Unesco premia projeto do Diversidade na Universidade
A União dos Cursos Pré-Vestibulares Comunitários da Bacia do Almada, na Bahia, conquistou o Prêmio Unesco pelo trabalho desenvolvido com a população carente, afrodescendentes e indígenas no interior da Bahia. O projeto vencedor, Inclusão Educacional no Ensino de Terceiro Grau, promove cursos pré-vestibulares gratuitos para alunos carentes e permite a eles adquirir condições de ingresso na universidade. O grupo atua de forma integrada nos municípios de Coaraci, Itajuípe, Almadina e Itapitanga.
O projeto foi aprovado pelo Programa Diversidade na Universidade, do Ministério da Educação, destinado a apoiar ações que promovam a eqüidade social e a diversidade na educação superior para afrodescendentes e indígenas. Este ano, o MEC vai investir R$ 3,4 milhões para atender alunos em pré-vestibulares gratuitos em 12 estados.
Esta é a primeira vez que a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) premia um município do interior da Bahia na categoria educação. Foi reconhecido pelo organismo o trabalho feito em Itajuípe.
Oportunidade — A estudante Kátia Rejane Rodrigues Pereira, 26 anos, que ficou seis anos sem estudar, conseguiu ser aprovada no curso de pedagogia, na Universidade Estadual Santa Cruz (Uesc), e em turismo, na Universidade Estadual da Bahia (Uneb), após ter feito o curso. “Fiz curso técnico. Se não fosse o pré-vestibular, eu não teria preparo para concorrer”, admitiu. A irmã de Kátia, Claudeídes Pereira, 30 anos, que também fez o curso preparatório, foi aprovada em economia pela Uesc.
O coordenador do projeto, Epifânio Soares Neto, diz que este ano serão criadas oficinas vocacionais para orientar os futuros universitários na escolha do curso, além de oficinas de empreendedorismo. “A idéia de orientar na questão do empreendedorismo é despertar no estudante a noção de criar seu próprio negócio", explicou.
O prefeito de Itajuípe, Marcos Dantas, destaca o fato de o município ter conquistado pela primeira vez, graças ao curso, o melhor índice de aprovação de estudantes no vestibular da Uesc. Para este ano, Dantas planeja ampliar o número de vagas nos cursos da rede. “O objetivo é democratizar o acesso à universidade e passar de 180 para 600 alunos, com o custo todo bancado pela prefeitura”, disse.
Repórter: Flavia Nery com informações do jornal A Tarde