Fim da greve está cada vez mais próximo
Após mais uma rodada de negociação entre o Ministério da Educação e o comando de greve, ficou mais viável o retorno dos professores ao trabalho. O secretário executivo adjunto do MEC, Ronaldo Teixeira, reiterou a proposta de investir R$ 500 milhões no reajuste salarial e disse não ter dúvida de que a paralisação se encerra na próxima semana. “Mais uma reunião e tenho a convicção de que estaremos de volta à sala de aula.”
O Fórum Nacional dos Professores das Instituições Federais de Ensino Superior (Proifes) informou que 88,7% dos professores consultados acolheram a proposta (com ponderações para melhorar este ou aquele aspecto). O Sindicato Nacional dos Docentes das Instituições de Ensino Superior (Andes) disse que a maioria dos seus representados ainda rejeita a oferta do MEC, mas admite que alguns pontos são aceitos.
O secretário executivo adjunto avalia que a proposta possui um acolhimento quase total das reivindicações apresentadas, e por isso é considerada consistente pelas duas representações sindicais.
Um dos pontos que ainda impedem o acordo é a questão da equiparação salarial entre professores ativos e aposentados. Existe atualmente uma gratificação de estímulo à docência que beneficia somente os da ativa. O MEC oferece aos inativos 115 do total de 140 pontos da gratificação. Mas os aposentados querem isonomia.
A proposta apresentada pelo Ministério da Educação envolve R$ 500 milhões, percentual de 50% para titulação (professores com mestrado, doutorado e especialização), criação da categoria de professor associado discriminado em quatro níveis (que dará continuidade e progressão na carreira dos professores) e retorno do grupo de trabalho para reestruturação do plano de carreira.
A presidente do Andes, Marina Barbosa Pinto, reconhece que houve avanços nas negociações, mas não cede no que diz respeito aos aposentados. “O que queremos como prioridade é a paridade (com os da ativa) e a isonomia entre 1º, 2º e 3º grau, além da recomposição do poder aquisitivo do nosso salário.”
O presidente do Proifes, Gil Vicente Reis, diz que a proposta satisfaz os associados do sindicato, apesar de haver ponderações. “Estamos de acordo com a proposta por uma série de pontos, como a criação do professor associado, que aponta para a continuidade da categoria.”
Pela manhã, houve uma reunião com os professores de 1º e 2º grau das instituições federais, em que o MEC pôs na mesa de negociação uma proposta de R$ 100 milhões (que anteriormente era de R$ 75 milhões). O coordenador-geral do Sindicato Nacional dos Servidores Federais da Educação Básica e Profissional (Sinasefe), William Carvalho, reconhece os avanços sobre o calendário aprovado na reunião, mas diz que o montante oferecido está aquém do necessário para atender ao pleito da categoria. “Faremos uma reunião técnica e amanhã (quinta-feira, 27) esperamos uma proposta oficial do governo.”
Também na quinta-feira ocorrerá uma reunião técnica com as representações dos professores das universidades para estudar uma readequação dos números e uma nova rodada de negociação.
Repórter: Sandro Santos