Alunos de Brasília comemoram Dia Mundial da Ciência
Cerca de 35 jovens de escolas públicas do Distrito Federal participaram nesta quinta-feira, 10, de uma comemoração pelo Dia Mundial da Ciência pela Paz e pelo Desenvolvimento. O evento foi realizado no Espaço Cultural Anatel, em Brasília.
Uma “experimentoteca” móvel do Instituto de Física da Universidade de Brasília (UnB), comandada pelo professor e físico Cássio Costa Laranjeiras, de 39 anos, aguçou a curiosidade dos estudantes. Cercado por equipamentos, fios, assistentes e alunos, Laranjeiras fez experiências com princípios da aerodinâmica e a atrativa bobina de tesla, que produz faíscas brilhantes e ruidosas.
Segundo Cássio, o objetivo é manter uma relação com a física e o conhecimento da maneira mais lúdica e interativa possível. “A ciência não é uma coisa chata, é algo vivo. Aprender é, sobretudo, se comunicar. E a comunicação e o diálogo são a essência de todo o processo de conhecimento.”
O professor Marcos Antônio da Silva, que leciona para 20 turmas de 35 alunos no Centro de Ensino Médio de São Sebastião (DF), também gostaria de tratar a ciência de forma lúdica e interativa, mas conta que o laboratório da instituição está desativado. “Eu precisaria de apoio da escola ou da Secretaria de Educação para melhorá-lo.”
Mas as dificuldades de Silva não têm impedido os experimentos com os alunos. Cristiano Ramos Ferreira, 17 anos, falou orgulhoso do foguete que o professor ensinou a construir. “Foi muito legal e nós adoramos. Usamos uma garrafa PET, água e um compressor. E funcionou”, frisou o jovem, com entusiasmo. Já sua colega Thais Machado Neves, 15, não gosta das aulas de ciências. “É tudo muito chato”, diz.
Para a diretora de Políticas Públicas do Ensino Médio do Ministério da Educação, Lucia Lodi, o ensino de ciências está mudando no Brasil, mas é necessário fazer muito mais. “Esse é um desafio que nós precisamos enfrentar. Isso só será possível com um bom programa voltado para os professores.”
Para Isaac Roitman, doutor em ciências e presidente da Comissão Nacional de Avaliação de Iniciação Científica (Conaic), a sala de aula precisa ser transformada, porque o programa de ensino está inflado de conhecimentos inúteis. “Conhecimentos que não serão usados a curto, médio nem longo prazo. Em vez de depositar conhecimento no aluno, a escola tem de exercitá-lo para obter e usar este conhecimento.”
O evento foi promovido pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em parceria com os ministérios da Educação (MEC), Ciência e Tecnologia (MCT), Agência Espacial Brasileira (AEB), Academia Brasileira de Ciências (ABC), Secretaria de Educação do Distrito Federal, Instituto Brasileiro de Informação em Ciência e Tecnologia (Ibict), Instituto Sangari, British Council, Embaixada da Finlândia e Universidade de Brasília (UnB).
Repórter: Sonia Jacinto