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  • 19/3/2009 – A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes) divulgou na quarta-feira, 18, que a concessão para 2009 das cotas de bolsas de estudo nos níveis de mestrado, doutorado e pós-doutorado será mantida, inicialmente, nos mesmos patamares da concessão de 2008.

    Continuam incluídas as concessões adicionais realizadas ao longo do ano, que foram destinadas aos programas de pós-graduação que subiram de nível, na avaliação trienal 2004/2007, bem como bolsas extras concedidas aos programas com níveis 4 e 5 do Programa Capes-DS e dos níveis 6 e 7 ainda não incluídos no Capes-Proex.

    Também estão confirmados os aumentos no orçamento de 10% do programa Capes-Prof e de 20% do programa Capes-Proex, ambos tomando como base o orçamento inicial de 2008.

    Aos novos cursos, aprovados em 2008, serão oferecidas duas bolsas de mestrado ou doutorado, conforme o nível em que o curso foi aprovado, além de apoio para custeio.

    Quanto ao Programa de Pós-Doutorado (PNPD) – parceria com o CNPq e a Finep – haverá em breve lançamento de novo edital ampliando o programa. Para os editais já lançados ou em lançamento, também haverá aumento na concessão de bolsas nos três níveis.

    A concessão de bolsas para mestrado, doutorado e pós-doutorado em 2009 vai  beneficiar mais de 40 mil bolsistas em todo o país.

    Assessoria de Imprensa da Capes
  • Manter e ampliar a política de cotas nas universidades e fortalecer a Lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003, que promove o ensino da história e cultura afro-brasileira na educação básica, foi o principal tema do encontro entre o ministro da Educação, Mendonça Filho, e representantes do movimento negro de cinco partidos da base aliada do governo interino. A reunião foi realizada na noite de quinta-feira, 2, no Ministério da Educação.

    Com a presença da nova titular da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do MEC, Ivana de Siqueira, os integrantes da chamada Coalizão Racial apresentaram extensa pauta sobre políticas públicas de promoção da igualdade racial na área da educação.

    Formada por representantes do movimento negro dos partidos Democratas, PPS, PP, PSB e PSDB, a Coalizão pediu, entre outras coisas, a manutenção do Programa Universidade para Todos (ProUni), ao lembrar que grande parte dos beneficiados é negra. Outro ponto abordado foi a ampliação das cotas universitárias para a pós-graduação. A real aplicação da Lei nº 10.639/2003 foi a principal reivindicação dos representantes. “Acreditamos que venceremos o racismo através da educação; precisamos que esses canais sejam fortalecidos e ampliados, especialmente a Lei nº 10.639, que é realmente o meio de conseguirmos mudar a mente que ainda é racista”, disse Juvenal Araújo, presidente nacional do Tucanafro Brasil. “É na escola, contando a real história do negro no Brasil, que podemos diminuir e quem sabe acabar com o racismo no país.”

    Diálogo — Mendonça Filho reafirmou o compromisso com a promoção da igualdade racial e lembrou que o canal de diálogo com o movimento negro será sempre aberto, democrático e plural. “A educação é o caminho correto para possibilitar a equidade social, quando também se gera oportunidade para todos”, disse. “E os negros têm de ter oportunidade, através da educação, de crescer na vida, de chegar a uma universidade e de ter igualdade de oportunidades dentro da realidade brasileira.”

    Secretária — Com passagem pela antiga Secretaria de Educação Especial do MEC e com a experiência de vice-presidente em dois mandatos no Conselho dos Direitos da Pessoa com Deficiência, Ivana de Siqueira é a nova titular da Secadi. Segundo ela, o Brasil já tem um arcabouço legal bem amplo para a garantia de direitos. “Precisamos, como foi posto na pauta de hoje, colocar em prática todos esses direitos, toda essa legislação que existe e, muito mais do que isso, fazer com que as pessoas entendam que a nossa sociedade é plural e que essas pessoas fazem parte dessa sociedade”, disse.

    As demandas apresentadas pela Coalizão Racial serão analisadas pela secretária e posteriormente discutidas como o ministro.

    Assessoria de Comunicação Social

    Ouça:

  • O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, lançou nesta sexta-feira, 6, o programa Vozes do Futuro, que convidará alunos bolsistas das universidades federais e dos institutos federais de educação, ciência e tecnologia, oriundos de escolas públicas por meio da Lei de Cotas (Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012), para falar, na escola de origem, sobre a experiência na educação superior.

    Segundo Mercadante, o Vozes do Futuro tem como objetivo motivar os estudantes do ensino médio da rede pública a ingressar na educação superior. “Um estudante que entrou em medicina e estudava em escola pública volta a essa escola e mostra o caminho que percorreu para passar no Enem e pela política de cotas até chegar a uma universidade”, disse o ministro.

    As escolas que receberão as palestras serão indicadas pelo Conselho Nacional de Secretários de Educação (Consed) e pela União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (Undime). “Acreditamos que essa vai ser mais uma forma de estimular e mobilizar os estudantes da escola pública na preparação para o sonho que tiverem em relação à carreira futura”, afirmou Mercadante.

