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Educação indígena

Comunidades indígenas querem integração com ensino profissionalizante

  • Quarta-feira, 06 de dezembro de 2006, 15h56
  • Última atualização em Segunda-feira, 14 de maio de 2007, 10h21

Cerca de 120 representantes de povos indígenas, além de gestores e educadores, discutiram, na manhã desta quarta-feira, 6, em Brasília, a integração entre ensino médio e ensino profissionalizante em comunidades indígenas. O debate ocorreu durante o seminário Diferentes Diferenças, que termina na sexta-feira, 8.

Segundo a diretora substituta de Políticas de Ensino Médio da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), Roseana Castro, o MEC convidou as 27 unidades da Federação para que estudassem a possibilidade de implantação do ensino médio integrado em aldeias indígenas. Até agora, 20 estados manifestaram interesse e vão receber, a partir de 2007, apoio financeiro e consultoria técnica para efetivar a idéia.

O programa prevê parcerias com estados, municípios, organizações não-governamentais e com o Sistema S, que envolve instituições como Sesi, Sebrae e Senac. Os recursos federais vão variar de acordo com o plano pedagógico de cada estado e com as demandas específicas das comunidades indígenas.

Segundo o diretor de Diversidade e Cidadania da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC), Armênio Schmidt, o ensino profissionalizante privilegia as demandas de empresários e deixa de lado necessidades de comunidades de minorias como as do campo e as indígenas. Para ele, as atuais políticas educacionais buscam mudar esse quadro e a educação profissional precisa ser atrelada à realidade dessas comunidades.

É o que já ocorre no município de Carapó (MS), onde vivem povos Guarani-Caiová. Preocupados com os altos índices de mortalidade infantil e de desmatamento, os índios procuraram a secretaria de educação local para implantar o curso técnico de agroecologia, que combina disciplinas do ensino médio regular a outras ligadas ao reflorestamento e à produção de alimentos.

Currículo − “Mudamos o currículo para adaptá-lo a nossas dificuldades. É a realidade que organiza o trabalho escolar”, disse Eleiel Benites, um dos índios que idealizaram o projeto. A escola, cujas aulas começaram em abril deste ano, funciona, à noite, no prédio da prefeitura. Durante o dia, há aulas em campo, onde os alunos plantam, cultivam e aplicam os conteúdos aprendidos em sala de aula.

Segundo o coordenador de Educação Indígena da Secad, Kleber Gesteira, é a partir de experiências como a de Carapó que as discussões acerca da integração entre ensino médio e ensino profissionalizante serão revertidas em ações práticas.

Maria Clara Machado

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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