Democracia em escola de Porto Velho
Há 26 anos, a vida de Iná de Aquino Freire está ligada ao Instituto Estadual de Educação Carmela Dutra, em Porto Velho, capital de Rondônia. Ela foi aluna, foi professora e hoje é diretora. Os dois mil alunos da 5ª série do ensino fundamental e do ensino médio estudam em 25 salas de aula.
A receita utilizada por Iná para tornar a escola uma referência em Rondônia é simples e democrática. Todos os interessados na educação dos alunos opinam e participam da gestão e das atividades da escola. Os pais, por exemplo, são responsáveis pela ronda da quadra esportiva e demais instalações do prédio em busca dos alunos que estão fora da sala de aula.
Para garantir que os alunos sejam educados dentro e fora da sala, oito pais se revezam em cada período. “Eles também corrigem as crianças, caso elas joguem papel no chão ou briguem no horário do recreio”, afirma a diretora. Dessa maneira, ausência de verba para os bedéis deixou de ser um problema e os parentes foram trazidos para mais perto da escola. “Eles percebem como funciona a educação e se tornam nossos parceiros”, avalia.
Os pais também visitam as salas e lá permanecem quando algum professor falta ao trabalho. Sônia Rosa Ribeiro Costa, uma dessas mães, vai diariamente à escola pela manhã, pois trabalha no período da tarde. “A educação tem que caminhar junto com a comunidade e com a família”, diz. Ela se sentia infeliz quando não participava da educação do seu filho. Carisma — A diretora Iná se tornou querida por pais, professores e alunos. Os estudantes a chamam pelo nome. “Lógico, o meu nome não é diretora”, raciocina. A diretora justifica o sucesso da escola com simplicidade. “Essa escola é nossa”, afirma. “Minha participação é deixar que todos façam sua parte, só isso.”
O Instituto Estadual de Educação Carmela Dutra obteve índice de desenvolvimento da educação básica de 4,5 nos segundo ciclo do ensino fundamental, nota superior à média nacional de 3,5.
Ana Guimarães