    Cotas— A Lei de Cotas determina a reserva de 50% das vagas em instituições federais de educação superior e de educação profissional e tecnológica a candidatos que tenham feito integralmente o ensino médio em escolas públicas. Metade dessas vagas está destinada a estudantes com renda familiar de até 1,5 salário mínimo por pessoa. A distribuição das vagas também deve respeitar a proporção de pretos, pardos e indígenas na população da unidade federativa da instituição. As instituições de ensino implementam o percentual de 50% gradualmente e devem completá-lo até este ano.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Entre as iniciativas previstas para a implementação do sistema de cotas, o governo federal pretende oferecer tutoria, aulas de nivelamento e reforço pedagógico aos estudantes (foto: arquivo MEC)O decreto que regulamentará a Lei de Cotas, sancionada em 29 de agosto último, será publicado nos próximos dias. O texto passa por fase de redação final na Casa Civil da Presidência da República.

    “Já está tudo pronto”, disse nesta terça-feira, 9, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante. “Conversei com a presidenta Dilma Rousseff e definimos todos os critérios para ajudar as universidades a se organizarem antes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) e fazerem os ajustes necessários em seus editais.”

    O decreto estabelecerá basicamente a obrigatoriedade de obediência à lei, aprovada pelo Congresso Nacional. O documento determinará ainda que os dispositivos da Lei de Cotas (Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012) sejam implementados ao longo dos próximos quatro anos. Assim, a partir de 2013, universidades federais e institutos federais de educação, ciência e tecnologia terão de reservar no mínimo 12,5% das vagas ao ingresso de estudantes cotistas. “A lei é clara: é para implantar nos próximos quatro anos”, destacou Mercadante. “Então, temos que implementar já em 2013.”

    O ministro lembrou que parte importante das universidades já adota política de cotas. “É uma política de inclusão social”, ressaltou.

    De acordo com Mercadante, o MEC pretende garantir, nos primeiros quatro anos de implementação da lei, que os estudantes cotistas disputem vagas tanto pelo critério de cotas quanto pelo de ampla concorrência, já que as vagas serão oferecidas gradativamente. A partir de quatro anos, a permanência desse modelo ficará a critério de cada instituição de ensino.

    Tutoria
    — Entre as iniciativas previstas para a implementação do sistema de cotas, o ministro adiantou que o governo federal pretende oferecer tutoria, aulas de nivelamento e reforço pedagógico aos cotistas. Representantes do MEC têm debatido com reitores a definição do melhor modelo. “Estamos colhendo as experiências das universidades para criar um programa nacional do MEC”, disse Mercadante. “É muito importante esse acompanhamento, especialmente para os indígenas e suas diferenças culturais.”

    Paula Filizola


  • Pessoas com deficiência que frequentaram escolas públicas durante o ensino médio terão direito a um percentual de vagas nas universidades e nos cursos técnicos de nível médio de instituições federais. A nova regra vale desde esta quinta-feira, 29, com a publicação da Lei nº 13.409/2016, sancionada pelo presidente da República, Michel Temer. O benefício das cotas já valia para estudantes de baixa renda e que se declaram pretos, pardos e indígenas desde agosto de 2012, com a publicação da Lei nº 12.711, a chamada Lei de Cotas.

    A quantidade de vagas será definida de acordo com o número de pessoas com deficiência na unidade da Federação na qual o estudante será matriculado, considerado o proporcional em relação à população do estado ou do Distrito Federal em que estiver localizada a instituição de ensino, segundo o último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A nova legislação também é assinada pelos ministros da Educação, Mendonça Filho, e da Justiça, Alexandre de Moraes.

    “A nova legislação faz uma equidade ao equiparar direitos e estender esse benefício a pessoas com deficiência”, comenta a titular da Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (Secadi) do Ministério da Educação, Ivana de Siqueira. A sistemática de reserva de vagas nas instituições federais de ensino tem validade de dez anos, até 2022, para quando está prevista a revisão do programa especial de cotas para acesso à educação superior. 

    De acordo a legislação que instituiu o sistema de cotas no Brasil, as instituições federais de educação superior no Brasil devem reservar o mínimo de 50% das vagas em cursos de graduação a estudantes que tenham frequentando, integralmente, o ensino médio na rede pública. Dentro dessa cota, as vagas devem atender percentuais específicos para critérios sociais (renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita), raciais e étnicos. E agora, com as alterações no texto original, as pessoas com deficiência são incluídas e tornam-se também beneficiárias.

    A Lei nº 13.409, de 2016, que dispõe sobre a reserva de vagas para pessoas com deficiência nos cursos técnicos de nível médio e superior das instituições federais de ensino, foi publicada no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 29.

    Confira:
    Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012

    Assessoria de Comunicação Social

     



  • Desde quinta-feira, 14, estados, municípios e Distrito Federal já têm disponível nas contas a parcela de agosto do salário-educação. Autarquia federal responsável pela execução de políticas educacionais do MEC, o Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) transferiu R$ 949,4 milhões, na última terça-feira, 12, a entes federativos de todo o Brasil.  Desse montante, R$ 518,4 milhões foram destinados às redes municipais, cabendo às redes estaduais e distrital a quantia de R$ 431 milhões.

    Ao lado do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o salário-educação é uma das principais fontes de recursos para a manutenção e o desenvolvimento do ensino. Trata-se de uma contribuição social recolhida de todas as empresas e entidades vinculadas ao Regime Geral da Previdência Social. A alíquota é de 2,5% sobre a folha de pagamento.

    Distribuição – Após a arrecadação, feita pela Receita Federal, cabe ao FNDE repartir os recursos, sendo 90% divididos nas cotas estadual/municipal (dois terços) e federal (um terço) e 10% utilizados pela autarquia em programas e ações voltados à educação básica.

