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  • Na escola de Boa Vista, todas as disciplinas devem colaborar, nas séries iniciais, para que o estudante desenvolva a capacidade de ler e entender o que está lendo (foto: arquivo da EM Vovô Dandãe – 15/4/10)Ao assumir uma turma do quarto ano do ensino fundamental, o professor Arthur Cândido de Magalhães percebeu que os alunos apresentavam dificuldades para ler e produzir textos. A constatação de que a escola não tinha propostas de leitura nem biblioteca o levou a desenvolver o projeto Leitura e Produção de Textos na Escola – Entre Nessa Você Também! O trabalho acabou premiado na sexta edição do Prêmio Professores do Brasil.

    “Considero a leitura como atividade fundamental para a formação dos alunos”, ressalta o professor, que leciona na Escola Municipal Vovô Dandãe, de Boa Vista, Roraima. Segundo ele, a prática da leitura melhora o vocabulário e a capacidade de escrever um bom texto, aguça a criatividade e facilita a compreensão do que é lido. “A aprendizagem da leitura favorece todas as áreas do conhecimento”, destaca.

     

    Para Arthur, que é pedagogo com especialização em educação especial e inclusiva e professor de todas as disciplinas do currículo do primeiro ao quinto ano do ensino fundamental, é um equívoco achar que só se aprende a ler nas aulas de língua portuguesa. “Todas as disciplinas, nas séries iniciais, devem colaborar para que o indivíduo desenvolva a capacidade de ler e entender o que está lendo”, afirma.

     

    Arthur defende a formação do aluno, pela escola, de forma que este perceba e conheça a diversidade textual existente no mundo que o cerca. “A partir daí, é necessário aliar o trabalho de leitura e produção”, salienta. “Um necessita do outro no processo de aprendizagem e não há como separá-los.”

     

    Os estudantes, de acordo com o professor, aprendem a escrever, escrevendo, mas precisam de suporte de leitura que os oriente a respeito da funcionalidade e da estrutura que compõem o gênero textual. “Ler e entender bem um texto facilitará ao aluno também produzir de forma adequada.”

     

    Biblioteca — O projeto, iniciado em 2011, em turma do quarto ano, teve continuidade em 2012, com a mesma turma, então no quinto. Entre as atividades desenvolvidas, Arthur destaca duas visitas à biblioteca pública. Na primeira, os estudantes tiveram a oportunidade de conhecer o local; na segunda, fizeram doação de livros que produziram nas aulas. Um de contos, um de poesias e outro de frases sobre leitura (coletânea).

     

    Na visão do professor, no entanto, o aspecto mais importante observado no desenvolvimento do projeto foi a melhora na aprendizagem. “Os alunos passaram a ler mais e a ter uma postura de leitores”, salienta. Também ampliaram a capacidade de concentração no momento da leitura e de atenção ao ouvir uma história. Conseguiram ainda produzir textos melhores. O mais interessante, de acordo com Arthur, é que os estudantes começaram a perceber as diferenças entre os diversos gêneros de texto, bem como a finalidade.

     

    Para sanar a falta de livros, o professor obteve o empréstimo de 30 obras em outra instituição de ensino da rede estadual na qual também trabalha. A cessão foi feita pelo período de um ano, em 2011. A estratégia foi repetida em 2012, quando ele devolveu as obras e pegou outras 30.

     

    Há 10 anos no magistério, Arthur faz curso de graduação em história pelo programa de Segunda Licenciatura do Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (Parfor), oferecido pelo Ministério da Educação.


    Fátima Schenini

     

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  • Competições, como as de futsal, estão entre as atividades desportivas oferecidas aos estudantes da escola de Palmas, com resultados importantes no processo de aprendizagem (foto: blog do CEM Castro Alves)A motivação inicial do professor de educação física Márcio Ricardo Medeiros Oliveira, ao criar um blog sobre esporte, era a de usar a internet para atrair a atenção de alunos. Três anos depois, e mais de 180 mil acessos, o blog é um sucesso entre os estudantes do Centro de Ensino Médio Castro Alves, em Palmas, Tocantins. Os resultados obtidos na aprendizagem vêm superando as expectativas.

    “É uma ferramenta que pode fazer a diferença no aprendizado dos estudantes”, diz o professor. Criado em 2009, o blog faz parte do projeto Ensino Aprendizagem, Educação em Rede, elaborado por Márcio Ricardo para servir como elo entre o conhecimento e o aprendizado, de modo a contribuir para a abertura de uma perspectiva no processo de conhecimento.

    No blog da escola, os alunos têm acesso ao conteúdo ministrado nas aulas de educação física e a todas as informações disponíveis sobre essa área, com links de acesso total ao conteúdo. Os estudantes também podem conferir notas ou faltas nos diários do professor. O processo de avaliação é feito no próprio blog, com provas postadas de acordo com cada série escolar.

    É possível encontrar, ainda, material sobre temas transversais, como drogas, sexualidade, meio ambiente e benefícios da prática esportiva. “Levar essa tecnologia para a escola foi um desafio”, explica o professor, que precisou criar mais 38 blogs, que funcionam como links do principal.

    Com licenciatura plena em educação física e bacharelado em comunicação social, com habilitação em jornalismo, Márcio Ricardo criou também um link com mais de duas mil fotos de projetos desenvolvidos por outros professores da escola, um mural de recados para os alunos e um espaço destinado aos estudantes de ensino médio, com provas e gabaritos do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). “Hoje, todos os integrantes da escola reconhecem a importância do blog”, destaca.

    Diante do êxito, do interesse e do envolvimento manifestado pelos alunos, o professor espera dar continuidade à ação e buscar inovações que deixem o blog sempre atraente e dinâmico.

    Jogos— Márcio Ricardo também dá aulas e treinamento em basquete e futsal ao estudantes que participam dos Jogos Estudantis do Tocantins. Como a quadra de esportes não tem espaço para espectadores, a escola deu início, este mês, ao projeto Arquipet, destinado à construção de arquibancadas com o uso de garrafas plásticas (pet). O projeto prevê ainda a construção de um depósito para material esportivo, vestiário e mesas para jogos de xadrez e de tênis de mesa.

    Fátima Schenini

    Confira o blog do CEM Castro Alves

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  • A Escola Estadual Dr. Meira Júnior, em Ribeirão Preto, no interior de São Paulo, tem em seu blog uma série de informações úteis, com exemplos, sobre as mudanças trazidas pelo novo acordo ortográfico. A escola, de ensino fundamental, tem 1.077 alunos matriculados nos turnos matutino e vespertino.


