Teresina combate trabalho infantil e abuso sexual
A secretaria municipal de educação de Teresina, no Piauí, criou uma gerência para orientar os estudantes, suas famílias e as escolas no combate ao trabalho infantil e à exploração sexual de crianças e adolescentes. A iniciativa é destaque da pesquisa Redes de Aprendizagem – boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender, a ser divulgada nesta terça-feira, 25, em Brasília.
A gerência é constituída por uma equipe multidisciplinar capacitada para orientar todos os atores que participam da escola, do aluno ao pai, do professor ao diretor, da escola à comunidade que vive no seu entorno. Segundo a pesquisa, a ausência de muitos alunos das salas de aula pode esconder realidades difíceis para os estudantes, tais como o trabalho infantil e o abuso sexual.
Identificar os problemas e encaminhar alunos e suas famílias ao Conselho Tutelar, oferecer instrumentos para que as escolas tenham conhecimento concreto dessa realidade, orientar os educadores sobre as leis que regem os direitos de crianças e adolescentes – eis algumas das tarefas da equipe interdisciplinar. A pesquisa informa que o trabalho da gerência será ampliado e que o próximo passo será integrar sua ação com programas sociais do governo federal, como o Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti) e o Bolsa-Família.
A valorização da formação dos professores como fator de sucesso do desempenho escolar levou o município de Teresina a criar a Escola de Formação de Professores. A escola foi instalada em um prédio novo, com laboratório de informática, salas de aula e um auditório para 200 pessoas. Funciona em todos os turnos com capacidade máxima e faz formação de professores, dirigentes, equipes pedagógicas, conselheiros e servidores da rede.
Teresina tem 788.773 habitantes, 79.400 alunos matriculados na educação básica e 267 escolas. O Ideb dos anos iniciais do ensino fundamental é de 4,2.
Redes de sucesso ― A publicação Redes de Aprendizagem — boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender apresenta os resultados de um estudo realizado em 37 redes municipais de ensino de 15 estados, nas cinco regiões do país, selecionadas a partir do Ideb e do contexto socioeconômico dos alunos e de suas famílias. O estudo é um trabalho conjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Ministério da Educação, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), elaborado no período de outubro a novembro de 2007.
As redes foram escolhidas com base no cruzamento de informações socioeconômicas dos alunos, extraídas do questionário que faz parte da Prova Brasil, com informações dos municípios e com o Ideb. Depois de selecionadas, as redes foram visitadas por pesquisadores que entrevistaram todos os envolvidos no processo, do gestor ao aluno. Entre os objetivos principais do MEC e seus parceiros com a pesquisa, estão identificar boas práticas de redes municipais espalhadas pelo Brasil e oferecer os exemplos para as demais.
Ao analisar as razões apontadas pelos responsáveis pelo sucesso de cada uma das 37 redes, foram identificados dez pontos presentes na maioria delas. Trata-se de um conjunto de ações e práticas articuladas que estão em sintonia com o PDE, lançado pelo MEC em abril de 2007: foco na aprendizagem, consciência e práticas de rede, planejamento, avaliação, perfil do professor, formação do corpo docente, valorização da leitura, atenção individual ao aluno, atividades complementares e parcerias.
Os pesquisadores perguntaram: o que essa rede faz para garantir o direito de aprender? E as respostas foram dadas por gestores, diretores, professores, funcionários, alunos e pais.
Participaram da pesquisa redes de municípios com populações que variam de 6.379 a 788.773 habitantes, representativas da diversidade e dos desafios encontrados nos 5.564 municípios brasileiros.
Assessoria de Comunicação Social