    Distribuída com base no número de matrículas no ensino básico, a cota estadual/municipal é depositada mensalmente nas contas correntes das secretarias de Educação. Já a cota federal é destinada ao FNDE, para reforçar o financiamento da educação básica, com o intuito de reduzir os desníveis socioeducacionais entre municípios e estados.

    Confira aquia verba transferida a cada ente federativo.

    Assessoria de Comunicação Social, com informações do FNDE

  • A Universidade Federal de Rondônia (Unir) tem reserva de 60 vagas de graduação destinadas a candidatos indígenas. A instituição também promove vestibular exclusivo, com vagas para o curso de licenciatura em educação básica intercultural.

    O interesse das comunidades indígenas vai além do curso de licenciatura proposto. É o caso da estudante de veterinária Gisele de Oliveira, 27 anos, do povo puruborá. Formada em licenciatura em educação básica intercultural, ela faz o segundo curso superior. “Aprendi muito a valorizar ainda mais minha cultura”, diz. “Eu já conhecia muita coisa, mas não sabia o porquê.” Ao longo da formação, Gisele lecionou a crianças da aldeia, a 32 quilômetros da cidade de Seringueiras, em Rondônia.

    Hoje, a Unir conta com 85 alunos indígenas matriculados. “É uma experiência duplamente rica, um processo no qual as pessoas estão construindo conhecimento, ensinando e, ao mesmo tempo, aprendendo”, afirma o coordenador da licenciatura em educação básica intercultural da instituição, José Joaci Barbosa. “No caso das comunidades indígenas, como aqui em Rondônia, trabalhamos com diversas línguas; o processo é muito mais rico e desafiador.”

    Para ter acesso aos demais cursos, a população indígena tem a opção de concorrer ao vestibular normal e tentar o benefício da Lei de Cotas [Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012].

    Resgatar a identidade, valorizar a cultura e transformar os territórios indígenas em regiões sustentáveis são os objetivos do Ministério da Educação ao apoiar iniciativas de inclusão indígena nas universidades. Além do sistema de reserva de vagas e da Lei de Cotas, foi criado o programa de Bolsa-Permanência, que oferece auxílio financeiro a estudantes indígenas e quilombolas matriculados em universidades federais. Desde 2013, mais de três mil alunos foram atendidos pelo programa.

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • O Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul (IFRS) estabeleceu a reserva de vagas para cotistas negros, indígenas e pessoas com deficiência para os próximos processos de seleção. A medida abrange todos os cursos de graduação, técnicos e de pós-graduação, além dos concursos públicos de servidores que vierem a ser realizados.

    O IFRS já oferecia vagas no sistema de cotas para os cursos de graduação e técnicos. Agora, passa a oferecer também nos dois de pós-graduação — mestrado em tecnologia e engenharia de materiais, ofertado pelos campi de Caxias do Sul, Farroupilha e Feliz, e mestrado em informática na educação, no campus de Porto Alegre.

    O pró-reitor de pesquisa, pós-graduação e inovação, Júlio Xandro Heck, afirma que o instituto tem total compromisso com a inclusão social. “Essa decisão pioneira coloca o IFRS na vanguarda das instituições de ensino no que se refere às ações afirmativas”, observou. “Temos a convicção de que, com isso, estamos contribuindo para a redução das injustiças e desigualdades ainda existentes no sistema educacional público no Brasil.”

    Desde 2010, o instituto conta com a Assessoria de Ações Inclusivas, que é responsável pelo planejamento, integração e coordenação das ações relacionadas à política de inclusão.

    Josiane Canterle

  • São Paulo – Investimento em apoio pedagógico, plano de tutoria e bolsas aos estudantes de baixa renda: nesses três eixos o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, fixou suas propostas para reforço da política de assistência estudantil, em discussão com os reitores das universidades federais, durante a 116ª reunião ordinária da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). O evento aconteceu nesta quarta-feira, 21, em São Paulo.

    O desafio de receber e manter nas instituições um novo perfil de estudantes, que chegarão às universidades públicas por meio da reserva de vagas instituída pela Lei nº12.711, a lei de cotas, tem sido tratado com atenção pelo MEC. As ações de reforço à política de assistência estudantil, planejadas para o atendimento dos estudantes cotistas, serão desenvolvidas por meio do Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes).

    “É necessário que se invista na criação de núcleos para prestar assistência pedagógica, com planos de tutoria para garantir que esses estudantes tenham todas as condições de desenvolver pleno desempenho”, destacou o ministro. Para isso, além de ações complementares com uso de educação a distância, o ministro defende ainda o aumento nas concessões de bolsas, especialmente para aqueles com renda até 1,5 salário mínimo familiar per capita.

    A proposta é aperfeiçoar o programa, estabelecendo diretrizes, e projetar a evolução dos investimentos em consonância com a ampliação da participação de estudantes de baixa renda no quadro das universidades. Para o próximo ano, a previsão do repasse é de mais de R$ 603 milhões. Também está em discussão a consolidação de um banco nacional de informações sobre assistência ao estudante nas instituições federais de ensino, assim como um sistema de avaliação dos programas e projetos de assistência.

    Repasses– Desde 2008, quando o Pnaes foi criado, o Ministério da Educação já repassou mais de R$ 1 bilhão em assistência estudantil a alunos das instituições federais de educação superior. Nos últimos cinco anos, o volume destinado ao programa quadruplicou — passou de R$ 126,3 milhões para R$ 503,8 milhões. Só em bolsas de assistência estudantil, o número de estudantes atendidos pelo Pnaes cresceu de 13.306 em 2008 para 66.139 em 2011. Em termos de investimento, o volume passou de R$ 19,8 milhões para R$ 181,7 milhões.