    “Trabalhar com as novas regras do acordo ortográfico é, para mim, mais um desafio”, diz a professora Roselei Sueli Moraes Pereira. Com 13 anos de magistério, ela atua há um ano e seis meses na escola. Formada em matemática, revela que só começou a se interessar por língua portuguesa — para ela, sempre uma dificuldade — em 2008, quando passou a trabalhar como coordenadora pedagógica. As novas atividades a levaram a cursar pedagogia e pós-graduação em práticas de letramento e alfabetização.


    Com relação ao ensino das novas regras em sala de aula, ela e a professora de língua portuguesa Marta Helena Lima resolveram desenvolver ações para incentivar os alunos a entender as mudanças. Marta distribuiu cópias das novas regras e do material publicado no blog e passou aos estudantes a tarefa de reescrever textos publicados no Caderno do Aluno, distribuído pela Secretaria de Educação do estado. Os alunos também começaram a trabalhar a escrita de textos de sua própria autoria.


    “Com o blog, esperamos contribuir para que mais pessoas incorporem a nova ortografia em suas vidas”, afirma Roselei. Segundo ela, todos os professores da escola têm oportunidade de discutir e estudar as novas regras ortográficas nos horários de trabalho pedagógico coletivo (HTPCs). Eles contam com a ajuda dos quatro professores de língua portuguesa que lecionam naquela instituição de ensino.


    De acordo com Marta Helena, que dá aulas de língua portuguesa a turmas de quinta e sexta séries (sexto e sétimo anos), os alunos começaram a comentar as mudanças na ortografia já no início do ano letivo. “Aproveitei a oportunidade para estabelecer ações e iniciar o ensino das novas regras. O processo é longo e deve ser trabalhado continuamente”, explica. Professora há 20 anos, formada em letras, com habilitação em português-inglês, Marta dá aulas na instituição paulista há dez anos.


    O desafio maior para o ensino das novas regras, segundo Marta, é enfrentado por professores de séries que compreendem os finais de ciclo. “O aluno traz em sua bagagem um aprendizado que sofreu alterações”, observa. Ela afirma ter como aliada, apesar das dificuldades, a curiosidade inerente aos jovens dessa idade.

    Fátima Schenini


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  • Favorável ao uso da criatividade nas aulas de geografia, o professor Francisco José Avelino Júnior diz que, na verdade, com a postura teórica e as metodologias aplicadas em sala de aula, é impossível não ser criativo. Ele costuma usar recursos como mapas, livros e artigos científicos, filmes e equipamento data-show.

    Na opinião do professor, a motivação dos alunos depende da metodologia adotada em sala de aula. Ele acredita que deve sempre ser criativa para levar o aluno a analisar e a compreender como se dá o processo de (re)organização do espaço.

    No início de suas aulas, Avelino Júnior costuma lançar o tema O que É a Geografia. A partir das respostas, promove um debate sobre o que os estudantes entendem por geografia, a visão deles e como tudo pode ser trabalhado a partir das correntes teórico-metodológicas atuais da área.

    Para tornar as aulas ainda mais criativas, o professor organiza, a cada semestre, uma viagem de estudos a diferentes partes do país com os alunos do curso de mestrado em geografia da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, campus Três Lagoas. Essas saídas de campo são consideradas por ele importantes em todas as áreas da geografia. Avelino Júnior entende que elas enriquecem o ensino e a aprendizagem ao propiciar a discussão de diversos temas nos vários locais visitados — assentamentos, indústrias, aldeias indígenas, quilombos, cidades ou rios.

    Doutor em geografia humana, com licenciatura e bacharelado em geografia, Avelino Júnior tem 25 anos de magistério. Também é orientador de professores de geografia do ensino fundamental e médio em escolas públicas. Atualmente, desenvolve, com os alunos, projeto sobre o ensino e a aprendizagem de geografia no ensino fundamental e médio em Três Lagoas, município do nordeste do estado. “Busca-se compreender, através das observações, entrevistas e questionários as especificidades do professor de geografia em sala de aula”, explica.

    Uma das metas do projeto é descobrir, por exemplo, como os professores usam o livro e outros recursos didáticos e quais as fontes bibliográficas que empregam. Outros pontos de interesse envolvem informações sobre estratégias didáticas e temas trabalhados, além de sugestões para a melhoria do ensino e a aprendizagem da geografia escolar.

    Ana Júlia Silva de Souza

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  • A professora Josefinha com alunos do Centro de Ensino Salomão Cury-Rad: “Cobro o uso das novas regras em todas as atividades propostas” Foto: Divulgação SeedNo município de Senador La Rocque, no oeste do Maranhão, a 463 quilômetros de São Luís, professores do Centro de Ensino Salomão Cury-Rad elaboraram um projeto para o ensino das regras do novo acordo ortográfico. Criada em 1993, a instituição estadual atende 1,1 mil alunos de ensino médio, nos turnos vespertino e noturno.

    Após pesquisas em revistas especializadas e na internet, o coordenador pedagógico da escola, Antônio José Oliveira Barros, montou o projeto com o conteúdo a ser apresentado aos estudantes. A metodologia de abordagem desse conteúdo foi discutida com os professores de língua portuguesa, que acrescentaram sugestões.

    “O projeto com as novas regras foi elaborado em forma de cartilha e apresentado, inicialmente, com o auxílio de datashow (projetor multimídia). As regras do novo acordo foram confrontadas com as antigas”, explica o coordenador, que tem licenciatura plena em letras, habilitação em português-inglês e experiência de 12 anos no magistério.

    Para que as regras fossem fixadas com mais facilidade, o material recebeu ilustrações. Barros destaca que o projeto foi salvo nos computadores da escola para ser usado também sem o projetor multimídia. “Hoje, as novas regras são observadas na produção textual dos alunos e eles já as incorporaram em sala de aula”, ressalta Barros.

    De acordo com a professora Josefinha Ferreira Lima, as novas regras ortográficas foram ensinadas em sala de aula no primeiro semestre letivo. “Trabalhamos os conteúdos de forma gradual e contínua e os dividimos por bimestre, tendo cuidado com as regras que mais se identificam”, destaca. Em algumas aulas, era utilizado o projetor. Em outras, o computador. “Depois de apresentadas todas as regras, partimos para a produção textual.”

