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  • Cuidar de um aquário a distância, por meio de um aplicativo, com direito a monitoramento da qualidade da água e do nível de oxigênio. A ideia é de dois estudantes do campus de Aracati do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Ceará (IFCE). O projeto está em fase de finalização e os jovens já estão desenvolvendo planos para o uso.

    Os estudantes George Lincoln e Gabriel Rodrigues reuniram os conhecimentos adquiridos nos cursos de bacharelado em ciência da computação e aquicultura, respectivamente. A intenção é garantir condições ideais para os peixes sem que o dono do aquário precise fazer tudo manualmente.

    Além de atender pessoas que criam peixes como animais de estimação, o projeto também poderá ser útil para criadores comerciais que atuam na região. A orientadora do trabalho, professora Carina Oliveira, que dá aula no curso de ciência da computação, conta que a ideia surgiu a partir da aquisição de equipamentos a serem utilizados em uma feira tecnológica.

    Carina explica que o objetivo da ação interdisciplinar é desenvolver um equipamento de baixo custo para automatizar aquários. Quando finalizado, deverá fazer parte da incubadora de empresas do IFCE. “Tudo o que estamos fazendo pode ser utilizado nos viveiros de camarão que a gente tem na região, por exemplo, só que em uma escala maior”, explica a professora.

    O estudante de ciência da computação George Lincoln conta que ele e o colega Gabriel pensaram no que seria necessário para automatizar um aquário a partir dos equipamentos disponíveis no próprio IFCE. George chegou a participar de eventos, como feiras de ciência e tecnologia, para se inspirar.

    “Nosso intuito é automatizar tudo no aquário, para que você possa sair de casa e saber, ter confiança, que nenhum peixe vai morrer”, resume George. O projeto também deverá ser testado por algum criador interessado. O protótipo do aquário já está disponível para visitação do público no IFCE em Aracati.

    Assessoria de Comunicação Social


  • Assim que ingressou no ensino médio, a estudante gaúcha Juliana Davoglio Estradioto, de Osório (RS), passou a se dedicar a todas as matérias relacionadas a ciências, sua maior paixão. Atualmente com 18 anos, a aluna do último ano do Instituto Federal do Rio Grande do Sul (IFRS) ganhou destaque com um trabalho direcionado à agricultura, a principal atividade de sua família. A partir da casca do maracujá, ela desenvolveu um material reciclável para substituir embalagens de mudas de plantas. Juliana é a personagem da edição desta sexta, 7, de Trilhas da Educação, programa produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    Desde criança familiarizada com a rotina da agroindústria em sua região, a estudante sempre se preocupou com sustentabilidade. Ao longo do tempo, observou que os saquinhos plásticos que envolvem as mudas de plantas, ao serem descartados, causam estragos à natureza.  “Eles vão se acumulando no meio ambiente, indo para aterros sanitários, sem uma destinação correta; contribuem para poluição e contaminação do solo, da água e do lençol freático, ou são incinerados, levando à emissão de gases de efeito estufa”, aponta.

    Diante desse quadro, Juliana procurou orientação dos professores e descobriu que a solução estava bem perto: o maracujá, de cultivo abundante na região em que vive. Passou a pesquisar a pectina, uma proteína gelatinosa presente na casca do maracujá e de outras frutas, como a maçã – da qual se pode fazer geleia. “Lendo sobre plásticos biodegradáveis, descobri que eles precisam ter esse tipo de polissacarídeo [outra substância presente na casca do maracujá], seja um amido ou um outro tipo de farinha um açúcar ou até a pectina.”

    Utilizando a casca da fruta, ela desenvolveu um filme plástico que, além de não agredir o meio ambiente, não danifica a raiz das mudas, diferentemente do que ocorre com o plástico convencional. Biodegradável, o novo produto se decompõe em 20 dias, não precisando ser retirado no momento do plantio, e reduz a poluição causada pelos sacos tradicionais.

    Premiação – Mesmo ainda em caráter experimental, a pesquisa de Juliana já ganhou destaque no Prêmio Jovem Cientista, do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq). Ela conquistou o primeiro lugar na categoria ensino médio, o que a motiva a seguir com os estudos e a apostar na produção do filme plástico em larga escala no futuro. Sua meta é fazer o curso de engenharia química.

     “Os alunos do ensino médio deveriam ser cada vez mais incentivados, porque a minha vida mudou tanto depois de fazer pesquisa e hoje eu tenho certeza de que a educação e a ciência são as coisas que mais transformam o mundo”, resume. “A gente tem que cada vez mais oportunizar que outros jovens tenham esse tipo de vivência”.

    Assessoria de Comunicação Social

     


  • Utilizar de forma sustentável a água da chuva para abastecer uma escola do Distrito Federal, regar a horta e ainda estimular o aprendizado em diversas disciplinas, motivando os estudantes. Essa é a iniciativa que ganha destaque na edição desta sexta, 22, do programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    O projeto foi desenvolvido pelo professor de ciências Werner Bessa Vieira, do Centro Educacional nº 7 de Ceilândia. Inspirado pela ideia de um ex-aluno, ele mobilizou várias turmas em torno da criação de reservatórios para a água da chuva levando em conta períodos de seca e de crises hídricas enfrentadas em Brasília. 

    Ao mesmo tempo em que o idealizador do projeto desenvolvia os fundamentos do projeto com seus colegas na faculdade, o professor e os alunos colocaram as mãos na massa. “A gente começou a trabalhar rapidamente”, conta. “Fizemos todo o dimensionamento de calhas. Eles ensinaram os alunos como se fazia esse cálculo de área de telhado, de precipitação, e colocamos isso num projeto escrito. Conseguimos um pouco de financiamento para a compra de materiais com a própria direção da escola, que sempre nos ajudou muito.”

    Os estudantes gostaram tanto da ideia que passaram a aproveitar o tempo de folga para acelerar o processo de construção das estruturas. “A gente foi desenvolvendo o projeto durante os finais de semana. Conseguimos fazer aqui três reservatórios, cada um com 20 mil litros de capacidade, o que nos coloca à disposição 60 mil litros de água”, destaca Vieira.

    Segundo o professor, a captação da água da chuva pode ser utilizada em diversas atividades corriqueiras da escola, com resultados que têm despertado interesse na região. “No período de seca, a gente vai usando na nossa horta e na limpeza das áreas comuns da escola, economizando bastante água. Outras escolas viram e gostaram também. Alguns colegas, professores que têm chácaras ou sítios, já copiaram o projeto.”

    Conscientização – Com os reservatórios em funcionamento, professores passaram a trabalhar o tema também em sala de aula, aprofundando questões como economia e preservação de água. Os próprios alunos tiveram a ideia de colocar telas para evitar a procriação de mosquitos e os professores de química puderam desenvolver aulas práticas.

    “Nossos professores de química têm buscado cada vez mais as aulas práticas usando como referência nossos reservatórios. Uma delas serviu para mostrar o ph [índice que especifica a acidez] da água, por exemplo, mas são várias as temáticas relacionadas à água que captamos”, conta Vieira.