    A Lei nº 12.711, de 29/8/2012, institui a reserva de 50% das vagas, em quatro anos, em instituições federais de educação superior a estudantes de escolas públicas, com base no perfil racial de cada unidade da Federação, conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Estabelece também vagas para alunos com renda de até 1,5 salário mínimo familiar per capita.

    Royalties– Durante a reunião da Andifes, o ministro também fez um apelo para que os reitores se mobilizem em prol da destinação integral dos royaltiesdo petróleo à educação pública: “Os royaltiessão a fonte de financiamento que pode garantir o incremento dos recursos necessários”, frisou.

    Assessoria de Comunicação Social

    Leia mais

    Recursos quadruplicam e passam de R$ 1 bilhão em cinco anos

    Ministro esclarece dúvidas em relação à lei que institui cotas
  • Em conversa com jornalistas, na manhã desta sexta-feira, 5, o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, esclareceu as principais dúvidas em torno da Lei nº 12.711, de 29 de agosto último, conhecida como Lei de Cotas. Ela institui a reserva de 50% das vagas, em quatro anos, em instituições federais de educação superior a estudantes de escolas públicas, com base no perfil racial de cada unidade da Federação, conforme dados do IBGE. Estabelece também vagas para alunos com renda de até 1,5 salário mínimo familiar per capita.

    Eis os principais pontos destacados pelo ministro:

     

    Início da validade

    “As cotas serão implementadas a partir de 2013. No caso do Sisu [Sistema de Seleção Unificada, do MEC], já vale a partir do Enem [Exame Nacional do Ensino Médio], previsto para o início de novembro. As instituições de educação superior que já tenham publicado seus editais terão que fazer ajustes para adequação à lei, que orienta toda a política de ingresso. Portanto, todas as universidades federais terão de fazer as adequações necessárias. O Ministério da Educação vai dar todo apoio a essa implementação.”

     

    Distribuição das vagas

    “Hoje, 88% dos estudantes brasileiros do ensino médio provêm de escolas públicas; 12%, das particulares. A lei assegura que, em até quatro anos, metade das vagas em todas as universidades federais, em todos os cursos, será ocupada por alunos oriundos da escola pública. Então, há um caráter de renda, um caráter de raça, a inclusão social. Mas é prioritariamente para alunos da escola pública. Para o ano que vem, todos os cursos, em todas as universidades federais, terão de assegurar, pelo menos, 12,5% das matrículas a alunos das escolas públicas brasileiras.”

     

    Regulamentação

    “O decreto de regulação da Lei nº 12.711/2012 vai estabelecer o procedimento desse cálculo. Esperamos que seja publicado o mais rapidamente possível. Todos os aspectos mais importantes já foram explicados a reitores e pró-reitores.”

     

    Comprovação de renda

    “O aluno vai autodeclarar a renda, mas terá que comprovar, na fase seguinte, a renda bruta familiar para o cálculo do valor.”

     

    Prorrogação de prazo

    “Não haverá prorrogação [para instituições que já tenham lançado editais de processos seletivos] porque o fato de já ter publicado o edital não significa que a instituição já tenha promovido o vestibular. Portanto, há tempo, e o tempo será usado em favor daquilo que o Congresso Nacional aprovou por unanimidade, que é a adoção das cotas.”

     

    Ajuste de critérios preexistentes

    “Podem ser mantidas as iniciativas já existentes, desde que as exigências da lei, ou seja, 12,5% das vagas, sejam implementadas conforme o Congresso Nacional estabeleceu. Então, no mínimo, esses 12,5% têm que respeitar integralmente os critérios da lei. A partir desse 12,5%, podem ser criados critérios adicionais. Há universidades, por exemplo, em estados com grande concentração de indígenas, que têm uma política específica para esses povos. Outras, usam o sistema de bônus. Outras já têm um sistema de atenção à escola pública. Além disso, o que discutimos com os reitores são políticas de tutoria e de reforço pedagógico para que esses alunos tenham todas as condições de desenvolvimento pleno nos cursos pelos quais optarem e ingressarem.”

     

    Qualidade do ensino

    “Como há muito mais alunos da escola pública em relação aos da escola particular, a média desses melhores 12,5% da rede pública fica muito acima da média dos estudantes das escolas particulares. Então, para este ano, estamos bastante seguros do passo que vamos dar. Mas também temos o desafio que as universidades já enfrentam — muitas já têm sistema de tutoria. Estamos trocando experiências entre todas as universidades para criar um programa nacional de apoio. Em alguns casos, vamos ter de fortalecer a política de assistência estudantil. Um aluno que tenha renda familiar inferior a 1,5 salário mínimo, para fazer um curso de tempo integral, como medicina ou odontologia, terá de contar com uma bolsa de assistência estudantil. Vamos definir, primeiro, as prioridades, qual o público prioritário. Já tínhamos previsto, no orçamento, um aumento importante para o ano que vem. Vamos investir mais de R$ 650 milhões em assistência estudantil em 2013. Mas pretendemos que esses alunos tenham preferência na implementação da política de bolsas, e que as universidades tenham sistema de acompanhamento, de tutoria. Em algumas universidades, são os estudantes de pós-graduação bolsistas que têm a obrigação de fazer a tutoria de estudantes cotistas. Então, queremos também implementar essa política de reforço pedagógico e tutoria para garantir o bom desempenho dos cotistas.”