    Josefinha, que tem licenciatura plena em letras, habilitação português-inglês e 28 anos de magistério, diz que as mudanças foram enfrentadas com tranquilidade pelos alunos. “É natural que, de vez em quando, eles utilizem as regras antigas, com as quais já estavam acostumados. Porém, cobro o uso das novas regras em todas as atividades propostas”, salienta.

    As novas regras ortográficas estão entre os temas a serem apresentados à comunidade escolar no fim deste segundo semestre letivo, durante a 2ª Feira de Cultura, Ciência e Arte (Feculart). Alunos de três turmas, uma de cada ano do ensino médio, vão tratar do novo acordo ortográfico. Entre as atividades previstas está a de reescrever, com as novas normas, textos de autores consagrados.

    Fátima Schenini

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  • “A maior dificuldade de aprendizagem apresentada pelos estudantes está na apropriação da escrita e da leitura”, afirma a professora Andrea Job de Souza, da Escola Municipal de Ensino Fundamental Dr. Guilherme Hildebrand, no município gaúcho de Santa Cruz do Sul. “Não há fórmula mágica para fazer o aluno aprender mais rapidamente; cada aluno ou turma tem a própria trajetória. Ou seja, seu próprio tempo.”

    Há sete anos no magistério, Andrea salienta que em 2014, as principais dificuldades também têm recaído “na aquisição de uma leitura fluente e na escrita correta das palavras”. Segundo ela, é necessário estimular a capacidade de aprender de cada um, além de valorizar e incentivar cada avanço dos alunos.

    À frente de uma turma de terceiro ano e de outra de reforço escolar, Andrea ressalta que o desenvolvimento de projetos que envolvam o hábito da leitura em sala de aula tem trazido avanços satisfatórios à prática pedagógica. “Diariamente, proporciono um espaço para que isso aconteça de maneira prazerosa e se desenvolva o gosto pela leitura”, destaca a professora, que tem formação em pedagogia e pós-graduação em educação infantil. Ela tenta fazer os estudantes perceberem que cada letra e cada sílaba representam um som e que cada palavra faz parte de um contexto e pode contar uma história.

    O planejamento deste ano inclui trabalhar passo a passo, a partir do conhecimento do potencial de cada aluno, para ampliar os conhecimentos e flexionar atividades e conteúdos de acordo com as dificuldades por eles apresentadas.

    Em 2013, Andrea teve um aluno diagnosticado com dislexia. Durante todo o ano, ela trabalhou com o som que cada letra e cada sílaba faziam quando se juntavam, associando sempre som e imagem. “A maior barreira superada por aquele aluno tinha relação com a autoconfiança em sua capacidade de ler”, analisa. Assim, à medida que adquiria mais confiança em si mesmo e na professora, o estudante controlava o nervosismo e a ansiedade que demonstrava inicialmente.

    A partir dos bons resultados obtidos com esse aluno, a professora resolveu dar ênfase, com a turma deste ano, à realização de trabalhos diferentes e ao atendimento diário, na mesa de cada estudante, a fim de acompanhar o processo de desenvolvimento das atividades.

    Avaliação — Supervisora escolar na mesma instituição de ensino, Mara Núbia Sandim revela que os principais problemas de aprendizagem detectados entre os alunos, embora haja alguns casos de dislexia, são o déficit de atenção e a hiperatividade. De acordo com Mara, os professores são orientados a planejar atividades diferentes e a realizar avaliação flexível, com exercícios variados, testes escritos e orais e trabalhos específicos para cada problema de aprendizagem. “A escola procura sempre atender o aluno em suas necessidades de aprendizagem e, quando há professores com carga horária disponível, é organizado reforço pedagógico no turno contrário ao das aulas”, salienta.

    Caso detecte algum problema de aprendizagem, o professor é orientado a encaminhá-lo à supervisão pedagógica, que o analisa com a área de orientação educacional. Os aspectos nos quais o aluno apresenta dificuldades são discutidos para a elaboração de estratégias de atendimento, com a realização de atividades diversificadas em sala de aula. “A família é chamada, pois muitas vezes desconhece o problema”, diz Mara.

    Quando se percebe que o estudante precisa de atendimento especializado, o caso é encaminhado à Secretaria de Educação e Cultura do município para que seja programado atendimento com equipe multiprofissional, composta por psicólogo, psicopedagogo e educador especial. “Em alguns casos, a família é orientada a encaminhar o estudante ao neuropediatra.”

    Há 25 anos no magistério e há oito na função de supervisora escolar na rede municipal de ensino, Mara tem pós- graduação em supervisão escolar e psicopedagogia.

    Fátima Schenini

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  • Para incentivar seus alunos do ensino médio a aprender física, o professor Geraldo Marcello Horta busca conquistar a amizade e a confiança da turma e ensinar a matéria de forma clara e objetiva. “Quando é ensinada por meio de uma linguagem simples e com a utilização de exemplos do dia a dia, a física é mais bem aceita pelos estudantes”, destaca.

    Há 15 anos no magistério, Horta leciona na Escola Estadual Presidente Tancredo Neves, no município mineiro de Dom Silvério, a 180 quilômetros de Belo Horizonte. Sem contar com laboratório de física e química na escola, o professor desenvolve experiências na própria sala de aula e promove exibições de vídeos.

    Horta acredita que um bom professor de física precisa ter boa relação com os alunos, repassar os conhecimentos de maneira criativa e, principalmente, fazer tudo isso com amor e dedicação. Ele também defende a necessidade de atualização frequente dos professores. Nesse sentido, participa regularmente dos cursos promovidos pela Secretaria de Educação de Minas Gerais.

    Há alguns anos, Horta criou um blogue para divulgar o ensino da física de forma simples e descomplicada. Com a ferramenta, o professor procura promover uma aproximação virtual entre alunos, ex-alunos e pessoas que se interessam pelo assunto em qualquer lugar do mundo.

    Horta tem licenciatura plena em matemática e física, graduação em ciências contábeis e pós-graduação em administração financeira de empresas. Além de lecionar física, dá aulas de empreendedorismo e gestão no programa Reinventando o Ensino Médio, da Secretaria de Educação mineira. O programa foi criado para reformular o ensino médio por meio da ordenação curricular e do uso de estratégias didático-pedagógicas inovadoras.

