MEC reúne equipes do projeto bilíngüe Escolas de Fronteira
Municípios brasileiros e argentinos que ficam na fronteira entre os dois países estão, desde o ano passado, realizando experiências de intercâmbio de professores para o ensino de português e espanhol nas primeiras séries do ensino fundamental. Nesta terça e quarta-feira, 4 e 5, as equipes pedagógicas das escolas brasileiras e argentinas se encontram no Ministério da Educação, em Brasília, para avaliar as dificuldades e avanços da implementação do projeto. Neste primeiro dia, a reunião acontece somente com professores e gestores do Brasil.
Em São Borja, no Rio Grande do Sul, a experiência começou este ano e envolve três turmas de 1ª série. A secretaria municipal disponibiliza carro para que os educadores atravessem a fronteira e dêem aulas de português no município de Santo Tomé, na Argentina. Os alunos aprendem o outro idioma no período da tarde.
Em Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, são atendidas duas turmas de 1º ano e duas turmas de 2º ano durante o próprio turno. Para facilitar a integração com o outro idioma, os professores brasileiros realizam atividades em espanhol, além das aulas com os professores de Paso de los Libres, na Argentina. Os demais municípios envolvidos no projeto bilíngüe Escolas de Fronteira são Foz do Iguaçu, no Paraná, e Itaqui, no Rio Grande do Sul, que iniciaram as atividades este ano, e Dionísio Cerqueira, em Santa Catarina, que começou o trabalho no ano passado.
“Este é o quarto encontro que realizamos com as escolas. Precisamos consolidar o que começamos a fazer em 2005, que é conciliar as diferenças culturais e analisar a melhor maneira de ensinar uma outra língua para os alunos”, afirma Roberta de Oliveira, coordenadora-geral de Política de Formação da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC).
O objetivo do MEC é que até o final da 1ª série os alunos saibam falar e ouvir em espanhol e que o ensino mútuo continue até a 4ª série do ensino fundamental. As cidades fronteiriças foram escolhidas para a experiência porque são zonas de interação entre as duas línguas. O ensino e a valorização das culturas envolvidas melhora as relações comunicativas dos alunos, que acabam expostos a situações de utilização de ambos os idiomas, em maior ou menor grau.
Repórter: Raquel Maranhão Sá