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  • A experiência de mais de 25 anos como professor no ensino médio fez Rui Ribeiro de Campos atentar para a importância de usar filmes e letras de músicas no ensino de conteúdos de geografia. “A arte é um recurso pedagógico importante”, destaca o professor, que leciona na Faculdade de Geografia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC) de Campinas (SP).

    Doutor em geografia pela Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho, mestre em educação pela PUC de Campinas, Campos é graduado em filosofia e em geografia e tem licenciatura curta em estudos sociais.

    Jornal do Professor
    Há assuntos que se adequam mais ao uso de letras de músicas ou há letras para todos os temas de geografia?

    Rui Ribeiro de Campos
    — Não sei se existem letras de músicas para todos os temas. É necessário pegar um tema e pesquisar letras sobre o mesmo. Mas diversos temas têm letras de músicas que podem ser usadas. Para discussão sobre a nação brasileira, por exemplo, temos, entre outras, Kizomba, a Festa da Raça (Rodolpho, Jonas e Luiz Carlos Silva), Positivismo (Orestes Barbosa e Noel Rosa), Bem Brasil (Premeditando o Breque), Querelas do Brasil (Maurício Tapajós e Aldir Blanc) ou Cara do Brasil(Celso Viáfora e Vicente Barreto). Sobre o período da ditadura, Calabouço (Sérgio Ricardo), Sabiá (Tom Jobim e Chico Buarque), Capitão (Joyce e Fernando Brant), Apesar de Você e Deus lhe Pague (Chico Buarque), Cálice (Gilberto Gil e Chico Buarque), Sina de Lampião (Sérgio Ricardo), Pesadelo (Maurício Tapajós e Paulo César Pinheiro), Angélica (Miltinho e Chico Buarque), O Patrão Mandou (Paulinho Soares), Inútil (Roger Moreira), O Bêbado e a Equilibrista(João Bosco e Aldir Blanc) e muitas outras. Em cada região pode ser estimulada a composição de raps pela turma da sala de aula, principalmente para retratar a realidade dos alunos. Sobre a água ou a questão ambiental, desde Medo da Chuva (Raul Seixas), Planeta Água (Guilherme Arantes) e Águas de Março (Tom Jobim), até Chuá, Chuá(Pedro Sá Pereira e Ary Pavão) ou Cai Água, Cai Barraco (Álvaro, Bruno, Miguel, Sheik e Coelho). Sobre o Pantanal, há Chalana (Mário Zan e Arlindo Pinto), Terra dos Sonhos e Peão (ambas de Almir Sater e Renato Teixeira). A citação seria longa se incluirmos o preconceito (principalmente através de marchinhas de Carnaval), o espaço religioso, a semiaridez do Nordeste brasileiro, a questão da posse da terra no Brasil e outros temas.

    O senhor também defende o uso de filmes ou vídeos nas aulas de geografia. Por quê? Poderia citar alguns exemplos de filmes que podem ser usados, relacionando-os a conteúdos de geografia da educação básica?

