Instituto Ayrton Senna mostra resultado de seus programas
Crianças de mil municípios participaram, entre 1999 e 2005, de programas de combate à repetência, à distorção idade/série e de alfabetização, oferecidos pelo Instituto Ayrton Senna. De acordo com estudos do economista Ricardo Barros, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), os estudantes atendidos avançaram seis vezes mais do que as crianças que não receberam o apoio.
Os resultados do impacto dessa tecnologia educacional aplicada às escolas públicas municipais foram apresentados nesta quarta-feira, 29, ao ministro da Educação, Fernando Haddad, em Brasília. “O MEC apoia essas iniciativas inovadoras, que ajudam a promover a equidade”, disse o ministro.
Na visão de Haddad, muitas crianças vivem em condições socioeconômicas que dificultam o aprendizado e precisam de atenção redobrada de governos e sociedade. “Um terço das crianças mal se alfabetiza, apesar de frequentar a escola, sobretudo por questões socioeconômicas”, ressaltou.
De acordo com Barros, a tecnologia de correção de fluxo do Instituto Ayrton Senna ajuda especialmente as crianças das séries iniciais do ensino fundamental a encurtar a distância entre a série que cursa e a que deveria cursar de acordo com sua idade. Para o ministro, o acesso à educação de qualidade nos anos em que os alunos se alfabetizam interfere substancialmente em seu aprendizado futuro.
“A distância entre os alunos que receberam boa educação nas séries iniciais e os outros tende a se cristalizar ao longo do tempo”, ressaltou. Por isso, é preciso estimular boas experiências e oferecer oportunidades para equalizar as condições de ensino.
Para auxiliar prefeitos e governadores a escolher boas tecnologias educacionais e ajudar os alunos a superar dificuldades, o Ministério da Educação criou o guia de tecnologias educacionais. “O MEC pré-testa as tecnologias e confere um selo de certificação àquelas que apresentam impacto positivo no aprendizado”, explicou Haddad.
Em relação aos programas do Instituto Ayrton Senna, o ministro disse que pretende estimular a sua adoção na rede pública com apoio da União. “Agora, o FNDE está estudando como o apoio financeiro pode ser dado ao instituto”.
Maria Clara Machado