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  • Aos 17 anos, Luiz Fernando Borges foi considerado o melhor participante na área da engenharia biomédica no principal evento científico de ensino médio (Foto: Society for Science)O estudante Luiz Fernando Borges conta apenas 17 anos de idade, mas fala com a propriedade de um cientista experiente. Primeiro colocado no principal evento científico de ensino médio do mundo, a Feira Internacional de Ciências e Engenharia (Intel Isef), ele já tem uma trajetória considerável como pesquisador. A feira foi realizada de 8 a 13 deste mês, em Fênix, no Arizona, Estados Unidos.

    Aluno do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso do Sul (IFMS), Luiz Fernando representou o Brasil na área de engenharia biomédica e foi considerado o melhor na categoria. Ele faz o curso técnico integrado com informática, no campus de Aquidauana.

    A pesquisa de Luiz Fernando, Prendendo Fantasmas em Robôs, uniu dois interesses que o jovem carrega desde muito cedo: pela ciência e pela tecnologia. A partir da chamada síndrome do membro fantasma, quando o amputado ainda sente a parte ausente do corpo, o estudante criou um programa que lê sinais musculares e os transforma em comandos de movimento que um artefato robótico poderia interpretar.

    Assim, seria possível captar os desejos de alguém que tenha, por exemplo, perdido parte do braço. Segundo Luiz Fernando, as próteses ainda devolveriam a sensibilidade tátil a essas pessoas. “Restaurar os movimentos é uma coisa, fazer com que a pessoa possa tocar um instrumento ou sentir como é segurar a mão da sua amada, aí, já é outra história”, diz.

    Além dos prêmios, Luiz Fernando ganhou uma viagem a Londres, onde participará de fórum com jovens cientistas de diversos países. Ele também terá um asteroide batizado com seu nome.

    Inspirado no trabalho do neurocientista brasileiro Miguel Nicolelis, o estudante afirma que, ao conhecer melhor “as áreas de interface cérebro-macro”, simplesmente se apaixonou pela pesquisa com o cérebro humano. “Fiquei espantado ao constatar como as soluções tecnológicas podem ajudar a melhorar moléstias da vida humana e da saúde”, diz. Luiz Fernando antevê um momento em que, graças a estudos como esse, não será preciso esperar numa fila de transplante por um novo coração. Bastará uma impressora 3D e a cultura de células para clonar os órgãos, por exemplo.

    De acordo com o estudante, o projeto depende agora de apoio material e intelectual para avançar à segunda fase, a construção dos artefatos robóticos, e virar realidade na vida de quem precisa. “O tempo literalmente vai ser convertido em recursos”, diz. “Quanto mais recursos houver, tanto intelectuais como materiais, menos tempo vai levar para que as pessoas usem essa tecnologia no dia a dia.”

    Incentivos — O projeto é mais um exemplo da importância da pesquisa em ciência e tecnologia e de como incentivos materiais e intelectuais são necessários. Luiz Fernando lembra que a viabilização do programa só foi possível com a ajuda financeira de instituições como o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), que ofereceu bolsa do Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (Pibic) Júnior para o ensino médio.

    Além disso, ele cita o apoio do próprio IFMS, que liberou equipamentos para o desenvolvimento do projeto, como impressora 3D, e garantiu viagens a eventos de iniciação científica. “Nos eventos, podemos divulgar o que foi feito e, quem sabe, conseguir mais parceiros para ajudar no desenvolvimento da ideia”, destaca.

    Ter o acompanhamento de professores, como o orientador do projeto, Leandro de Jesus, e o coorientador, Diogo Milagres, também foi fundamental, segundo Luiz Fernando. Ele está certo de que, sem esses incentivos, teria muito mais dificuldade para realizar a pesquisa.

    Seguir esse caminho é o projeto de vida de Luiz Fernando. Como está no último ano do curso no IFMS, ele pretende obter vaga em universidades estrangeiras, como a Johns Hopkins, nos Estados Unidos, um dos mais importantes centros de pesquisa do mundo. Mas a intenção é ir e voltar. “Será uma honra voltar e aplicar aqui todo o meu conhecimento”, afirma. “Será também uma forma de provar que o brasileiro tem incutido em seu DNA o gene da inovação.”

    Para o estudante, o gene da inovação nasce quando é preciso superar a adversidade. E, nesse aspecto, ele considera o brasileiro um expert.

    Infância — Exposto, desde muito pequeno, a programas de TV e materiais educativos, Luiz Fernando sempre estudou em escola pública no município de Aquidauana (47,1 mil habitantes). Mas a grande diferença em sua infância, segundo ele, foi nunca ter recebido respostas prontas. Ao contrário, sempre foi incentivado pelo pai, bombeiro, e pela mãe, professora, a buscar as próprias conclusões.

    Aos oito anos, ele começou a sonhar com a ciência. Aos 12, participou da primeira feira científica. Na ocasião, construiu um braço mecânico, com seringas e madeira. Em 2013, com 14 anos, foi premiado na feira estadual de ciências e, logo depois, selecionado para a Feira Brasileira de Ciência e Engenharia (Febrace). No ano seguinte, obteve o quarto lugar, com projeto de purificação do DNA — conseguiu reduzir o custo de um equipamento capaz de diagnosticar vários vírus, além de teste de paternidade.

    Para Luiz Fernando, o trabalho de cientista é, basicamente, “descobrir respostas para questões dos fenômenos da natureza”. Mas, para alguém tão encantado com a possibilidade de melhorar a vida das pessoas a partir da mais genuína curiosidade, como diz Nicolelis, “ser cientista é ser pago para ser criança para sempre”.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O Ministério da Educação divulgou nesta terça-feira, 6, os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) — Programme for International Student Assessment —, da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Embora a maioria dos estudantes avaliados tenha interesse nas disciplinas relacionadas à ciência (mais da metade relata ter interesse ou se divertir ao aprender sobre ciências), o desempenho foi bem abaixo da média da OCDE.

    O desempenho médio dos jovens estudantes brasileiros na avaliação de ciências foi de 401 pontos, valor significativamente inferior à média dos estudantes dos países membros da OCDE (493). O desempenho médio dos jovens brasileiros da rede estadual foi de 394 pontos.

    “Como boa parte da pesquisa do Pisa é feita no ensino médio, é um número considerável de jovens que foram avaliados e que mostram um desempenho baixo”, disse o ministro da Educação, Mendonça Filho. “Precisamos redirecionar esse caminho e focar nesses pontos.”

    Por ofertar prioritariamente o ensino fundamental, a rede municipal apresentou desempenho inferior ao das escolas de outras dependências administrativas (329 pontos). Alunos da rede federal de ensino obtiveram o melhor desempenho em ciências (517 pontos) e assim superaram a média nacional, mas não estatisticamente diferente do desempenho médio dos estudantes da rede particular (487).

    Por unidade da Federação, o Espírito Santo apresentou o melhor desempenho (435). Alagoas, o mais fraco (360). O desempenho médio dos meninos em ciências foi superior ao das meninas na maioria das unidades federadas.

    Independentemente da média de desempenho geral do país, as diferenças de dificuldade em relação aos três sistemas de conhecimento de conteúdo foram relativamente pequenas. Itens relacionados ao contexto pessoal foram considerados mais fáceis pelos estudantes brasileiros do que os de contexto local e global. Essa mesma tendência foi observada em diversos países e nas unidades federativas, embora as diferenças tenham apresentado grandes variações.

    Os estudantes brasileiros tiveram maior dificuldade nos itens de resposta aberta, seguidos pelos de múltipla escolha complexa e simples, tendência também observada em outros países analisados.

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    Assessoria de Comunicação Social 


  • Jacobina (BA), 4/5/2018
    – Um aplicativo para smartphones está sendo desenvolvido por estudantes no campus Jacobina do Instituto Federal da Bahia (IFBA). A ferramenta motiva alunos das séries iniciais do ensino fundamental a explorar as descobertas da ciência e da física. É sobre essa experiência que o professor Beliato Campos, idealizador do projeto, conversa na edição desta sexta de Trilhas da Educação, programa produzido e transmitido pela Rádio do MEC.

