Quatro universidades aderem ao programa de bolsas para atuação comunitária
Nesta semana, mais quatro instituições federais de ensino superior lançam o Programa Conexões de Saberes. São as universidades do Amapá, Tocantins, Paraíba e São Carlos (SP). O programa, desenvolvido pelo MEC, por meio da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) em parceria com o Observatório de Favelas (RJ), atende a estudantes de origem popular a fim de garantir sua permanência no espaço acadêmico e contribuir para que modifiquem a realidade do seu território de origem.
Em 2006, o programa foi ampliado para mais 18 universidades, contemplando todos os estados do país. Agora, ele já inclui 32 instituições federais de ensino superior e envolve 1.410 estudantes que recebem bolsas no valor de R$ 300 para o desenvolvimento de trabalhos de pesquisa e extensão.
Cada universidade tem um grupo de, no mínimo, 25 estudantes selecionados por critérios socioeconômicos, como morar ou ser oriundo de favelas ou periferias. Também são considerados fatores como a escolaridade dos pais, renda familiar, origem étnico-racial e participação em atividades sociais dentro de suas comunidades de origem.
O programa oferece apoio para que os jovens universitários dessas comunidades desenvolvam a capacidade de monitorar e avaliar o impacto de políticas públicas nos espaços comunitários. A partir daí, podem ser elaborados e realizados projetos de assistência integral aos grupos sociais em situação de vulnerabilidade social.
Ações locais – As universidades têm autonomia para elaborar o seu projeto de atuação baseado em indicadores sociais locais. A Universidade Federal do Rio Grande do Sul, por exemplo, priorizou a temática das cotas. As ações consistiram em atividades como palestras, discussões com professores, estudantes, técnicos e movimentos sociais, caminhadas e oficinas de formação. As atividades resultaram em oferecimento de aulas de português em aldeias indígenas, criação de cursos pré-vestibulares para comunidades carentes e trabalho com afrodescendentes de famílias de baixa renda.
Na Universidade Federal do Amazonas, os bolsistas participam de cursos de francês e espanhol, além de visitas a centros históricos, museus e instituições de pesquisa. Junto às comunidades populares, os estudantes desenvolvem, entre outras, atividades voltadas para a educação em saúde, em parceria com o Programa Saúde da Família e escolas públicas municipais.
Durante esta semana as universidades de Tocantins e Amapá realizam eventos para apresentar o programa. Em Palmas (TO), o 1º Seminário do Programa Conexões de Saberes tem início nesta quinta-feira, 19, e aborda temas como Diferenças e Desigualdades nas Universidades Públicas; Prática Pedagógica; Juventude e Políticas Públicas; e A Universidade nos Espaços Populares e os Espaços Populares nas Universidades.
Já a Universidade Federal do Amapá realiza nesta quinta-feira e sexta-feira, 20, uma série de palestras para exposição das diretrizes gerais do programa e explanação sobre experiências em outras instituições federais de ensino superior. O evento conta também com a participação de coordenadores regionais de bolsistas e comunidades participantes do programa.
Repórter: Karla Nonato