    — A arte é um recurso pedagógico importante. O ensino pode ser ilustrado ou até melhor compreendido por meio de textos literários, poesias e filmes. O cinema tem a vantagem de poder usar várias formas de linguagem pelas outras artes. Consegue, dessa maneira, comunicar-se com profundidade e envolvimento. Ele se constitui em uma fonte de cultura e informação. Não é o filme um substituto de professores, nem seu uso pode ser aleatório. É algo importante como recurso para a aprendizagem e, por isso, deve-se sempre refletir sobre sua utilização. Pode ser usado para criar condições de conhecimento maior da realidade e para uma reflexão mais profunda. A quantidade cada vez maior de documentários e de investigação científica de boa qualidade torna desejável a utilização do filme como um instrumento de complementação e ou substituição do material pedagógico tradicional. Mas é necessário ter critério para usá-lo. Não somente para estar em dia com a modernidade. Não deve ser usado como mais uma ilusão, como algo novo, mas que não diz nada. O filme, quando é o comum, tem um empecilho: é longo. Pode ser mais útil na forma de documentário ou curta de ficção. Pode ser usado de acordo com o conteúdo estudado. Exemplo: Dersu Uzala (1975, URSS-Japão; direção: Akira Kurosawa); O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow, 2004, EUA; direção: Roland Emmerich); Queimada! (Quemada! ou Burn!, 1969, Itália-França; direção: Gillo Pontecorvo); Tempos Modernos (Modern Times, 1936, EUA; direção: Charles Chaplin); O Grande Ditador(The Great Dictator, 1940, EUA; direção: Charles Chaplin); Pra Frente Brasil(1983, Brasil; direção: Roberto Farias); Um Dia sem Mexicanos (One Day without Mexicans, 2004, EUA-México-Espanha; direção: Sérgio Arau); Gaijin — Os Caminhos da Liberdade (1980, Brasil; direção: Tizuka Yamazaki); Amazônia em Chamas (The Burning Season, 1994, EUA; direção: John Frankenheimer); Filhos do Ódio (Children of a Rage, 1977, Israel; direção: Arthur Allan Seidelman); Crianças de Gaza (Children of Gaza, 2010, Grã-Bretanha; direção: Jezza Neumann); Conrack (Conrack, 1974, EUA; direção: Martin Ritt); Machuca(Machuca, 2004, Chile-Espanha-Reino Unido-França; direção: Andrés Wood); Vozes Inocentes (Voces Inocentes, 2004, México-EUA-Porto Rico; direção: Luis Mandoki)  e outros.

    O senhor costuma usar músicas ou filmes com seus alunos universitários? Quais os resultados?

    — Atualmente não tenho usado filmes em sala de aula no ensino universitário. Uso somente um ou outro documentário. A razão é a carência de tempo para ensinar o conteúdo. Normalmente, dou uma pequena lista de filmes e dois ou três devem ser assistidos pelos alunos, que têm de elaborar resenhas. Os resultados têm sido bons porque faço referência aos mesmos durantes as aulas. Escrevo sobre letras de músicas mais em razão de minha experiência por 25 anos no ensino médio, mas pouco as uso em sala de aula no ensino superior.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor
  • Um jogo inspirado na obra do pintor espanhol Salvador Dalí auxilia o ensino de arte a estudantes. É sobre isso que o pesquisador Salvador Lemos, da Universidade Federal de Goiás (UFG), fala no programa Educação no Ar, produzido pela TV MEC e exibido pela NBR nesta quinta, 31, às 9h45. Ele desenvolveu o Dalí eX, um aplicativo que desenvolveu e que pode ser baixado gratuitamente para celulares e tablets da plataforma Android.

    A pesquisa sobre o aplicativo teve início em 2015, quando Santiago foi aprovado em um concurso para professor da rede estadual e passou a trabalhar no Ciranda da Arte, um órgão da Secretaria de Educação, Cultura e Esporte de Goiás. “Comecei a dar aulas no ensino fundamental, para jovens de 10 a 15 anos, e percebi que poderia usar tecnologias a favor do ensino de artes visuais e de educação estética”, conta. A ideia se consolidou com uma proposta de sua autoria aprovada no programa de pós-graduação Ensino na Educação Básica no Centro de Ensino e Pesquisa Aplicada à Educação (Cepae), da UFG.

    O jogo tem como referência o gênero RPG (Role Playing Game), tipo de atividade muito popular que em português significa jogo de interpretação de personagens. “O jogador, que pode ser um aluno ou um professor, passa por um enredo”, explica o professor. “O Salvador Dalí pede ajuda aos participantes porque teve seu universo invadido. Os jogadores recebem informações sobre os comandos e instruções para solucionar os problemas, até finalizar o conflito.”