    Em linguagem acessível, o trabalho é feito com base no que as crianças já conhecem das matérias. “Essa ferramenta tem uma forma de interagir de forma motivadora”, explica Beliato, que leciona física. “Além de conhecimentos científicos, tem um viés de motivar o aluno com animações e várias atividades dentro do conteúdo – não só aqueles textos maçantes –, atividades em que ele é posto a resolver desafios. Tentamos aproximar essa linguagem que o aluno usa no dia a dia para o conhecimento científico, que é o importante nessas séries iniciais.”

    A ideia foi despertar os jovens para uma forma de enriquecer a característica lúdica do uso do celular, aliando o uso do aparelho ao conteúdo das matérias. “Fomos a uma escola aqui em Jacobina para fazer um teste do aplicativo, e todos têm celular”, conta o professor. “Aí, conversamos com a direção do colégio e eles liberaram [os alunos] para, nesses dias, irem com o aparelho. Instalamos, então, o aplicativo, que passou a ser uma ferramenta a mais para o professor naquele momento, tanto na sala de aula quanto em casa.”

    Aprendizado – Contempladas com o conteúdo leve, as crianças têm acesso a um jogo de perguntas e respostas sobre ciências em diferentes níveis de aprendizado. Quando o usuário erra uma questão, aparece um texto explicativo, momento em que é possível intervir e tirar dúvidas sobre o tema. A página inicial apresenta temas diversificados. “Quando o aluno acessa cada link, ele tem textos informativos, curiosidades do cotidiano, desafios, animações”, relata Beliato. “A criança percebe que aquilo que ela já conhece sobre o ar, a água, o movimento dos carros, se aproxima de uma linguagem científica.”

    Para garantir a eficácia do dispositivo, os estudantes do IFBA e o professor estudaram as metodologias de ensino utilizadas com alunos de primeiro ao quinto ano do ensino fundamental. O objetivo era perceber o caminho entre as estratégias educacionais que pudessem levar os estudantes à a iniciação científica – sem que, para isso, eles fossem tirados de suas realidades. O projeto, conta o professor, foi desenvolvido em aproximadamente cinco meses. “Em paralelo, tivemos que estudar os artigos relacionados ao ensino de ciências nas séries iniciais e pegar vários livros didáticos da primeira à quarta série, para termos certeza do que pode ser explorado nesse aplicativo.”

    Uso externo – Agora, a turma planeja tornar a ferramenta disponível para uso público, por meio das facilidades de acesso a smartphones. O aplicativo, avalia Beliato, deu certo porque teve boa aceitação, tanto dos alunos quanto dos professores. O próximo passo, a partir da revisão na qual estão trabalhando os desenvolvedores do projeto, é lançar a ferramenta em uma plataforma.

    A previsão é de que o aplicativo esteja pronto para uso de todo o público ainda neste ano. “É uma ferramenta que pode contribuir para o ensino de ciências nas séries iniciais”, reforça o professor. “Em outros países, a gente percebe as crianças fazendo vários projetos relacionados a ciências, e, aqui no Brasil, é preciso, cada vez mais, incentivar os jovens a seguir esse caminho. Isso é bom para a sociedade.”

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • O projeto de divulgação científica da UFSCar transforma temas científicos, explicados por fenômenos químicos, em encenações teatrais itinerantes pelo Brasil (foto: Núcleo Ouroboros/UFSCar)“Odeio química, química, química!” Talvez, se os professores de Renato Russo tivessem usado a criatividade do teatro para ensinar química no palco, a letra da música fosse outra. Desde 2004, uma iniciativa do Departamento de Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) tem despertado paixões por essa área do conhecimento. O projeto Ouroboros de Divulgação Científica transforma temas científicos, explicados por fenômenos químicos, em encenações teatrais itinerantes pelo Brasil.

     

    “Química é difícil mesmo, mas é possível aproximá-la dos alunos, quebrando essa má impressão e essa visão de disciplina vilã”, garante a diretora do Núcleo Ouroboros da UFSCar, Karina Omuro Lupetti. Pátios de escolas, salões de igrejas, praças públicas e até mesmo salas de aula viram palco para os alunos-atores. Mais de 150 estudantes de graduação em química já foram formados pelo projeto de divulgação científica, que tem mais de 15 montagens teatrais com textos adaptados a públicos diferentes, da educação infantil à graduação.

     

    O objetivo do projeto é aproximar a população em geral dos conhecimentos e do meio cultural vivido dentro das universidades. O próprio nome do projeto desperta curiosidade. Ouroboros é a representação de uma serpente ou dragão que morde a própria cauda. O nome vem do grego antigo e significa “aquele que devora a própria cauda”. É um símbolo relacionado com a alquimia e contém as ideias de autofecundação, de eterno retorno. Uma das peças encenadas pelos estudantes faz referência aos alquimistas que buscam o elixir da vida eterna, o Santo Graal, que salvaria o lendário Rei Arthur.


    Encontro — De 7 a 10 de agosto, será realizada na cidade serrana de Pacoti, a 95 quilômetros de Fortaleza, a sétima edição do Encontro Ciência em Cena de Teatro Científico. A organização do evento é do grupo Tubo de Ensaio, da Faculdade de Educação de Itapipoca da Universidade Estadual do Ceará (Facedi-Uece). Além dos estudantes da UFSCar, participarão grupos de teatro de universidades do Ceará (UFCE), de São Paulo (USP) e de Portugal. As encenações serão gratuitas. A peça apresentada pelo Núcleo Ouroboros tratará do tema pecuária sustentável.

     

    “Será um teatro de sombras, e os personagens viajarão pelos biomas, onde enfrentarão problemas como queimadas e desmatamentos”, explica a professora Karina, doutora e pós-doutora em química. Mas o que tem a química a ver com essas questões ambientais? “Costumo dizer que a ciência contextualizada muda a visão de mundo, cria uma mentalidade crítica. É uma alfabetização científica.”

     

    A química estará, por exemplo, nas falas dos personagens aos explicarem as reações dos gases do efeito estufa, a química que produz a eructação bovina (o popular arroto do boi) e o impacto disso na emissão de gás metano na atmosfera e, por consequência, no aquecimento global. Além das apresentações teatrais, os alunos-atores participarão de oficinas com temas variados envolvendo a química.

     

    A empolgação pelo projeto de teatro é tanta que alguns ex-alunos continuam participando das peças como voluntários. É o caso de João Henrique Nunes, 24 anos, apaixonado pelas artes cênicas e também por ciências. “É uma oportunidade de juntar essas duas paixões em uma atividade que rompe os muros da universidade e leva conhecimento a diferentes públicos”, avalia. “Cada apresentação, cada intervenção, cada bate-papo com os diferentes tipos de público gera crescimento e amadurecimento. Continuo no projeto porque, mesmo sendo eu quem supostamente deveria ensinar, ainda aprendo.”

     

    Desde 2006 no grupo de teatro, o estudante Tiago Martins Pereira, 30 anos, do quinto semestre de licenciatura em química pela Universidade Metropolitana de Santos (Unimes), pretende ensinar química nas salas de aulas do ensino fundamental e médio. “O teatro de química nas escolas abre possibilidade de absorver o conhecimento científico de forma lúdica”, diz o estudante. Ele se apaixonou pela matéria ainda criança, assistindo ao Mundo de Beakman, programa exibido pela TV Cultura entre 1994 e 2002, com abordagem divertida de conceitos científicos. “Gostava de misturar os produtos de limpeza em casa e, no ensino médio, uma professora me fez gostar ainda mais de química.”


    Efeitos — Em algumas das peças, os estudantes aprendem reações químicas para produzir fumaça e luminosidade. São efeitos visuais que aparecem no palco e despertam dúvidas e curiosidades na plateia. “Esses questionamentos podem ser trabalhados depois pelos professores em sala de aula”, sugere João Henrique. Ele diz que o teatro como método de divulgação científica está inserido no que é chamado de ensino não formal, que tem por objetivo corroborar o método formal. “O teatro traduz aquele conteúdo científico, tido como denso e desinteressante, em uma linguagem lúdica, que gera a curiosidade e a vontade de aprender mais sobre determinado conteúdo.”