     

    Obediência à lei

    “Não existe a possibilidade de não obediência à lei. A lei é muito clara. Todas as universidades terão de obedecer ao percentual da população negra e indígena em cada uma das unidades da Federação. O que o decreto a ser publicado vai regulamentar é a forma de cálculo, os procedimentos. Haverá um simulador. Em qualquer curso, imediatamente, basta colocar os valores para ter a resposta imediata. Não há nenhuma dificuldade para a instituição.”

     

    Autodeclaração do estudante

    “[a declaração de raça] É assim no Brasil, é assim no IBGE, é assim no Censo Demográfico e é assim em toda política de ações afirmativas no mundo e no Brasil.”

     

    Modelo para análise de raça

    “A lei estabelece uma orientação geral, mas as universidades, em sua autonomia, têm a possibilidade de aprimorar as iniciativas que julgarem necessárias. Cada universidade tem autonomia para fazer, dentro da lei, todos os ajustes, mecanismos e procedimentos que julgarem necessários.”

     

    Resistência das universidades

    “O Brasil precisa valorizar a escola pública. São 88% dos estudantes brasileiros que vão ter o direito de disputar 12,5% das vagas. Vamos promover reunião com todos os secretários de Educação no dia 17 próximo — são basicamente os governadores os responsáveis pelo ensino médio —, para aprimorarmos o currículo, fortalecermos a formação nessa etapa do ensino. Vamos também liberar tablets para os professores do ensino médio aprimorarem o processo pedagógico em sala de aula, além das lousas digitais. Essa política vai fortalecer a motivação dos estudantes do ensino médio a melhorar o desempenho. É um grande esforço do MEC, e as universidades, seguramente, já fazem a política de cotas. Foram muito bem recebidas no diálogo que tivemos com os reitores as iniciativas que estamos tomando.”


    Assessoria de Comunicação Social

     

     

    Confira a Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012


    Leia também: Sancionada lei que cria cotas para estudante da rede pública


    Confira o áudio em que o ministro fala sobre a lei de cotas

     

  • Mercadante e Amaro Lins com representantes de movimentos sociais: de acordo com o ministro, a política de cotas é uma reparação histórica no Brasil e uma conquista fundamental (foto: Danilo Almeida/MEC)Os movimentos sociais têm comemorado a sanção da Lei nº 12.711, em 29 de agosto último, conhecida como Lei de Cotas. Eles a consideram uma importante vitória para o país. Em encontro com o ministro da Educação, Aloizio Mercadante, nesta segunda-feira, 8, o diretor-executivo do Movimento Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro), Frei David Santos, exalta a conquista. Segundo ele, a política de cotas mudará significativamente o cenário da educação no Brasil.

    “Nosso grande desafio é convencer o coração e a mente dos reitores universitários a entender que essa lei é profundamente benéfica para todos no país. Não só para cotistas brancos, negros e indígenas”, disse. “A lei vai revolucionar e vai fazer surgir o Brasil ideal.”

     

    Em nome do Educafro, Frei David entregou carta ao ministro, na qual o parabeniza pela valorização da participação dos movimentos sociais no diálogo para implantação da Lei das Cotas. “Estamos convictos de que essa atitude de MEC em trazer à mesa os movimentos sociais vai solidificar e gerar um momento de cumplicidade com a melhoria do acesso à educação”, destaca trecho do documento.

     

    Também presente ao encontro, o presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Daniel Iliescu, reconheceu a importância da lei e ressaltou que a iniciativa do governo federal de articular debates com a participação dos movimentos sociais evitará problemas no futuro. Ele se colocou à disposição do MEC para auxiliar em ações, em grupos de trabalho ou em atividades nas universidades. “É uma das principais conquistas nos últimos 10 anos, cujos efeitos serão sentidos nos próximos anos”, pontuou.

     

    Mercadante reuniu-se com representantes de movimentos sociais nesta segunda-feira para debater a implementação e a fiscalização da lei. O ministro reiterou que a política de cotas é uma reparação histórica no Brasil e uma conquista importante. “É uma política de justiça social e valorização das escolas públicas”, afirmou.

     

    Além do Educafro e da UNE, participaram do encontro integrantes do Movimento de Ações Afirmativas da Coordenação Nacional de Entidades Negras (Conen), da União de Negros pela Igualdade (Unegro), da Comissão Técnica de Diversidade para Assuntos Relacionados à Educação dos Afro-Brasileiros (Cadara), da Organização dos Professores Indígenas do Ceará (Oprince) e da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes).

     

    Também estiveram presentes o secretário-executivo do MEC, José Henrique Paim Fernandes; o secretário de educação superior, Amaro Lins; a secretária de educação continuada, alfabetização, diversidade e inclusão, Cláudia Dutra, e o coordenador-geral de assuntos educacionais da Consultoria Jurídica, Fabiano Jantalia Barbosa.

     

    A Lei de Cotas institui a reserva de 50% das vagas, em quatro anos, em instituições federais de educação superior a estudantes de escolas públicas, com base no perfil racial de cada unidade da Federação, conforme dados do IBGE. Estabelece também vagas para alunos com renda de até 1,5 salário mínimo familiar per capita.

