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Educação indígena

Professores indígenas selecionam material didático para escolas

  • Quarta-feira, 24 de agosto de 2005, 13h04
  • Última atualização em Segunda-feira, 14 de maio de 2007, 11h32

As 2.228 escolas indígenas do país receberão em 2006, CDs, DVDs, vídeos, mapas, jogos e cartazes, como parte do material didático a ser utilizado durante as aulas para os 147 mil alunos do ensino básico. Setenta e um projetos, com vários títulos, estão sendo analisados até esta sexta-feira, 26, no Bittar Plaza Hotel, em Brasília, pela Comissão de Apoio à Produção de Materiais Didáticos (Capema), que tem 16 membros, entre oito professores indígenas e especialistas em educação indígena. A reunião foi aberta nesta quarta-feira, 24, com o professor Joaquim Mana entoando o “canto do cipó”, segundo ele, para dar concentração no trabalho de seleção.

No dia 30, a Coordenação-Geral de Educação Escolar Indígena (CGEEI) do MEC divulga o resultado. Os projetos selecionados serão financiados pelo ministério. São materiais que valorizam a cultura, a história e a oralidade dos povos indígenas. Segundo Kleber Gesteira, coordenador-geral de Educação Escolar Indígena, após a seleção, será feita a licitação para confeccionar os materiais. Alguns estarão prontos em novembro.

“A produção envolve uma mobilização, principalmente dos professores indígenas”, disse Kleber. Segundo ele, ao receber formação, com apoio do MEC, os professores pesquisaram em aldeias e aprofundaram conhecimentos para os novos materiais didáticos. O material será direcionado a cada povo, conforme sua língua materna. Poucos serão em português.

O MEC tem R$ 668 mil, em 2005, para financiar a confecção do material didático para estudantes e professores indígenas e já destinou R$ 1 milhão do Programa Brasil Alfabetizado para fazer obras literárias indígenas, selecionadas, e que serão distribuídas nas escolas. Hoje, 7.500 professores trabalham nas 2.228 escolas indígenas do país, mas, destas, só 42 são do ensino médio. Já entre os professores, 90% são índios.

Inédito – “Pela primeira vez, nós, índios, analisamos os projetos de material didático que vamos usar”, disse Joaquim Mana, professor indígena em Praia do Carapanã, a três dias de barco de Tarauacá, e mais uma hora de avião até Rio Branco (AC). Já o professor Francisco Sousa Santos, índio e secretário de Educação de São João das Missões (MG), destaca que o material didático indígena tem especificidades e daí a importância dos professores das aldeias fazerem parte da comissão que analisa o material.

Segundo a indígena Francisca Novantina, do Conselho Nacional de Educação (CNE), entre os critérios na escolha do material está a vinculação ao interesse dos professores e alunos e a filosofia voltada para o contexto da comunidade. “A reivindicação das comunidades indígenas era antiga.” Ela acrescenta que pesquisa nas escolas verificou que a maior demanda é por material didático específico e de boa qualidade. Os 71 projetos em análise vieram das cinco regiões e de várias etnias indígenas, como Ashaninka, Ticuna, Tuyuka, Macuxi, Tembé, Pataxó, Xokó, Guarani, Bororo, Paresí e Yanomami. Mais informações pelos telefones (61) 2104-6237 e 2104-9382.

Repórter: Susan Faria

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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