Alunos indígenas tornam-se agentes agroflorestais em São Gabriel da Cachoeira
Consolidar o processo de formação de agentes agroflorestais indígenas é a finalidade de um projeto executado em São Gabriel da Cachoeira (AM). A atividade faz parte da pesquisa Uso de Espécies Frutíferas em Sistemas Agroflorestais na Comunidade de Tunuí Cachoeira. O estudo é coordenado pelo diretor da Escola Agrotécnica Federal de São Gabriel da Cachoeira, Rinaldo Sena Fernandes, e está sendo financiado pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam).
Recebendo, também, o apoio do Programa Jovem Cientista Amazônia (JCA), a empreitada envolve dois professores e seis alunos bolsistas indígenas da Escola Municipal Indígena Maatzero. A escola está localizada na Comunidade Tunuí Cachoeira, no Rio Içana, no município de São Gabriel da Cachoeira.
No primeiro momento, os alunos fizeram um levantamento das espécies frutíferas nativas com a intenção de criar um banco de dados para ser usado futuramente em sistemas agroflorestais. Posteriormente, eles criaram as exsicatas. São mostruários de plantas contendo as folhas e os frutos. As plantas serão identificadas no herbário do Instituto de Pesquisa da Amazônia e reproduzidas em um viveiro criado pela própria comunidade. Ele tem 225 metros. Nele, são reproduzidas as plantas nativas.
Objetivos — Rinaldo Sena afirmou que o projeto tem dois objetivos principais. O primeiro é o de colocar jovens indígenas no mundo da ciência e torná-los agentes de pesquisa. O segundo é a missão de garantir a segurança alimentar da comunidade. Isto porque as comunidades da região enfrentam o problema da escassez de alimentos, como peixes e caças. Os pesquisadores estão tentando resgatar as espécies frutíferas nativas. Algumas delas têm alto teor nutritivo e em outras épocas já faziam parte da alimentação indígena na região de Tunuí Cachoeira.
Ana Júlia Silva de Souza