     

    Paula Filizola

     

    Leia também: Ministro esclarece dúvidas em relação à lei que institui cotas

     

     

     

     

     

     

  • Estudantes do ensino médio, de acordo com o ministro da Educação, sofrem as consequências da formação no ensino fundamental: “Só metade dos alunos está na idade ou série correta” (foto: Fabiana Carvalho)As mudanças para melhorar a qualidade do ensino médio no Brasil, os investimentos para uma escola pública de qualidade e a atenção ao calendário para as matrículas dos estudantes aprovados na primeira chamada do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação foram destaques no programa de rádio Hora da Educação desta quarta-feira, 27, gravado pelo ministro Aloizio Mercadante.

    Ao responder perguntas enviadas por comunicadores de rádio de diferentes regiões do país, Mercadante falou sobre a qualidade da escola pública e sobre os altos índices de reprovação no ensino médio. Segundo ele, essa etapa do ensino reflete os problemas de formação deficiente, entre eles o da alfabetização, no ensino fundamental. “Só metade dos alunos do ensino médio está na idade ou série correta”, disse.

    Entre as várias iniciativas destinadas a melhorar o ensino médio, Mercadante citou o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), o programa Ensino Médio Inovador e o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). O ensino médio inovador amplia a jornada escolar e reformula o currículo. Pelo Pronatec, estudantes têm a opção de fazer o ensino médio regular e, ao mesmo tempo, curso profissionalizante.

    Sobre o Sisu, Mercadante destacou a ampliação do prazo para que os aprovados na primeira opção de curso façam a matrícula na instituição pública de ensino que os convocou. “Ampliamos esse prazo de dois para sete dias úteis”, disse. “As matrículas podem ser feitas a partir do dia 29, sexta-feira agora, e o candidato selecionado em primeira opção que não fizer a matrícula vai perder a vaga.”

    O prazo de matrícula vai até 9 de julho. Em 13 de julho, sai o resultado da segunda chamada.

    Cotas — O ministro abordou também a política de cotas nas universidades públicas. A adoção, salientou, não será suficiente para igualar as oportunidades sociais no Brasil. “Mas é uma política pública afirmativa, que seguramente vai ajudar a reduzir a discriminação e a desigualdade racial”, observou.

    Quanto ao ensino religioso, citou a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. “A Lei de Diretrizes e Bases da Educação deixa bem claro, no artigo 33: somos um estado laico, e ensino religioso não significa o ensino do catolicismo, mas deve ser parte integrante da formação, e que respeite a diversidade religiosa”, disse.

    Comunicadores de rádio de todo o Brasil podem enviar perguntas e participar do programa Hora da Educação pelo endereço eletrônico Este endereço de email está sendo protegido de spambots. Você precisa do JavaScript ativado para vê-lo.. O programa pode ser veiculado pelas emissoras na íntegra ou em versão editada.

    Assessoria de Comunicação Social

    Ouça o programa Hora da Educaçãodesta quarta-feira

    Leia também:  Seminário reúne jovens para debate sobre o ensino médio


  • Ao discursar na Seppir, ministro destaca programas do MEC que abrem espaço para negros e indígenas na educação  (Foto: Rômulo Serpa)O ministro da Educação, Henrique Paim, considera a política de cotas fundamental na equiparação de oportunidades na sociedade brasileira. Ao participar, na Secretaria Especial de Políticas de Promoção de Igualdade Racial (Seppir), do evento Balanço de Gestão 2011-2014, ele citou números do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) e do Programa Universidade para Todos (ProUni), e destacou que mais de 50% dos beneficiários são negros.

    No evento foi feito um levantamento sobre os avanços das políticas públicas voltadas aos povos afrodescendentes, indígenas, pardos, quilombolas e outros.

    “Nós temos que comemorar algumas conquistas no campo da educação, mas ao mesmo tempo fazer uma reflexão e verificar quais os objetivos devemos traçar para que possamos aprofundar  o trabalho, no sentido de reduzir as desigualdades educacionais”, afirmou.

    A secretária de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão do MEC, Macaé Maria Evaristo dos Santos, destacou que as instituições federais de educação superior cumpriram integralmente as metas colocadas pela legislação.

    Ela lembrou ainda que a inserção na educação superior e na rede federal mobilizou os estudantes das escolas públicas. “Um exemplo disto é o número de inscritos para o Enem [Exame Nacional do Ensino Médio], que, de 2013 para 2014, teve uma ampliação de mais de um milhão de inscritos só de estudantes que se autodeclaram negros”, pontuou.

    Assessoria de Comunicação Social

  • Acesso à universidade pública: mais oportunidades para ingresso ao estudante de baixa renda (foto: divulgação/UFABC)A presidenta da República, Dilma Rousseff, sancionou na semana passada a Lei nº 13.184, de 4 de novembro de 2015, que estabelece a renda familiar como critério de desempate nos processos seletivos para acesso a universidades públicas. A nova regra modifica a Lei de Diretrizes e Bases da Educação (LDB) [Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996].

    A nova lei, originada do Projeto de Lei do Senado (PLS) nº 174/2005, prevê, em caso de empate em processos seletivos, que o candidato com a menor renda familiar seja o contemplado. Em princípio, o candidato com renda familiar inferior a dez salários mínimos terá a preferência. Entretanto, caso persista o empate, a vaga ficará com aquele que tiver a menor renda familiar. A lei foi sancionada e entrou em vigor no dia 4 último.

    No mês passado também houve mudanças na LDB. A Lei nº 13.168, de 6 de outubro de 2015, estabelece que as instituições de educação superior públicas e particulares devem divulgar informações sobre componentes curriculares, programas de cursos e sua duração, relação do corpo docente, qualificação e disciplinas a serem ministradas, além dos critérios de avaliação. As informações relativas a essa informação devem ser tornadas públicas pelo menos um mês antes do início de cada semestre letivo.