    Elementos que remetem ao surrealismo, movimento artístico de que Dalí fazia parte, estão presentes em todas as fases do jogo. “O conteúdo educativo é passado de forma leve e descontraída”, diz Santiago, que se inspirou em Dalí por admirar a abrangência de sua obra. “Ele pintou, modelou, foi ator”, complementa.

    Tecnologia – Para Santiago Lemos, a tecnologia é ferramenta importante no processo de aprendizagem. “Hoje os professores estão muito travados na questão do texto. Os jogos facilitam o aprendizado e representam uma área de que os alunos gostam.”  

    O aplicativo, informa o pesaquisador, já foi baixado até em outros países, como China e Espanha. “O jogo já está sendo utilizado em salas de aulas. Espero que daqui a algum tempo todo mundo já tenha brincado com ele.”

    Clique aqui para baixar o Dalí eX.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Em 1922, a Semana de Arte Moderna colocou em foco a arte brasileira e questionou padrões estéticos europeus até então reverenciados em todo o país. Considerado um marco na cultura brasileira, o evento ajudou a ampliar a abordagem das artes plásticas nas escolas. Salto para o Futuro desta quarta, 21, aborda esse tema a partir do questionamento da abrangência que a formação curricular direcionada à arte deve ter. O programa vai ao ar às 20h pela TV Escola, órgão vinculado ao Ministério da Educação.  

    De 1922 para cá, muitos eventos artísticos foram realizados no Brasil, revelando uma grande diversidade de talentos. O programa foca na contribuição que representa apreciar as obras desses artistas plásticos, entre pintores, escultores e gravuristas.

    "Por que a arte é importante na escola?”,  propõe a convidada Roseli Alves, coordenadora do Instituto Arte na Escola, de São Paulo. “Porque ela é importante fora da escola. As crianças estão submetidas à cultura visual, que não é só a arte acadêmica. São imagens, outdoors, grafites. Então a arte vai fazer com que o olhar dessa criança seja muito bem trabalhado, seja o senso crítico, seja o senso estético."

    Outro convidado desta edição de Salto para o Futuro, Luiz Pizarro, pintor, arte-educador e coordenador de projetos educacionais no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM), destaca que o museu deve ser um espaço complementar à escola, e não apenas um local onde se ensina arte. "Houve uma experiência muito interessante em que um menino saiu de perto de sua turma e ficou em torno de uma escultura de Maria Martins que 'namorava' com o surrealismo”, conta. “Perguntei o que ele mais gostou e ele disse: 'eu não sei, mas me encantou'. É isso que a gente quer: que cada um tenha o seu olhar, respeite o olhar do outro e que veja que isso vai formar um todo. Que isso é o aprendizado, isso é a cultura." 

     Apresentado por Bárbara Pereira e Murilo Ribeiro, Salto para o Futuro também pode ser acompanhado, em tempo real, no site e nos aplicativos da TV Escola.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Estão abertas até 27 de outubro as inscrições para o Concurso de Videoarte, que chega à nona edição. Promovido pela Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), o concurso premiará, este ano, duas propostas, que receberão, cada uma, R$ 25 mil.

    Coordenado pela Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte (Meca) da Fundaj, o Concurso de Videoarte tem como objetivo estimular e reconhecer a importância da produção artística que usa o vídeo como suporte.

    Ligada ao Ministério da Educação, a Fundaj atua há 66 anos nas áreas de documentação, memória, difusão cultural, pesquisa social e formação lato e stricto sensu.

    Baseada na interdependência entre educação e cultura, a Fundaj desempenha atividades prioritariamente no Norte e no Nordeste do país. Por meio de diagnósticos, auxilia ainda na elaboração e no acompanhamento de políticas públicas nacionais e regionais.

    As inscrições para o Concurso de Videoarte, gratuitas, devem ser feitas na Coordenação de Artes Visuais da Fundaj ou, via Correios, por sedex, no endereço Fundação Joaquim Nabuco, Coordenação de Artes Visuais, Diretoria de Memória, Educação, Cultura e Arte. Av. 17 de Agosto, 2.187, Casa Forte. CEP 52.061-540, Recife, PE.

