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  • Os estudantes da escola mineira criaram uma série em vídeo, com os temas ou conceitos abordados nas aulas de filosofia, elaboraram os textos e os diálogos, providenciaram os figurinos, filmaram e editaram os filmes (foto: reprodução)Como ensinar filosofia a estudantes de ensino médio de forma eficiente? Como tornar essa disciplina atrativa e motivadora, sem banalizá-la? Como acabar com o preconceito em torno da disciplina? Preocupado com essas e outras questões, o professor Uanderson de Jesus Menezes tem procurado usar a metodologia de projetos em suas aulas na Escola Estadual João XXIII, no município mineiro de Ipatinga. “Com isso, os alunos passaram a valorizar mais a disciplina, a participar mais das aulas e, consequentemente, a melhorar o desempenho escolar”, assegura.

    De acordo com Uanderson, questionamentos como “Filosofia serve para quê?”, “Falam que isso é coisa de doido” e “Isso é matéria?” são frequentes na sala da aula. “Elas exigem, do educador, paciência e esforço na tarefa de mostrar que a filosofia não é uma disciplina a mais a ser ensinada e pode ser um grande diferencial na formação do aluno”, ressalta.

    Com licenciatura em filosofia e pós-graduação em gestão estratégica de recursos humanos, Uanderson dá aulas de filosofia a turmas de segundo e terceiro anos do ensino médio há seis anos. Nesse período, desenvolveu inúmeros projetos e criou um blogue, que já tem mais de 130 mil acessos. “Para lidar com essa geração tecnológica, a aula tem de ir aonde os alunos estão”, defende.

    Ao perceber a grande ligação dos estudantes com as novas tecnologias e recursos audiovisuais, o professor teve a ideia de criar o projeto TV Filosofia, que aproveita essas ferramentas para atividades de estudo e pesquisa. O projeto teve início em 2012, mas passou a ser aplicado plenamente em 2014. A principal atividade foi a criação de uma série de vídeos, no formato de um miniprograma de televisão, com os temas ou conceitos abordados nas aulas de filosofia.

    Após estudar os diferentes tipos de programas televisivos (curtas-metragens, documentários, novelas, séries, talk shows etc.), os estudantes, divididos em grupos, encarregaram-se de criar os textos e os diálogos, providenciar os figurinos, filmar e editar os vídeos. Uanderson explica que o projeto acabou por envolver a cidade toda. “Muitos pais participaram das filmagens, políticos e diversas pessoas da região foram entrevistadas”, diz.  A filosofia saiu da sala de aula e se espalhou por todos os lados.”

    O professor recorda que, para introduzir o projeto TV Filosofia foi necessário mostrar empolgação, desafiar os alunos e lembrá-los de que são capazes, criativos, conhecedores de tecnologia e que têm muito a oferecer. “Foi necessário mostrar que ao fazer essa atividade eles se divertiriam e, ao mesmo tempo, aprenderiam muito”, destaca. Com isso, o pessimismo e o desânimo inicial deram lugar à animação. Logo, foram surgindo ideias e temas interessantes.

    “O resultado foram vídeos incríveis, de ótima qualidade e conteúdo produzidos pelos alunos”, salienta Uanderson. O projeto deu origem a um canal próprio no YouTube, o TV Filosofia – João XXIII.

    Premiação — O projeto foi incluído entre os 30 ganhadores da nona edição do Prêmio Professores do Brasil, como o vencedor da Região Sudeste, na categoria ensino médio. “O prêmio representa uma injeção de ânimo”, diz Uanderson. “Quero melhorar enquanto professor, desenvolver novos projetos, aprender mais, buscar novas formas de ensinar melhor.”

    Na visão da diretora da escola, Maristela Sousa Andrade Dias Martins, a premiação é uma realização de tudo o que a comunidade escolar sempre esperou, desejou e sabia que um dia aconteceria com o projeto TV Filosofia. “É uma proposta de trabalho espetacular, baseada na interlocução entre os conceitos filosóficos, a realidade vivenciada pelos alunos e a tecnologia”, analisa.

    Para a diretora, o resultado do prêmio mostra a todos os educadores que é possível, sim, a valorização pública pelo trabalho realizado de forma séria e permanente. “Serve ainda como estímulo para novos projetos, em busca de novas formas para o desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem”, complementa Maristela, 35 anos de magistério, 15 deles na função de diretora.