     

    A professora Karina concorda. Segundo ela, a linguagem artística do teatro deixa a química mais próxima do dia a dia dos alunos. “A contextualização ajuda a descomplicar a química. Os alunos precisam enxergar que a ciência, de modo geral, está inserida no cotidiano e tem inúmeras aplicações, que muitas vezes eles nem imaginam”, acrescenta João Henrique, professor em cursinho pré-vestibular comunitário de São Carlos (SP).


    Rovênia Amorim

     

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  • Despertar nos jovens o desejo pela ciência tem sido a meta da professora Deyse Cristina Gomes da Silva Almeida, de Jaboatão dos Guararapes (PE). Ela iniciou o projeto Desvendando o Céu Austral, que leva alunos da rede pública para conhecer a astronomia. É esse o tema que o Trilhas da Educação, programa produzido e transmitido pela Rádio MEC, apresenta nesta semana.

    Formada em pedagogia pela Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), Deyse é professora da rede estadual há dez anos e coordenadora de apoio do ensino médio da Escola de Referência em Ensino Médio Professor Epitácio André Dias, em Jaboatão, função que permitiu que ela tivesse a ideia de usar a astronomia para despertar maior interesse dos alunos pela área de ciências. “Fiz a proposta de montarmos um clube de astronomia na escola, no qual os alunos seriam os protagonistas. Intitulamos o clube Odissey”, comenta a professora.

    O projeto tem a participação de 30 alunos, entre estudantes da primeira e segunda turma do ensino médio e da educação de jovens e adultos. Entre as atividades desenvolvidas está a organização de excursões ao observatório astronômico da cidade de Itacuruba, no sertão pernambucano. “Lá a gente consegue analisar e fazer as observações a olho nu de constelações, identificar a localização de alguns planetas. É uma experiência extraordinária para nossos alunos”, afirma Deyse.

    Para a professora, a oportunidade de percorrer estes caminhos permite que os alunos se aproximem da pesquisa, campo ainda pouco explorado no ensino regular. “A iniciação científica é pouco trabalhada na prática. Existem algumas propostas, mas o nosso currículo lamentavelmente não permite que sejam aplicadas muitas atividades relacionadas.”

    O projeto também levou a turma de 30 alunos para assistir a uma aula no curso de introdução à astronomia da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE), que firmou uma parceria com o projeto.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Professora de química em Goiânia há 15 anos, Thaiza Montine Gomes dos Santos Cruz mantém o blogue Quimilokos, que funciona como extensão da sala de aula. “O professor não está o tempo todo com os alunos, nem todos os dias na mesma escola”, diz. “O blogue faz essa ponte com os alunos.”

     

    No blogue, criado há oito anos, ela publica material relacionado ao conteúdo abordado em aula e compartilha vídeos e outros temas complementares. Licenciada em química, com especialização em ensino de química, Thaiza é aluna de mestrado no Programa de Ensino de Ciências e Matemática (MECM) da Universidade Federal de Goiás (UFG). “O uso do blogue como ferramenta didática no ensino de química e ciências é, em princípio, meu projeto do mestrado”, esclarece.

     

    A convite da professora Cristiana Passinato, do Rio de Janeiro, Thaiza também participa do blogue Pesquisas de Química. O projeto de parceria inclui a professora Andrea Barreto, de biologia. “O interessante é que nunca nos encontramos pessoalmente”, afirma Thaiza. “Nós nos conhecemos pela blogosfera e é por ali que mantemos contato e tiramos dúvidas de nossos alunos e de quem quer que passe pelo blogue.”

     

    Professora no Colégio Estadual Jardim América, no Externato São José, no Colégio da Polícia Militar de Goiás, Unidade Ayrton Senna, e no Centro Universitário de Goiás, Thaiza percebe, em suas turmas de ensino fundamental e médio e de educação superior, dificuldades relacionadas a conteúdo abstrato, como modelos atômicos e distribuição eletrônica, por exemplo. Outros problemas detectados referem-se a cálculos matemáticos e raciocínio lógico, leitura e interpretação de textos de enunciados. Para tentar minimizar as dificuldades dos estudantes, ela desenvolve projetos que facilitem a proximidade com os alunos e deles com a química.

     

    “Isso colabora para um maior rendimento em termos de nota e, o que para mim é o mais importante, em conteúdo e na vida pessoal e social”, destaca. De acordo com Thaiza, o aluno compreende o conteúdo, consegue associá-lo ao dia a dia e sabe quando e como usá-lo. Também aprende valores e diferenças, a respeitar o outro e a conhecer limites.

     

    Entre os projetos desenvolvidos está o Química e Cinema; Elaboração de Curtas-Metragens no Ensino Médio: Usando o Cinema para Abordar Temas sobre Radioatividade em Sala de Aula. Em outro trabalho, H’ Química, a professora usa histórias em quadrinhos para ensinar radioatividade e outros conteúdos de química desenvolvidos no Colégio Jardim América. Os dois projetos foram convertidos na disciplina eletiva Química e Mídias e em um grupo denominado Clube dos Nerds e Otakus, que se reúne quinzenalmente.

     

    “Não incentivo diretamente os alunos, mas eles percebem, nas aulas, um certo encantamento pela disciplina e acabam optando pelo curso”, revela Thaiza. Alguns de seus antigos alunos são hoje engenheiros químicos; outros, licenciados em química. “No Centro Universitário, cheguei a lecionar, no bacharelado, para ex-alunas minhas do ensino médio”, salienta. “Foi uma experiência gratificante.”

     

    Alguns alunos do Colégio Jardim América farão vestibular para química no fim do ano.


    Fátima Schenini

     

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  • O espaço interativo tenta tornar as ciências atraentes e acessíveis a crianças, jovens e adultos, de forma a despertar vocações (Foto: Divulgação/Setec)O campus de Nilópolis do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro desenvolve na Baixada Fluminense o projeto Espaço Ciência InterAtiva, de educação não formal.  Atividades de divulgação e popularização científica já foram desenvolvidas em 15 municípios do estado e envolveram cerca de 23 mil pessoas.


    O projeto tenta tornar a ciência atraente e acessível a crianças, jovens e adultos, de forma a despertar vocações e a permitir a compreensão das produções científicas. Desmistificada, a ciência, assim como a arte e a cultura, é promovida por meio da curiosidade e da motivação.


    O reitor do instituto, Luiz Edmundo Vargas de Aguiar, salienta que o Espaço Ciência InterAtiva surge para permitir ao cientista imitar o artista — partilhar e compartilhar o trabalho. “Leonardo da Vinci foi um artista brilhante, mas se consagrou, mesmo, como cientista”, lembrou Aguiar.


    O Espaço abriga uma exposição permanente, com aparatos lúdicos e interativos de física, química, biologia, educação ambiental, entre outros, e exposições temporárias, com temas diversificados. Conta ainda com o projeto Ciência Itinerante, que leva a ciência, de forma divertida, a escolas, praças e eventos públicos.


    O Espaço Ciência InterAtiva abriga a exposição Einstein e a América Latina, com um acervo de documentos, fotos, relatos e impressões do cientista em sua passagem pela região.

    Assessoria de Imprensa da Setec

    Confira as notícias sobre os Institutos Federais

  • “O progresso de um povo depende exclusivamente do desenvolvimento da matemática”. A frase é atribuída a Napoleão Bonaparte, que considerava a matéria decisiva no pensamento lógico e na razão. Mas quem cita as palavras do grande estrategista militar francês é o professor Hoberdan Benedetti, que há 25 anos leciona esta disciplina em escolas públicas de Brasília. “A matemática nos acompanha sempre, é a base de todas as ciências e artes”, resume.