    Cotas — Desde 2012, a Lei nº 12.711, de 29 de agosto, determina a reserva de 50% das vagas em instituições federais de educação superior e de educação profissional e tecnológica a candidatos que tenham feito integralmente o ensino médio em escolas públicas. Metade dessas vagas está destinada a estudantes com renda familiar de até 1,5 salário mínimo por pessoa. A distribuição das vagas também deve respeitar a proporção de pretos, pardos e indígenas na população da unidade federativa da instituição. As instituições de ensino implementam o percentual de 50% gradualmente e devem completá-lo até 2016.

    Assessoria de Comunicação Social

    Confira:
    Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996
    Lei nº 12.711, de 29 de agosto de 2012
    Lei nº 13.168, de 6 de outubro de 2015
    Lei nº 13.184, de 4 de novembro de 2015

  • Do total de inscritos nesta edição do segundo semestre do Sistema de Seleção Unificada (Sisu), 42,40% são cotistas. Os dados foram apresentados nesta segunda-feira, 17, pelo ministro da Educação, Aloizio Mercadante. Isso significa que dos 788.819 inscritos, 334.461 optaram pela reserva de vagas, como estabelece a Lei nº 12.711, de agosto de 2012 (Lei de Cotas).

    Dentre os 334.461 candidatos oriundos de escolas públicas inscritos pelas cotas, 143.594 são pretos, pardos ou indígenas, com renda familiar igual ou inferior a 1,5 salário mínimo; 75.213 são pretos, pardos ou indígenas com renda familiar superior a 1,5 salário mínimo. Independentemente de raça, 62.177 têm renda familiar igual ou inferior a 1,5 salário mínimo e 53.477, superior a esse parâmetro.

    Nesta edição do segundo semestre, foram ofertadas 39.724 vagas em 1.179 cursos. Uma em cada três vagas foi reservada a cotistas. Do total de inscritos, 37% afirmaram ter renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo.

    Cursos— Entre os cursos mais concorridos, medicina teve 109.717 candidatos inscritos para 527 vagas. Desse total, 148 estavam reservadas a cotistas. A média da nota de corte dos cotistas foi de 758 pontos; a da ampla concorrência, de 784. A pequena diferença também se repetiu em cursos como pedagogia e licenciaturas. Para engenharia, a nota de corte dos cotistas foi de 682 pontos contra 716 da ampla concorrência.

    Paula Filizola

    Confira a Lei nº 12.711 de 29 de agosto de 2012
  • A lei que institui 50% das vagas nas universidades para estudantes de escolas públicas foi sancionada pela presidenta Dilma e começa avigorar no próximo ano (foto: Roberto Stuckert) A presidenta da República, Dilma Rousseff, sancionou na tarde desta quarta-feira, 29, a lei que institui a reserva de 50% das vagas ofertadas em instituições federais de educação superior para estudantes provenientes de escolas públicas. A lei já valerá para os próximos vestibulares das instituições e também na próxima edição do Sistema de Seleção Unificada (Sisu) do Ministério da Educação. A regulamentação, com o cronograma para a adequação das universidades à lei, está prevista para setembro.

    A implantação das cotas ocorrerá de forma progressiva ao longo dos próximos quatro anos, até chegar à metade da oferta total do ensino público superior federal. Em 2013 terão de ser reservadas, pelo menos, 12,5% do número de vagas ofertadas atualmente – o que equivale a 25% do total que será reservado para ingresso por meio de cotas. A presidenta vetou o artigo 2º do projeto aprovado pelo Congresso Nacional, que instituía a média das notas dos alunos como um dos critérios para ingresso.

     

    De acordo com a lei, cada instituição deverá preencher as cotas com autodeclarados pretos, pardos e indígenas na mesma proporção em que esses segmentos são encontrados na unidade da Federação em que se localiza a instituição, de acordo com o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Metade do total de cotas, o que corresponde a 25% das vagas da instituição, deve ser preenchida com estudantes vindos de famílias com renda igual ou inferior a 1,5 salário mínimo per capita.

     

    Enem – O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, explicou em coletiva concedida no Palácio do Planalto que o ministério realizou um estudo com base no desempenho dos estudantes concluintes das redes pública e privada no Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). O objetivo foi verificar as condições dos possíveis ingressantes provenientes da rede pública nas universidades, em relação aos das escolas privadas.

     

    “Quando selecionamos dentro da rede pública os 150 mil melhores alunos, que correspondem ao total das cotas que teremos que implantar nos próximos quatro anos, a média é superior à do setor privado e a nota máxima é parecida”, afirmou Mercadante.

     

    Pelos dados apresentados, os 150 mil concluintes da rede pública com melhor desempenho no Enem de 2011 tiveram uma média geral de 582,2 pontos. O total de 891.070 estudantes de escolas públicas alcançou uma média geral de 474,2 pontos. A média total dos 1.137.813 estudantes concluintes que fizeram a prova foi de 494,8 pontos. Quando se consideram apenas os 246.743 alunos da rede privada, a média sobe para 569,2 pontos.

     

    Regulamentação – Mercadante informou que a pasta promoverá reuniões com os reitores das instituições públicas de ensino superior para definir a regulamentação e discutir outras ações. “O diferencial é que antes as universidades federais tinham liberdade para definir vagas para políticas afirmativas. Hoje existe uma lei que será uma regra. O que discutiremos será o processo para implantar as cotas”, afirmou.

