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Diversidade

Programa combate uso de drogas nas escolas

  • Sexta-feira, 17 de março de 2006, 09h49
  • Última atualização em Quinta-feira, 17 de maio de 2007, 11h05

A Secretaria Nacional Antidrogas (Senad), o Ministério da Educação e a Embaixada dos Estados Unidos vão expandir, neste ano, o programa Prevenção ao Uso Indevido de Drogas, desenvolvido com sucesso em 2003 e 2004. A idéia é combater o problema a partir de pesquisas da Senad que comprovam que os jovens de escolas públicas e privadas estão bebendo muito e cada vez mais cedo: mais de 22% dos alunos da rede estadual de ensino consomem substâncias químicas e mais da metade têm atraso de pelo menos um ano em relação à série ideal.

A meta do programa é a capacitação - por meio de cursos de educação a distância – de 20 mil profissionais de educação, que darão apoio no combate e prevenção ao uso de drogas nas escolas. Segundo Angela Maria Martins, coordenadora de Capacitação e Formação de Programas em Educação da Secretaria de Educação a Distância do MEC, o objetivo é subsidiar a prática pedagógica do professor. “O curso é para o professor tomar conhecimento, saber o que é a droga e quais são seus efeitos, para ajudar o aluno a sair dessa situação de risco”, explica.

O programa, que começou como projeto-piloto, foi implementado pela Universidade de Brasília (UnB) e atendeu cinco mil professores de 5ª a 8ª série, em todo o Brasil. Ele é composto por material didático sobre o assunto. Também são transmitidos programas no canal TV Escola. No fim do curso, cada professor apresentou proposta de prevenção para sua escola. “A demanda para participar do projeto é grande. Além dos professores, igrejas e ONGs também têm nos procurado”, disse Angela.

Segundo a pesquisa da Senad, o álcool está entre as drogas, lícitas ou ilícitas, que mais avançam entre os estudantes. Dos 48.155 jovens entrevistados, 41% usaram algum tipo de bebida alcoólica entre os 10 e 12 anos. Aos 18 anos, 81% já haviam bebido. Na preferência dos jovens, o álcool é seguido pelo cigarro, solventes, energéticos, anfetaminas e maconha.

Unesco - Outra pesquisa da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) mostra que 34,8% dos 50 mil estudantes brasileiros dos ensinos fundamental e médio (17,4 milhões) consomem álcool. A faixa etária para o início do consumo caiu e as meninas bebem tanto quanto os garotos. Há duas décadas, os jovens começavam a consumir álcool entre 14 e 15 anos, na proporção de uma garota para cinco rapazes. Hoje, passou para 12 e 13 anos, e as garotas não ficam atrás. “A proporção é de um para um. Em alguns lugares, há uma tendência de inversão”, diz o psiquiatra e psicanalista Sérgio de Paula Ramos, presidente da Associação Brasileira de Estudos do Álcool e outras Drogas (Abead).

A jovem P.O.J.S., 15 anos, estudante do ensino médio do Distrito Federal, disse que seus colegas bebem dentro e fora da escola. “O pessoal mistura suco, água, pinga ou vodca, coloca na garrafinha de água para o professor não perceber e toma durante as aulas. Nos shoppings, praças, ponto de ônibus ou barzinhos, eles gostam de pinga ou vodca pura”, conta. Em Porto Alegre, onde foi conduzida a pesquisa da Unesco em 2002, contatou-se que as garotas ultrapassaram o número de meninos que bebem.

O excesso de bebida também pode ser responsável pela queda do rendimento escolar. Dos jovens avaliados pela Senad que haviam usado algum tipo de droga – neste caso, a maioria consumia álcool -, mais da metade faltava constantemente à escola e estava um ano atrasada, em relação à série considerada ideal para a idade.

Repórter: Sonia Jacinto

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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