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  • Aulas de judô no câmpus de Taguatinga: o esporte aumenta a capacidade cognitiva e, consequentemente, o desempenho escolar dos estudantes (foto: arquivo do professor Guilherme Magalhães)A prática de esportes afasta a criança e o adolescente das drogas, aumenta a capacidade cognitiva do aluno, traz benefícios consideráveis à saúde e gera cooperação e socialização entre os estudantes. Os benefícios decorrentes da prática desportiva na escola são descritos pelo professor Guilherme Lins de Magalhães. Ele dá aulas de judô no câmpus de Taguatinga do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Brasília.

    O professor, que está há 12 anos na atividade, ministra as aulas às terças e quintas-feiras, no turno vespertino, a 30 alunos, divididos em duas turmas. No judô, arte marcial centenária, a pessoa usa o próprio corpo para derrubar ou conter o adversário. As aulas de Magalhães começam sempre com o aquecimento, que inclui atividades específicas da modalidade, como autoprojeção (rolamento), movimentos e treinamento de golpes e de pegadas no quimono (traje específico usado pelos praticantes) e atividades de ginástica. Em seguida os, alunos, que têm em média 10 anos de idade, aprendem movimentos, como os de contenção e imobilização, e a aplicar golpes que imobilizem ou derrubem o adversário.

    A prática desportiva contribui para a prevenção de problemas sociais. De acordo com o professor, a criança em situação de vulnerabilidade social, privada de oportunidades, corre o risco de ser atraída pelo crime, principalmente o de roubo e o de tráfico de drogas. “Quando a criança pratica esporte e participa de eventos esportivos tem a oportunidade de enxergar que não há diferenças sociais e econômicas no tatame ou na quadra”, salienta. “Essa criança passa a ver que pode ser atleta ou professor nessa modalidade.”

    Preparação— Para Magalhães, além de afastar o jovem do mundo das drogas, o esporte aumenta a capacidade cognitiva e, consequentemente, o desempenho escolar dos estudantes. “O esporte educacional, desde que trabalhado de maneira pedagógica pode produzir vários benefícios, como aumentar a cooperação e a socialização e a desenvolver o espírito de liderança e o respeito”, afirma. “O esporte é um importante elemento na preparação de crianças e jovens para a vida em sociedade.”

    Formado em educação física, com pós-graduação em educação física escolar, Guilherme aponta também os benefícios da prática do esporte para a saúde. Ele cita a melhoria do sistema cardiorrespiratório e da coordenação motora; o aumento do tônus muscular e da força física; a redução dos riscos de contrair doenças crônicas e o desenvolvimento da noção do espaço corporal, do sentido de disciplina e da capacidade de persistência e perseverança e de traçar estratégias.

    Ana Júlia Silva de Souza

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  • Na escola brasiliense, a prática desportiva significa, para os estudantes, benefícios como disciplina, respeito às regras, desenvolvimento de qualidades físicas e melhora da autoestima (foto: blog do CEF 05)O Centro de Ensino Fundamental 05 (CEF 05) do Guará, região administrativa do Distrito Federal, a 11 quilômetros de Brasília, oferece aulas de futsal e de judô no horário oposto (contraturno) ao das aulas regulares. As atividades, inseridas como oficinas em projeto de educação integral, atendem não apenas os 480 alunos matriculados na instituição. São estendidas a crianças e adolescentes da comunidade próxima, matriculados ou não em escolas da rede pública.

    “O esporte é essencial para o desenvolvimento integral do aluno e contribui para a formação de um cidadão capaz de interagir plenamente na sociedade”, afirma a diretora da escola, Josceline Pereira Nunes. Há planos de implantação de outras oficinas, como caratê e capoeira. Com licenciatura plena em história e formação em administração escolar, Josceline está no magistério há 24 anos, 12 dos quais na direção.

    “Trabalhamos no tripé esporte, respeito e educação”, explica o professor Carlos Antônio Cândido Reis, graduado em educação física e faixa-preta de judô. Conhecido como professor Carlão, ele ensina a modalidade desde 1990. “Meu principal objetivo é mostrar que um esporte individual pode ser o mais coletivo de todos”, afirma. “Sempre há a necessidade do outro para essa prática.”