    Fátima Schenini

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  • As normalistas do Instituto Cristóvão de Mendoza aplicam o que aprenderam ao dar aulas, no outro turno, a alunos do ensino fundamental da mesma escola. (Foto: Divulgação)A reforma ortográfica foi o tema escolhido por três alunas do curso normal do Instituto Estadual de Educação Cristóvão de Mendoza, de Caxias do Sul, na Serra Gaúcha, para desenvolvimento de um projeto de aprendizagem em ambiente virtual. Bruna Baggio, Jéssica Karine Bischoff e Priscila Machado Pires criaram uma página na internet, no primeiro semestre deste ano, com conteúdos relativos à nova ortografia. Agora, aplicam o que aprenderam ao dar aulas, no outro turno, a alunos do ensino fundamental da mesma instituição.


    Nas aulas, ministradas no laboratório de informática educativa, as estudantes utilizam a página eletrônica que criaram e uma apresentação em powerpoint (software de projeção de slides). As atividades são desenvolvidas sempre pelo computador, com aplicativos, ferramentas e recursos on-line. “Há atividades referentes aos países que fazem parte do acordo ortográfico (Portugal, Brasil, Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Moçambique, São Tomé e Príncipe e Timor Leste), hífen, acentos agudo e circunflexo, trema e letras adicionadas ao alfabeto”, explicam. Elas ressaltam que o trabalho de criação da página foi diferente do que é realizado habitualmente em sala de aula. “A internet é muito utilizada hoje em dia e é também um ótimo recurso. Com ela, fica mais fácil nos dirigirmos às crianças com a visualização do que está sendo explicado”, afirmam.


    As normalistas são alunas da professora Teresinha Bernadete Motter, que tem 32 anos de magistério e leciona, desde 2007, a disciplina metodologia aplicada a ciências exatas e humanas, da área de práticas de ensino. Um dos objetivos da disciplina é possibilitar aos alunos vivenciar a metodologia de trabalho por projetos de aprendizagem em publicação virtual, numa prática que privilegia a construção do conhecimento.


    Projetos — “No início do ano, as alunas formam grupos por afinidade e escolhem um tema para aprender. Dentro dessa atividade, criam um espaço virtual para a publicação da aprendizagem”, conta Bernadete, que tem licenciatura plena em matemática e especialização em tecnologias da informação e da comunicação (TICs) na promoção da aprendizagem. Este ano, foram desenvolvidos 33 projetos no primeiro semestre — um deles é o da reforma ortográfica.


    No segundo semestre, os grupos aplicarão o conhecimento construído. “Tanto no que se refere ao assunto quanto ao uso das tecnologias digitais e TICs com as crianças que estudam no turno da tarde, na mesma escola”, explica a professora. O relato dessa prática de ensino possibilitou duas premiações a Bernadete — o Prêmio Professores do Brasil, no ano passado, e o Educadores Inovadores, da Microsoft, este ano.

    Fátima Schenini

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  • Atividades esportivas, como vôlei, são oferecidas aos estudantes para desenvolver o espírito de cooperação e a disciplina, incentivar o trabalho coletivo e ampliar a noção de igualdade socioeconômica (foto: arquivo do IF do Espírito Santo)O professor de educação física Danilo Abdala tem a convicção de que a prática do esporte aumenta a capacidade cognitiva e resulta em benefícios à vida dos estudantes. Professor e técnico de voleibol, há 27 anos, no câmpus de Vitória do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Espírito Santo, ele discorda da tese segundo a qual o esporte provoca dispersão de concentração e, consequentemente, reduz o rendimento nos estudos.

    A posição do professor foi defendida na tese de mestrado em ciências do movimento humano A Associação do Treinamento Desportivo e o Rendimento Educativo dos Alunos do Centro Federal de Educação Tecnológica do Espírito Santo. Durante um ano, Abdala acompanhou o desempenho de 70 estudantes que praticavam esportes rotineiramente e de outros 70 alunos que não tinham interesse nessa atividade. Na tese, ele comprova que o esporte, além de aumentar a capacidade cognitiva dos estudantes, os estimula a se envolver com o ambiente escolar. Muitas vezes, por permanecerem mais tempo na escola. “Se o aluno tem aulas de manhã e treina à noite, não volta para casa à tarde; permanece na biblioteca”, explica.

    Segundo Abdala, que tem doutorado em educação, as atividades esportivas também ajudam a desenvolver o espírito de cooperação e a disciplina, incentivam o trabalho coletivo e ampliam a noção de igualdade socioeconômica. “Na quadra, não há desigualdades entre os alunos”, ressalta.

    Na avaliação do professor, o esporte contribui para elevar a autoestima. “Nos jogos regionais, todos os atletas ficam no mesmo hotel e se alimentam da mesma comida”, destaca. “Isso aumenta a autoestima.”

    Abdala dá aulas de voleibol a estudantes das três séries do ensino médio e de graduação. Equipe por ele dirigida conquistou, em 2010, o título de campeã brasileira em competição nacional que envolve os institutos federais e tem se destacado também em competições da região Sudeste.

    O professor, no entanto, revela que o instituto capixaba não pretende ser referência no vôlei. “Nosso objetivo é levar o aluno a participar das competições e representar bem a escola”, afirma. “Mas nosso parque esportivo é muito bom, e a escola dá um grande apoio ao esporte.”

    Ana Júlia Silva de Souza


    Confira a página do Instituto Federal do Espírito Santo na internet

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  • Em Salvador, o trabalho com os estudantes enfatiza a relação entre o conteúdo desenvolvido em sala de aula e formas geométricas planas e espaciais (foto: arquivo do professor Vanildo Silva)Professor de matemática em duas escolas de Salvador, no subúrbio ferroviário, Vanildo dos Santos Silva desenvolve, desde 2004, o projeto Uso de Materiais Manipuláveis nas Aulas de Geometria com Estudantes em Situação de Defasagem Escolar. O trabalho, que teve início na Escola Municipal da Fazenda Coutos, em um dos bairros mais pobres e violentos da região, surgiu de uma necessidade real, o desafio de ensinar matemática a estudantes com histórico de abandono, evasão e repetência.

    “Desde meu primeiro contato com os alunos, percebi que, antes de iniciar qualquer intervenção pedagógica, minha prática docente precisaria ir além da lousa e do giz”, revela Vanildo. “As dificuldades apresentadas estavam evidentes e se constituíam em um desafio pessoal.”

    O professor passou a pensar, então, em uma estratégia que apresentasse a linguagem matemática com aspectos concretos do cotidiano dos estudantes, sem perder de vista a parte formal e suas conexões. Sua intenção era propor “um modelo diferenciado” para trabalhar com matemática e assim induzir os estudantes a participar das aulas.