    Mais informações no edital do concurso e na página da Fundaj na internet.

    Assessoria de Comunicação Social da Fundaj

  • O Festival de Arte e Cultura registrou 4.269 adesões de alunos e servidores da Rede Federal de Educação Profissional, Científica e Tecnológica. As inscrições foram encerradas na sexta-feira, 3. O festival será realizado de 24 a 28 de novembro, no Distrito Federal — em instituições de ensino do Plano Piloto e das cidades-satélites de Samambaia, Gama e Planaltina.

    Mais de mil obras foram inscritas nas categorias artísticas da programação — artes plásticas, audiovisual, dança, diálogos culturais, fotografia, literatura, música e teatro. Na próxima semana (dias 14 a 17), a comissão organizadora estará reunida em Brasília para definir a programação.

    O Sudeste é a região com o maior número de inscritos (1.328). A seguir vêm Nordeste (1.076), Sul (750), Norte (517) e Centro-Oeste (401). O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Minas Gerais tem o maior número de representantes por instituição, com 347 artistas. “Foi uma surpresa”, afirmou o reitor Caio Mário Bueno Silva. Ele destacou o fato de o instituto desenvolver regularmente atividades e oficinas culturais em suas unidades.

    Dentre as instituições da rede, aderiram ao festival os 38 institutos federais, os dois centros federais de educação tecnológica (Cefets), a Universidade Federal Tecnológica do Paraná (UTFPR) e quatro escolas técnicas vinculadas a universidades federais. O Colégio Pedro II, vinculado ao Ministério da Educação, também terá representantes no evento.

    Danilo Almeida
  • A meta é incluir todos os 29 museus do Ibram no sistema; recursos permitem estudos mais aprofundados dos acervos (Foto: Luciano Freire/MEC)Explorar a história e fazer novas descobertas são experiências que podem ser vividas em visitas aos museus. Com o objetivo de aproximar o público dessa vivência, o Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), em parceria com o Google Art, oferece – por meio da ferramenta Art Camera – imagens em alta definição de bens culturais pertencentes aos acervos on-line de cinco museus brasileiros.

     A coordenadora de Estratégias de Sustentabilidade do Departamento de Difusão do Ibram, Patrícia Albernaz, conta que a aproximação entre o instituto e o site mantido pelo Google surgiu há alguns anos. “O Ibram tem, hoje, 29 museus”, informa. “Foi mais de um ano de diálogo, até efetivar um projeto piloto para cinco museus que já estavam com mais conteúdo digitalizado e em alta definição e que pudessem trabalhar narrativas para a plataforma do Google Arts & Culture. ”

    A parceria reúne cultura, tecnologia e educação e busca divulgar acervos culturais, obras de arte e documentos históricos que estão fisicamente em museus e instituições, ampliando a acessibilidade para todos os públicos.  “Nosso objetivo é fazer com que todos os museus do Ibram participem do projeto”, destaca Patrícia Albernaz. Nesta primeira fase do projeto, participam o Museu Imperial, em Petrópolis (RJ); o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA), os museus Castro Maya e Histórico Nacional (MHN), localizados no Rio de Janeiro; e, em São Paulo (SP), o Museu Lasar Segall.

