Educação superior cria sistema de coleta de dados
O ministro da Educação, Fernando Haddad, lança nesta quarta-feira, dia 20, a Plataforma de Integração de Dados das Instituições Federais de Ensino Superior (PingIfes). Com início de operação no dia 29, a plataforma vai acelerar o processo de coleta de dados das instituições públicas federais. Ela foi criada pela Secretaria de Educação Superior (SESu/MEC), em parceria com o Laboratório de Computação Científica (LCC) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG).
Estarão presentes no lançamento representantes do Fórum de Pró-Reitores de Planejamento e Desenvolvimento (Forplad) e da diretoria da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes).
Hoje, para definir o orçamento anual das universidades, o Ministério da Educação usa os dados do Censo da Educação Superior coletados pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep/MEC). Isso significa, por exemplo, que o projeto de lei do Orçamento do MEC para 2007 foi elaborado com base no Censo de 2004. Ou seja, em dados consolidados até o prazo de entrega da proposta orçamentária. Segundo a coordenadora-geral de acompanhamento das instituições federais de ensino superior da SESu, Ilka Moreira, quando a plataforma estiver em plena operação, o MEC contará, no mínimo, com informações do ano anterior, mais atualizadas.
Flexibilidade — A PingIfes começará a operar com a coleta de dados sobre a vida escolar dos alunos — matrículas, transferências, ingressantes, diplomados. Como a plataforma é flexível, pode ser expandida para buscar informações sobre graduação e pós-graduação, como dados acadêmicos, de professores e de pesquisas. Depois de consolidar essa etapa da coleta, a PingIfes será progressivamente ampliada para outras áreas das universidades.
A plataforma começou a ser construída em maio de 2005. A SESu definiu as regras de funcionamento, enquanto o Laboratório de Computação Científica da UFMG desenvolveu o sistema, que consta de um banco de dados padronizado em cada instituição, à qual caberá alimentar e gerenciar esse banco. Para ter acesso às informações, a SESu precisará de autorização da universidade. Até o dia 29, as 55 instituições federais de ensino superior devem ter seus bancos padronizados com informações sobre a vida acadêmica dos alunos de graduação e pós-graduação relativas a 2005.
Na avaliação de Ilka Moreira, as informações unificadas nos bancos das universidades federais permitirão ao MEC ter uma visão completa do sistema superior público, com subsídios para a definição de políticas para o setor, informações atualizadas e orçamento realista, além de uma série de análises e cruzamento de dados entre ingresso e diplomação, retenção, migração e evasão escolar. Para as universidades, a PingIfes dinamizará a coleta e o lançamento de dados, melhorará a auto-gestão e o acompanhamento da mobilidade e do tempo médio do aluno no curso.
Repórter: Ionice Lorenzoni