    Edição — A nona edição do Prêmio Professores do Brasil selecionou, este ano, 30 experiências pedagógicas desenvolvidas por professores das cinco regiões brasileiras. Os trabalhos foram destacados entre 11.812 inscritos, nas categorias creche; pré-escola; ciclo de alfabetização: primeiro, segundo e terceiro anos – anos iniciais do ensino fundamental; quarto e quinto anos – anos iniciais do ensino fundamental; sexto ao nono ano – anos finais do ensino fundamental; ensino médio. Cada um dos 30 professores recebeu prêmio de R$ 7 mil. Cada categoria teve um professor destacado para receber prêmio extra, no valor de R$ 5 mil.

    A partir de 2015, o Prêmio Professores do Brasil passou a integrar a iniciativa Educadores do Brasil, ao lado do Prêmio Gestão Escolar, do Conselho Nacional dos Secretários de Educação (Consed). Assim, a entrega dos prêmios a professores e diretores de escolas foi realizada pela primeira vez, este ano, em conjunto.

    O Prêmio Gestão Escolar selecionou 22 escolas como destaques estaduais, com premiação de R$ 6 mil para cada uma. As cinco escolas indicadas como destaque regional receberam R$ 10 mil. O Colégio Estadual Professora Maria das Graças Menezes Moura, de Itabi, Sergipe, foi escolhido como escola referência Brasil, com premiação de R$ 30 mil.

    Os resultados dos prêmios estão na página da iniciativa Educadores do Brasil na internet.

    Fátima Schenini

    Saiba mais no Jornal do Professor e no blogue do projeto TV Filosofia

  • As escolas públicas e particulares do ensino médio têm prazo de três anos, a contar de 2009, para oferecer plenamente as disciplinas de filosofia e sociologia a todos os estudantes. A regra está na Resolução nº 1/2009, da Câmara da Educação Básica do Conselho Nacional de Educação.


    O presidente da Câmara de Educação Básica do CNE, César Callegari, explica que a Lei nº 11.684/2008, que tornou obrigatório o ensino das duas disciplinas no ensino médio, não fixou prazo, mas que é atribuição do conselho interpretar as mudanças na Lei (9.394/1996) de Diretrizes e Bases da Educação (LDB).


    A resolução do CNE diz que a inclusão de filosofia e sociologia deve começar em 2009 em, pelo menos, um dos anos do ensino médio, de preferência na primeira série. A inclusão das disciplinas deve se completar em 2011 nas escolas com três anos de ensino médio e em 2012 para os cursos de quatro anos.


    César Callegari diz que o número de professores habilitados (com licenciatura) em filosofia e sociologia é pequeno e que equivale às disciplinas de física, química e matemática, mas que isso não o atemoriza. Para Callegari, “é preciso ter a ousadia de garantir ao aluno o direito de aprender e empurrar as autoridades para que invistam na formação de professores e na produção de materiais didáticos”.


    As dificuldades que terão os sistemas estaduais e as escolas para oferecer filosofia e sociologia, diz o presidente da Câmara de Educação Básica do CNE, não serão diferentes do que acontece com as demais disciplinas. Ele dá dois exemplos dessa situação: 60% dos professores de português que lecionam no ensino médio têm habilitação na área; em química e física, apenas 10% que estão nas mesmas salas de aula têm a licenciatura específica. O esforço, portanto, diz, deve ser de todos, para que os estudantes brasileiros tenham garantidos direitos que têm seus colegas da Europa e dos Estados Unidos.


    Enem – Na avaliação do professor Callegari, a obrigatoriedade do ensino de filosofia e sociologia chega no momento importante da transição do vestibular tradicional praticado nas instituições de ensino superior, pelo Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que exige interpretação e não decoreba. A filosofia, explica, oferece ferramentas que ajudam os jovens do ensino médio não só a pensar, mas desenvolver o pensamento crítico e a não achar que tudo está pronto. “O pensamento não é um estalo, é um avanço histórico.” Já a sociologia contribui para o conhecimento da sociedade, dos processos históricos e para o exercício pleno da cidadania.


    A Resolução CNE nº 1/2009 foi publicada no Diário Oficial da União, seção 1, página 92, em 18 de maio.


    Ionice Lorenzoni


  • Para tornar o ensino da filosofia atraente para os alunos, o professor Uanderson de Jesus Menezes, da Escola João XXIII, de Ipatinga (MG), precisou usar da criatividade e inovar. Ele conseguiu prender a atenção e a curiosidade dos estudantes após recorrer a exposições de fotografias e fotonovelas. O docente explica seu método no programa 
    Trilhas da Educação, produzido e transmitido pela Rádio MEC.