    Visita on-line – O Google Art oferece produtos diversificados para o público externo, como o Museum Views, uma visita em 360 graus na qual o visitante navega como se estivesse dentro do próprio museu. Há também imagens de altíssima resolução. “A digitalização de obras desses acervos produzidas pelo Google possibilita ampliar a imagem inúmeras vezes até você ver os pixels dela”, detalha Patrícia. “Então, é possível observar minuciosamente os traçados, as pinceladas do autor, o craquelado da tinta e ter uma aproximação muito grande a olho nu dessa obra. ”

    Esses recursos possibilitam um estudo mais aprofundado dos acervos, avalia a coordenadora “A ferramenta permite que estudantes e professores de artes, pesquisadores de história, por exemplo, tenham uma maior aproximação com as obras, o que muitas vezes só é possível com uma visita no local. Ainda assim, a visibilidade que o Art Camera proporciona dá um desdobramento de pesquisa muito amplo, o que auxilia os professores e de um modo geral. ”

    Experiência – Com a ferramenta, os museus têm acesso ao número de visualizações e obras mais acessadas; assim, podem estudar o público e conhecer melhor seus usuários e visitantes virtuais, estruturando mudanças de acordo com a demanda apontada por meio do programa online. “Por trás dessa ferramenta há toda uma estatística de acesso disponível para os museus, então [o usuário] pode ver que obra que tem chamado mais atenção, quais as localidades, países que estão acessando mais esse acervo”, complementa Patrícia. “Assim, você pode entender um pouco mais do seu público e o interesse desse público. ”

    A coordenadora enfatiza que os recursos não desestimulam as idas presenciais até os museus – pelo contrário, despertam e motivam para o conhecimento de obras já consultadas virtualmente ou ainda aprimoram aquela visita feita rapidamente durante uma viagem, por exemplo.  “A experiência de estar dentro de um museu, essa imersão dentro de um museu, a possibilidade que você tem de diálogo com monitores do museu, é insubstituível, e pode ser complementada pela visita virtual”, explica.

    Para acessar o programa, o usuário pode digitar o nome do museu no Google, clicar na opção “mapas” e arrastar o boneco amarelo – ícone que fica no canto direito inferior da tela – até a localização do museu indicada no mapa. Será possível visualizar de perto cada uma das obras e consultar informações. No campo de busca, também será possível acessar coleções e histórias de todo o mundo.

    O projeto já reúne cerca de 45 mil obras on-line. Além do Brasil, onde 26 instituições firmaram parceria com o Google Arte, 60 países participam dessa iniciativa. Acesse a ferramenta aqui.

    Assessoria de Comunicação Social

  • A prática de atividades esportivas, como a capoeira, é uma das opções oferecidas pelo programa Escola Aberta às comunidades nos fins de semana (foto: arquivo Setec)Um público de aproximadamente 400 mil pessoas, formado por crianças, adolescentes, jovens, pais e educadores, frequenta os pátios, as áreas de lazer e as salas de aula de 2.283 escolas públicas nessas férias de verão. Nas escolas de suas comunidades, eles participam de atividades esportivas, culturais e pedagógicas oferecidas pelo programa Escola Aberta aos sábados e domingos.

    Presente em 194 municípios das 27 unidades da Federação, o Escola Aberta é um programa do Ministério da Educação desenvolvido em parceria com a Organização das Nações Unidas para Educação, Ciência e Cultura (Unesco) e universidades públicas. De acordo com o coordenador de ações educacionais complementares da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização e Diversidade (Secad) do MEC, Leandro Fialho, o programa é um espaço de diálogo da escola com a comunidade.

    As atividades e oficinas dos fins de semana são oferecidas nas áreas de esporte e lazer, formação para o trabalho, cultura e arte e acompanhamento pedagógico (educação complementar). Oficinas sobre padaria, artesanato, cabeleireiro e maquiagem são as que mais interessam aos adultos, segundo Fialho. Os estudantes optam por esportes, lazer, arte e música.

    Hoje, cada escola recebe do MEC entre R$ 18 mil e R$ 25 mil, em cota única, para custear as atividades durante os 12 meses do ano. Os recursos são empregados no pagamento dos monitores, que atendem estudantes e comunidade, e na aquisição de material para as oficinas.

