Estudante torna-se jovem embaixador
Natal — Na escola estadual Santos Dumont, em Parnamirim, Rio Grande do Norte, os alunos são estimulados a se destacar nos estudos. Tanto que a média no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) de 2006 foi superior à nacional. Para o diretor da escola, José Albino Sobrinho, o segredo do bom desempenho dos alunos é simples. “Investimos em disciplina e educamos nossos alunos para que sejam o que quiserem na vida, até ministro de Estado”, diz.
Com essa mentalidade, Ewerton Felipe Lima, 17 anos, resolveu aprender a tocar violino, sozinho. “Só que, para entender o manual que ganhei, em inglês, eu precisava, antes, aprender o idioma”, lembra Ewerton. E ele aprendeu. Tão bem que, dois anos depois, tornou-se um dos 25 jovens embaixadores brasileiros nos Estados Unidos. O programa da Embaixada norte-americana, em parceria com as redes estaduais e municipais de ensino, seleciona jovens de escolas públicas que consigam aprender inglês, apesar das dificuldades, sobretudo financeiras, sejam bons alunos e atuem de alguma maneira para melhorar a comunidade na qual vivem.
Ewerton, que está no terceiro ano do ensino médio, estuda na Santos Dumont desde a quinta série. Ele garante que sempre foi aluno aplicado. Para aprender inglês, contou com a ajuda dos professores da escola. “Tive uma professora na oitava série que só falava inglês na sala. Tive de estudar muito para entendê-la”, ressalta. Em 2006, depois de finalmente traduzir o manual de violino para o português e de começar a tocar, Ewerton soube do concurso da Embaixada norte-americana. Ele estava no segundo ano do ensino médio e foi o primeiro aluno potiguar a visitar os Estados Unidos como jovem embaixador. “As provas foram complexas, mas eu tinha vantagem sobre os outros candidatos. Como li muito em inglês, sabia escrever bem”, destaca.
Como resultado do concurso, em janeiro de 2007, ele passou duas semanas em Washington e em Cleveland e até participou de encontro com a primeira dama norte-americana, Laura Bush. “Ela me perguntou sobre os trabalhos voluntários no Brasil”, afirma Ewerton. Ele participa como voluntário de um grupo de teatro amador que promove oficinas nas escolas para ensinar encenação, música, dança, técnicas de maquiagem e de montagem de cenários. Agora, Ewerton tenta uma bolsa para estudar artes plásticas em Nova York.
Maria Clara Machado