    “Qualquer trabalho por meio da valorização de fórmulas, conceitos e propriedades, sem demonstrações, não representaria um modelo eficaz para a melhoria da qualidade de aprendizagem dos estudantes em situação de defasagem escolar”, diz o professor. Assim, em sua proposta de ensino de geometria, ele buscou o que é sugerido pelos parâmetros curriculares nacionais: “Um trabalho que enfatiza a relação entre os conteúdos estudados em sala de aula com as formas geométricas presentes no mundo físico, possibilitando a exploração de formas geométricas planas e espaciais”.

    O projeto tenta estabelecer um diálogo entre os quatro blocos de conteúdos da matemática: números e operações; espaço e forma; grandezas e medidas e tratamento da informação. Os estudantes podem assim comparar e discernir aspectos como largura, comprimento, volume, número de faces e vértices, entre outros. “Quando os estudantes foram levados a explorar situações por meio de materiais manipuláveis, sentiram-se mais motivados e, por conseguinte, engajaram-se de maneira mais efetiva nas aulas e alcançaram melhores resultados na aprendizagem”, avalia.

    Permanência — A finalidade do projeto está centrada em dois pontos cruciais: a permanência do estudante em sala de aula e a ruptura do autoconceito de “aluno fracassado”. Assim, de acordo com Vanildo, por mais que existam conteúdos que precedam outros, a hierarquização entre eles não deve ser tão rígida como tradicionalmente é apresentada. Os conteúdos devem ser organizados em função de uma conexão, na qual não precisam ser esgotados necessariamente de uma única vez. “Para que o projeto tenha êxito, principalmente na questão da permanência do aluno, é preciso estar atento à ênfase maior ou menor que deve ser dada a cada item, que pontos merecem mais atenção e quais não são tão essenciais”, ressalta o professor.

    Segundo Vanildo, o projeto é desenvolvido também com alunos do Colégio Estadual Monteiro Lobato, no mesmo bairro. Ao longo dos anos, o trabalho tem passado por várias adequações.

    Com o projeto, Vanildo foi premiado em duas edições do Prêmio Professores do Brasil (2004 e 2013). “Isso representa a confirmação de que esforços como esse podem ser úteis na busca por respostas de como lidar com a situação de defasagem escolar e questões relacionadas às dificuldades de aprendizagem”, ressalta o professor. Há 19 anos no magistério, Vanildo tem licenciatura em matemática e em ciências contábeis e especialização em planejamento e prática de ensino superior.

    Fátima Schenini

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  • Para motivar seus alunos de geografia, a professora Valéria Rodrigues Pereira prepara as aulas de forma a envolvê-los na aprendizagem. Ela organiza os procedimentos, seleciona o material e prepara atividades individuais e coletivas. “A motivação com as aulas passa por esse processo”, diz Valéria, que leciona na Escola de Ensino Fundamental e Médio Dona Noêmia Dias Perotti, em Mirandópolis, no interior paulista.

    Os alunos escutam música antes de discutir os temas de geografia e elaboram mapas temáticos e cartazes. Também fazem entrevistas no bairro em que moram para abordar temas de interesse, como a exclusão digital.

    A cada vez que dá início a um novo tema, a professora pergunta aos estudantes o que eles já sabem sobre o assunto. No quadro, ela registra as informações da turma e, em seguida, expõe um problema para iniciar a discussão. É a “questão problematizadora”, apresentada a debate, com uso de imagens, artigos, mapas ou tabelas. “Após essa etapa, fazemos um estudo com textos e mapas e, por meio de atividades dirigidas, retomamos o que o grupo abordara inicialmente para validar ou refutar com base na fundamentação teórica”, explica a professora.

    Valéria também elabora projetos para apresentar aos alunos. Atualmente, ela desenvolve trabalho com o mapa do município. O propósito é transmitir aos estudantes noções de orientação, localização e uso do sítio urbano. A avaliação da aprendizagem é feita com o envolvimento dos estudantes nas discussões e na realização de atividades que tenham como prioridade itens como leitura, compreensão e argumentação diante de textos, mapas, gráficos e tabelas.

    Com licenciatura plena e bacharelado em geografia, Valéria está há 12 anos no magistério. “Escolhi lecionar geografia porque é um campo de conhecimento que permite compreender os lugares, olhando ao mesmo tempo para a relação dinâmica que ocorre entre a sociedade e natureza”, diz. “Os frutos dessa relação são as contradições que se manifestam no tempo e no espaço.”

    Ana Júlia Silva de Souza

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  • Arte: ACS/MECEm Trilhas da Educação, produção transmitida pela Rádio MEC nesta sexta, 8, o destaque da semana é o Programa Universidade do Envelhecer (Uniser), da Universidade de Brasília (UnB), que promove ações voltadas às pessoas com mais de 60 anos. Criado há seis anos, o projeto tem estimulado a interação social e investido na oferta de cursos e serviços gratuitos para esse público.

    Para a coordenadora do Uniser, Margô Karnikowski, o meio acadêmico permite que pesquisas sejam desenvolvidas em benefício dos idosos, colaborando para o acompanhamento de políticas públicas e no cumprimento dos direitos da chamada terceira idade. “Não é só fazer um trabalho pensando na questão do envelhecimento, mas também ouvir as pessoas para que elas possam contribuir com esses estudos”, explica.

    Além de projetos de sustentabilidade social, o Uniser, segundo Margô, atua em diversas frentes: “Advogamos junto a diferentes setores, participamos de atividades de enfrentamento à violência contra a pessoa idosa e ocupamos espaços como a defensoria pública, o Conselho do Idoso e outras estruturas sociais”.

    Longevidade – No Brasil, dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostram que os idosos representam 10% da população – aproximadamente 20 milhões de pessoas. Esse número deve crescer, já que a expectativa de vida do brasileiro tem aumentado.  Até 2030, a estimativa é que pouco mais de 40 milhões de brasileiros estejam vivendo nessa faixa etária. “A longevidade já é uma realidade no país”, resume Margô.  

    A meta, reforça a coordenadora, é ampliar a conscientização sobre os múltiplos aspectos que envolvem a velhice. “A gente quer que a sociedade entenda que a velhice é uma fase da vida que apresenta possibilidades e limitações como qualquer outra fase”, analisa.

