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Educação indígena

Encontro debate educação indígena

  • Segunda-feira, 26 de março de 2007, 15h46
  • Última atualização em Sexta-feira, 25 de maio de 2007, 08h19

São Gabriel da Cachoeira (AM) — Aqui a educação indígena começa com o saber tradicional e com uma metodologia própria, diz a placa na entrada de uma escola indígena construída, com a arquitetura local, pelos professores e alunos, em São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas. Dentro dela, professores e alunos entoam cânticos e dançam, exibindo também seus alimentos, artesanato e convicções, tais como as escritas em paredes de madeira. “Nossos mestres-sabedores têm criatividade, responsabilidade e consciência política.” Para aproximar a realidade local das políticas de educação indígena do país, a Câmara de Educação Básica do Conselho Nacional de Educação (CNE) realiza a sua reunião ordinária em São Gabriel. O encontro teve início neste domingo, 25, e se encerra nesta terça-feira, 27.

O município de São Gabriel da Cachoeira é o que tem a maior população indígena do país. São 36 mil habitantes. Destes, 90% são indígenas. De acordo com dados do Censo Escolar de 2005, no Brasil há 2.419 escolas indígenas. Em São Gabriel da Cachoeira são 207.

Cada escola indígena estabelece sua maneira de trabalho. Na escola Pamáali, os professores ficam dois meses na comunidade ensinando o dia todo, manhã, tarde e noite. Depois desse tempo, os professores ficam por um mês fazendo a sua formação na comunidade com os anciãos, para depois passarem os ensinamentos tradicionais aos alunos das diversas escolas em que eles dão aula.

Interdisciplinariedade indígena — A professora Edinéia de Souza Pimenta, do povo Baré, relata que na escola indígena Nossa Senhora da Assunção, na qual dá aula, os alunos construíram as quatro salas. Quatro equipes, com dois professores coordenando e apoio dos sábios da comunidade, mostraram para os jovens como escolher a madeira e tecer a palha de caranã para fazer a cobertura. A escola terá seu nome mudado para Kariamã, palavra inspirada em um antigo ritual onde os homens velhos levam os jovens para a selva e lá ficam em jejum por uma semana, em intensa aprendizagem.

Gustavo Vieira

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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