    Em cinco anos, o programa ampliou a abrangência no país. Em 2006, alcançava 89 municípios e 1.312 escolas; hoje, está em 194 cidades e em 2.283 unidades de ensino. Os recursos, repassados pelo Programa Dinheiro Direto na Escola (PDDE) diretamente à caixa escolar, também evoluíram no período. Em 2006, foram R$ 23,9 milhões; em 2010, R$ 43,9 milhões.

    Um dos resultados positivos do programa é a redução da violência em comunidades de alto risco social para crianças, adolescentes, jovens e mulheres. “A escola ganha importância porque ela é o único equipamento social de muitas comunidades”, explica Leandro Fialho.

    Os estados que registram maior participação no programa são Pernambuco, com 200 escolas da rede estadual — em Recife, são 112 escolas da rede municipal —, e Rio de Janeiro, com 76 escolas estaduais e 30 vinculadas a municípios. No Rio Grande do Sul e no Pará, as secretariais estaduais de educação inovaram ao ampliar o alcance do programa com a aplicação de recursos próprios.

    Fortalecimento

    Em seminário realizado este mês, em Brasília, com interlocutores estaduais do programa e representantes de universidades públicas, Unesco e MEC, foi apontada uma série de itens capazes favorecer o fortalecimento do programa. Entre eles, a transformação do Escola Aberta em política pública, a qualificação da formação dos monitores, a certificação dos cursos ministrados nas oficinas e a ampliação do número de parceiros.

    Nos moldes de hoje, com recursos repassados pelo MEC, o Escola Aberta é resultado da unificação de dois programas desenvolvidos pela Unesco no início de década, no Brasil — o Escola de Portas Abertas, experiência desenvolvida com escolas da Região Sul, e o Abrindo Espaços, em instituições de ensino do Nordeste.

    Ionice Lorenzoni
  • No magistério desde 2007, o professor Peterson Soares da Silva leciona matemática a alunos do ensino médio e desenvolve o Projeto de Vida – Produção Cultural. A proposta é levar para a sala de aula as ações relacionadas à arte e à cultura e aplicá-las na comunicação do conhecimento. Peterson trabalha no Colégio Estadual Hebe Camargo, em Pedra de Guaratiba, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

    “As possibilidades dessa atividade como instrumento pedagógico são bem conhecidas”, ressalta Peterson. “Esteja o aluno como espectador ou como figurante, o projeto é um poderoso meio para gravar na sua memória um determinado tema, ou para levá-lo, através de um impacto emocional, a refletir sobre determinada questão moral.”

    De acordo com o professor, além da valorização cultural, o Projeto de Vida conseguiu tornar os alunos mais confiantes, autônomos e protagonistas. “Isso pode ser notado no desempenho das diversas áreas do conhecimento, com 100% de aprovação e nenhuma evasão escolar no ano passado”, diz.

    Para este ano, o projeto dobrou o número de vagas para os estudantes e foi ampliado em mais algumas áreas culturais. “O projeto entra no processo de educar os alunos para a sociedade e o mercado de trabalho”, avalia Peterson. “As ações em que mais se identificam são adotadas como instrumentos para o aprendizado da ética, justiça, compreensão de mercado de trabalho, responsabilidade, hierarquia e trabalho em equipe, além do desenvolvimento do aluno autônomo e protagonista.”

    O professor desenvolve este ano uma adaptação acadêmica do musical Chicago, de John Kander, Fred Ebb e Bob Fosse; uma adaptação infantil do livro Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll; um espetáculo de stand-up, coral e oficina de desenho. Os alunos são os responsáveis pela atuação, dança, parte técnica e todo o contexto cênico (cenário e figurino), marketing e tarefas importantes para o desenvolvimento das atividades.

    Peterson tem licenciatura em matemática e pós-graduação em administração escolar e coordenação pedagógica. Cursa, atualmente, pós-graduação em produção cultural.

    O Projeto de Vida faz parte da matriz curricular do Colégio Estadual Hebe Camargo. Além de produção cultural, oferece atividades em áreas como sustentabilidade e esporte.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor

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