Rede avalia alunos e professores
Como os alunos, os professores da rede municipal de ensino de Alto Alegre do Pindaré, no Maranhão, também são avaliados durante todo o ano letivo. Esse é um dos destaques da pesquisa Redes de Aprendizagem ― boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender, que será divulgada nesta terça-feira, 25, em Brasília.
A secretaria municipal criou um departamento de avaliação e acompanhamento que faz um mapa, ao longo do ano letivo, da evolução do desempenho dos alunos e dos professores. Os objetivos desse trabalho são conhecer a realidade, criar condições para fazer as intervenções necessárias e evitar o fracasso escolar. Os resultados da avaliação são divulgados entre os professores da rede e aqueles com baixo desempenho recebem reforço de formação.
A participação ativa dos dirigentes municipais e das equipes da secretaria na avaliação, diz a pesquisa, foram recebidos com resistência no início das atividades. No decorrer do trabalho, a presença dos técnicos no acompanhamento semanal possibilitou às escolas planejar as atividades, desenvolver práticas pedagógicas e superar a desconfiança inicial.
O município também criou uma brigada de reforço escolar para atender os alunos do 1º e do 2º ciclo. Se, por exemplo, um grupo de estudantes não alcança do 1º para o 2º ciclo os padrões mínimos exigidos de aprendizagem estabelecidos, entra em ação uma equipe de dez professores alfabetizadores. A brigada, que está a serviço de toda a rede, faz um diagnóstico dos alunos que não se alfabetizaram, monta um plano de ação, com o planejamento de diferentes atividades em sala de aula. O resultado desse esforço pode ser conferido no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) da rede, que alcançou 5,0 nos anos iniciais do ensino fundamental.
Alto Alegre do Pindaré também aparece na pesquisa como uma das 19 redes, entre as 37 visitadas, que criaram o Conselho Municipal de Educação. O município tem 34.855 habitantes, 9.249 alunos matriculados na educação básica e 62 escolas.
Redes de sucesso ― A publicação Redes de Aprendizagem — boas práticas de municípios que garantem o direito de aprender apresenta os resultados de um estudo realizado em 37 redes municipais de ensino de 15 estados, nas cinco regiões do país, selecionadas a partir do Ideb e do contexto socioeconômico dos alunos e de suas famílias. O estudo é um trabalho conjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime) e do Ministério da Educação, por meio do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), elaborado no período de outubro a novembro de 2007.
As redes foram escolhidas com base no cruzamento de informações socioeconômicas dos alunos, extraídas do questionário que faz parte da Prova Brasil, com informações dos municípios e com o Ideb. Depois de selecionadas, as redes foram visitadas por pesquisadores que entrevistaram todos os envolvidos no processo, do gestor ao aluno. Entre os objetivos principais do MEC e seus parceiros com a pesquisa, estão identificar boas práticas de redes municipais espalhadas pelo Brasil e oferecer os exemplos para as demais.
Ao analisar as razões apontadas pelos responsáveis pelo sucesso de cada uma das 37 redes, foram identificados dez pontos presentes na maioria delas. Trata-se de um conjunto de ações e práticas articuladas que estão em sintonia com o PDE, lançado pelo MEC em abril de 2007: foco na aprendizagem, consciência e práticas de rede, planejamento, avaliação, perfil do professor, formação do corpo docente, valorização da leitura, atenção individual ao aluno, atividades complementares e parcerias.
Os pesquisadores perguntaram: o que essa rede faz para garantir o direito de aprender? E as respostas foram dadas por gestores, diretores, professores, funcionários, alunos e pais.
Participaram da pesquisa redes de municípios com populações que variam de 6.379 a 788.773 habitantes, representativas da diversidade e dos desafios encontrados nos 5.564 municípios brasileiros.
Assessoria de Comunicação Social