    Com o avanço do trabalho, novas ideias surgiram para incrementar ainda mais o projeto. “Nós temos agora uma ideia de fazer aqui um criatório de tilápias”, adianta o professor. ”E a água virá desse reservatório. Vamos aproveitar as fezes dos peixes, o nitrogênio que está ali para colocar nas plantas da horta. Uma coisa toda integrada. O mais interessante é que ele [o projeto] está aqui, fixo, mas dele há centenas de possibilidades.”

     

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Tem início na segunda-feira, dia 25, o 1º Encontro Nacional do Proinfância, em Brasília. O objetivo do encontro, que vai se estender até sexta-feira, dia 29, é capacitar arquitetos e engenheiros para elaborar projetos de construção de creches do Programa Nacional de Reestruturação e Aquisição de Equipamentos da Rede Escolar Pública de Educação Infantil (Proinfância).


    O prazo para entrega dos projetos de obras termina em 30 de junho. O encontro é uma forma de dar aos municípios envolvidos a oportunidade de apresentar corretamente a documentação e, assim, viabilizar os convênios. Têm prioridade os 1.827 municípios com índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) abaixo de 4,2 pontos. Participarão do encontro outras 156 cidades com mais de 163 mil habitantes.


    Mais de 1,1 mil arquitetos e engenheiros serão treinados em duas turmas. Nos dias 25 e 26, serão orientadas as equipes dos municípios que apresentaram propostas de construção de creches com capacidade para até 240 crianças. Nos dias 28 e 29, será a vez das cidades que construirão creches para atender até 120 crianças.


    O Proinfância financia a construção de creches no Distrito Federal e nos municípios que aderiram ao Compromisso Todos pela Educação e elaboraram o plano de ações articuladas (PAR). Nos últimos dois anos, o programa financiou 1.024 creches e pré-escolas com 989 convênios. A meta para este ano é construir mais 500 unidades. Até 2010, os recursos devem ultrapassar R$ 1,8 bilhão. O orçamento deste ano é de R$ 441,47 milhões.

    Assessoria de Imprensa do FNDE

  • O texto-base do projeto que institui o Plano Nacional de Educação (PNE) foi aprovado na noite de quarta-feira, 28, pelo Plenário da Câmara dos Deputados. Está prevista para a próxima semana a análise dos destaques apresentados ao projeto, que estabelece 20 metas a serem cumpridas na área educacional nos próximos dez anos.

    “A aprovação é um passo importante, pois o PNE vai ser o grande balizador da educação brasileira nos próximos dez anos”, disse o ministro da Educação, Henrique Paim. Ele destacou, entre as diretrizes, o aumento de vagas em creches, no ensino médio e no profissionalizante e nas universidades públicas. Citou ainda a universalização do atendimento escolar para crianças de 4 a 5 anos e a oferta de ensino em tempo integral para, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.

    Assessoria de Comunicação Social

    Confira a tramitação do PNE no Congresso Nacional

  • Com o lançamento do Projeto Alumiar, o cinema da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) torna-se o primeiro do Brasil a exibir regularmente na sua programação sessões de filmes para pessoas com deficiências sensoriais, com audiodescrição, para pessoas cegas e de baixa visão, libras e Lse para pessoas surdas e ensurdecidas. A estreia aconteceu nesta sexta-feira, 17, no Recife, c om a presença do ministro da Educação, Mendonça Filho. “Essa é uma ação importante de integração social por parte da Fundaj e mais uma iniciativa do MEC na direção de políticas públicas que promovem acessibilidade e valorizam as pessoas com deficiência”, disse o ministro na cerimônia de inauguração do projeto, resultado de parceria entre o Ministério da Educação, a TV Escola e a Fundaj.

    O Auto da Compadecida, longa-metragem de Guel Arraes baseado na obra do escritor Ariano Suassuna, marcou o início oficial do projeto. Pela primeira vez, o filme foi apresentado ao público nas três modalidades de acessibilidade comunicacional: audiodescrição, Língua Brasileira de Sinais (Libras) e legendas para surdos e ensurdecidos, tornando as histórias dos personagens Chicó e João Grilo acessíveis a todos.

    Durante o evento, o ministro destacou a relevância do trabalho desenvolvido na Fundaj para manutenção de uma produção viva e preservação da história audiovisual do estado de Pernambuco. Ele afirmou, ainda, que a existência de uma agenda de exibições sistemáticas de filmes acessíveis a pessoas com deficiência sensorial contribui para isso. “Este é um marco importante: um cinema acessível ser ofertado por uma casa que sintetiza a história e a tradição do cinema pernambucano. Creio que essa iniciativa terá capacidade de ser replicada para além desta sala”, ressaltou.

    A diretora de Cinema da Fundaj, Ana Farache, explica que o projeto atende um pedido recorrente de pessoas com deficiência ouvidas pela Fundaj. “Não estamos preocupados em apenas apresentar os filmes, mas em formar um público. Vamos oferecer transporte, fazer contato com associações e escolas, conversar com as pessoas após as sessões. Este é um projeto que pensa em discutir a acessibilidade no cinema”, afirmou Ana.

    As sessões serão quinzenais e, de acordo com a diretora, o trabalho se estenderá para além da adaptação e exibição dos filmes. O Alumiar se propõe a ser uma ponte entre este público e estudantes, profissionais e pesquisadores da área da acessibilidade, produtores de audiovisual, alunos de artes visuais e o público em geral. Ainda estão previstos seminários e cursos sobre acessibilidade no cinema com especialistas brasileiros e internacionais. “Queremos discutir e avaliar o modelo de acessibilidade aplicado aos filmes”, acrescentou Ana.

    Estudantes com surdez podem ver os filmes com recursos de audiodescrição, Língua Brasileira de Sinais (Libras) e legendas para surdos e ensurdecidos (Foto: André Nery/MEC)

    Projeto – Em um ano, o projeto Alumiar tornará 20 longas-metragens brasileiros acessíveis nas três modalidades. A seleção das obras a serem adaptadas é feita mediante curadoria que prioriza a qualidade cultural e artística. Depois de apresentados no cinema da Fundaj, os filmes ficarão disponíveis para exibição na TV Escola e na TV do Instituto Nacional de Educação de Surdos (Ines).

    Para o presidente da Fundação Roquette Pinto, Fernando Veloso, o Alumiar é um dos projetos de maior abrangência em acessibilidade em comunicação no país. “Com a exibição dos longas na TV Escola e na TV Ines, será ampliado o número de pessoas beneficiadas com o projeto, pioneiro ao levar filmes brasileiros com as três acessibilidades comunicacionais no cinema, em um canal de televisão e em uma webtv”, apontou.

    Maquete – Para facilitar o reconhecimento do espaço do cinema da Fundaj pelas pessoas cegas e com baixa visão, foi construída uma maquete tátil que representa, em detalhes, o conjunto de ambientes mobiliados que compõem o cinema, como a tela de projeção e palco, sala de exibição, poltronas (um total de 166), cabine de projeção e áreas de circulação e entrada.

