Catálogo dos cursos tecnológicos vai orientar estudantes
Orientar alunos e instituições, promover a qualidade do ensino e aumentar o reconhecimento social dos cursos são objetivos do Ministério da Educação com a criação do Catálogo de Cursos Tecnológicos, lançado pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec/MEC). A versão preliminar do documento está aberta para consulta pública até 12 de junho diretamente na página eletrônica da Setec.
A partir de um estudo realizado por especialistas de diferentes áreas, as 1.236 denominações de cursos existentes no país foram concentradas em 90 nomenclaturas. Um exemplo do que traz o catálogo é o curso de Comunicação Assistida para formação de profissionais que trabalham com tradução, grafia braille para a língua portuguesa e Língua Brasileira de Sinais (Libras) para classes regulares ou especiais com matrículas de alunos surdos e cegos. Existem no Brasil dois cursos com estes conteúdos e cada um tem nomenclatura diferente: Interpretação de Sinais para Surdos e Tradução e Interpretação de Libras. Se as instituições que os oferecem aderirem ao catálogo, passarão a se chamar cursos de Comunicação Assistida.
Para o secretário de Educação Profissional e Tecnológica, Eliezer Pacheco, o MEC respeita a autonomia das instituições, mas o catálogo mostrará ao público uma relação de cursos que passarão por todas as etapas de avaliação previstas pelo Sistema Nacional de Avaliação da Educação Superior (Sinaes), inclusive o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade). "É um trabalho pioneiro que será revisado todos os anos e que estará aberto às instituições para inclusão de cursos", diz.
Diferenças - Os cursos superiores de tecnologia têm duração mínima de dois anos, mas predominam cursos de três anos. A maioria dos 3.548 cursos é oferecida pelos centros federais de educação tecnológica (Cefets), universidades e centros universitários. Para a coordenadora-geral de Avaliação da Educação Profissional e Tecnológica da Setec, Andréa de Faria Barros Andrade, os cursos são de graduação e devem ter fundamentação científica além do que o aluno viu no ensino médio. Os cursos técnicos profissionais correspondem aos conteúdos oferecidos no ensino médio.
Os cursos tecnológicos já passam por processos de autorização e reconhecimento, mas os alunos não são avaliados. A partir do catálogo, que entra em vigor no fim de julho, os estudantes farão as provas do Enade, que constitui um dos pilares do Sinaes. Segundo Andréa Barros Andrade, o catálogo permitirá à Setec ver os cursos com maior número de alunos e fazer articulação com o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) para incluí-los nas amostragens do exame a partir de 2007.
Ionice Lorenzoni