    Além das aulas, Carlão ministra palestras sobre diversos temas, como alimentação sadia, respeito aos idosos, higiene corporal e trato com os amigos. O trabalho tem bons resultados, fundamentados por relatos, feitos pelos pais, de melhoria no comportamento dos estudantes. Os alunos são registrados na Federação Metropolitana de Judô (Femeju), no ato da matrícula, e encaminhados à participação em eventos esportivos tão logo estejam em condições de competir.

    Equipe— O CEF 05 mantém uma equipe de futsal, que participa de competições, como os Jogos Escolares do Distrito Federal e os Jogos do Serviço Social do Comércio (Sesc). O principal objetivo do professor Maurício Cesar Ribeiro, responsável pelas oficinas de futsal, é aprimorar as táticas da modalidade e as qualidades físicas e técnicas dos estudantes, além de promover o bem-estar geral.

    Para Maurício, que tem 18 anos de magistério, a prática desportiva significa, para os estudantes, benefícios como disciplina, respeito às regras, desenvolvimento de qualidades físicas e melhora da autoestima. Graduado em educação física, com pós-graduação em fisiologia do exercício, o professor tem recebido relatos de colegas de outras disciplinas sobre melhor rendimento escolar dos alunos que praticam esportes na escola.

    Também professora de educação física, Sheyla de Castro Félix dá aulas a dez turmas de sexto ano do CEF 05. No aprendizado das regras desportivas, ela aponta uma forma de o estudante estabelecer correlação com as regras sociais. “Aprender a ganhar e a perder são conceitos primordiais para o crescimento e o amadurecimento do indivíduo”, ressalta Sheila, que tem pós-graduação em esporte educacional.

    Interclasse— A escola brasiliense aproveitou a realização das Olimpíadas de Londres para promover uma miniolimpíada escolar. Os Jogos Interclasse foram realizados na primeira semana de julho e na primeira de agosto. A atividade incluiu competições de futsal, basquete, queimada, handebol e atletismo, além de trabalhos interdisciplinares, com a participação de professores de educação física, artes, história, geografia e inglês.

    “Cada turma da escola escolheu um país dos cinco continentes, como os que participam das Olimpíadas, para representar no campeonato”, revela Sheyla. Os professores de educação física ficaram responsáveis pela organização e arbitragem dos jogos. “Sempre promovemos eventos esportivos na escola, e quando temos oportunidade também participamos de campeonatos ou atividades esportivas em outras instituições, para estimular a prática de esportes entre nossos alunos”, explica a professora.

    Fátima Schenini

    Confira o blog do CEF 05 do Guará

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  • As aulas de judô estão entre os principais atrativos do projeto esportivo desenvolvido na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Anísio Teixeira, em Ariquemes (RO). A escola também oferece aulas de futsal, handebol, vôlei, xadrez e caratê aos 1.470 alunos matriculados em turmas da educação básica regular e da educação de jovens e adultos.

    “Vários estudos comprovam que crianças e adolescentes praticantes de esportes e fisicamente ativos têm a capacidade de aprender sensivelmente melhorada. Isso por si só já justifica o esporte na escola”, afirma Lucas Henrique da Silva, professor de judô desde o ano 2000. Ele é voluntário do projeto Judô Anísio desde 2011. Lucas revela, no entanto, a existência de outros fatores influenciados pelo esporte no ambiente escolar, que incluem a melhoria nas relações sociais entre os alunos, o controle da agressividade e a percepção da autoimagem, além de aspectos relacionados à saúde.

    De acordo com Lucas, embora o judô seja uma modalidade individual, é possível verificar o espírito de grupo que se cria entre os alunos quando passam a integrar equipes em viagens para participar de competições. “Os alunos passam a se relacionar de forma mais próxima e fraterna e criam vínculos de amizade mais sólidos”, relata. De acordo com o professor, isso deixa os estudantes predispostos a cumprir tarefas que se apresentem como condições para manter a equipe integrada.

    Lucas entende que a prática do esporte está intimamente ligada às competições. Para alguns alunos, segundo ele, as competições são fatores de motivação. Para outros, são vistas como meios de superação de limites, de desafio pessoal. “A competitividade, quando estimulada na medida certa, sem excessos e na idade correta, é importante ferramenta de educação emocional, que visa a desenvolver no indivíduo a capacidade de controle emocional e dos níveis de ansiedade, coragem, cautela, ponderação e reflexão”, avalia o professor, que tem licenciatura em educação física.