    A maquete foi confeccionada na escala de 1/25, com dimensões de 0,50m x 1,15m. Todos os elementos representados respeitam as características originais, como cores, texturas e formas. As legendas de orientação e descrição da maquete estão acompanhadas de caracteres em Braille.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Os alunos da escola paranaense foram estimulados a ler textos sobre a velhice, como poemas e contos, fizeram visitas a um lar de idosos e leram para eles (foto: arquivo professora Érica Rodrigues)Interessada em buscar novas estratégias capazes de atrair o interesse pela leitura entre os alunos do sexto ano do ensino fundamental, a professora Érica Rodrigues, do Colégio Estadual João Gueno, no município paranaense de Colombo, buscou apoio na Universidade Federal do Paraná (UFPR). A parceria entre as duas instituições levou à realização do projeto Ação Integrada para o Letramento, vencedor da sétima edição do Prêmio Vivaleitura, na categoria 2, destinada a escolas públicas e particulares.

    Desenvolvido em 2013 e em 2014, com a participação das professoras Lúcia Cherem e Elisa Dalla Bona, da UFPR, o projeto teve como linhas de trabalho o letramento literário e a literatura em sociedade. O principal objetivo do letramento era o de despertar o interesse dos estudantes pela leitura de obras de literatura. Uma das atividades desenvolvidas foi o trabalho que teve como foco a escritora brasileira infanto-juvenil Índigo (Ana Cristina Ayer de Oliveira).

    De acordo com Érica, a leitura do livro A Maldição da Moleira entusiasmou os alunos, o que deu início a um processo de aproximação com a escritora. “Após ter conhecimento da experiência com as turmas, Índigo mandou uma caixa com quatro de seus livros”, revela a professora. “Mandamos uma carta agradecendo, e ela começou a responder às perguntas em seu blogue, dando início a uma interação virtual com os estudantes.”

    O interesse dos alunos foi aumentando à medida que estudavam outros textos da escritora e liam reportagens publicadas por ela. “Assim, a vontade de um encontro só aumentava”, revela a professora. “Após muitos esforços, foi marcada uma visita à escola.” Segundo Érica, a visita, realizada em setembro de 2014, foi um sucesso: “Toda a escola se mobilizou para recebê-la, e os alunos escreveram um livro para presenteá-la”. Índigo postou um comentário sobre o livro dos alunos em seu blogue e os provocou a escrever outro. A provocação foi aceita e, no final de 2014, uma nova obra dos estudantes foi enviada de presente à escritora.

    Velhice — Na linha de trabalho denominada literatura em sociedade, Érica estimulou a leitura, no início de 2014, de vários textos sobre a velhice, em diferentes gêneros textuais — filmes, reportagens e blogues —, culminando na leitura de textos literários, como poemas e contos. No fim do semestre, os alunos fizeram uma visita a uma instituição para idosos. Antes disso, divididos em grupos, eles selecionaram poemas a serem lidos aos usuários da instituição, confeccionaram cartões e elaboraram perguntas a serem feitas aos idosos. “O primeiro contato foi tão produtivo que gerou o desejo de novos encontros”, diz a professora. Então, mais uma visita foi agendada. Nela, os alunos leram obras cujos personagens eram pessoas idosas e fizeram um lanche com os moradores.

    De acordo com Érica, muitos dos idosos há tempos não tinham contato com um livro. “Eles riam das histórias, identificavam-se com os personagens, admiravam as ilustrações, queriam tocar o livro”, explica. Uma das idosas quis inverter o papel e ler para os estudantes, o que deixou todos emocionados. “A troca de experiências foi riquíssima e sensibilizou os adolescentes”, destaca a professora, que tem graduação em letras e mestrado em educação.

    O projeto começou a ser desenvolvido em 2013, em duas turmas de sexto ano do ensino fundamental, e teve continuidade em 2014, com os mesmos alunos, já então no sétimo ano. Os planos de Érica, para 2015, incluem a continuidade do trabalho, com novas atividades e adaptações necessárias a cada turma em que ele será desenvolvido.

    “A premiação no Vivaleitura significa o reconhecimento de um trabalho verdadeiro, construído com a participação de várias pessoas comprometidas com uma educação de qualidade”, ressalta Érica. Além disso, segundo ela, o prêmio renova a convicção de que é sim possível fazer a diferença, “independentemente das dificuldades que existam, desde que haja uma equipe envolvida, disposta a trocar experiências e se ajudar”.

    Fátima Schenini

  • Danilo Lima, aluno de tecnologia do IFCE, atua junto à comunidade local no desenvolvimento de um produto que não agride a natureza e gera renda (Arte: ACS/MEC)Com o objetivo de encontrar meios mais sustentáveis de construção em Juazeiro do Norte (CE), o estudante Danilo Acácio Pereira Lima, do Instituto Federal do Ceará (IFCE), tem dedicado tempo – e já colhido resultados positivos – na criação de soluções. Aluno do curso de tecnologia em construção de edifícios do campus Juazeiro do Norte, o jovem de 28 anos desenvolveu um projeto de fabricação de tijolos ecológicos que são mais resistentes e duráveis.

    Os tijolos são ecológicos justamente pela maneira como são produzidos. Segundo o estudante, os tradicionais de alvenaria consomem muitas árvores no processo. “Vai queimar de seis a 12 árvores para fazer mil tijolos. Esse meu tijolo não. Eu faço a massa, faço a porcentagem certa de 10% de cimento e jogo água, faço a hidrocura. Ou seja, a água entra e faz a aglutinação com o cimento, com o solo e com a argila. E a diferença para a alvenaria tradicional é essa, justamente não queimar árvore”, explica Danilo.

    Até alcançar esse resultado, o estudante se dedicou a pesquisas que comprovaram as vantagens do tijolo ecológico e que demonstraram, por exemplo, que essa forma de produção resulta em um material mais resistente à pressão e à tensão, conforme unidades e medidas internacionais. O diferencial também está no uso de rochas e minerais com origem na região cearense. “De força ele tem dois megapascal, que é uma medida de força internacional. Enquanto que a alvenaria tradicional, que queima de seis a 12 árvores, tem um megapascal. Um outro estudo, [por meio do] que fui aprovado na mostra científica, mostra que se você colocar ainda o calcário laminado, que na nossa região aqui do Ceará é só o que tem e que se chama pedra de Santana, o tijolo alavanca para quatro megapascal”, destaca.

    Segundo o estudante, a técnica se assemelha à prática milenar da construção da maior muralha do planeta. “Ele usa da mesma tecnologia da Muralha da China, que é o BTC, ou Bloco de Terra Comprimida. Eu tenho o maquinário do IF que comprime a terra. Ele comprime 16 toneladas. Aí, depois de 24 horas, eu jogo a água e o tijolo fica duro. É quando se alcança esses dois de força”.

    Oportunidade - O projeto de Danilo Acácio acabou se expandindo e passou a ter a participação da comunidade, assim como de meninos encaminhados pela Justiça local. O envolvimento serve de incentivo no aprendizado e na possibilidade de geração de renda no futuro. “Quando eles chegam, ficam assim, com os olhinhos brilhando”, aponta o estudante.

    Danilo conta que, no início, houve algumas dificuldades na aplicação da parte teórica de todo o conteúdo, mas foi mesmo na prática que os meninos participaram para valer. “Uma coisa é quando eles entram na sala de aula, no ar condicionado, dando aquela vontade de dormir. Outra, quando eles saem para fazer o tijolo. Parece uma iluminação para eles”, conta, orgulhoso, o jovem que agora investe seus planos na construção de uma fábrica na região. “Quem sabe fazer uma fábrica para ONGs, para fazer escolas bioconstruídas que vão durar bem mais, com conforto térmico por conta da argila. Quando está muito quente, a casa fica com temperatura ambiente, por causa do barro.”

