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  • Para Úrsula, o professor deve, além de ensinar, atuar com base na realidade da sociedade em que vive: “Temos de saber entender o mundo da criança de hoje, o que ensinar e como ensinar” (Foto: Divulgação)De etnia caiouá, Úrsula Velasques sempre morou na aldeia Taquaperi, a 15 quilômetros do município de Coronel Sapucaia, em Mato Grosso do Sul. Desde pequena, ela manifestava a vocação para o magistério, pois gostava de brincar de professora com os irmãos. Quando completou 18 anos, foi convidada a lecionar a alunos do primeiro ano do ensino fundamental. “Fiquei muito feliz e, desde então, nunca mais deixei de trabalhar”, diz Úrsula, há nove anos no magistério.

    Com licenciatura em ciências sociais, Úrsula trabalha na coordenação pedagógica da Escola Municipal Indígena Ñande Reko Arandu, no atendimento a estudantes do primeiro ao nono ano do ensino fundamental. A escola, dentro da aldeia, tem 768 alunos, 34 professores indígenas e seis não indígenas, residentes em fazendas próximas. A instituição conta com computador, acesso à internet e outros equipamentos audiovisuais.

    A escola oferece, além das disciplinas obrigatórias do currículo, aulas sobre a cultura e o modo de vida indígena (ava reko), com encontros semanais fora da sala de aula. “Nosso objetivo é fundamentar o ava reko e complementar a educação familiar, incentivando os alunos a estarem bem, além de fortalecer nossa cultura e, principalmente, nossa língua”, explica Úrsula.

    Para ela, o principal papel do professor é ensinar. Faz a ressalva, porém, de que o profissional deve também saber atuar com base na realidade da sociedade em que vive. “Cada lugar é diferente”, observa. “Temos de saber entender o mundo da criança de hoje, o que ensinar e como ensinar.”

    Úrsula acredita que o educador precisa estar sempre atualizado, estudar e se aprofundar para ter firmeza em sala de aula. “Nada é mais prazeroso quando gostamos daquilo que estamos fazendo”, ressalta. Ela diz gostar da vida na aldeia, pela liberdade, pelos espaços e pelo canto dos pássaros. “É um lugar melhor do que qualquer outro”, avalia.

    Fátima Schenini

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  • Representantes do governo no município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas (Foto: Arquivo/MEC)
    São Gabriel da Cachoeira (AM), 10/5/2019 
     – O Ministério da Educação (MEC) anunciou a construção de 18 novas escolas indígenas em São Gabriel da Cachoeira, município localizado a 850 quilômetros da capital do Amazonas, Manaus. Duas das obras têm início em junho e fazem parte de um total de 50 unidades programadas para a região, incluindo os municípios de Santa Isabel do Rio Negro e Barcelos.

    O anúncio foi feito em visita interministerial a São Gabriel da Cachoeira, nesta segunda-feira (06), onde mais de 90% da população é indígena. Além do MEC, o evento contou com a presença da Secretaria de Governo, da Fundação Nacional do Índio (Funai) e dos ministérios da Saúde e do Meio Ambiente.

    “Hoje as escolas indígenas da região são muito antigas e/ou muito precárias”, ressalta Bernardo Goytacazes, secretário de Modalidades Especializadas de Educação (Semesp), do MEC. “Agora a construção vai seguir um novo modelo, levando em conta elementos regionais, respeitando as conversas que tivemos com a comunidade. A criação do modelo das escolas foi bem participativo, entre eles, o MEC e o FNDE”, disse.

    Segundo o secretário, as reuniões são realizadas desde 2018, mas foram intensificadas em 2019 para entregar uma melhor educação à comunidade indígena da região o mais rápido possível.

    “Várias reuniões anteriores foram realizadas no local, inclusive com a participação do FNDE. Tivemos sempre a participação de mais de 23 lideranças indígenas da região e conversamos muito com a comunidade até chegar a um projeto final de escola, de estrutura”, destaca Goytacazes.

    Para Bernardo, o mais importante da visita dos ministérios aos três municípios foi a interação com uma comunidade que está no extremo do País. “Esses municípios estão na divisa do Brasil, e foi importante ter a presença de vários ministérios lá, mostrando que o investimento que o governo vem fazendo em educação básica é para todos, onde quer que os brasileiros estejam”, pontua. “A ideia é realmente investir cada vez mais na educação básica de todo o País, onde quer que o aluno esteja, seja com infraestrutura, formação ou trabalho”.

    O próximo passo para o avanço da qualidade da educação indígena será a 1º Audiência Pública sobre o Plano Nacional de Educação Escolar Indígena (PNEEI), no próximo dia 23, em Manaus.

    Assessoria de Comunicação Social

     

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