MEC ajuda a reconstruir escola indígena incendiada
Em setembro de 2005, homens armados e encapuzados, contrários à demarcação da reserva indígena Raposa-Serra do Sol, atearam fogo no Centro de Formação e Cultura, no município de Pacaraima, região nordeste de Roraima, a 230 quilômetros da capital, Boa Vista. Destruíram a igreja, um posto de saúde, a biblioteca, a secretaria da escola, salas de aulas, os quartos dos professores e a casa de missionários. Apesar da precariedade do que restou, a escola seguiu funcionando. Agora, o Ministério da Educação vai ajudar a reconstruí-la.
Uma resolução do Fundo Nacional do Desenvolvimento da Educação (FNDE/MEC) destina R$ 870 mil para as obras de reforma e ampliação do centro. “Os estudantes têm formação em técnicas agrícolas, manejo ambiental, criação de gado e outras habilitações profissionais, importantes para a sobrevivência da comunidade”, explica Luiz Rangel, diretor de programas e projetos educacionais do FNDE. Rangel visitou o local e constatou que existem muitas escolas indígenas de ensino fundamental, mas só uma escola de ensino médio. De imediato, o FNDE vai liberar R$ 100 mil para as obras na reserva, onde vivem 16 mil índios.
Barbaridade — “Foi um crime bárbaro. Em pleno século 21, queimar centro de saúde e escola é inadmissível”, comenta Kléber Gesteira, coordenador-geral de Educação Indígena da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad/MEC). Ele conta que o centro era mantido com recursos de entidades internacionais e que, no ano passado, funcionou com 59 alunos.
Logo após o atentado, representantes indígenas, em audiência com o ministro Fernando Haddad, pediram o apoio do MEC para reconstruir o centro, que agora voltará a funcionar plenamente com escola, biblioteca, oficinas e centro de saúde. Outras informações pelo telefone (61) 2104-8064 e no sítio do Conselho Indigenista Minissionário (Cimi).
Susan Faria