    Sábado, 6, é o Dia Nacional da Matemática, conhecimento considerado essencial ao acesso pleno à cidadania e que, por isso, tem recebido atenção redobrada na elaboração da Base Nacional Comum Curricular (BNCC), cuja primeira etapa, até o nono ano do ensino fundamental, já está em apreciação pelo Conselho Nacional de Educação (CNE). A segunda etapa deve ser concluída antes de dezembro próximo e acompanhará as mudanças do novo ensino médio, em que a matemática, seguindo o protagonismo do jovem na escolha do processo pedagógico interdisciplinar mais adequado às suas aspirações profissionais, desempenhará um papel fundamental em conhecimentos voltados ao desenvolvimento tecnológico.

    Desconstruir o mito de que a matemática é uma ciência difícil faz parte das ações da Base Nacional Comum Curricular  (foto: Fabiana Carvalho/Arquivo MEC)

     “A matemática sempre foi vista como um bicho-papão por muitos jovens”, avalia o ministro da Educação, Mendonça Filho. “A gente tem que desmitificar isso, uma vez que ela é imprescindível para a ciência e para a vida das pessoas.” Entidades, a exemplo do Instituto de Matemática Pura e Aplicada (Impa), têm contribuído para a difusão e aprimoramento dessa ciência no Brasil, além do estímulo à formação de novos pesquisadores. “Que essa política também sirva para que a gente transforme jovens talentos em professores de matemática”, destaca o ministro. “O que queremos é ampliar oportunidades e elas estarão presentes na Base Curricular Comum Curricular.”

    Olimpíada – O Impa é um dos organizadores da Olimpíada Brasileira de Matemática (OBM), projeto apoiado pelo MEC, que este ano tem como novidade a inclusão de alunos de escolas particulares na disputa. A primeira fase da OBM está marcada para 6 de junho e a segunda, para 22 de novembro. A expectativa é grande nas escolas em que a participação na olimpíada já se tornou um hábito. É o caso do Centro de Ensino Fundamental Caseb, de Brasília, que já conquistou várias medalhas de prata na competição.

    Muitos alunos do Caseb foram, ainda, agraciados com bolsas de iniciação científica na Universidade de Brasília (UnB). “A matemática tem me dado muitas oportunidades, o meu desempenho melhorou muito e penso em seguir a carreira de extadas”, disse Felipe de Freitas, de 12 anos. Sua colega de classe Gabriela Oliveira, da mesma idade, pensa da mesma forma e já tem perspectivas a esse respeito: “A matemática é importante para mim porque vai me ajudar futuramente a realizar um grande sonho, que é ser médica”.

    Circuito internacional – Este ano o Brasil entrará no circuito de dois grandes eventos mundiais, pela primeira vez sediados na América Latina: a Olimpíada Internacional de Matemática (2017) e o Congresso Internacional de Matemáticos de 2018. Em função da importância dessas competições para o país, foi sancionada a Lei Federal nº 13.358/16, iniciativa da Frente Parlamentar da Educação (FPE) no Congresso Nacional, que visa garantir a realização de ambas no Rio de Janeiro, com a instituição do Biênio da Matemática 2017-2018. ”Teremos oportunidade de trazer os maiores nomes da área, como Artur Ávila, primeiro brasileiro a ganhar a medalha Fields, considerado o prêmio Nobel da matemática”, adiantou o deputado Alex Canziani (PTB-PR), presidente da FPE.

    Na visão do professor Hoberdan Benedetti, este é o momento de reflexão entre os profissionais da educação sobre o ensino da matemática, para que afastem a ideia de que se trata de uma matéria difícil e, para muitos, impossível. “Essa etapa será vencida com dedicação e paciência”, analisa. “Todos podem aprender, desde que se entenda a dificuldade de cada um. Eu sou um apaixonado pela matemática e pelo meu trabalho. A maneira como ela é transmitida faz toda a diferença. Algumas vezes me deparo com adolescentes que dizem não gostar e de repente passam a amá-la, pois descobrem que ela é boa não apenas para a resolução de problemas, mas para todo o seu desenvolvimento pessoal.”

    Assessoria de Comunicação Social 

  • Começa nesta segunda, 3, na Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), mais um Encontro Nacional de Pesquisa em Educação em Ciências (Enpec). Promovido pela Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec), o evento, que é bienal, tem como objetivo reunir e favorecer a interação entre os pesquisadores do ensino de física, biologia, química, geociências, saúde, ambiente e áreas afins.

    O tema central deste encontro, que este ano está em sua 11ª edição, é “20 anos de Abrapec: Memórias de conquistas e movimentos de resistência”. De acordo com a organização, em torno desse eixo serão problematizadas temáticas de pesquisa em análises que exporão o caminho percorrido pela comunidade, desafios e os enfrentamentos históricos de natureza política e epistemológica em favor da educação científica para a população brasileira.

    Dentre as atividades programadas, destacam-se mesas-redondas, sessões de apresentação de trabalhos completos no formato de pôsteres, debates e encontros. O público do encontro é formado por interessados na pesquisa em educação em ciências da natureza, da saúde e do ambiente, incluindo professores e pesquisadores da educação básica e superior, estudantes de pós-graduação e de licenciatura, formadores de professores e pesquisadores.

    Mais informações estão disponíveis o site do Enpec.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações da Capes

  • Sociedades científicas e associações profissionais da área de ciências da natureza são as próximas a discutir no Ministério da Educação as contribuições ao texto da Base Nacional Comum Curricular. A reunião com as entidades está marcada para a próxima quarta-feira, 13, com o secretário de educação básica do MEC, Manuel Palacios.

    Confirmaram presença representantes da Associação Brasileira de Ensino de Biologia (Sbenbio), Sociedade Brasileira de Física (SBF), Sociedade Brasileira de Química (SBQ), Associação Brasileira de Pesquisa em Educação em Ciências (Abrapec) e Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC). A coordenação da Base Nacional Comum Curricular e assessores da área de ciências da natureza também participarão do encontro.

    Segundo Palacios, desde o início do ano passado, antes de o texto preliminar na base ser apresentado para consulta pública, o MEC promove reuniões com sociedades científicas e associações profissionais. O portal da base também conta com um canal de contribuições dedicado às entidades, que fazem o cadastramento, indicam representantes e, por meio do portal, apresentam colaborações.

    “Essa foi uma preocupação desde o início”, diz o secretário. “Além disso, convidamos pesquisadores importantes das diferentes áreas do conhecimento para atuar, como leitores críticos, no processo de elaboração do que será a proposta final da base.”

    Os especialistas convidados vão apresentar pareceres sobre a proposta preliminar de cada componente curricular da base até sexta-feira, 15.

    História — Entre os especialistas, o secretário cita a presidente da Associação Nacional de História (Anpuh), Maria Helena Rolim Capelato, que fez a leitura crítica do texto preliminar da Base no primeiro ciclo de consulta pública. Representantes da entidade, uma das mais importantes do país na área de história, reuniram-se com Palacios na quarta-feira, 6.

    “A Associação Nacional de História reúne um grande número de pesquisadores e professores de todo o país”, diz Palacios. “É a principal organização da área de pesquisa e ensino em história das universidades brasileiras; é uma parceria muito importante.”

    Durante o encontro, a Anpuh anunciou que promoverá seminário nacional sobre a Base Nacional Comum Curricular em 29 de fevereiro próximo. O secretário considera fundamental o apoio da entidade à construção da base nesse momento em que se intensifica o debate sobre a proposta preliminar para a área de história. “Diante das controvérsias no debate sobre a proposta do componente curricular de história para a Base Nacional Comum Curricular, a Anpuh certamente vai ser uma mediadora importante para encontrarmos uma solução de entendimento entre as diferentes abordagens possíveis na área do ensino”, afirma.

    Outra iniciativa da Anpuh será convidar pesquisadores de renome, em todas as áreas específicas da história, para uma segunda leitura crítica do documento formulado na base pela comissão de especialistas instituída pelo MEC. Um desses especialistas, o professor Mauro Cezar Coelho, da Universidade Federal do Pará, diz que outra forma de diálogo da equipe da base com as associações tem sido participar de debates sobre o documento preliminar. “Nessas oportunidades, apresentamos os documentos e os pressupostos, principalmente, que nortearam o caminho percorrido para formulação do documento”, diz. Ele avalia como positivo o debate sobre o ensino e o conteúdo escolar.

