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Educação superior

Rondonistas visitam garimpos de Presidente Kubitschek

  • Segunda-feira, 20 de fevereiro de 2006, 11h40
  • Última atualização em Quinta-feira, 17 de maio de 2007, 10h20

A cidade de Presidente Kubitschek, a 300 quilômetros de Belo Horizonte, nasceu em 1729, como povoado, com a busca pelo ouro, cristais e diamantes. Após mais de dois séculos, o município que leva o nome do ex-presidente do Brasil tem apenas três mil habitantes, uma economia em declínio e vários problemas sociais. Conhecer a realidade local e discutir, com líderes da comunidade, alternativas para o desenvolvimento sustentável de Presidente Kubitschek estão entre os objetivos dos 12 universitários e dois professores do Projeto Rondon, que ficam no local até quinta-feira, 23.

A pesquisa é feita com alunos de engenharia ambiental da Fundação Mineira de Educação e Cultura (Fumec) de Belo Horizonte. Eles querem ajudar a prefeitura a criar a Secretaria Municipal de Turismo e estão catalogando as cachoeiras do município, observando degradações no meio ambiente, conhecendo as condições dos garimpos ativados e desativados, conversando com os moradores e fazendo um relatório a ser entregue à prefeitura local e ao Ministério da Defesa.

Universitários dos cursos de enfermagem, psicologia, pedagogia, biomedicina, fonoaudiologia e direito também trabalham voluntariamente no município desde o dia 13 deste mês. Eles fazem palestras sobre alcoolismo, drogas, planejamento familiar, ações educativas e atividades esportivas e culturais. Neste domingo, 19, promoveram uma rua de lazer no centro da cidade. “Ao chegar, fomos recebidos com banda de música. A comunidade é carente, precisa de ajuda e está querendo colaborar”, disse a professora Maria Gontijo Ramos, coordenadora dos rondonistas.

Segundo ela, o papel da equipe é observar, conversar e identificar pessoas da comunidade que sejam multiplicadores das informações. Esta semana, a professora de psicologia Sônia Onofre de Oliveira coordenou uma oficina de atividades corporais para professores do ensino básico da rede pública da cidade. “Os professores, muitas vezes, esquecem as dimensões afetivas, só querem passar conhecimento. É preciso que se soltem, sejam alegres e espontâneos para facilitar a aprendizagem dos alunos”, disse.

Funcionalismo – Ela explicou que o medo de se expor inibe os professores, acostumados a controlar as palavras, e que é preciso se sentirem mais desinibidos. Depois de fazer exercícios ao som de rumba, a professora Ivone Engracia de Mello, 61 anos, da Escola Nossa Senhora das Dores, se sentiu leve: “Estamos com condições melhores de trabalhar. A oficina nos enriquece”, afirmou.

Outros rondonistas foram ao garimpo Paulista com o secretário de Educação de Presidente Kubitschek, Cláudio Pedro de Oliveira, 34 anos. Ele explicou que após os garimpeiros perderem dinheiro, na década de 90, com o confisco da poupança pelo ex-presidente Fernando Collor, não puderem investir nos garimpos e a situação piorou. “A cidade vive do funcionalismo e dos programas do governo federal. Muitos jovens foram para a região de Pompeu, a 300 km daqui, trabalhar com pedra ardósia”, comentou Eduardo.

Outros trabalhadores vivem de pequenas plantações, como o ex-garimpeiro Vandercy Santos, 36 anos, que eventualmente procura cristais perto de sua casa, sem banheiros nem água potável. As valas onde antes havia diamantes estão praticamente abandonadas. O que se vê são crianças com roupas rasgadas e famílias sem perspectivas. A ida dos rondonistas a Presidente Kubitschek faz parte da Operação Minas Gerais do Projeto Rondon, que conta com 256 rondonistas em 19 cidades do Vale do Jequitinhonha. O projeto, desenvolvido pelo Ministério da Defesa, tem a parceria do Ministério da Educação e apoio da Petrobras, Caixa e prefeituras.

Repórter: Susan Faria

 

Assunto(s): mec , notícias , jonalismo , matérias
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