados. O recheio vai desde peito de frango desfiado, cebolinha e salsinha a repolho ralado, brócolis picado e cenouras em cubos.

    A vocação culinária de Maria de Lurdes começou aos oito anos de idade, quando pegou nas panelas para ajudar a mãe (Foto: divulgação)“Quando soube do concurso, conversei com a nutricionista da escola, que queria criar uma receita usando os ingredientes disponíveis”, explica. A certeza da merendeira veio quando colocou a iguaria à prova dos alunos. “Eles gostaram da criação. Não jogaram a comida fora, nem separaram no canto do prato algo que não tenham gostado. Me senti segura para competir”, destaca.

    A merendeira acredita que o segredo da rápida aceitação do prato está no cuidado do preparo dos alimentos. Para manter o sabor e tornar o prato mais atrativo, ela costuma ralar os alimentos ou deixá-los em pedaços bem pequenos. “O menor possível. Sou chata. Pico bem e cozinho de forma que não percam os nutrientes. O brócolis, corto e refogo antes de juntar à torta”, ensina.

    Maria de Lurdes é autora de outros dois pratos que também fazem sucesso entre os 130 alunos do Dom Pedro II, que comem as merendas preparadas por ela todos os dias. “Eu e minhas colegas fazemos o pão e os biscoitos distribuídos aos estudantes. A escola não precisa comprar esses alimentos industrializados”, explica. Segundo ela, a confecção própria garante a qualidade dos produtos.

    Improvisação é com ela mesmo. Segundo a merendeira, quando o cardápio da merenda para o mês é liberado e os ingredientes demoram a chegar, ela dá um jeito. “Troco uma receita por outra ou um ingrediente por outro. Dá tudo certo”, afirma. Todos os dias a merenda feita por ela é incrementada com temperos de uma hortinha organizada na própria escola. “Frequentemente os alunos me pedem a receita do que faço para a merenda. Eles não sabem que o principal tempero é o amor. Quando se cozinha com carinho e procura-se fazer bem feito, o sucesso é garantido”, ensina.

    Durante as aulas, a torta de arroz nutritiva da Maria de Lurdes vira objeto de promoção do saber. Em sala de aula os professores trabalham as receitas nas disciplinas. A matemática explora a questão dos numerais, quantidades e situação problema, além de adição e subtração. Já o estudo da língua portuguesa aproveita o texto do preparo da iguaria, leitura e interpretação e até divisão silábica. Em ciências os alunos tratam dos grupos alimentares (energéticos, construtores e reguladores) e também de alimentação saudável e consequências de uma alimentação não saudável. Por fim, história e geografia tratam dos alimentos regionais e até o ensino religioso entra no bolo didático ao falar em desperdício.

    Conheça a receita da torta de arroz nutritiva

    Assessoria de Comunicação Social

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    Da sala de aula para a cozinha, com receita inédita e premiada
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