    De acordo com Manuel Palacios, é importante reafirmar que não há possibilidade de propor ao país uma Base Nacional Comum Curricular que não conte com adesão e apoio expressivos. “De professores, da sociedade de modo geral, das organizações científicas e profissionais”, afirma.

    Assessoria de Comunicação Social

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  • Estratégia para o Ensino de Ciências

    três jovens no laboratórioDentre as ações da Secretaria de Educação Básica, especial ênfase merece o ensino da ciência. Através de seu Departamento de Políticas de Ensino Médio está sendo implementado um Plano de Educação para a Ciência que visa incorporar efetivamente a prática e a reflexão científicas na vida escolar e social de adolescentes, jovens e adultos.

    Esta iniciativa tem por objetivos específicos:

     

    • Incentivar projetos curriculares voltados para a educação científica e mudanças curriculares que incorporem abordagens práticas e problematizadoras das ciências;

    • Ampliar e melhorar a formação inicial de professores de ciências, mediante incentivo com bolsas de licenciatura e abertura de campos de estágio orientado;

    • Promover a formação continuada de professores de ciências, mediante cooperação institucional, coordenada pela CAPEMP – Coordenação de Aperfeiçoamento de Professores do Ensino Médio (a ser instituída) e com apoio da CAPES – Fundação Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior, do CNPq – Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico e de outros órgãos de fomento;

    • Implantar as Oficinas de Ciências, Cultura e Arte em instituições de ensino e científicas, como espaços de ensino-aprendizagem e de formação inicial e continuada de professores; Promover a pós-graduação de professores de ciências, incentivando-se tomar sua prática pedagógica como objeto de investigação;

    • Promover a colaboração institucional, para formação inicial e continuada de professores, bem como para o apoio aos sistemas públicos de ensino; e, Implantar programas de produção e distribuição de livros e materiais didáticos de ciências.

    Menina examinando animais no laboratórioAs diretrizes curriculares nacionais para o ensino médio destacaram, dentre outros, o princípio da contextualização, como processo de enraizamento dos conceitos científicos na realidade vivenciada pelos alunos, para produzir aprendizagens significativas.

     

    Isto significa partir dos fenômenos cotidianos em direção aos saberes escolares. Essa abordagem surge em oposição à transmissão dos conteúdos a partir das disciplinas científicas. Não obstante, tanto uma quanto outra abordagem precisam considerar que os conhecimentos escolares, conquanto devem superar os conhecimentos cotidianos, não se confundem com os conhecimentos científicos, nem os reproduzem no ambiente escolar.

     

    Diante de um problema, o conhecimento cotidiano costuma estar mais orientado para a necessidade de resolvê-lo na prática do que para a explicação de suas razões ou para a compreensão dos princípios que o definem, podendo estar distanciado significativamente do conhecimento científico. Por outro lado, como ensinar ciências partindo-se diretamente das disciplinas científicas se o contexto e as motivações de produção dessas e de seus conceitos é distinto do que caracteriza a escola; se os problemas propostos num e noutro também são diferentes?Chevallard (s/d), definindo transposição didática como o trabalho de transformação de um objeto de “saber a ensinar” em um “objeto de ensino”, chama a atenção para o fato de que, na escola, não se ensina um conceito inserido no conjunto de problemas e questões que o originaram.

     

    Jovens em um laboratórioExiste, na verdade, uma tendência ao didatismo, para tornar um conceito assimilável, chegando ao abstrato a partir do concreto, pelo estabelecimento de uma continuidade com o senso comum. A razão disto pode estar no fato de os alunos se encontrarem mais perto dos conhecimentos cotidianos, de tal modo que seus problemas, quando colocados, não são os da ciência. Por isso é necessário construir uma ponte entre a ciência e o conhecimento cotidiano (Claxton, 1991). Por se encontrarem a meio caminho entre esses dois extremos, os problemas escolares poderiam servir para construir essa ponte.

     

    Na sua forma habitual, os problemas escolares muitas vezes consideram tacitamente que o aluno já está na margem da ciência, que esta desperta o seu interesse e que ele quer resolver problemas científicos. Para um aluno que não se interessa pela ciência, que não se sente sintonizado com o seu discurso e suas maneiras de agir, os problemas escolares podem representar atividades artificiosas. Por isto a pertinência de se partir da realidade concreta. Mas isto quer dizer ir além do contexto de vivência do aluno e superar o senso comum.

     

    Quanto se parte do contexto de vivência do aluno, enfrentam-se concepções prévias, normalmente constituídas de representações errôneas ou limitadas quanto à explicação da realidade. Mesmo sendo um importante meio de estimular a curiosidade do aluno, ampliando e aprofundando seus conhecimentos, a pertinência de um processo ensino-aprendizagem contextualizado está condicionada à possibilidade de levar o aluno a ter consciência sobre seus modelos de explicação e compreensão da realidade, reconhecê-los como equivocados ou limitados, enfrentar o questionamento colocá-los em cheque num processo de desconstrução de conceitos e reconstrução/apropriação de outros.

     

    Se não enfrentada essa questão, corre-se o risco de considerar que a simples sistematização do conhecimento cotidiano seja suficiente para a aprendizagem. Por isto, um dos princípios que deve ordenar o ensino de ciências no ensino médio é o confronto entre os saberes cotidianos e o conhecimento científico, visando à compreensão dos limites também dos saberes escolares. O segundo princípio é a formação dos professores de modo que esses insiram em seu planejamento pedagógico a problematização dos fatos cotidianos, levando os alunos a perguntar sobre o(s) porquê(s) dos acontecimentos e, assim, motivar-se a refletir sobre o fato para além de suas percepções cotidianas, normalmente estruturadas sobre o senso comum;

     

    Chamar a atenção do aluno sobre a insuficiência de seus conhecimentos cotidianos para responder às perguntas e, portanto, percebendo a necessidade de estudá-lo de forma sistematizada, buscando-se conhecer, portanto, seus princípios científicos;

     

    Discutir os limites do senso comum para explicar os fenômenos e, portanto, a necessidade de se realizar as investigações científicas, demarcando-se, por um lado, a importância e as motivações sociais do trabalho científico, suas dimensões históricas e implicações ético-políticas e, por outro, a distinção entre esse tipo de conhecimento e o cotidiano, sem perder as relações entre eles;

     

    Ajudar a reconhecer o conhecimento científico como produção sócio-histórica; a discussão sobre a especificidade do conceito científico, como conhecimento produzido em bases acadêmicas, e dos conteúdos escolares, como resultado de um processo de didatização do primeiro;

     

    Abordagens teórico-metodológicas que articulem teoria e prática no ensino dos conceitos científicos.

     



    [Contexto do Ensino Médio] [Orientações Curriculares Nacionais para o Ensino Médio] [Prêmio Ciências] [Ética e Cidadania] [Livro Didático] [Formação Continuada] [Coleção Explorando o Ensino] [Fenaceb - Apoio às Feiras de Ciências] [Publicações do Ensino Médio] [Prêmio Mercosul de Ciência e Tecnologia - 2006/2007]

     

  • A proposta de trabalhar de maneira interdisciplinar os temas de ciências do quinto ano do ensino fundamental por meio de jogos de tabuleiro levou a professora Josefa Rosimere Lira da Silva a ser incluída entre os ganhadores da oitava edição do Prêmio Professores do Brasil. Seu projeto, Construindo Ciência: A Experiência da Produção de Jogos com Crianças do Ensino Fundamental, foi distinguida na categoria Temas Específicos, subcategoria Ciências para os Anos Iniciais do Ensino Fundamental.

    “A premiação representa o reconhecimento de uma prática pedagógica inovadora realizada em sala de aula”, enfatiza Rosimere, que desenvolveu o projeto de março a outubro de 2013, com 34 estudantes da Escola Municipal Irmã Elisa Maria, em Salvador.

    “Realizar um trabalho desses requer do professor coragem e determinação para não desistir diante das adversidades”, analisa a professora. “Não é fácil assegurar procedimentos dos alunos para se reunirem em grupo, respeitando a opinião do outro, registrar as orientações do passo-a-passo do trabalho e fazer escuta durante as intervenções por grupo e por aluno.”

