Igrejas se mobilizam pela educação
O Ministério da Educação tem dado continuidade às ações de mobilização da sociedade em torno da educação brasileira. Os dirigentes do MEC já se reuniram com diversos segmentos, como o dos comunicadores, dos profissionais dos tribunais de contas, entre outros. Agora, chegou a vez dos representantes das igrejas cristãs. No dia 8 de maio, será lançado o plano de mobilização das igrejas cristãs pela educação, com a participação do ministro Fernando Haddad e de entidades que representam as igrejas.
“A mobilização social é um dos pilares do Plano de Desenvolvimento da Educação, e as igrejas têm papel forte e são referência nas comunidades em que atuam”, explica a assessora especial do ministro da Educação, Oroslinda Goulart. Por meio das igrejas, segundo ela, também será possível mobilizar famílias e lideranças comunitárias em prol de uma educação de qualidade. A princípio, o foco será na educação básica.
Participaram da elaboração do plano o Conselho Latino-Americano de Igrejas (Clai), a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), o Conselho Nacional de Igrejas Cristãs do Brasil (Conic), o movimento Todos pela Educação e a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco). Ainda em 2007, foi feita uma reunião entre o MEC e as entidades que representam as igrejas. A partir de então, foi criado um grupo de trabalho para elaborar uma cartilha para as famílias, com ações e explicações relativas à educação.
O grupo vai além da cartilha. A partir das 28 diretrizes do plano de metas do Compromisso Todos pela Educação, foram desenvolvidas linhas de atuação das igrejas e formas de comunicação e interação com a comunidade. O objetivo é dialogar com a comunidade e refletir sobre os temas relevantes para a promoção da educação, além de promover ações de fortalecimento da educação no âmbito da igreja.
Entre as ações de interação propostas pelo plano, estão atividades lúdicas e informações em cultos, missas e outras celebrações; conversas informais; cursos, palestras e seminários; almoços comunitários em que se apresente o tema e eventos culturais.
Para Oroslinda, um dos aspectos principais do envolvimento das igrejas em prol da educação é o ineditismo. “Nunca houve uma mobilização como essa no Brasil. É claro que cada igreja vai atuar a sua maneira, mas o cerne é o mesmo”, destaca.
Um manual e um curso estão sendo preparados para os líderes das igrejas, que atuarão como multiplicadores. O objetivo é motivar e informar a população sobre assuntos como a gestão da educação e aplicação de verbas.
“O plano de mobilização das igrejas não é só pelo PDE, mas pela educação brasileira”, afirma Oroslinda. A partir do lançamento, as ações serão definidas por um cronograma de atividades: distribuição da cartilha, realização de reuniões nas igrejas, formação dos multiplicadores, entre outros.
Letícia Tancredi