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • 23/3/2009 – Com um sorriso contagiante, L.C.P, 14 anos, navega sem fronteiras pela internet. Entre um sítio e outro, a jovem que quer ser professora ou advogada aproveita as maravilhas da rede e faz planos para o futuro. Da mesma forma, outros 29 meninos e meninas carentes de Pelotas dão os primeiros passos para se tornar cidadãos participativos, graças ao projeto de inclusão social e digital desenvolvido pelo Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia Sul-Rio-Grandense, em parceria com o Ministério Público Estadual e a Secretaria Municipal de Cidadania.


    Além do curso de informática, os jovens freqüentam aulas de música e praticam esportes. (Foto: Divulgação/Setec)A idéia surgiu em 2007. De lá para cá, 60 jovens já foram atendidos e ganharam a oportunidade de sonhar com uma vida melhor. Atualmente, 30 alunos, de cinco casas lares de Pelotas, participam do projeto. Além da informática, eles também freqüentam aulas de música, xadrez e praticam esportes nas instalações oferecidas pelo campus Pelotas do instituto federal sul-rio-grandense.


    “Muito mais que os ensinamentos sobre programas como word, excel e powerpoint, as aulas de informática servem como reforço pedagógico. Aqui eles exercitam a leitura e utilizam a internet para fazer trabalhos escolares”, comenta o professor Luis Paulo Basgalupe Moreira.


    O sentimento de satisfação também é compartilhado pela analista de tecnologia da informação Simoni Krüger, que desde o ano passado se dedica à causa. “Tem sido uma experiência incrível poder participar e ajudar a gurizada através da informática. Por isso, acredito que vale à pena investir na educação”, ressalta a servidora do instituto federal.


    Junto com Moreira e Simoni, mais quatro professores e quatro bolsistas se dedicam voluntariamente ao projeto de inclusão, coordenado pelo pró-reitor adjunto de extensão do instituto, Miguel Baneiro. As aulas, que se estendem de março a dezembro, são realizadas nas segundas e quartas-feiras pela manhã e nas terças e quintas à tarde.


    “Procuramos dar carinho e atenção, já que muitos deles não encontram isso em casa”, destaca Baneiro, que se emociona ao ver, em apenas dois anos, os resultados positivos alcançados pela iniciativa. Destaque para as audições de música ministradas pelo professor Marco Antônio Fragoso, atividade sacramentada com a Banda da Promotoria, outro projeto em desenvolvimento na Promotoria de Justiça.


    Conforme Baneiro, em pouco tempo o projeto se transformará em programa, com a ampliação na oferta de cursos e oficinas. As primeiras beneficiadas serão as meninas, que passarão a ter aulas de artesanato já a partir de abril.


    “Com este trabalho de inclusão tanto digital como social, o instituto federal sul-rio-grandense se empenha para oferecer mais oportunidades àqueles que estão à margem da sociedade. Nosso objetivo é prepará-los para o futuro, dando ferramentas para que eles reescrevam a sua própria história”, afirma o reitor Antônio Carlos Barum Brod.

    Assessoria de Imprensa do instituto federal sul-rio-grandense

  • O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o ministro da Educação, Fernando Haddad, encaminharam ao Congresso Nacional na manhã desta quarta-feira, 15, o projeto de lei do Plano Nacional de Educação (PNE) para período 2011-2020. A solenidade, no Palácio do Planalto, teve a presença de representantes da Conferência Nacional de Educação (Conae).

    O novo PNE apresenta dez diretrizes objetivas e 20 metas, seguidas das estratégias específicas de concretização. O texto prevê formas de a sociedade monitorar e cobrar cada uma das conquistas previstas. As metas seguem o modelo de visão sistêmica da educação estabelecido em 2007 com a criação do Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE). Tanto as metas quanto as estratégias premiam iniciativas para todos os níveis, modalidades e etapas educacionais. Além disso, há estratégias específicas para a inclusão de minorias, como alunos com deficiência, indígenas, quilombolas, estudantes do campo e alunos em regime de liberdade assistida.

    Universalização e ampliação do acesso e atendimento em todos os níveis educacionais são metas mencionadas ao longo do projeto, bem como o incentivo à formação inicial e continuada de professores e profissionais da educação em geral, avaliação e acompanhamento periódico e individualizado de todos os envolvidos na educação do país — estudantes, professores, profissionais, gestores e demais profissionais —, estímulo e expansão do estágio. O projeto estabelece ainda estratégias para alcançar a universalização do ensino de quatro a 17 anos, prevista na Emenda Constitucional nº 59, de 2009.

    A expansão da oferta de matrículas gratuitas em entidades particulares de ensino e do financiamento estudantil também está contemplada, bem como o investimento na expansão e na reestruturação das redes físicas e em equipamentos educacionais — transporte, livros, laboratórios de informática, redes de internet de alta velocidade e novas tecnologias.

    Ideb— O projeto confere força de lei às aferições do índice de desenvolvimento da educação básica (Ideb) — criado em 2007, no âmbito do PDE — para escolas, municípios, estados e país. Hoje, a média brasileira está em 4,6 nos anos iniciais do ensino fundamental (primeiro ao quinto ano). A meta é chegar a 6 (em uma escala até 10) em 2021.

    Outra norma prevista no projeto é confronto dos resultados do Ideb com a média dos resultados em matemática, leitura e ciências obtidos nas provas do Programa Internacional de Avaliação de Alunos (Pisa). Em 2009, a média foi de 395 pontos. A expectativa é chegar a 473 em 2021.

    O novo plano dá relevo à elaboração de currículos básicos e avançados em todos os níveis de ensino e à diversificação de conteúdos curriculares e prevê a correção de fluxo e o combate à defasagem idade-série. São estabelecidas metas claras para o aumento da taxa de alfabetização e da escolaridade média da população.

    Entre outras propostas mencionadas no texto estão a busca ativa de pessoas em idade escolar que não estejam matriculadas em instituição de ensino e monitoramento do acesso e da permanência na escola de beneficiários de programas de transferência de renda e do programa de prestação continuada (BPC) destinado a pessoas com deficiência. O documento determina a ampliação progressiva do investimento público em educação até atingir o mínimo de 7% do produto interno bruto (PIB) do país, com revisão desse percentual em 2015.

    A primeira casa do Congresso Nacional a analisar o projeto será a Câmara dos Deputados.

    Assessoria de Comunicação Social

    Confira a íntegra do projeto de lei

  • O MEC liberou, no município de Caruaru, nesta segunda-feira, 24, mais de R$ 4,1 milhões para recuperação e reforma de 23 escolas e creches atingidas pelas enchentes deste ano. Dessas, 18 obras foram executadas pelo município e cinco pelo governo do estado. Foram beneficiados mais de 10,5 mil alunos.

    ”É gratificante chegar a Caruaru e poder homologar um ato que tenha esse significado para a comunidade acadêmica, professores, estudantes e para o povo do município”, declarou o ministro da Educação, Mendonça Filho. “Em pouco tempo, muita coisa foi feita. E eu quero fazer ainda mais, porque o que fizermos pela educação, na verdade, está sendo investido no futuro, na transformação verdadeira de um povo.”