    Com o projeto, Rosimere idealizou, produziu e divulgou jogos de tabuleiro com temas de ciências como instrumento pedagógico de apoio ao processo de aprendizagem e de desenvolvimento de habilidades. “Dentro desse processo, os estudantes tiveram a oportunidade de desenvolver competências e habilidades na criação e no aperfeiçoamento dos jogos educacionais”, ressalta. Ela explica que o projeto funcionou de maneira interdisciplinar e contextualizada para que os alunos compreendessem como a ciência está presente no cotidiano.

    Os estudantes elaboraram oito jogos didáticos, com instruções e regras, explicações relacionadas ao conteúdo, público-alvo e bibliografia, entre outras informações. Em um primeiro momento, os jogos foram apresentados pelos grupos de estudantes criadores e ficaram em exposição para toda a comunidade escolar. Posteriormente, os demais alunos da escola puderam participar, sob a orientação dos criadores.

    Benefício — De acordo com Rosimere, o projeto teve bons resultados. “É difícil mensurar, mas acredito que o principal benefício para os alunos foi conhecer a metodologia científica e poder ver o pensamento tomando forma até se tornar um material concreto (no caso, um jogo).”

    Em 2013, três jogos foram apresentados no 4º Encontro de Jovens Cientistas da Bahia, promovido pela Universidade Federal da Bahia (UFBA), na categoria Ciência Lúdica. Dois deles — Brincando com a Matemática e Os Meteoros — foram premiados. Em novembro de 2014, a revista Jovens Cientistas publicou artigo sobre o Brincando com a Matemática durante a quinta edição do encontro de jovens cientistas do estado.

    Com formação em pedagogia e pós-graduação em psicopedagogia, Rosimere atua como professora do ensino fundamental há cerca de três anos. Sua experiência profissional inclui trabalho como psicopedagoga, no atendimento a crianças e adolescentes em situação de risco, e como coordenadora pedagógica, na área de educação científica, com alunos do ensino médio no Programa Social de Educação, Vocação e Divulgação Científica Ciência, Arte & Magia da UFBA.

    Fátima Schenini

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  • O projeto UbatubaSat envolveu cerca de 300 estudantes, que estudaram eletrônica básica e surpreenderam especialistas no Brasil e no mundo (Foto: Divulgação) Ao saber que uma empresa norte-americana estava comercializando kits de satélites espaciais, junto com o serviço de lançamento, o professor de matemática Cândido Oswaldo Moura, da Escola Presidente Tancredo de Almeida Neves, de Ubatuba (SP), propôs a seus alunos do sexto ano do ensino fundamental construir o equipamento. Foi assim que teve início, em 2010, o Projeto UbatubaSat, que resultará no lançamento do satélite em janeiro de 2017, no Japão.

    A trajetória do professor e de seus alunos é contada no filme Projeto UbatubaSat – Uma Jornada do Conhecimento, que será exibido pela primeira vez na televisão, no dia 6 de outubro, na TV Escola, às 11h, com reprise às 17h. A experiência foi registrada pela jornalista Daniela Gross. “A história é muito bacana, ver um professor tão entusiasmado, com vontade de fazer diferente, me entusiasmou também”, disse ela.

    Após conseguir patrocínios, Cândido criou um grupo de professores e, com o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e a Agência Espacial Brasileira (AEB), deu início aos trabalhos, em 2010. Cerca de 300 alunos participaram. Um grupo de seis estudantes mais experientes trabalhou na construção. O projeto é inédito, pela idade dos estudantes envolvidos, e atraiu a atenção de instituições da Inglaterra, Estados Unidos e Japão. 

    Experimento – Para aprender a montar o satélite, os alunos que compõem o grupo passaram por cursos de solda com qualificação espacial e de eletrônica básica. Desde então, o projeto científico não parou de surpreender a todos. Chicago, nos Estados Unidos, e Nagoya, no Japão, foram lugares visitados pela equipe da escola.

    A equipe promoveu um concurso para a rede pública de Ubatuba e uma jovem gravou uma mensagem que vai ser transmitida de órbita para a escola, em inglês e português. Mas o satélite também tem uma importante função – ou carga útil, como se diz tecnicamente: servir de ferramenta para um experimento do Inpe, que pretende estudar as chamadas bolhas de plasma da atmosfera, fenômeno ionosférico que compromete a captação de sinais de satélite e antenas parabólicas em países localizados na linha do Equador. São causadas pelas variações dos ciclos solares.

    Expectativa – “Eles são considerados os jovens mais novos do mundo a ingressar na área espacial”, observa a jornalista Daniela Gross. Com isso a produtora do documentário garante que o projeto traz uma expectativa diferente para os estudantes de Ubatuba. O município do litoral de São Paulo é considerado uma cidade turística e de atividades de pesca.

    O professor Cândido destaca que educar é formar pessoas para mudar o mundo. “Não consigo ver a escola de outro jeito, gosto de pegar na mão e ensinar a andar no mundo”, comenta o professor, ao defender que o convívio com a ciência e a tecnologia ajuda a enfrentar desafios. “Quando você constrói um satélite aos 11 anos, você consegue qualquer coisa, ninguém te segura”, garante.

    Visite a página da Escola Tancredo Neves, de Ubatuba

    Assessoria de Comunicação Social 

  • A Semana Nacional de Ciência e Tecnologia de 2011, que ocorrerá de 17 a 23 de outubro, em Bauru (SP), mobiliza escolas das redes públicas e privadas do país para participarem do Experimento Global PH do Planeta, sobre a qualidade da água. A realização do experimento ocorrerá de 17 a 20, como parte da programação do evento. Todas as escolas públicas receberam conjuntos para coleta e medição da água.

    Sob orientação e acompanhamento do professor, os estudantes devem trabalhar em pequenos grupos para medir o pH de uma fonte natural local de água, utilizando soluções indicadoras coloridas que fazem parte do jogo do experimento. A atividade envolve quatro etapas: coleta da amostra de água em uma fonte natural local; medição do pH da amostra de água local (e outras amostras, caso apropriado e desejado); análise dos dados e produção de um relatório; registro dos resultados na base de dados nacional do experimento global.

    Para participar é necessário apresentar corretamente as informações sobre data da coleta da água, fonte local, natureza (potável, fluvial, marinha, etc.), temperatura, quantidade de alunos envolvidos, nome da escola, cidade e estado. Cada turma de estudantes informará os valores médios dos resultados obtidos, que comporão o banco de dados nacional do experimento global, disponível no portal da Sociedade Brasileira de Química. Posteriormente, os dados serão incluídos em escala planetária no banco de dados global. (Global Experiment Database).

    No Brasil, as atividades estão sendo organizadas por entidades da química e por instituições de pesquisa, universidades e escolas, e têm o apoio de órgãos governamentais, como o (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o Ministério da Ciência e Tecnologia e fundações de apoio à pesquisa. Fazem parte do experimento global a ser realizado durante o Ano Internacional da Química – AIQ 2011 – em todo o mundo. A atividade integra uma série de eventos propostos pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco) e pela União Internacional de Química Pura e Aplicada (Iupac).

    Assessoria de Imprensa da SEB


    Veja o folheto com orientações para participar do experimento

    Confira
    a programação da Semana Nacional de Ciência e Tecnologia

  • A disposição para realizar pesquisas sobre a formação de professores na área de ciências da natureza e produzir melhorias nessa formação e nos processos de ensino-aprendizagem na educação básica foi o ponto de partida para a criação do grupo Formar Ciências, da Faculdade de Educação da Universidade de Campinas (Unicamp). Criado em 1997, o grupo de estudos e pesquisas busca articular a produção acadêmica e demais conhecimentos na área de ensino de ciências com os propósitos da formação inicial e continuada de professores.

     

    O grupo é formado por cinco docentes da Unicamp, três professores colaboradores de outras universidades e cerca de 20 estudantes de graduação, mestrado e doutorado. De acordo com o coordenador, Jorge Megid Neto, o grupo constituiu-se, desde o início, como forte referência nacional no campo das pesquisas de “estado da arte” sobre a produção acadêmica brasileira — estudos de análise e avaliação de teses e dissertações —, bem como no campo da análise e avaliação de livros didáticos da área de ciências.