     

    Para o ministro, a sanção da lei representará um estímulo para os estudantes do ensino médio público. “Para os estudantes da rede pública, em especial o nível médio, esta lei vai representar uma grande motivação porque eles terão, até o final de quatro anos, de forma progressiva, metade das vagas nas universidades federais”, disse.


    Assessoria de Comunicação Social

     

    Acesse a Lei nº 12.711/2012

     

     


  • Pessoas com deficiência que almejam ingressar nas universidades federais e nas instituições federais de ensino técnico de nível médio poderão, a partir de agora, concorrer a vagas pelo sistema de cotas. A novidade foi confirmada com o Decreto nº 9.034, publicado nesta segunda-feira, 24, pelo Diário Oficial da União. A legislação que rege os cotistas já garantia cotas a estudantes oriundos de escolas públicas, de baixa renda, negros, pardos e indígenas.

    O coordenador-geral de programas de educação superior do MEC, Fernando Bueno, explica que o adendo foi necessário para se adequar à nova legislação vigente. “Em dezembro de 2016, foi publicada a Lei nº 13.409, que alterou a lei de cotas”, lembra. “Como o Decreto nº 7.824 não contemplava esse público [pessoas com deficiência], foi preciso propor uma mudança. O decreto estava desatualizado em relação à nova redação da lei.”

    Cotas – De acordo a legislação que instituiu o sistema de cotas no Brasil, as instituições federais de educação superior no Brasil devem reservar o mínimo de 50% das vagas em cursos de graduação a estudantes que tenham frequentando, integralmente, o ensino médio na rede pública. Dentro dessa cota, as vagas devem atender percentuais específicos para critérios sociais (renda igual ou inferior a um salário mínimo e meio per capita), raciais e étnicos. A quantidade de vagas será definida de acordo com o número de pessoas com deficiência na unidade da Federação na qual o estudante será matriculado, considerado o proporcional em relação à população do estado ou do Distrito Federal em que estiver localizada a instituição de ensino, segundo o último Censo Demográfico do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

    O decreto que atualiza a lei de cotas pode ser visto na página do Diário Oficial da União.

    Assessoria de Comunicação Social 

  • O ministro da Educação, Aloizio Mercadante, comemorou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) em julgamento concluído nesta quinta-feira, 26. Por unanimidade, os ministros votaram pela constitucionalidade das cotas para estudantes negros em universidades públicas. “O Supremo cumpriu um papel histórico ao derrotar a ação que questionava a constitucionalidade das cotas raciais para acesso ao ensino superior”, disse o ministro.

    Para Mercadante, esse modelo de inclusão é adotado pelas universidades públicas brasileiras de forma equilibrada e responsável. “E já traz, e trará cada vez mais, importantes resultados para a inclusão social e para a constituição de uma sociedade que garanta oportunidade para todos”, afirmou.

    Em dois dias— a sessão foi iniciada na quarta-feira, 25, com o voto do relator —, o tribunal discutiu a arguição de descumprimento de preceito fundamental (ADPF) proposta pelo partido Democratas (DEM), que pedia a suspensão da reserva de vagas para afrodescendentes na Universidade de Brasília (UnB). Ao relatar a matéria, o ministro Ricardo Lewandowski entendeu que o sistema de reserva não fere a Constituição Federal. Para o magistrado, as cotas são uma forma de compensar uma discriminação culturalmente arraigada e praticada de forma inconsciente. “Não basta não discriminar. É preciso viabilizar”, disse. “A postura deve ser, acima de tudo, afirmativa.”

    Ao declarar seu voto, acompanhando o relator, o ministro Luís Fux ressaltou a dívida social que a escravidão deixou no país: “A opressão racial dos anos da sociedade escravocrata deixou cicatrizes que se refletem no campo da escolaridade”.

    Único ministro negro na Suprema corte brasileira, Joaquim Barbosa disse que as ações afirmativas — políticas públicas voltadas para a concretização do princípio constitucional da igualdade material — servem para neutralizar os efeitos da discriminação racial, de gênero, de idade e de origem. “Essas medidas visam a combater não somente manifestações flagrantes de discriminação, mas a discriminação de fato, que é a absolutamente enraizada na sociedade e, de tão enraizada, as pessoas não a percebem”, argumentou.

    Ao declarar seu voto, o presidente do STF, ministro Carlos Ayres Britto, destacou a importância da política de cotas para o combate ao preconceito racial. “Quem não sofre preconceito já se posiciona de forma vantajosa na escala social, e quem sofre internaliza a desigualdade, que se perpetua”, assinalou. Segundo o ministro, o preconceito, assim, passa a definir o caráter e o perfil da sociedade. “Nossas relações sociais de base não são horizontais; são hegemônicas e, portanto, verticais”, disse. “E o preâmbulo da Constituição é um sonoro ‘não’ ao preconceito, que desestabiliza temerariamente a sociedade e impede que vivamos em comunhão, em comunidade.”

    O ministro Dias Toffoli declarou-se impedido de participar do julgamento da ação por ter elaborado parecer a favor das cotas quando era advogado-geral da União.

    Está ainda na pauta do STF ação direta de inconstitucionalidade (Adin), também ajuizada pelo DEM, que contesta a lei que instituiu o Programa Universidade para Todos (ProUni) do Ministério da Educação. O ProUni concede bolsas de estudos integrais ou parciais (de 50%) em instituições particulares de educação superior a estudantes de baixa renda.

    Diego Rocha


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