    Em todo o estado de Pernambuco, o MEC liberou 22,7 milhões para os municípios atingidos. Ao todo, são 40 obras validadas pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE), autarquia ligada ao MEC. Serão realizadas 35 reformas e cinco novas construções, beneficiando mais de 18 mil estudantes. Desses recursos, R$ 10,2 milhões serão liberados para as prefeituras municipais e R$ 12,4 milhões para a Secretaria de Educação do Governo de Pernambuco. Com a verba, 11 municípios do estado serão beneficiados em obras em escolas e creches.

    O ministro também assinou um termo de colaboração que vai contribuir para  a estruturação do Centro de Diagnóstico por Imagem Digital da Asces (Foto: Luís Fortes/MEC)

    Apoio e assistência – No dia 9 de junho deste ano, o ministro anunciou a disponibilização de um orçamento de R$ 30 milhões do FNDE destinados a recuperar a estrutura física de escolas e creches e para a aquisição de equipamentos, mobiliários e livros das escolas atingidas. Em 9 de junho, o ministro anunciou, ainda, a liberação de recursos para a assistência estudantil a 1.278 estudantes do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE) que foram atingidos, direta e indiretamente, pelas chuvas e estão em situação de risco. Cada estudante foi beneficiado com R$ 230 durante dois meses. Os recursos somaram R$ 587 mil.

    No campus do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE), de Caruaru, por exemplo, 181 estudantes receberam a assistência estudantil emergencial, num total de investimentos de R$ 83.260 mil. O número de estudantes residentes em áreas afetadas foi estimado por meio de informações encaminhadas pelo IFPE.

    A prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, destaca a importância do espírito comunitário que tomou conta da ação do MEC: “Houve todo o esforço da secretaria de educação para que nenhuma escola parasse. Todos os professores foram para a sala de aula trabalhar. Eles fizeram mutirão junto com os pais dos alunos para limpar as escolas. Então, nós vamos trabalhar nas áreas fortemente afetadas a partir desse recurso. Com o apoio do ministério, a gente vai conseguir, até o final do ano, fazer a entrega de mais de 30 escolas totalmente recuperadas.”

    Termo de colaboração – Ainda em Caruaru, o ministro Mendonça Filho assinou o termo de colaboração do MEC com o Centro Universitário Tabosa de Almeida (Asces-Unita) para a estruturação do Centro de Diagnóstico por Imagem Digital da Asces e a participação da instituição no Encontro Nacional do Programa de Extensão Universitária (ProExt).

    O evento tem como objetivo promover a extensão universitária com inclusão social. O valor total do termo é de R$ 111.938,99 mil, sendo R$ 99,3 mil do MEC e R$ 12,5 mil em contrapartida da Asces. Os recursos vão garantir a ampliação do projeto Asa Branca, que, além do suporte ao diagnóstico e tratamento do câncer bucal, realiza ações educativas, buscas ativas e de popularização do autoexame oral.

    “São servidores públicos que recebem capacitação e que contam com apoio por parte do Ministério da Educação para levar esse projeto adiante”, informou Mendonça Filho. “É uma ação de inclusão social e de valorização. O papel dos servidores públicos vinculando aquilo que a gente pode proporcionar em termos de educação.”

    Projeto Asa Branca – O repasse do MEC será destinado à aquisição de equipamentos e materiais para o centro de diagnóstico por imagem da Asces e o pagamento de estudantes bolsistas vinculados ao projeto de extensão Asa Branca. A ampliação do programa vai possibilitar, ainda, a oferta de cursos de qualificação para profissionais atuantes no Sistema Único de Saúde (SUS), servindo de fonte para conhecimento aos alunos de graduação e pós-graduação. Os recursos são provenientes do ProExt.

    O projeto Asa Branca de Combate e Prevenção ao Câncer de Boca foi criado em 2001 pela Asces-Unita e adotado pelo Ministério da Saúde. O programa, pioneiro no país, oferece, gratuitamente, exames de prevenção ao câncer de boca a milhares de cidadãos que não possuem acesso a tratamentos dentários e de prevenção de doenças. Mais de 100 mil pessoas da região já foram atendidas em uma área que abrange todo o agreste de Pernambuco. Os procedimentos são realizados na clínica odontológica da Asces-Unita.

    “Infelizmente, em quase 17% das pessoas por nós encontradas, identificamos lesões passíveis de serem cancerígenas”, explicou o reitor Paulo Muniz. “Foi por essa motivação que buscamos o apoio do MEC para qualificar esse atendimento à população que mais necessita, motivo pelo qual ousamos, em 2015, apresentar ao MEC um projeto de extensão que viesse dotar esse projeto Asa Branca de um laboratório de imagens digitais para qualificar não só o diagnóstico, mas igualmente o tratamento.”

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Alunos da Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN) estão participando de uma ação vitoriosa: o projeto Estudar Juntos, desenvolvido desde 2017 pelo Núcleo de Apoio ao Discente (NADis) do Centro de Ciências Sociais Aplicadas (CCSA) da instituição. A meta é melhorar o desempenho dos estudantes de graduação com lacunas de aprendizagem nas disciplinas de matemática.

    O projeto, que tem apoio de monitores voluntários, trabalha com orientações de conteúdo e esclarece dúvidas gerais sobre o tema. Já foram atendidos mais de 30 estudantes de administração, ciências contábeis, economia e outros cursos da UFRN. A participação é aberta a alunos do CCSA, entre os quais os inscritos já contabilizam progresso no desempenho em disciplinas de cálculo.

    É o caso de Jordanya Mayra, do segundo período de economia. Participante do projeto desde o ano passado, ela conta que seu desempenho evoluiu: “Minhas notas melhoraram e eu passei a ter mais tempo para esclarecer as dúvidas, o que, muitas vezes, não consigo em sala de aula”.

    Para Telma Elita, técnica em assuntos estudantis do NADis, o projeto é uma demonstração de solidariedade. “Os alunos voluntários são pessoas que reconhecem a importância de repassar o conhecimento que eles receberam gratuitamente e que contribuem para o crescimento de outras pessoas, desmistificando o espaço acadêmico”, ressalta.

    Talita Evili, engenheira química formada pela UFRN e voluntária desde o início do projeto, destaca a importância das atividades. “Os alunos que participam, muitas vezes, têm dificuldades com noções de matemática que deveriam ser aprendidas no ensino médio”, aponta. “Com nossos encontros, a gente consegue fazer revisões e resolver questões que contribuem para que o aluno fixe melhor os conteúdos. ”

    Interessados em participar do projeto podem obter informações pelo telefone (84) 3342-2288, ou diretamente na página do CCSA. 

    Assessoria de Comunicação Social

  • Que tipo de formação devem ter os professores que trabalham na educação infantil, que alimentos oferecer aos bebês na creche, como deve acontecer a adaptação da criança. Orientações para dúvidas como essas são oferecidas pelo Ministério da Educação aos municípios que construíram ou estão construindo creches com recursos do governo federal, através do Proinfância.


    Para a coordenadora-geral de educação infantil da Secretaria de Educação Básica, Rita Coelho, o Proinfância (programa de construção e reforma de creches) foi criado pelo governo federal para fortalecer a política de educação infantil nos municípios e apoiar a sua expansão. De 2007 a 2008, o Proinfância investiu na construção de 973 creches em 939 municípios e a meta de 2009 é construir 500 novas unidades.