    A iniciativa do professor rendeu a ele, em 2015, o Prêmio Professores do Brasil. Ele venceu na categoria Ensino Médio, com o projeto TV Filosofia. O prêmio é uma iniciativa do Ministério da Educação que visa reconhecer, divulgar e premiar o trabalho de professores de escolas públicas que contribuem para a melhoria dos processos de ensino e aprendizagem desenvolvidos nas salas de aula.

    Uanderson ensina uma disciplina que, segundo ele, é alvo de muito preconceito. “O aluno não pergunta para que serve a matemática, ele não pergunta para que serve a geografia, mas sobre a filosofia a primeira coisa que pergunta é: para que eu tenho que estudar isso?”, destaca o professor. Ele conta que discutir filosofia com os alunos não era uma tarefa fácil, e que eles não viam na disciplina utilidade alguma para o cotidiano.

    Depois de perceber que os alunos tinham muita habilidade com imagens, audiovisual e com a edição de vídeos, veio a ideia de utilizar fotografias e fotonovelas. “Era pegar algum tema de filosofia que foi estudado em sala de aula e traduzir isso através de um miniprograma de TV com situações do cotidiano deles. Eu vi que eles compraram a ideia.”

    Desde 2012, quando o projeto começou, Uanderson percebeu que mais do que aprender filosofia, os alunos puderam problematizar e refletir sobre algumas questões que são de extrema importância para sua própria formação. Uma maneira inteligente e criativa de aproximar a filosofia do dia a dia dos jovens, tendo na tecnologia sua grande aliada.

    O professor explica que, após o vídeo estar pronto, é feita uma exibição em sala de aula com o resultado final dos trabalhos, e que diversas questões cotidianas enfrentadas pelos alunos são retratadas nos programas. “Eu tive algumas alunas que sofriam muitos ataques machistas dos colegas de sala de aula. Elas decidiram trazer o tema feminismo, abordando Simone de Beauvoir, e fizeram o vídeo de violência contra a mulher e o que é a luta por direitos iguais”, comenta.

    Atualmente, Uanderson Menezes conta que a disciplina que ele leciona não é mais vista como um bicho de sete cabeças.  “Hoje eu percebo que eles tratam a filosofia realmente como uma disciplina comum e importante.”

    Assessoria de Comunicação Social

     

  • Mais uma semana importante para quem vai prestar o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) começa nesta segunda, 15, com o programa Hora do Enem, exibido pela TV Escola. Na edição de hoje, o professor Cristiano Marcell resolve uma questão relacionada a desvio-padrão, tema constante nas provas do exame. Também é destaque nesta segunda a professora e youtuber Angela Correia, que criou um canal focado na matemática do ensino fundamental.

    Na terça-feira, 16, filósofos africanos são o tema do programa. Quem fala sobre o assunto é o filósofo e professor da Universidade Federal da Bahia Eduardo Oliveira, que explica como as ideias desses pensadores podem ajudar quem está estudando para o Enem. Na sequência, a professora Ana Beatriz Gomes resolve duas questões do Enem 2017 sobre filosofia da Grécia Antiga.

    Literatura é o foco da quarta-feira, 17. Para comemorar os 80 anos de Vidas secas, de Graciliano Ramos, o professor Zenir Campos, da Universidade de São Paulo (USP), fala sobre impacto dessa obra, uma das mais importantes da literatura brasileira, no período modernista. Ele mapeia os principais aspectos do livro e o contexto da época em que foi escrito. Também participa desta edição a professora Carla Mariana, que revisa os temas língua, cultura e patrimônio.

    Já o Hora do Enem de quinta, 18, traz o professor Rafael Vilaça, que resolve a questão 127 do caderno do Azul do Enem 2017, sobre potência térmica. No bloco seguinte, o apresentador Land Vieira bate um papo com o físico da USP Airton Deppman, um dos organizadores da Olimpíada Brasileira de Física. Ele conta tudo sobre a competição e explica como participar dela.

    Tradicionalmente dedicado à redação, o programa de sexta, 19, traz como personagem o estudante Alan Nabor, de Alagoas. Ele dá as dicas e esquemas para o estudante que presta o Enem 2018 mandar bem na dissertação.

    Hora do Enem é transmitido de segunda a sexta-feira, às 7h, 13h e 18h. É possível ver todos os episódios no portal da TV Escola e no canal da emissora no YouTube.

    Assessoria de Comunicação Social

     

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