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Diversidade

Cotista ganha bolsa no Japão e valoriza sistema de reserva

  • Segunda-feira, 25 de julho de 2005, 12h49
  • Última atualização em Segunda-feira, 14 de maio de 2007, 09h41

O estudante cotista Joelson Souza de Santana, 23 anos, aluno do curso de português-japonês da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj), foi o único brasileiro selecionado para estudar, como bolsista, durante um ano, na Universidade de Estudos Estrangeiros de Osaka, Japão. Joelson ganhou a bolsa ao participar de uma seleção que envolveu candidatos de todo o mundo.

Ganhar a bolsa do governo japonês foi, segundo o estudante, sua maior conquista. “É o momento mais importante da minha vida”, disse. Negro, filho de empregada doméstica e de motorista de caminhão, morador de um subúrbio do Rio, ele estudou em escola pública. Em 2004, ingressou na universidade graças ao sistema de cotas.

A reserva de vagas permitiu a Joelson romper as barreiras sociais para virar estatística e comprovar a importância da política de cotas num país onde apenas 6% dos jovens entre 18 e 25 anos estão matriculados no ensino superior. Esse índice cai ao se analisar o número de afrodescendentes nas universidades. No Brasil, somente 25% dos universitários são negros. De acordo com o censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) de 2000, 46,5% da população brasileira é formada por negros e pardos.

Conquista — Joelson sabe que sua conquista serve como referência para outros alunos que enfrentam as mesmas dificuldades. “O sistema de cotas é importante para um indivíduo que se encaixa nas características de ser negro e morador do subúrbio, por exemplo”, afirmou.

A seleção para estudar no Japão não deslumbrou Joelson, que mostra consciência do potencial de sua conquista. “Posso ser um exemplo para as pessoas que se enquadram no sistema de cotas. O estudante pode ver isso como algo inspirador”, disse.

Com dedicação integral aos estudos, Joelson Santana freqüenta as aulas no turno da manhã. À tarde, é monitor de japonês, com uma bolsa de R$ 190,00 por mês. De viagem marcada para outubro, o estudante receberá do governo japonês ajuda de custo no valor de U$ 1,3 mil mensais (R$ 3,17 mil) e vai morar no alojamento da própria universidade. A passagem também será custeada pelos japoneses.

Repórter: Sandro Santos

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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