    Além de definir três tipos de projetos arquitetônicos para a construção de creches, o MEC orienta a aquisição do mobiliário e dos equipamentos, que devem ser certificados, para atender às particularidades da educação infantil. Segundo Rita Coelho, os municípios têm autonomia para construir o projeto pedagógico, mas também podem solicitar assessoria à Secretaria de Educação Básica (SEB) do ministério.


    Rita Coelho explica que a educação infantil é uma etapa da educação básica, não um curso livre, tem que ter objetivos educacionais e necessita de planejamento. Nesse contexto, os professores devem saber que vivências precisam proporcionar à criança, em cada etapa da vida, para o seu pleno desenvolvimento. A educação infantil vai dos primeiros dias de vida aos cinco anos e 11 meses.


    A coordenadora Rita Coelho diz que a proposta pedagógica deve levar em conta uma série de pontos, entre eles, a estrutura e a organização da escola de educação infantil, as rotinas e as atividades do cotidiano do aluno, a organização dos espaços de alimentação, repouso, lazer, banho. A formação de professores está determinada na Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB): ensino médio, na modalidade magistério ou pedagogia.


    Atendimento – Em 2008, a Secretaria de Educação Básica realizou encontros em 23 pólos para atender pedidos de informações de municípios sobre a proposta pedagógica da educação infantil. As principais dúvidas diziam respeito à formação de professores, à alimentação das crianças e à autorização de funcionamento de creches e pré-escolas. Quando as dúvidas são comuns, a SEB faz orientação em grupo, mas os municípios também podem solicitar informações diretamente à coordenação de educação infantil da secretaria.


    Ionice Lorenzoni

  • O Prêmio Ciências no Ensino Médio teve início em 2003. A ação se constitui na seleção, classificação e premiação de projetos escolares exemplares e inovadores, de investigação científica nas diferentes áreas do conhecimento. Esses projetos devem ser promovidos e executados por alunos regularmente matriculados no ensino médio em escolas da rede pública de ensino, sob a supervisão de professores.

     

    Entre os objetivos do Prêmio Ciências, estão: estimular e socializar as práticas de investigação científica nas escolas da rede pública; valorizar as escolas públicas que se destaquem por iniciativas e experiências inovadoras e bem-sucedidas destinadas ao desenvolvimento da formação científica dos alunos e incentivar o desenvolvimento de projetos escolares de investigação científica nas diferentes áreas do conhecimento.

     

    Trinta e nove escolas públicas de todo o Brasil recebem o Prêmio Ciências em três categorias:

     

    Estadual, na qual 27 escolas são selecionadas, uma por estado, para receber o prêmio de R$ 25.000,00;

     

    Regional, na qual se escolhem as 10 escolas com os melhores projetos, duas por região, que terão direito a um prêmio de R$ 40.000,00;

     

    Nacional, na qual são premiadas duas escolas, uma entre as inscritas da rede pública estadual e municipal e outra entre as da rede federal de ensino, que recebem um prêmio de R$ 60.000,00.

     

    Como participar:

     

    As inscrições para o Prêmio Ciências no Ensino Médio têm caráter institucional, ou seja, somente são aceitos projetos homologados pela direção da escola a que pertencem os alunos responsáveis e os professores orientadores do projeto. Cada escola só pode inscrever um projeto, no entanto, são aceitas inscrições de projetos oriundos de grupo de escolas, mas as escolas associadas não podem participar do concurso com a inscrição de outro projeto.

     

    Contato:

    Ministério da Educação
    Secretaria de Educação Básica
    Diretoria de Políticas de Formação, Materiais Didáticos e de Tecnologias para Educação Básica
    Coordenação-Geral de Tecnologia da Educação
    Telefone: (61) 2104-8280
    Fax: (61) 2104-9643
    E-mail: Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.

     


     

     

     

     

  • Projetos de leitura desenvolvidos em escolas, bibliotecas e instituições podem, além de modificar a vida cultural de estudantes e pessoas de qualquer idade, concorrer a prêmios que somam R$ 90 mil. O Prêmio Vivaleitura 2009 está com inscrições abertas e seus objetivos são incentivar, valorizar e divulgar a leitura e promover a formação  de crianças, jovens e adultos.

    Três categorias podem inscrever projetos: escolas públicas e privadas da educação básica; bibliotecas públicas, privadas e comunitárias; e sociedade, área que compreende empresas, organizações não-governamentais, pessoas físicas, universidades e instituições sociais. O prêmio de R$ 30 mil, em dinheiro, será entregue ao vencedor de cada categoria. As inscrições para a quarta edição do Vivaleitura vão até 24 de julho.

    Iniciativa dos ministérios da Educação e da Cultura, o prêmio tem a coordenação da Organização dos Estados Ibero-Americanos (OEI) e o patrocínio da Fundação Santillana, da Espanha. É também uma das ações do Plano Nacional do Livro e Leitura (PNLL), criado para estimular, fomentar e reconhecer boas práticas de leitura. Vivaleitura é o nome dado no Brasil ao Ano Ibero-Americano da Leitura, comemorado em 21 países das Américas e da Europa desde 2005. Da primeira edição em 2006 a 2008, concorreram ao prêmio mais de sete mil trabalhos com a participação de escolas, entidades ou organizações sociais de todos os estados da Federação. Nos três anos foram distribuídos R$ 270 mil.

    Inscrições 2009 – O regulamento e a ficha de inscrição estão disponíveis na página eletrônica do prêmio. As inscrições são gratuitas e podem ser feitas pela internet ou por carta registrada, com aviso de recebimento para o endereço: Caixa Postal 71037-7, CEP 03410-970 – São Paulo (SP). Informações também pelo telefone gratuito 0800-7700987.

    Ionice Lorenzoni
  • Uma unidade de ensino da rede pública de Vitória (ES) desenvolveu um projeto para crianças de cinco e seis anos, com o envolvimento dos pais, a fim de valorizar a cultura africana – uma das origens do povo capixaba – e trabalhar o aprendizado sobre discriminação e bullying. Esta é a história em destaque do programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC, cuja edição vai ao ar nesta sexta-feira, 30.

    O projeto Penso, logo respeito surgiu no Centro de Educação Infantil Tomaz Tommasi, quando as professoras Lívia Costa Araújo e Rosileia Soares perceberam o desinteresse das crianças pelos personagens negros que apareciam como protagonistas nas histórias contadas em sala de aula. A negação e a falta do sentimento de pertencimento dos alunos negros, por medo do bullying – conforme foi comprovado mais tarde –, também preocupou as educadoras.

    “Quando a gente começou a passar os vídeos, mostrando às crianças o continente africano, mostrando outras crianças, elas começaram a ter uma reação negativa”, conta Lívia. “Começaram a dizer que tinham nojo, que achavam as crianças feias, que não se sentiam representados – sendo que a maioria dos nossos alunos é negra. Ficamos muito preocupadas ao ver essa interpretação das crianças”.