    Formação – Uma das vivências promovidas pelo Uniser é o curso Educador político-social em gerontologia, com duração de três semestres. Autocuidado, Direito e cidadania, Política e educação, Atividade física e Mobilidade são algumas das disciplinas que fazem com que os alunos deixem o programa motivados para novas ações.

    “Esse curso é um diferencial do programa porque abre as portas, os horizontes para as pessoas enxergarem tudo que podem fazer”, destaca Margô. “É um espaço muito rico de aprendizagem. Os próprios idosos já criaram um instituto do envelhecimento – Educação e Envelhecimento Humano –, pensando no que vão fazer depois que terminarem o curso”.

    Trabalho voluntário – Muitos que ingressam no curso passam, posteriormente, a desenvolver ações por conta própria. É o caso da aposentada Vera Lúcia Crema, de 67 anos. De aluna, ela passou a voluntária do programa. Foi por meio da vivência no programa curso que ela relata ter saído do isolamento causado por uma síndrome do pânico.

     “Minha vida se resumia a ficar falando com o computador 24 horas por dia”, conta. “Não ia mais à casa de ninguém, não interagia. Quando surgiu esse projeto maravilhoso que todo mundo deveria praticar, minha vida começou a mudar, porque comecei a interagir. “ Vera, atualmente, dá aulas de vivência para artesanato no programa. “Tenho recebido muito mais do que tenho dado”, avalia. 

    Aprendizagem constante – Mesmo ainda não estando na faixa etária a partir da qual as pessoas são consideradas idosas, Maria Salvadora Araujo, que tem menos de 60 anos, integra o grupo. Ela foi acolhida pelo Uniser numa fase em que, traumatizada pela morte do marido, entrou em depressão. “O programa abriu um leque na minha mente para aqueles sonhos que estavam guardados na gaveta durante 40 anos, porque eu não pude estudar”, conta. “Hoje, estudo e pretendo cursar psicologia. ”

    Já Zilda de Freitas, 74 anos, entrou para o Uniser depois da aposentadoria. “Aposentei, deixei de pegar causas na advocacia e de lecionar e estava praticamente confinada em casa, o que me perturbava muito”, relata. Incomodada com a situação, ela se inscreveu no curso do Uniser e, atualmente, faz mestrado em gerontologia. “A gente é aluno e aprendiz durante toda a vida”, ressalta. “Vi que a gente pode envelhecer com saúde e com vontade de continuar crescendo. ”

    Conheça mais detalhes sobre o programa Universidade do Envelhecer aqui.

    Assessoria de Comunicação Social 


  • Mídia com amplo poder de alcance, o rádio tem sido um aliado forte no estímulo à aprendizagem na Escola Estadual de Ensino Fundamental e Médio Professor Orlando Freire, de Porto Velho, Rondônia. Quem apostou na importância desse canal para desenvolver um método que de pronto conquistou os alunos foi o pedagogo Reinaldo Ramos das Neves, de 49 anos. Ele conta sobre essa experiência vitoriosa no programa Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    Tudo começou há oito anos, com a criação da Rádio Falante, que aos poucos foi mudando a relação dos alunos com os estudos e a escola. Inicialmente, a emissora, além de oferecer música, servia como espaço para pequenos informes preparados pelos próprios alunos – trabalho que evoluiu para a criação de notícias elaboradas em formato jornalístico e acabou transformando a rádio em um veículo de grande audiência.

    “Eu cheguei à escola e vi aquelas caixas de som”, lembra Reinaldo. “Foi quando conversei com a diretora e ela disse: ‘Vamos montar uma rádio’. Quando se falava em rádio-escola, se pensava em música e recado. Nós mudamos essa concepção e passamos a trabalhar com informação na escola, entrevistas. Toda semana levamos alguém, um escritor, uma pessoa ligada à área médica, à comunicação”.

    Transformações – Em pouco tempo, a popularidade da rádio começou a transformar o ambiente escolar, para além do envolvimento dos alunos. Localizada em uma área marcada por altos índices de violência, a escola, muitas vezes, enfrentava o desafio de lidar com o comportamento de alguns estudantes que frequentavam pouco as salas de aula e lotavam os corredores.

    “No intervalo, havia confusões, brigas, mas isso mudou”, conta o pedagogo. “Eles passaram a colocar o foco na rádio, e isso deu resultados. Acho que o melhor termômetro é a sala de leitura, que passou a ter muita procura. [A emissora] fomentou a pesquisa na escola e a procura na biblioteca. Os alunos estão procurando ler mais devido a essas sugestões de leitura, e isso melhorou o ambiente da escola”.

    A iniciativa de Reinaldo já rendeu parceria com uma rádio local, abrindo caminho para várias doações de livros à biblioteca – que, entre outros volumes, tem obras do consagrado escritor Paulo Coelho e do senador e ex-ministro da Educação Cristovam Buarque, além de peças do acervo da Biblioteca da Câmara dos Deputados e do Senado Federal. Por sua importância no desenvolvimento de um trabalho que reaproximou os jovens da escola, a Rádio Falante já ganhou o voto de louvor da Assembleia Legislativa de Rondônia e foi premiada pelo Instituto da Cidadania do Brasil.

    Atualmente, a emissora funciona em um expediente que não para de se expandir. De manhã, as transmissões vão das 7h15 às 7h30, quando começam as aulas. Nesse primeiro período, além do hino oficial do estado de Rondônia, há músicas instrumentais, informativos da supervisora da escola e o que o Reinaldo aponta como o maior destaque: as entrevistas, que, graças a uma câmera instalada no estúdio, podem ser acompanhadas pelos alunos em um monitor que fica nos corredores. O recurso já se desdobrou no que eles chamam de TV Paredão.

    “Nós levamos uma jornalista para entrevistar, uma aluna acompanhou o bate-papo, gostou e, hoje, está trabalhando em uma emissora de rádio em Porto Velho”, comemora o pedagogo. “Ou seja, estamos abrindo mercado de trabalho para essas pessoas. Acho que esse vale a pena investir nos jovens”, conclui.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • O projeto sobre a Copa deixou os estudantes motivados e interessados, a ponto de considerarem divertidos conteúdos que poderiam ser vistos como monótonos (foto: arquivo do CE Dom Alano)O projeto Copa do Nosso Mundo foi muito bem recebido pelos alunos do terceiro ano do ensino fundamental do Colégio Estadual Dom Alano Marie Du Noday, em Palmas, Tocantins. A constatação é da professora Dionita Araújo Amorim, responsável pelo desenvolvimento do trabalho, em parceria com a coordenadora do laboratório de informática, Tereza Gorete, e com a coordenadora de projetos e programas, Fabrícia Neli Johann Martins. O projeto teve início em abril último.