     

    Em seus 15 anos de existência, o Formar Ciências promoveu vários cursos de extensão de curta duração, além de cursos de especialização voltados principalmente para professores do ensino fundamental. Orientações individuais, grupos de estudos, atividades em disciplinas ou oficinas são outras atividades desenvolvidas. Um dos eventos mais importantes promovidos pelo grupo é o Encontro de Formação Continuada de Professores de Ciências (Enfoco), que já teve sete edições.

     

    O grupo atende professores da educação básica das redes pública e particular e estudantes de cursos de licenciatura da Unicamp. “Também temos algumas ações que envolvem alunos do ensino médio de escolas públicas”, diz Neto. “Na pós-graduação, o público é bem diversificado e de várias regiões do país.”

     

    Segundo Neto, como a demanda é maior do que a oferta, sempre há algum tipo de seleção para a participação de professores em oficinas.

     

    Dentre as grandes atividades desenvolvidas este ano está a elaboração de catálogos analíticos de dissertações e teses na área de ciências da natureza e na de educação ambiental, em conjunto com a Universidade Estadual Paulista (Unesp), câmpus de Rio Claro, Universidade de São Paulo (USP), câmpus de Ribeirão Preto, e Universidade Federal de São Carlos (UFSCar). O grupo registra também em 2012 a consolidação do Programa de Pós-graduação Multiunidades em Ensino de Ciências e Matemática da Unicamp (mestrado e doutorado) e a formação complementar para alunos de ensino médio de escolas públicas, com recursos do programa Novos Talentos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação.

     

    Licenciado em física, Neto tem mestrado em educação, ensino de física, e doutorado em educação, ensino de ciências, ambos pela Unicamp. Coordenador de extensão da Faculdade de Educação e do programa Multiunidades de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática, ele tem experiência como professor de física no ensino médio — atuou de 1979 a 1995.


    Fátima Schenini

     

    Saiba mais no Jornal do Professor

     

    Confira a página do grupo Formar Ciências na internet

     

  • Professores e alunos da educação básica têm um espaço à disposição na Universidade de Brasília (UnB) para participar de atividades de experimentação nas áreas de química e ciências em geral. É o Laboratório de Pesquisas em Ensino de Química (LPEQ), criado pelo professor Roberto Ribeiro da Silva, em 1993, com o objetivo de desenvolver estudos e pesquisas no ensino da disciplina.

     

    O interesse pela química surgiu para Roberto quando ele cursava o ensino médio. “Tive professores que ainda estudavam no curso de química e souberam dar aulas que motivaram os alunos”, destaca. Bacharel em química, com mestrado e doutorado na área, ele é professor universitário desde 1969, com passagem também pela Universidade Federal de São Carlos (UFSCar).

     

    O LPEQ recebe em torno de 1,5 mil visitantes por ano — aproximadamente 1.350 alunos e 150 professores —, provenientes de escolas públicas e particulares do Distrito Federal e de municípios vizinhos. No local, que funciona no próprio Instituto de Química, no câmpus Darcy Ribeiro, no Plano Piloto de Brasília, professores e alunos da educação básica têm oportunidade de participar de minicursos e oficinas e recebem assessoria para o desenvolvimento de atividades como a realização de exposições de ciências nas escolas. “Nossa função é, em parceria com esses professores, diagnosticar situações-problema e propor soluções possíveis e viáveis para as questões identificadas”, analisa Roberto.

     

    Uma das contribuições do LPEQ tem sido a de incentivar a criação de salas-ambiente nas escolas, em lugar de laboratórios. “Em uma sala-ambiente de química ou de ciências os professores podem usar modalidades didáticas diferenciadas, tais como experimentos, aula teórica normal, projeção de vídeos e filmes, discussões em pequenos grupos, seminários, exposição de painéis etc.”, explica o professor. Ele destaca, além disso, o custo de montagem e manutenção de uma sala ambiente, bem inferior ao de laboratórios tradicionais.

     

    “Na perspectiva de ensino em sala-ambiente, temos desenvolvido dezenas de experimentos simples e de baixo custo que podem ser usados também nas salas tradicionais das escolas”, esclarece. Esses experimentos incluem temas interdisciplinares e contextualizados, como atmosfera, água, alimentos, metais, energia e polímeros. No LPEQ ocorrem ainda experimentos voltados para temas disciplinares, como ligações químicas e interações intermoleculares, equilíbrio químico, cinética química, métodos de separação e estrutura da matéria, entre outros.


    Visitas — O laboratório também é responsável pela promoção de palestras de divulgação científica para professores e alunos da educação básica, por meio do Projeto UnB Tour. As visitas semanais podem ser agendadas pelo telefone (61) 3107-6307.

     

    Depois de 20 anos, o professor Roberto passou a coordenação do laboratório para as professoras Renata Cardoso de Sá Ribeiro Razuck e Patrícia Fernandes Lootens Machado, também do Instituto de Química da UnB. Os professores do DF e Entorno podem marcar atendimento pelos telefones (61) 3107-3814 (LPEQ), 3107-3903 (professora Renata) e 3107-3811 (professora Patrícia).


    Fátima Schenini

  • Os ministros Fernando Haddad e Sérgio Rezende apresentam os livros da coleção Explorando o Ensino (Foto: Wanderley Pessoa)A partir deste ano, alunos de escolas públicas têm a oportunidade de aprofundar os estudos sobre uma das ciências mais antigas – a astronomia – e uma das mais novas – a astronáutica. Os ministérios da Educação e da Ciência e Tecnologia lançaram nesta quinta-feira, 8, os volumes 11, 12 e 13 da coleção Explorando o Ensino, que tratam dos temas fronteira espacial e mudanças climáticas.

    “Para avançar ainda mais na proficiência dos alunos da educação básica em português e matemática, temos que contar com o subsídio das ciências e das artes, que permitem maior envolvimento das crianças com os estudos”, afirmou o ministro da Educação, Fernando Haddad, na cerimônia de lançamento das obras. Segundo Haddad, o material de apoio dá suporte ao professor e faz com que a criança ou jovem veja sentido naquilo que estuda.

    Os livros recém-lançados foram produzidos pelos dois ministérios, com participação da Agência Espacial Brasileira, e são destinados aos professores da educação básica pública dos anos finais do ensino fundamental e do ensino médio. O material pode ser utilizado por educadores de qualquer disciplina, da física à língua portuguesa, da geografia à matemática, da história à biologia.

    “Pensamos em textos que não abrissem mão da rigidez científica no conteúdo, mas que fossem de leitura simples, para facilitar a interlocução entre alunos e professores”, explicou um dos autores do livro sobre mudanças climáticas, Neilton Fidelis. Já Salvador Nogueira, que escreveu as obras sobre astronomia e astronáutica junto com João Batista Canalle, acredita que os dois temas são porta de entrada para a ciência. “A intenção das publicações é cativar os alunos e cultivar a paixão pela ciência, que é fator de desenvolvimento para o país.”

    Os volumes 11 e 12 tratam da tentativa do homem de desvendar os mistérios do mundo e do universo. O volume 13 explica as bases científicas sobre o aquecimento global e suas influências nas esferas social, ambiental e econômica. Os livros já foram enviados às escolas públicas, mas os professores também podem acessá-lo na página da Secretaria de Educação Básica do MEC.

    Para o ministro da Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, a coleção pode contribuir para despertar o interesse dos jovens em se tornarem cientistas. “O programa espacial brasileiro, por exemplo, tem avançado e precisamos de pessoal qualificado para implementar as ações”, disse. Rezende lembrou que o orçamento na área aumentou e as obras da nova torre de lançamento de satélites em Alcântara (MA) já foram iniciadas, assim como os estudos sobre o satélite geoestacionário brasileiro.