    Desenvolvimento — Na visão de Selma Cristina Dionísia, que dirige a escola há dez anos, a prática esportiva como instrumento educacional visa ao desenvolvimento integral dos alunos. “Implantamos o esporte na escola para atrair o estudante na busca da aprendizagem e para que realmente possamos desenvolver o aluno plenamente”, diz. Bem recebido pela comunidade, o projeto esportivo desenvolvido na escola Anísio Teixeira tem participação de estudantes de outras instituições de ensino.

    Para Selma, o esporte capacita os alunos a lidar com as necessidades, desejos e expectativas. Dessa forma, eles podem desenvolver as competências técnica, social e comunicativa, essenciais ao processo de crescimento individual e social. Ela considera o esporte essencial na educação, pois não só contribui para que o aluno alcance diferentes maneiras de aprender um movimento, mas para se integrar ao meio social. “É um aprendizado que serve para diversos momentos na vida”, diz Selma. Há 22 anos na área da educação, ela tem licenciatura em pedagogia e pós-graduação em gestão escolar.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue da EEEFM Anísio Teixeira

  • Sarah Menezes ressalta a importância da prática do esporte na escola em seu desenvolvimento: “Melhorei a coordenação motora e a disciplina porque eu precisava ter notas boas para continuar no esporte” (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)“Conheci o judô na escola”, diz Sarah Menezes, judoca medalhista de ouro dos Jogos Olímpicos de Londres, em 2012. A piauiense, hoje com 25 anos, começou a praticar o esporte aos 9 anos, na escola Coebeve, em Teresina, como opção às aulas de educação física. “Um professor fez uma apresentação de judô e colocou os alunos para fazer educação física ou um esporte”, conta.

    A um ano do início dos Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro, a judoca é uma das esperanças brasileiras de medalha. A trajetória de vitórias de Sarah começou nos Jogos Escolares da Juventude. “Os Jogos Escolares e a educação física na escola ajudam a dar disciplina, a ter mais atenção, foco, a organizar o tempo, planejar e ter objetivos”, afirma a campeã olímpica.

    Na escola, as aulas eram apenas recreativas e duravam cerca de meia hora. Mas a experiência foi suficiente para conquistar Sarah. “Da escola eu fui para um clube, onde o treino era de duas horas”, explica.

    Sarah destaca a importância do esporte no seu desenvolvimento como pessoa. “Foi muito importante. Melhorei minha coordenação motora e a disciplina porque eu precisava ter notas boas para continuar no esporte”, revela. “O judô conseguiu me colocar numa linha de pensamento.”

    Jogos — Em 2013, o Ministério da Educação, em parceria com a Casa Civil da Presidência da República e o Ministério dos Esportes, lançou o programa Atleta na Escola para difundir a prática esportiva entre os estudantes brasileiros e a formação esportiva escolar para alunos de 12 a 17 anos. Em 2014, aderiram à segunda edição do programa 44,7 mil escolas públicas e particulares de educação básica. Estudantes de 4.285 municípios, 26 estados e Distrito Federal disputaram as competições de arremesso de peso, judô, voleibol, corrida de velocidade, corrida de resistência e salto em distância.

    Os estudantes que obtêm os melhores resultados nas edições do programa são selecionados para os Jogos Escolares da Juventude, promovidos pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB). Maior competição estudantil do Brasil, os jogos reúnem jovens de escolas públicas e particulares de todo o país, em 14 modalidades esportivas. Promovidos pelo Comitê Olímpico do Brasil (COB), têm duas edições anuais — a primeira, para estudantes de 12 a 14 anos; a segunda para os de 15 a 17 anos.

    Importância — Para o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro, a prática esportiva faz parte do desenvolvimento do estudante. “A importância do esporte na escola está, primeiro, no desenvolvimento do corpo: a pessoa se forma melhor, tem um corpo mais saudável, vai ser uma pessoa mais completa porque vai ter desenvolvido competências e habilidades físicas”, diz. “O esporte é lúdico, é jogo, é brincadeira, a pessoa aprende a jogar com os outros. Cooperar com alegria é umas das grandes lições para a vida que o esporte traz.”

    Assessoria de Comunicação Social

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