    “Empolgados, os alunos não querem faltar às aulas”, revela Dionita. Durante as atividades escolares, eles competem como se estivessem participando de uma competição escolar. “Não inserimos iniciativas extras ou artificializadas, apenas direcionamos a metodologia para atender conteúdos já previstos para uma ação criativa e lúdica”, explica. “Dessa forma, o projeto não é algo a mais para fazer, mas uma forma diferente de fazer.”

    De acordo com a professora, todas as atividades são vistas como competições. Os alunos, em equipes (seleções) realizam as ações e ganham pontos (gols). Eles mostram estar motivados, curiosos e interessados. “Até mesmo alguns conteúdos que poderiam ser considerados ‘chatos’ passaram a ser vistos, com o projeto, como divertidos”, destaca.

    Leitura de textos e poemas, formação de palavras, montagem de desafios matemáticos, pesquisas na internet sobre temas como a história da Copa do Mundo e as seleções participantes são algumas das atividades realizadas. Há também entrevistas, atividades esportivas e de recreação e a confecção de um minidicionário temático.

    De acordo com Dionita, no decorrer das ações, os “jogadores-alunos” têm demonstrado uma aprendizagem mais colaborativa. Um ajuda o outro, com incentivos para que a “seleção” marque o “gol”. “Alguns alunos, que tinham tendência a deixar as atividades inacabadas ou realizadas de forma rotineira, agora querem fazer melhor. Com isso, o rendimento das atividades aumentou”, observa a professora. Formada em pedagogia, ela está no magistério há mais de 21 anos.

    No fim das competições, será realizada uma festa para premiar a equipe vencedora, os melhores “atletas”, o “jogador” mais dedicado. Será montada, então, uma exposição para apresentar aos pais e à comunidade os registros das atividades realizadas.

    Valorização — “Ao idealizarmos o projeto, pensamos em algo que tivesse a Copa do Mundo como inspiração, mas que valorizasse também a realidade do aluno e as atividades escolares”, salienta Fabrícia Neli. “Por isso, a palavra ‘nosso’, para mostrar que houve uma apropriação do tema com foco na realidade.”

    De acordo com Fabrícia, houve também a preocupação em provocar o pensar sobre o mundo, sobre a vida e as pessoas. Ela é pós-graduada em gestão pública e atua no magistério há 20 anos.

    O Colégio Estadual Dom Alano, com 1.040 alunos, matriculados no ensino fundamental e no médio, desenvolve também o projeto Copa Dom Mundo, realizado em todas as turmas, de forma interdisciplinar. O trabalho envolve todas as áreas do conhecimento.

    “Os principais resultados alcançados pelos projetos são o envolvimento dos alunos e dos professores”, diz a diretora da escola, Amanda Emiliene Arruda Azevedo. Outro fator importante, segundo ela, é o estímulo à produção individual e coletiva. “Isso torna o aluno mais participativo, crítico e, principalmente, protagonista no processo de ensino”, avalia.

    Pedagoga com experiência também em docência e em coordenação pedagógica, a diretora acredita que os projetos devem considerar a faixa etária e o interesse dos estudantes, de forma a criar ações adequadas e a respeitar os alunos como autores de sua aprendizagem. “É importante que os projetos tenham a cara do aluno.”

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue do CE Dom Alano Marie Du Noday

  • Complexidade das fórmulas pode ser amenizada, nas aulas de física, com apresentação aos alunos de situações do dia a dia aplicáveis ao tema abordado (foto: leiaja.com)Professor na Escola Estadual de Ensino Médio Isabel Amazonas, em Ulianópolis, no sudeste paraense, e no Centro Educacional Terezinha de Jesus Coelho Rocha, no município maranhense de Itinga do Maranhão, Francisco Lealci Sabino de Paiva admite que os alunos ainda encontrem dificuldades com as aulas de física, principalmente aqueles que chegam ao ensino médio com deficiência em interpretação e em cálculo.

    “Para desmistificar a física, sempre procuro selecionar conteúdos-chave, para que o aluno procure estudar pelo menos o básico”, diz o professor. Ele busca trabalhar com situações do dia a dia dos estudantes que envolvam o assunto abordado. Procura também desenvolver experiências, na própria sala de aula, com materiais fáceis de encontrar.

    Com licenciatura plena em matemática e pós-graduação em metodologia do ensino de matemática, Lealci está há 14 anos no magistério. “Apesar de não ter formação específica na área, procuro me virar com o pouco que tenho, fazendo malabarismos para tentar aproximar cada vez mais a física dos meus alunos”, explica. Ele se empenha em apresentar a disciplina de uma forma diferente da física formal.

    Como a carga horária da física é de apenas três horas de aula por semana, o professor deixa de promover saídas pedagógicas. “Devido ao tempo escasso, só trabalhamos na escola, visto que não temos local adequado para visitação e tempo hábil para fazê-la”, esclarece.

    Professor também de matemática e de química, ele procura incentivar os alunos a realizar estudos mais sólidos dessas disciplinas, combinadas com outras áreas do conhecimento. Para isso, sempre comenta questões de vestibulares de todo o país e do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem).

    Em 2009, após participar de curso de capacitação no Núcleo Tecnológico Educacional de Bragança (NTE Bragança), no Pará, com os demais professores da escola Isabel Amazonas, Lealci resolveu criar um blogue para dinamizar as aulas. “O blogue é uma ferramenta de inclusão digital divertida tanto para nós quanto para os alunos”, afirma. O blogue de Lealci conquistou o segundo lugar no Concurso Educablog 2009, promovido pelo NTE Bragança.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue do professor Francisco Lealci

  • Na Escola Municipal de Ensino Fundamental Isabel Luiza Bittencourt, no município gaúcho de Bom Retiro do Sul, o tema folclore integra o currículo. É uma forma de atrair a atenção dos alunos para uma aprendizagem significativa. “O assunto é permeado de curiosidade e mistério, fatores que atraem o interesse dos alunos da educação infantil e anos iniciais”, justifica a diretora da instituição, Jussara Maria Ribeiro.

