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Diversidade

Saberes das Águas recebe reforço

  • Terça-feira, 25 de julho de 2006, 06h56
  • Última atualização em Segunda-feira, 21 de maio de 2007, 09h34

Foto: Tereza SobreiraBarcos-escola e rádios comunitárias devem reforçar o projeto-piloto de alfabetização de pescadores que o Ministério da Educação e a Secretaria Especial de Aqüicultura e Pesca (Seap) desenvolvem em Xique-Xique, Remanso, Barra e Pilão Arcado, municípios às margens do Rio São Francisco, na Bahia. O projeto conta com a parceria da Agência Espanhola de Cooperação Internacional (Aeci), Universidade do Estado da Bahia (Uneb) e dos quatro municípios.

O projeto especial Saberes das Águas, que faz parte do Programa Brasil Alfabetizado, teve início em novembro de 2005 e conclui no final deste mês a alfabetização de 1.300 pescadores. De acordo com o diretor do Departamento de Educação de Jovens e Adultos da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Timothy Ireland, na avaliação do projeto ficou evidente a necessidade de fortalecer o aprendizado da sala de aula. “Percebemos esforço e dedicação dos pescadores. Por isso, vamos investir mais no projeto”, diz o diretor.

De acordo com Timothy, os quatro municípios têm rádios comunitárias que poderão ajudar no processo de inclusão cultural dos pescadores. Os programas educativos poderão ser tipo rádio-novela com abordagem de temas sobre meio ambiente, pesca, cooperativismo, auto-sustentabilidade. Já o barco-escola terá a função de ajudar os pescadores a fixar o aprendizado da leitura e escrita. O barco manterá dois professores subindo e descendo o trecho do rio onde trabalham os pescadores para dar reforço escolar nos períodos de pesca intensiva. Estes professores levarão cadernos de exercícios, criados especialmente para esta clientela, com conteúdos de linguagem e matemática. “Oferecer reforço do aprendizado será a melhor forma de compensar o interesse dos pescadores da Bahia”, explica.

Avaliação – O professor Timothy Ireland e o subsecretário da Seap, Karin Bacha, reuniram-se com as colônias de pescadores, prefeitos, secretários municipais de educação, coordenadores, alfabetizadores e alunos dos quatro municípios entre os dias 15 e 18 deste mês. Na primeira etapa de avaliação, eles constataram que o projeto despertou interesse dos pescadores, apesar de dificuldades de freqüentar as aulas, tais como a permanência no rio durante dez a 15 dias e à baixa visão. Além de oferecer reforço para o aprendizado, o diretor do Departamento de Educação de Jovens e Adultos da Secad diz que é preciso adaptar melhor o projeto de alfabetização à realidade da região e fazer exames de avaliação da visão e oferta de óculos aos que precisarem.

EJA – A maioria dos cerca de 1.300 pescadores que concluem este mês a alfabetização já estão matriculados na alfabetização de jovens e adultos (EJA). O passo seguinte, explica Timothy, será a Secad, a Seap e os municípios envolvidos trabalharem a oferta de EJA articulada com formação profissional específica para pescadores, conforme prevê o Decreto nº 5.840, de 13 de julho. Formação em cooperativismo, por exemplo, que daria subsídios aos pescadores para sua organização, compra de insumos de pesca, venda de pescado. “Seria um curso mais atraente para as colônias”, diz.

Repórter: Ionice Lorenzoni

 

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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