Educação inclusiva é tema de seminários
A Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC) promove, nesta terça e quarta-feira (29 e 30), o Seminário Estadual de Educação Profissional Inclusiva de Minas Gerais, em Uberaba. É o primeiro de uma série de seminários regionais e estaduais, dentro do Programa Tec Nep - Educação, Tecnologia e Profissionalização para Pessoas com Necessidades Educacionais Especiais. O objetivo é fazer um acompanhamento e sistematização das ações de inclusão atualmente desenvolvidas pela Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica.
Na próxima quarta-feira, 30, o Brasil comemora o Dia da Inclusão Social, quando se pretende conscientizar a sociedade quanto à promoção dos direitos humanos a favor de grupos minoritários, excluídos ou discriminados, ou de portadores de necessidades especiais.
O seminário em Uberaba reunirá, pela primeira vez num evento de educação inclusiva, escolas de ensino agro-industrial. Serão debatidos os avanços alcançados com políticas locais de educação inclusiva e relatos de experiências. Um desses casos será o do coordenador de recursos humanos da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf), Manoel de Aguiar. Cego, ele relatará como aconteceu o seu processo de inclusão na escola, na companhia e como faz para acompanhar um curso de especialização à distância.
De 3 a 6 de junho, acontece o Seminário Regional de Educação Profissional Inclusiva do Sudeste, no Colégio Técnico Universitário da Universidade Federal de Juiz de Fora. Já o Seminário do Sul está previsto para acontecer no final do mês de junho, em Curitiba.
Nos seminários regionais do Sul e Sudeste será feito um levantamento sobre o total de recursos humanos que trabalham com portadores de necessidades especiais em cada instituição, o perfil dessa clientela e que tecnologias são utilizadas pela instituição para fazer esse tipo especial de atendimento.
Para Franclin Nascimento, representante do Tec Nep na Setec/MEC, a meta é saber como a inclusão está sendo feita nessas regiões. “O programa quer dar não apenas condições de acessibilidade a esses alunos, mas também de permanência e de saída”, explica.
Em todos os seminários regionais e estaduais será feita também uma exposição das tecnologias assistivas que a Rede Federal de Educação Tecnológica vem desenvolvendo para fazer esse atendimento. Na Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) já é realizado um trabalho de confecção de bengalas e até de construção de elevadores de baixo custo.
Segundo Franclin, há motivos de satisfação nessa véspera do dia da inclusão. “A Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica já oferece equoterapia (método terapêutico de reabilitação que utiliza a equitação para o desenvolvimento de pessoas com necessidades especiais) nas escolas agrotécnicas de Ceres (GO), Concórdia (SC), Barbacena (MG), Iguatú (CE), além do Cefet de Rio Verde (GO)”, conta ele.
Ações – O Programa Tec Nep, criado por iniciativa da Setec/MEC e da Secretaria de Educação Especial (Seesp/MEC), tem como meta promover a formação continuada de educadores, docentes e técnicos administrativos das instituições de educação profissional, a fim de reforçar as ações educacionais voltadas para pessoas com necessidades especiais. O programa prevê a criação de centros de referência para expandir a oferta de cursos de educação profissional para pessoas com deficiência, altas habilidades e transtornos globais do desenvolvimento, garantindo o acesso, permanência e saída com sucesso desse alunado do ensino profissional, assim como sua participação ativa no mundo produtivo.
Ana Júlia Silva de Souza