Seminário internacional debate gestão democrática nas escolas
Começou na segunda-feira, 24, e segue até o dia 27, em Brasília, o seminário internacional Gestão Democrática da Educação e Pedagogias Participativas. O objetivo é trocar informações sobre políticas de gestão educacional de 11 países e levantar subsídios para um projeto de cooperação entre Brasil e Espanha, organizadores do evento. Dirigentes federais, estaduais e municipais de educação assistem a palestras e painéis sobre modelos implementados na Argentina, Bélgica, Chile, Colômbia, Espanha, Finlândia, Honduras, Japão, México, Portugal, Venezuela e Brasil.
Maria Margareth de Lima faz parte do coletivo dirigente da Escola Municipal Djalma Maranhão, em Natal (RN), que desde sua fundação, em 1982, faz assembléias com alunos, funcionários e a comunidade. Todos têm direito a opinar sobre mudanças no cotidiano escolar. Ela vai contar a sua experiência no painel Gestão Democrática nas Escolas na quinta-feira, 27.
A conferência de abertura teve a participação do professor Emir Sader, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (Uerj) e da Universidade de São Paulo (USP), que ressaltou a importância do orçamento participativo – implementado em alguns governos estaduais – no fortalecimento da esfera pública. O primeiro painel teve como expositor Enrique Roca Cobo, representante do Ministério da Educação espanhol.
Alfabetização – De acordo com Roca Cobo, a Espanha aumentou os índices de alfabetização e a expectativa educacional nos últimos anos. O segredo foi concentrar a atenção na diversidade cultural dos estudantes, atualizar o currículo e monitorar o desempenho dos alunos. “É fundamental que a educação seja de qualidade, mas ela deve ser democrática, participativa e repartida entre todos”, comentou.
Para Horácio Reis, diretor do Departamento de Articulação e Desenvolvimento dos Sistemas de Ensino da Secretaria de Educação Básica (SEB/MEC), o seminário aglutina tudo o que está sendo feito pelo ministério em relação à gestão democrática. “Ela está consolidada na Constituição, mas precisa ser aprofundada em todo o país.”
Segundo ele, as políticas educacionais mais próximas do Brasil estão sendo desenvolvidas pelo Chile e Espanha. No Chile, há 15 anos os sucessivos governos tentam diminuir o papel do Estado na educação, de modo a descentralizá-la e tornar a gestão mais eficiente e de acordo com as necessidades de aprendizagem dos alunos.
Raquel Maranhão Sá