    Em agosto de 2013, projeto pedagógico desenvolvido por três professoras dos primeiros anos do ensino fundamental chamou a atenção da comunidade. Rosimeri Fröhlich, Eliane Girelli e Clenir da Silva decidiram levar aos alunos o conhecimento das mais diversas manifestações do folclore brasileiro. O projeto teve como tema a descoberta e a valorização das diferentes culturas do Brasil e envolveu conteúdos de matemática, linguagem e ciências naturais e humanas.

    O trabalho, que incluiu atividades como narração de lendas e histórias e redescobriu brincadeiras e jogos, acabou por envolver as famílias dos estudantes. Por fim, foi realizado um desfile com personagens populares do folclore brasileiro. Mais de 50 estudantes representaram personagens de lendas, como Cuca, Saci, Iara e Negrinho do Pastoreio, com trajes confeccionados pelos familiares. Após o desfile, foram escolhidas as melhores representações. “De mais positivo, pode-se citar o envolvimento das famílias e o prazer das crianças em relatar a parceria com pais, irmãos, padrinhos e vizinhos para a confecção dos bonecos”, destaca Eliane.

    A professora Clenir também destacou o envolvimento das famílias e da comunidade escolar nas atividades, além da aprendizagem proporcionada. “Foi possível trabalhar os mais diversos conteúdos de todas as disciplinas do currículo”, ressalta.

    A repercussão em outros ambientes, como a secretaria de Educação e demais escolas do município, que puderam apreciar uma exposição sobre o projeto no centro administrativo, foi enfatizada pela professora Rosimeri. “O evento teve muito valor para as crianças que participaram e se motivaram para outras realizações parecidas”, avalia a pedagoga, com experiência de 12 anos no magistério.

    Pacto — De acordo com Eliane, o projeto começou como uma das atividades do curso de formação do Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa (Pnaic), do Ministério da Educação, do qual as três professoras participavam na época, mas logo tomou proporções e acabou por envolver outras turmas da escola. “O tema folclore é visto de forma muito prazerosa pelos alunos”, diz. “Além disso, aguça a curiosidade e incentiva a aprendizagem de diferentes conteúdos.” Pedagoga com pós-graduação em psicopedagogia, Eliane está no magistério há 10 anos.

    Também há dez anos no magistério, Clenir procura trabalhar o tema folclore com um foco diferente a cada ano. “É um tema que atrai a atenção dos alunos em todas as faixas etárias”, constata a professora, que tem formação em magistério. Segundo ela, a grande maioria dos estudantes ainda escuta de seus familiares histórias e lendas passadas de geração em geração e se diverte com brincadeiras e jogos de tempos atrás.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue da EEF Isabel Luiza Bittencourt

  • Apresentados à linguagem do cinema a partir de um simples telefone celular, os estudantes da escola potiguar produziram filme sobre o cangaceiro Lampião (foto: irenemedeiros.blogspot.com)A professora Irene Maria de Medeiros é adepta das teleaulas. Na Escola Estadual Capitão-Mor Galvão, no município potiguar de Currais Novos, ela é orientadora do ambiente da telessala, que considera importante e capaz, em combinação com outros espaços, de ampliar as possibilidades de aprendizagem.

    “A telessala, aliada ao projeto TV Escola-Multidisciplinar, pode ser, cada vez mais, um ponto de partida e de chegada”, diz Irene. “Nesse espaço, que defendo como um ambiente estimulador, pois adota as mídias de forma construtiva, atendo alunos do terceiro ano do ensino médio noturno diferenciado, com projetos interdisciplinares”, explica.

    Na metodologia de telessala são combinados diversos recursos didáticos para favorecer a aprendizagem. O grupo de estudantes é conduzido por um orientador, responsável pela organização do ambiente e pelo desenvolvimento da aula. A telessala é, assim, um ambiente de aprendizagem, de investigação, pesquisa, construção e criatividade, com o apoio de equipamentos eletrônicos. “Educar com novas tecnologias é um desafio, mas podemos fazer adaptações”, destaca a professora, com conhecimento de causa. Seu projeto, O Prazer de Educar na Arte do Fazer Cinema, que usa como ferramenta um telefone celular, foi um dos vencedores da sétima edição do Prêmio Professores do Brasil em 2013, na subcategoria Educação Digital Articulada ao Desenvolvimento do Currículo.

    “Apresentar ao aluno a linguagem do cinema usando um simples celular serve de alerta a nós, professores”, enfatiza. “Precisamos aprender a gerenciar vários espaços integrados de forma aberta, equilibrada e inovadora, pois só assim avançaremos de verdade e poderemos falar de qualidade na educação, onde a tecnologia seja um apoio facilitador da aprendizagem humanizadora.”

    Cinema — Segundo Irene, só com muita determinação e força de vontade foi possível desenvolver o projeto. “E a interação entre a família e a escola foi crucial”, destaca. O projeto contou com algumas parcerias e com o apoio da Secretaria de Educação do Rio Grande do Norte. “A escola nos apoiou em todos os momentos, sempre aprovando as ideias e colocando, na medida do possível, materiais disponíveis para a execução das filmagens”, afirma.

    Como o propósito da professora era orientar os alunos sobre a linguagem do cinema, ela aproveitou o que eles tinham em mente para, a partir daí, orientá-los na criação do roteiro. O filme, A Revolta de Lampião, tem cenas de ação, romance e um toque de humor. O personagem principal é Virgulino Ferreira da Silva [1898-1938], cangaceiro nordestino, conhecido como Lampião.

    Parte do filme foi realizada em Povoado da Cruz, localidade próxima. Os estudantes foram muito bem recebidos pelos moradores. “Algumas cenas precisaram ser gravadas até 15 vezes, sob o sol. Mas o resultado final ficou maravilhoso”, avalia a professora. Este ano, ela dará sequência ao projeto, com novo assunto. Como 2014 é ano eleitoral, ela enfocará o tema Democracia e Cidadania: meu Voto Consciente. Para tanto, pediu a participação de professores de filosofia, sociologia, língua portuguesa e história. “O projeto vai ser de grande significado para a instituição de ensino e para o aprendizado dos nossos alunos”, diz.

    Irene entende que cada educador deve escolher a mídia educacional que melhor se encaixa em sua disciplina e em seu cotidiano a fim de tornar a sala de aula um ambiente interativo e prático, que busque a relação entre o aprender e o ensinar. Pedagoga e pós-graduada em tecnologias em educação, ela atua no magistério há 32 anos.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue da professora Irene Medeiros

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