    Trabalho conjunto – Juntamente com a equipe pedagógica da escola, as educadoras bolaram o projeto Penso, logo respeito, que tem promovido atividades com foco no ensino sobre as diferentes culturas. As lições alcançaram também as famílias, o que, segundo a professora Lívia, foi fundamental para o maior envolvimento dos pequenos. “Nós enviamos um questionário para famílias perguntando o que eles conheciam da cultura negra, o que eles sabiam, quantos negros havia na família. E aí o questionário veio exatamente parecido com a reação das crianças, uma negação muito grande, muitas famílias não se declarando negras ou dizendo que desconhecem a questão da cultura africana.”

    A maneira encontrada pela escola para educar e informar foi a vivência das demais culturas na prática. “Nós conseguimos um professor de capoeira voluntário, e pedimos aos pais autorização para que os alunos participassem da capoeira”, relata a professora. “Então, alguns pais vieram aqui dizendo que não permitiriam que os filhos participassem porque era uma dança, uma cultura ‘voltada para santo’, ‘voltada para o diabo’, todo esse contexto que a gente sabe que é preconceituoso e cheio de falta de informação.”

    A rotina nas salas de aula mudou completamente e as atividades animaram o grupo dentro do projeto. Em uma das iniciativas, os pequenos se vestiram como guerreiros de tribos africanas ou como princesas, com direito a adornos e roupas típicas.

    Para a professora Rosileia Soares, o conhecimento a respeito da cultura tem sido levado para a vida desses alunos. “Alguns pais perguntaram sobre do projeto”, lembra. “Disseram que era bom a gente falar sobre isso porque muitas vezes eles não sabiam como conversar com as crianças sobre o assunto. Quando a gente trabalha isso com as crianças, desde pequenas, elas levam para a vida delas, para o futuro delas, um conhecimento de mundo, um conhecimento da sua identidade muito grande.”

    Resultados – Para Rosileia, o projeto Penso, logo respeito apresentou resultados excelentes entre as crianças, tanto no comportamento quanto na consciência de pertencimento de suas origens. “A gente via as crianças de cabelos crespos indo para o banheiro molhar os cabelos para ficarem lisos. Hoje em dia a gente não vê isso. Vê, sim, elas pegarem esse cabelo e eriçarem ainda mais, e se sentindo bem com isso. Quando eu comecei o projeto eu perguntei ‘quem é negro aqui na sala?’, nenhum deles se manifestou. Hoje, quando faço essa pergunta, vários alunos levantam a mão, até os branquinhos. Então, isso é uma vitória muito grande para a gente.”

    A ideia, agora, é estender o projeto para toda a escola. “A gente sabe que é uma luta diária”, destaca Rosileia. “Todos os dias a gente vai desmitificando uma coisa, construindo outras, reconstruindo, ressignificando. A intenção do projeto é continuar. Nosso objetivo é que ele se torne uma referência na educação infantil, e temos batalhado para isso.”

    Assessoria de Comunicação Social

  • A alfabetização e o prazer pela descoberta da leitura são destaques no Rede Escola desta sexta-feira, 31, exibido pela TV Escola às 19h. A equipe do programa foi conhecer o projeto da Escola Municipal Holanda, no Rio de Janeiro, criado para educadores trocarem experiências de alfabetização para aplicação nas salas de aula. A prática dessas rodas de conversa no cotidiano da escola e o impacto no prazer da leitura nas crianças recém-alfabetizadas são o foco da reportagem.

    Em Brasília, outro projeto inovador busca ampliar a presença das mulheres na área científica. Para mudar esse panorama, o Projeto Meninas na Ciência desafia estudantes de todo o país a criarem equipamentos que possam ser utilizados nas salas de aula do ensino médio.

    O programa fala de arte também. Thereza Miranda, uma das mais importantes artistas plásticas do país, segue aos 90 anos em plena atividade. E não só produzindo as suas gravuras. Há 44 anos ela ensina na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC). O diretor geral em exercício da TV Escola, Luiz Dolino, foi ao encontro dela para uma conversa especial que, na verdade, é a homenagem do Rede Escola a essa grande artista e mestra.

    Já a coluna semanal do jornalista Antônio Gois aborda o Sistema de Avaliação do Ensino Básico, o Saeb.

    O programa Rede Escola é exibido toda sexta-feira, às 19h, e reapresentado aos sábados, às 16h, domingos, às 12h, e segundas, às 12h30. Todas as reportagens do programa estão disponíveis no site da TV Escola.

    Assista o programa também no canal da emissora no YouTube.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Ensinar alunos do ensino fundamental e do médio de que é possível produzir alimentos e ao mesmo tempo preservar o meio ambiente, por meio do plantio de árvores frutíferas e nativas junto a plantações de hortaliças e leguminosas. Esse é um dos objetivos do projeto de agrofloresta desenvolvido, há dois anos, pelo professor de biologia Leonardo Hatano, em uma escola agrourbana da cidade de Riacho Fundo (DF).

    A escola fica localizada dentro de uma comunidade criada em um projeto de reforma agrária de 1986. Muitos dos alunos são filhos ou netos de produtores rurais. Hatano diz que o fato da escola estar em um lugar privilegiado, bem próximo a um setor de chácaras e a uma área de preservação ambiental, permite que os conceitos que os alunos aprendem em sala de aula sejam colocados em prática tanto dentro do terreno da instituição quanto nas propriedades rurais da comunidade.

    Além de uma pequena agrofloresta dentro da escola, professores e alunos também utilizam chácaras de familiares para implementar o projeto.  “Tentamos levar um pedacinho da mata, o conceito de biodiversidade e de equilíbrio com a natureza”, comenta o professor. De acordo com Hatano, trabalhar em projetos ao ar livre é melhor do que em sala de aula. “A atenção é melhor, a motivação é melhor, tanto para os alunos quanto para os professores.”

    Os resultados podem ser comprovados no depoimento dos estudantes deste centro educacional. A aluna Ana Flávia Teodoro de Araújo, 13 anos, diz que sempre conversa com os pais sobre o que está sendo plantado. “Ajudo a plantar, dou pitaco no que deve ser plantado. Falo com meu pai o que aprendi na aula sobre algumas plantas, como cuidar, como ajudar a crescer”, conta Ana Flávia.

    Desde que o projeto começou, já foram plantadas mudas de embaúbas, xixá (árvore típica do cerrado), mandioca, manga, bananeira, ipê, goiaba, amoras e moringa. Os alunos também fizeram uma horta com diferentes alimentos, cuidam de um tanque de peixes, fazem construções sustentáveis e monitoram a qualidade da água de nascentes de uma área de preservação ambiental localizada próxima ao centro educacional.

    Assessoria de Comunicação Social

     


  • No Espírito Santo, uma escola encontrou um jeito inusitado de estimular o bom comportamento entre os alunos e diminuir as advertências, suspensões e reclamações aos pais. Chamado de MIM: a moeda do bem, o projeto começou em 2016 e bonifica estudantes que mantêm a disciplina e o interesse nas aulas com o acúmulo de moedas imaginárias, que, posteriormente, podem ser tocadas por brindes. O nome da moeda corresponde às iniciais da Escola Municipal de Ensino Fundamental Maria Istela Modenesi, em Vitória. 

    Idealizadora do projeto, a professora Priscilla Junqueira afirma que, antes do MIM, a coordenação tentava contornar a indisciplina em sala de aula por métodos tradicionais, porém, com pouco sucesso. “Conversas, convocação de pais, relatórios, anotações de ocorrências, suspensão. Nada disso estava dando muito resultado”, conta. Segundo Priscilla, a atitude dos estudantes refletia questões relacionadas à autoestima e às condições sociais em que vivem – a escola é situada na periferia de Vitória, em região considerada de extrema vulnerabilidade social.