    Assessoria de Comunicação Social


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  • Divulgar as atividades desenvolvidas no curso de pós-graduação em ciências e técnicas nucleares da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), além de estimular a abertura de vagas no mercado de trabalho nas áreas de engenharia nuclear e da energia. Esse é o objetivo da Semana de Engenharia Nuclear e Ciências das Radiações (Sencir), que será realizada de 4 a 6 de outubro na Escola de Engenharia da UFMG, em Belo Horizonte.

    Organizada pelo Programa de Pós-Graduação em Ciências e Técnicas Nucleares (PCTN) e pelo Departamento de Engenharia Nuclear (DEN) da instituição mineira, a terceira edição do evento recebe o apoio da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) do Ministério da Educação por meio do Programa de Apoio a Eventos no País (Paep).

    O programa oferece suporte financeiro à realização, no Brasil, de eventos científicos, tecnológicos e culturais de curta duração, com envolvimento de pesquisadores, professores e estudantes dos programas de pós-graduação.

    Pela segunda vez, a Sencir, de caráter bienal, recebe apoio da Capes. Para a organizadora do evento, Antonella Lombardi Costa, chefe do Departamento de Engenharia Nuclear da UFMG, o apoio financeiro do Paep é fundamental. “Com mais recursos, podemos ampliar a semana. Vamos realizar o evento em nível de congresso, alcançando um público maior”, afirmou. 

    Mais informações sobre o evento na página da Sencir na internet.

    Assessoria de Comunicação Social

  • O Ministério da Educação, em parceria com o Ministério da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações (MCTIC), lançou nesta quarta-feira, 17, o Programa Ciência na Escola (PCE). O programa visa aprimorar a qualidade do ensino de ciências nos cursos fundamental e médio das escolas públicas brasileiras. O objetivo é estimular alunos para as carreiras científicas, qualificar professores para o ensino por investigação científica e fortalecer a interação entre instituições de educação superior e escolas de ensino fundamental e médio.

    “A ciência é a melhor vacina contra o obscurantismo. A matemática e a razão são nossas aliadas na discussão contra ideologias totalitárias”, afirmou o ministro da Educação, Abraham Weintraub, no auditório Renato Archer, do MCTIC, onde o programa foi lançado. “Todos nós brasileiros, como nação, temos que fazer escolhas, e esse tipo de escolha, de alocar nossos recursos escassos numa iniciativa dessa, de valorizar a ciência, é justamente o que a gente quer fazer: manter investimento em educação, em pesquisa, em conhecimento.”

    O PCE tem como meta modificar a forma como são transmitidos, assimilados e aplicados os conhecimentos científicos, em consonância com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC), bem como incentivar a abordagem científica nas escolas de educação básica brasileira. O objetivo do programa é buscar inovações e soluções para os problemas concretos das diversas realidades regionais do país.

    Os ministérios contam também com a parceria do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes).

    “Temos milhões de crianças neste país que têm potencial e só precisam de um empurrãozinho para se tornarem um cientista, um empresário de sucesso, uma pessoa feliz, um cidadão produtivo para o país. Como é que se faz isso? Bom, usamos o que temos para ajudar essa garotada a ter um futuro promissor. É colocar nas mãos deles a possibilidade de estudar, possibilidade de conhecer”, reforçou o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovações e Comunicações, Marcos Pontes.

    O ministro Weintraub (segundo a partir da esquerda) disse que a ciência “é a melhor vacina contra o obscurantismo” (Foto: André Borges/MEC)

    Ações – O PCE é composto por  quatro ações, que acontecem simultaneamente, voltadas para o objetivo fundamental que é aprimorar o ensino de ciências: Chamada Pública para Instituições – Seleção de redes para o aprimoramento do ensino de ciências na educação básica; Chamada Pública para Pesquisadores – Seleção de projetos para o aprimoramento do ensino de ciências na educação básica (Chamada MCTIC/CNPq nº 05/2019 – Programa Ciência na Escola – Ensino de Ciências na Educação Básica); Olimpíada Nacional e Ciências – 2019, e Especialização a distância em ensino de ciências – Ciência é Dez!.

    De acordo com os resultados do Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa) de 2015 (os resultados da edição de 2018 ainda não foram divulgados), entre setenta países participantes, o Brasil está nas seguintes posições: 63º em ciências; 65º em matemática e 59º em leitura. Outro dado preocupante é que o desempenho médio dos 10% de estudantes brasileiros melhor classificados é inferior ao desempenho médio dos alunos dos países membros da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE). Além disso, os brasileiros apresentam resultado inferior ao dos 10% piores classificados entre estudantes de países como Canadá e Vietnã.

    Solução - A Chamada Pública MEC-MCTIC tem por objetivo selecionar propostas técnicas, submetidas por redes de instituições, para a implementação de experiências relativas ao Programa Ciência na Escola – de abrangência regional, interestadual ou estadual – que buscam o aprimoramento do ensino de ciências na educação básica com foco nos anos finais do ensino fundamental e no ensino médio.

    As propostas técnicas deverão ser submetidas por consórcios institucionais regionais envolvendo instituições de ensino superior, institutos de ciência e tecnologia, escolas públicas de ensino fundamental e médio. Será executada com recursos do MEC, sendo previsto o valor de R$ 100 milhões, para apoio ao desenvolvimento da educação básica.

    Resultados - Os resultados esperados do Programa Ciência na Escola são o aprimoramento do ensino de ciências nas escolas de educação básica; a promoção do ensino por investigação voltado à solução de problemas; a qualificação de professores da educação básica pública para o ensino de ciências; o estímulo do interesse dos alunos da educação básica pelas carreiras científicas; a identificação de jovens talentos para as ciências; a promoção da implementação de soluções inovadoras que contribuam para o  aprimoramento do ensino e do aprendizado de ciências; o uso de novas tecnologias educacionais e novos métodos de ensino de ciências; o fortalecimento da interação entre escolas de educação básica, instituições de ensino superior, espaços de ciência e outras instituições de ciência, tecnologia e inovação; e a democratização do conhecimento e popularização da ciência.

    Conheça mais sobre o programa Ciência na Escola

    Assessoria de Comunicação Social

  • Maceió (AL), 25/7/2018 – Importante fórum para a difusão dos avanços da ciência nas diversas áreas de conhecimento, a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa para a Ciência (SBPC), realizada este ano em Maceió, tem como um dos destaques oito projetos apresentados pelo Ministério da Educação. Também participam do fórum, que debate políticas públicas para ciência e tecnologia, representantes dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, nas áreas de engenharia, saúde, construção civil, tecnologia da informação, automação industrial, alimentos, mecatrônica, indústria e tecnologia assistiva.

    Um dos projetos apresentados pelo MEC trabalha a questão da acessibilidade. Com o apoio do Instituto Federal de Brasília, a iniciativa testou a reciclagem de produtos inservíveis de concreto para a produção de pisos podotáteis de argamassa. Os pisos específicos são aqueles em alto-relevo fixados no chão para fornecer auxílio na locomoção de pessoas com deficiência visual, proporcionando informação, segurança e autonomia. O projeto, que já envolveu mais de 28 alunos dos cursos técnicos Proeja e Subsequente em Edificações, prevê ainda o lançamento de produtos táteis e pisos cimentícios com o reuso de resíduos da construção civil.

    Outro projeto, do Instituto Federal Rio-Grandense, tem como objetivo baratear próteses para pessoas com amputação transfemoral. A perda das articulações do joelho e do tornozelo atrapalha a realização da marcha natural do corpo e demanda uma prótese específica, que atualmente é desenvolvida em outros países e tem alto custo. A iniciativa dos gaúchos, chamada de SmartLeg Beta, promete uma prótese transfemoral ativa, capaz de adaptar-se a cada biotipo por meio de um sistema inteligente utilizando sensores não invasivos e com um custo acessível.

    SBPC – Realizada desde 1948, com a participação de representantes de sociedades científicas, autoridades e gestores do sistema nacional de ciência e tecnologia, a Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Pesquisa para a Ciência é sediada, a cada ano, em um estado brasileiro. A edição de 2018, em Maceió, prossegue até sábado, 28.

    O evento é gratuito e aberto ao público.

    Clique aqui para conferir a programação completa.

    Assessoria de Comunicação Social

     

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