    “Comecei a fazer entrevistas, conversar com cada um dos alunos, e todos mostravam uma frustração muito grande por não ter acesso a itens de consumo, por exemplo, bala, biscoito, coisas que outras crianças e jovens têm e eles não têm”, explica Priscilla. Assim, pensou em um sistema de pontuação: cada estudante recebe um MIM pelo desempenho pedagógico e outro pelo comportamento e pode acumular as moedas cumprindo desafios orientados pelos professores.

    Os produtos que podem ser trocados por MIMs são diversos, desde material escolar e perfumes até lanches, oferecidos por uma lanchonete que só aceita a moeda fictícia. “A cantina vai oferecer bolo de chocolate, empadão, itens que existem em cantina de escola e que, até então, esses alunos não tinham acesso. As professoras também aproveitam para ensinar matemática básica”, exemplifica Priscila.

    A estudante Emilly Katlen, de 13 anos, lembra que quase teve a trajetória escolar prejudicada pelo mau comportamento. No entanto, começou a acumular MIMs por boa disciplina e interesse nas aulas e conseguiu ser a terceira aluna que mais juntou moedas na escola. Como resultado, as ocorrências que a levavam quase diariamente à sala da coordenação passaram a ser esporádicas. “Eu era rebelde, muito bagunceira, e quase reprovei por causa disso. Hoje, minhas notas são altas o respeito pelos professores aumentou. Agora, a sala está melhor, respeitamos uns aos outros”, diz.

    As mudanças no comportamento de Emilly também foram percebidas em casa. Marcela Pereira, mãe da jovem, conta que o projeto conseguiu melhorar a autoestima da filha e que agora ela é referência para os irmãos em comportamento e dedicação aos estudos. “Hoje ela se arruma, toma banho, vai para a escola. Vejo muitos amigos ao redor dela, coisa que não via antes. Ela traz gibi da escola e lê junto com os irmãos dela”, relata.

    Até o ano passado, Rafael Sampaio, de 11 anos, também não se sentia motivado para ir à escola e sempre se envolvia em confusão com os colegas. O estudante considera que as moedas do MIM foram o empurrão que ele precisava para mudar o comportamento e seguir assim, independentemente do projeto. “Mesmo quando o projeto acabar, vou continuar com as boas ações, mesmo sem interesse em ganhar as moedas. Porque, no futuro, já estaremos inspirados a praticar as boas ações”, pondera Rafael.

    Dar atenção e conversar com os alunos, segundo a professora Priscilla Junqueira, é uma forma de contornar qualquer situação difícil. “Acolher não é passar a mão na cabeça. Acolher é entender o que aconteceu e porque o aluno está agindo daquele jeito. É preciso deixar bem claro que alguns comportamentos não são aceitáveis, não são certos, e apontar novos caminhos.”

    Assessoria de Comunicação Social

     


  • A tradução e o estudo da autobiografia de um ex-escravo que viveu no Brasil no século 19 podem disseminar um novo ponto de vista histórico sobre o período da escravidão no país. Escrito em 1854, originalmente em inglês, o livro Uma narrativa interessante. Biografia de Mahommah Gardo Baquaqua narra, a partir de uma perspectiva pessoal, a história da opressão e da violência que o personagem central da história –  Baquaqua – viveu desde a captura no continente africano até o desembarque na costa brasileira, quando foi negociado como escravo.

    Mahommah Gardo Baquaqua, um ex-escravo que viveu no Brasil no século 19. (foto: Utica, NY, 1850)

    No Brasil, ele primeiramente trabalhou para um padeiro em Pernambuco, em condições tão degradantes que chegou a tentar o suicídio. Após esse episódio, foi vendido para um capitão de navio no Rio de Janeiro. Em 1847, durante uma viagem a Nova York, Baquaqua fugiu. Com o apoio de um grupo de missionários protestantes, estudou numa escola americana e viajou para Haiti, Canadá e Inglaterra – onde as pistas sobre o seu paradeiro acabaram. Baquaqua tinha esperanças de voltar à sua terra natal, um vilarejo localizado na República do Benin, na África ocidental.

    Essa história despertou o interesse do pernambucano Bruno Véras, doutorando em história pela York University, em Toronto, no Canadá. Ele começou a pesquisar a vida dos escravos no Brasil ainda na graduação do curso de história, na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).  A pesquisa prosseguiu no mestrado, na Universidade Federal da Bahia (UFBA), e até hoje Bruno segue as pistas deixadas por Baquaqua, com o objetivo de ampliar seus conhecimentos sobre a escravidão no país.

    Parceria –  “Apenas no mestrado, na UFBA, eu pude me aprofundar mais, entender um pouco mais essa trajetória e o contexto entorno do personagem em si”, relata Bruno. A partir da experiência na universidade baiana, o autor desenvolveu um projeto que, fruto de parceria entre a UFPE e York University, pretende mostrar a trajetória pessoal de Baquaqua e debater a escravidão e o abolicionismo no Brasil e na América do Norte.

    Batizado com o nome do ex-escravo e coordenado por Veras, o trabalho consiste na tradução da autobiografia e de outras anotações encontradas no Canadá e nos Estados Unidos. Ele vem publicando todo esse material em um website, com versões em português, inglês, espanhol, francês e em hauçá, língua dos povos da região onde Baquaqua nasceu.

    A estratégia de construção desse trabalho, explica Bruno, inclui teatro, pela dança, por documentários, curso de formação de professores, tanto no Brasil quanto em outros países. “O projeto Baquaqua não é só do Brasil”, destaca. “A ideia é que esse material que a gente está produzindo em francês seja usado no Benin e no Haiti. Em inglês, da mesma forma, ele vai ser usado nos Estados Unidos e no Canadá, e assim por diante.”

    Bruno Véras, a partir do estudo da autobiografia do ex-escravo, avalia que a escravidão, no Brasil, é praticamente “uma história familiar “ (Foto: Divulgação)

    História familiar – O projeto Baquaqua oferece um caminho para imaginar, compreender e construir empatias e identificação. “Acho que o estudo de biografias é interessante para a gente entender, inclusive, a escravidão”, resume Bruno. ”Posso me identificar com essa história, construir uma empatia, porque a história da escravidão no Brasil não é uma história distante. É importante a gente lembrar que, até 1850, a cada um europeu que entrou no Brasil, foram trazidos oito africanos – esses são números pesquisados por Luís Felipe Alencastro. O Brasil realmente foi colonizado por africanos. O meu trisavô, a sua trisavó foi africana, foi escravizada, então essa história da escravidão no Brasil é extremamente familiar. “

    A tradução da autobiografia de Baquaqua não é inédita no Brasil, mas o projeto que Bruno Veras coordena prevê o lançamento, em breve, de um livro com esse material e uma explanação histórica no contexto da escravidão no país. O trabalho conta com a participação do pesquisador Nielson Bezerra, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e é baseado em um estudo de pesquisadores britânicos.

    No site organizado por Bruno podem ser vistas mais informações sobre o Projeto Baquaqua.

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